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Modernismo em Portugal

2ª Aula
Professor: Me. Vitor Fernando
ANTECEDENTES E CONTEXTO
HISTÓRICO DO MODERNISMO
As revoluções artísticas: o fim da arte
tradicional

Desde o final do século XIX, a arte passou a


apresentar transformações. A ruptura com o
passado e a pesquisa de novas formas de
expressão caracterizam a arte no início do
século XX, que nasce cercada de irreverência,
polêmica e experimentação. Formam-se grupos,
nascem e morrem tendências, mas aos poucos
surge um individualismo artístico que será a
marca do novo século.
Concepções de Cada Artista
• A nova postura proposta pelo modernismo se
manifesta nas diversas artes.
• Na literatura, chega ao fim a noção de estilos
literários, tal como se via nos séculos
anteriores.
• O autor moderno é independente ao produzir
seus escritos.
• Na poética, a liberdade é fator primordial.
Veja o que diz o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto:

[...] O autor de hoje trabalha à sua maneira, à maneira que


ele considera mais conveniente à sua expressão pessoal.
Do mesmo modo que ele cria a sua mitologia e sua linguagem
pessoal, ele cria as leis de sua composição. Do mesmo modo que
ele cria seu tipo de poema, ele cria seu conceito de poema, a
partir daí, seu conceito de poesia, de literatura, de arte. Cada
poeta tem a sua poética. Ele não está obrigado a obedecer a
nenhuma regra, nem mesmo àquelas que em determinado
momento ele mesmo criou, nem a sintonizar seu poema a
nenhuma sensibilidade diversa sua. O que se espera dele, hoje, é
que não se pareça a ninguém, que contribua com uma expressão
original. [...]
1.1 Movimentos que mudaram nossas
idéias sobre arte

Nas primeiras décadas do século XX, a ruptura


violenta com o tradicionalismo ocorreu com o
surgimento de tendências que provocaram uma
revolução nas artes plásticas, caracterizada por
um intenso desejo de experimentação, de busca
de novas linguagens artísticas. Vejamos os
principais movimentos em que nasceram essas
tendências.
1.1.1 Expressionismo
Exprimir as emoções e o mundo interior do
artista usando a distorção violenta, a cor forte e o
traço exagerado, que não raro chegava à
caricatura, era o objetivo do Expressionismo,
surgido nos anos finais do século XIX e que
procurava expressar de modo brusco as angústias
do ser humano diante do início de um novo século.
O principal pintor expressionista é o norueguês
Edvard Munch (1863-1944), autor de quadros
intensamente dramáticos, como O grito, de 1893.
Edvard Munch: O grito
1.1.2 Cubismo
Em 1907, o espanhol Pablo Picasso e o francês
Georges Braque desenvolvem as idéias do Cubismo.
Na pintura cubista, o artista dá simultaneamente
várias visões de um tema, tomadas a partir de
diversos pontos. Há um abandono da perspectiva e
os elementos do quadro são estilizados em formas
geométricas. Essa forma inusitada de representar a
natureza e, principalmente, a figura humana
provocou um efeito de estranhamento perturbador
no público acostumado à arte tradicional.
Georges Braque: Casas de L’Estaque
1.1.3 Futurismo
A partir de 1909, desenvolveu-se o Futurismo,
movimento que nasceu na Itália. Os futuristas negavam a
arte do passado, que julgavam irremediavelmente morta,
e louvavam as conquistas tecnológicas. Exaltavam o
movimento, a energia, a velocidade, procurando integrar
a arte naquilo que consideravam o glorioso mundo
moderno, feito de violência e rápidas transformações.
A palavra-chave desse movimento era dinamismo, e
sua principal contribuição foi a ideia de sincronicidade na
obra de arte, um modo de reunir visualmente aquilo que
acontece simultaneamente: som, luz e movimento.
Giacomo Balla: Velocidade abstrata: o
carro passou
1.1.4 Abstracionismo
Na primeira década do século XX, mais um “ismo”
surge na história da arte, o Abstracionismo, em que
o artista deixa de representar a realidade exterior.
As cores e as formas passam a ser vistas como
entidades autônomas, com valor próprio. O quadro
deixa de ter a realidade como referencial e vale por
si mesmo. É uma superfície com formas e cores, mas
sem tema reconhecível. Um dos principais nomes do
Abstracionismo foi o russo Wassily Kandinsky.
Wassily Kandinsky: Prazeres
1.1.5 Dadaísmo

Movimento surgido em 1916, em Zurique, na Suíça.


Profundamente irreverente e destruidor, o Dadaísmo reflete
a descrença de uma geração marcada pela guerra.
O líder do movimento era o romeno Tristan Tzara e a
palavra dadá, que deu nome ao movimento, foi escolhida por
ele, casualmente, num dicionário francês. Essa palavra, aliás,
não tem nenhum significado especial e, por isso mesmo,
batizou o movimento.
O Dadaísmo durou apenas alguns anos e provocou muitas
polêmicas por sua atitude radical de negação de todos os
valores. Alguns artistas que participaram do movimento
dadaísta se organizaram em 1924 e lançaram o Surrealismo.
Capa Nº 02 da revista Dadá
1.1.6 Surrealismo
Surgido em 1924, o Surrealismo é outro
importante movimento artístico que marcou o
século XX. Buscava libertar o artista dos limites da
razão, propondo a expressão plena dos conteúdos
da imaginação e do inconsciente num registro
automático, sem nenhuma espécie de censura.
Sob a influência das teorias de Freud sobre o
sonho e o inconsciente, os surrealistas passaram a
explorar a livre associação de ideias, procurando
expressar os conteúdos mais profundos da mente.
No campo da pintura, o Surrealismo teve grande
desenvolvimento, encontrando-se entre seus
principais representantes os artistas Giorgio de
Chirico, Salvador Dalí, Max Ernst e René Magritte.
Como pudemos ver, apesar das diferenças que
havia entre os diversos movimentos artísticos
surgidos nas primeiras décadas do século XX, todos
eles tinham em comum o desejo renovação e
experimentação, de pesquisa de novos meios de
expressão, rejeitando a tradição em favor de uma
arte mais sintonizada com novos tempos.
Salvador Dalí: A persistência da
memória
Contexto Histórico

• A evolução política da Europa e a degradação


da 1ª República propiciaram o aparecimento
de correntes literárias mais ou menos
contraditórias.
• Portugal no século XX
• 1910: Proclamação da República.
• 1910-1926: Primeira República.
– Domínio do Partido Democrático, com
predomínio centro-esquerdista.
– Instabilidade político-social.
– Participação do país na Primeira Guerra
Mundial.
1926: Golpe de Estado.
1933-1974: Ditadura
militar salazarista.
1974: Revolução dos
Cravos (fim do
salazarismo).

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