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REVISÃO:

GÊNERO
ENTREVISTA,
CRASE E
REGÊNCIA
PROF. GUSTAVO
NOMINAL
PAZ
ENTREVISTA

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•O que é o gênero entrevista?

É um gênero jornalístico caracterizado pela


alternância de perguntas e respostas, que
reproduzem tão fielmente quanto possível
uma conversa entre entrevistador e
entrevistado.
•O gênero entrevista poder ter duas finalidades:

a) Dar a conhecer a opinião de uma figura pública


sobre um tema da atualidade. Esta opinião pode
ser importante por duas razões:
1) Porque o tema é relevante e universal.
2) Porque a entrevista tem relevância especial, por sua
conduta história e etc. em relação ao tema em questão.
b) Dar a conhecer a importância de uma
personalidade, instituição ou circunstância que,
embora não sendo do conhecimento geral, tenha
vindo a assumir pelo seu trabalho ou impacto uma
relevância que justifique sua divulgação.
•As entrevista podem ser de dois tipos:

a) Oral
b) Escrita

Para todas as entrevistas, é fundamental a


elaboração de um guião que oriente o processo
de entrevista.
•A estrutura da entrevista compreende 3 momentos:

1. Introdução – breve apresentação do


entrevistado ou das circunstâncias que levaram
à entrevista
2. Corpo da entrevista – perguntas do(s)
entrevistador(es), ordenadas de maneira lógica,
e respostas do(s) entrevistado(s),
3. Conclusão – breve opinião do entrevistador
sobre as questões abordadas ou um
apontamento sobre o tema/entrevistado.

Se escrita, a entrevista é, geralmente, precedida por um


título e, por vezes, por um subtítulo.
•O gênero entrevista pressupõe um guião (base da condução da
entrevista). O guião deve respeitar os seguintes procedimentos:

1. Definição de um tema
2. Escolha do entrevistado
3. Escolha do entrevistador
4. Elaboração das perguntas

a) As perguntas devem ser organizadas sequencialmente,


respeitando uma ordem lógica.
b) As perguntas devem ser claras e objetivas.
c) O registro linguístico deve ser adaptado ao entrevistado.
d) As perguntas não podem fugir ao tema central.
•Existem várias regras a serem utilizadas para que a entrevista
esteja completa, entre elas:

1. formular perguntas adequadas ao tema e de acordo


com os objetivos previamente definidos;

2. fazer perguntas que tenham em consideração o


contexto (espaço e tempo);

3. fazer perguntas que levem em consideração as


características da pessoa entrevistada (níveis etário e
sociocultural, personalidade, etc.).
•Numa boa entrevista:
1. É de toda utilidade recorrer a perguntas abertas do tipo
“Qual é a sua opinião sobre...?” e a perguntas fechadas do
tipo “Quem vai escolher para fazer o prefácio do seu
próximo livro...?”.

2. O entrevistado deve ser conduzido a revelar aquilo que se


pretende saber.

3. Não emitir opiniões nem fazer juízos de valor sobre as


respostas do entrevistado, mais do que uma regra é uma
questão de bom senso.

A linguagem deve ser clara e de fácil compreensão, mas pode


variar no grau de formalidade, em função do contexto e dos
participantes da entrevista.
CRASE
O que é crase?

Crase significa mistura, fusão. Crase é a fusão de


duas vogais idênticas: a + a.
Ela ocorre quando a preposição A exigida pela
regência de um verbo ou um nome se funde com o
artigo feminino A ou pronomes de tratamento
aquele, aquela, aquilo.
 Representamos a crase empregando o acento
grave: à.
O Uso da Crase
A crase é simplesmente
De dois as a união
Um a que é um artigo
Mais um a, preposição:
Rozenval não foi à missa,
Mas vai à reunião.

Não se usa crase antes


De palavra masculina:
"Rogério veio a cavalo",
"Chegou a pé Janaína"
- Há crase, via de
regra, Com palavra
feminina.
Contudo nossa gramática
Está cheia de exceção
E sempre dá um jeitinho
De ninguém ficar na mão:
Há crase com masculino?
Vire a página, bom
irmão!

Com palavra masculina


A crase se pode usar
Toda vez que ela, a crase,
À moda de detonar:
"O cabelo à Ronaldinho
Todos gostam de cortar".
Possessivo feminino
"Sua, nossa, tua,minha..."
Faculta o uso da crase:
"Vou já à minha casinha",
"Obedeça a sua mãe",
"Irei à tua festinha".

Também pode existir crase


Com aquilo, aquele, aquela:
"Renata se referiu
àquilo que disse Estela",
"Zefa gosta de assistir
Somente àquela novela".
Há muita gente que pensa
Que basta a preposição
Para o a ser “craseado”,
Mas não é bem assim não:
Preposição mais artigo -
Crase só nessa união.

Nos exemplos a seguir,


Temos preposição a:
"Eu me refiro a Mateus",
"Estou a trabalhar" -
Com artigo aqui não cabe,
Portanto, crase não há!
A crase antes do verbo
Não há como colocar:
Verbo não aceita artigo,
É por isso que não dá -
"Com dinheiro a receber,
Tenho contas a pagar".

(Aqui eu faço parênteses


Para uma observação:
quando o verbo aceita artigo,
Já não é verbo mais não,
Passa a ser substantivo -
"O viver é ilusão").
Isso porque a palavra
Que do artigo vem à frente
Se torna substantivo
(Isso automaticamente):
"O três é número de sorte",
"O belo é sempre
atraente".

O a artigo da crase
Estando no singular,
Com a palavra no plural
Não há como concordar:
"Eu vou a lojas no centro"
Não há como crasear.
Casos em que ocorre crase
 Em locuções adverbiais e prepositivas formadas por
substantivos femininos, tais como: às vezes, às pressas, às
claras, à toa, à vontade, à custa de, à esquerda, à direita, à
tarde, às duas horas.
 Nas expressões à medida que, à proporção que.
Quando estão subentendidas (ou claras) as expressões à
moda de, à maneira de, mesmo diante de palavras
masculinas.
Cortei o cabelo à Ronaldinho.
Feijoada à moda da casa.
 Antes de nomes de lugares
determinados pelo artigo
A:
Vou à Inglaterra.
Vou à Paraíba.
Na dúvida...
Para saber se ocorre ou não crase diante de determinada
palavra, proceda assim:
• Verifique se a palavra admite o artigo A, colocando-a
depois de um verbo que exige uma preposição diferente de A:
Voltei da feira mais cedo. Vou à feira mais cedo.
Voltei de Manaus. Vou a Manaus.
•Substitua a palavra feminina por uma masculina e observe
se ocorre a combinação AO antes do nome masculino:
O governo dará incentivo ao comércio.

O governo dará incentivo à agricultura.


 Antes de palavras femininas que admitem artigo (desde que
o termo regente exija preposição a):
Devemos obedecer às leis.
Não ofereceram nada às visitas.

 Com os pronomes aquele, aquela, aquilo (desde que


o termo regente exija preposição a):
Fui a aquele cinema. Fui àquele cinema.
Refiro-me a aquilo. Refiro-me àquilo.

 Com os pronomes A, AS:


Esta cena é igual à que vi ontem.
(Esta cena é igual a aquela que vi ontem.)
Esta é a moça à qual me referi.
(Verbo referir pede preposição).
Casos em que não ocorre crase

 Antes de palavra masculina.


Gostava de andar a cavalo.
Ela vai de carro, eu vou a pé.

 Antes de verbo.
Estou disposto a colaborar.
Estamos acostumados a esperar.

 Antes de palavras no plural.


A reunião aconteceu a portas fechadas.
Não podemos ir a festas.
Quais palavras preenchem adequadamente as lacunas
indicadas na tirinha?
a) há – às – há
b) à – às – a
c) a – as – à
d) a – as – a
Quais palavras preenchem adequadamente as lacunas
indicadas na tirinha?
a) há – às – há
b) à – às – a
c) a – as – à
d) a – as – a
ITA - Analisando as sentenças:

I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas.


II. Não fale tal coisa as outras.
III. Dia a dia a empresa foi crescendo.
IV. Não ligo aquilo que me disse.

Podemos deduzir que:

a) Apenas a sentença III não tem crase.


b) As sentenças III e IV não têm crase.
c) Todas as sentenças têm crase.
d) Nenhuma sentença tem crase.
e) Apenas a sentença IV não tem crase.
ITA - Analisando as sentenças:

I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas.


II. Não fale tal coisa as outras.
III. Dia a dia a empresa foi crescendo.
IV. Não ligo aquilo que me disse.

Podemos deduzir que:

a) Apenas a sentença III não tem crase.


b) As sentenças III e IV não têm crase.
c) Todas as sentenças têm crase.
d) Nenhuma sentença tem crase.
e) Apenas a sentença IV não tem crase.
REGÊNCIA VERBAL E
REGÊNCIA NOMINAL
CONCEITUANDO

 A sintaxe de regência estuda as relações entre um nome


ou um verbo e seus complementos. Há dois tipos de
regência:

1.Regência Nominal: estuda as relações em que


substantivos, adjetivos e advérbios exigem complemento
para completar-lhes o sentido. Geralmente, essa relação
entre o nome e seus complementos é estabelecida pela
presença de preposição.

2.Regência Verbal: é o modo pelo qual o verbo se


relaciona com os seus complementos.
Regência Nominal
Na Língua Portuguesa, há nomesque, ao serem
empregados na frase, exigem a presença de outros termos.

A palavra cuidado exigiu a presença de um complemento –


com o que você fala na internet.
Exemplos de Regência Nominal

Veja a regência de alguns nomes, de acordo com os critérios da


norma padrão:

 Acessível, adequado, insensível, obediente – a.


Esse agasalho é adequado ao clima da região.
Os alunos não são obedientes ao professor.
A professora parece insensível às queixas dos
alunos.
O presidente não é acessível aos funcionários.

 Amoroso, cuidadoso, descontente –


com.
Ana sempre foi amorosa com os filhos.
O funcionário pareceu ser cuidadoso com os equipamentos.
O povo está descontente com o atual governo.
 Ansioso, bom – para.
Este alimento não está bom para o consumo.
Os torcedores estão ansiosos para o início da copa.

 Capaz, digno – de.


Ela é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o
que quer.

 Favorável – a ou para.
A decisão foi favorável a todos.

 Responsável – por.
Mesmo sendo criança, ela era responsável por seus
irmãos mais novos.
Regência Verbal

Na Língua Portuguesa,, há verbos que exigem a presença


de complementos para completar seu sentido.

Você pôde observar na tirinha acima que o verbo acreditar


precisou de um complemento (em mim), assim como outros
verbos – pedi, ganhei, adora, sei.
Exemplos de Regência Verbal

Veremos, a seguir, a regência de alguns verbos, de acordo


com a norma padrão:

 AGRADECER - Pode aparecer como transitivo direto,


transitivo indireto e transitivo direto e indireto.
Agradeci as flores. (VTD)
Agradeci aos diretores. (VTI)
Agradeci o presente ao amigo. (VTDI)

 ASPIRAR - Será transitivo direto quando significar sorver,


respirar.
Aspirou gás carbônico.
É transitivo indireto no sentido de almejar, pretender.
Os trabalhadores aspiravam ao aumento salarial.
 AJUDAR - Aparece como transitivo direto e
transitivo direto e indireto.
Ela ajudava a minha irmã. (VTD)
Nós ajudávamos papai a limpar o quintal. (VTDI)

ASSISTIR - Será transitivo direto quando significar prestar


assistência, ajudar.
O médico assistiu o pequeno garoto.
Será transitivo indireto quando significar presenciar, ver.
(Nesse sentido o verbo ASSISTIR não admite o uso dos
pronomes LHE, LHES.)
Nós assistimos ao jogo da seleção.
Ele assistiu ao espetáculo.
 ESQUECER / LEMBRAR - Serão transitivos diretos
se não forem pronominais.
Esqueci o nome da rua. / Lembrei um caso antigo.
Serão transitivos indiretos se forem pronominais.
Esqueci-me do nome da rua. / Lembrei-me de um
caso antigo.

 PRECISAR - No sentido de marcar com precisão é


transitivo direto.
Ele precisou a hora e o local da consulta.
No sentido de necessitar é transitivo indireto.
Nós precisamos de bons políticos.
Referências bibliográficas

AMARAL, Emílio et al. Novas palavras: português. 2. Ed. FTD. São


Paulo, 2003.

CASTILHO, Ataliba. Gramática do português brasileiro. São Paulo:


Contexto, 2010.

DANTAS, J. Lições de Gramática em versos de cordel. Rio de Janeiro:


Vozes, 2009. p. 80-84.

FERREIRA, Mauro. Aprender e Praticar Gramática. Renovada. Ed.


FTD: São Paulo, 2003.

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