Você está na página 1de 25

Trabalho e sociedade – parte 2

CLARA HORDONHO
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho

 No mundo contemporâneo, caracterizado pelos grupos econômicos


multinacionais, um grande número de pessoas depende de organizações e
empresas para obter suas fontes de renda e trabalho.
Taylorismo

 Por muito tempo na era industrial, os problemas ocorridos durante o processo de fabricação
encareciam o valor final do produto e limitava o potencial produtivo de uma indústria.

 Concomitantemente, para que um bem fosse fabricado, vários funcionários se reuniam e


desempenhavam funções aleatórias que limitavam o aperfeiçoamento técnico de cada
trabalhador.

 Em outras situações, a mão de obra de um operário era desperdiçada no tempo em que


esperava pela conclusão da tarefa de outro funcionário.
Taylorismo

 Nesse sentido, para ultrapassar tais barreiras, a racionalização das atividades industriais
precisava ser implantada para garantir a ampliação dos lucros e o sucesso comercial das
empresas.

 Essa racionalização veio no método de administração científica de Frederick W. Taylor


(1856-1915) que tinha como objetivo aumentar a produtividade do trabalho. 
Taylorismo

 O Taylorismo é um modelo de produção que veio consolidar o processo capitalista no qual o


trabalhador perde a autonomia e a criatividade, acentuando a dimensão negativa do trabalho.
Recebe esse nome por ser um método de planejamento e de controle dos tempos e
movimentos no trabalho, com as seguintes características:
Taylorismo

 1. Padronização e produção em série como condição para a redução de custos e elevação de


lucros;

 2. Trabalho de forma intensa, padronizado e fragmentado na linha de produção,


proporcionando ganhos de produtividade.
Taylorismo

 Para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela
gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos mais adequados de trabalho.
 A busca dos métodos ótimos seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de
tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores, que se
transformavam em executores de tarefas pré-definidas.
Taylorismo

 O Taylorismo consiste ainda na dissociação do processo de trabalho das especialidades dos


trabalhadores. Ou seja, o processo de trabalho passava a ser independente do ofício, da tradição
e do conhecimento dos trabalhadores – e inteiramente dependente das políticas gerenciais.
Taylor separa a concepção (cérebro, patrão) da execução (mãos, operário). Nega ao
trabalhador qualquer manifestação criativa ou participação.
Taylorismo

 A partir disso, observa-se uma grande elevação da capacidade produtiva nas


fábricas, pois o trabalho repetitivo permitiu uma especialização dos
trabalhadores, que passaram a realizar os movimentos de forma cada vez
mais ágil, somado com a questão do gerenciamento produtivo, que buscou evitar
o desperdício de tempo durante as jornadas de trabalho.
Taylorismo

 Entretanto, os ganhos produtivos não resultaram em um aumento do padrão


salarial dos trabalhadores, o que fazia o mercado consumidor interno nos
Estados Unidos ser reduzido. Essa ausência de um mercado de consumo interno
e a recuperação da Europa da Primeira Grande Guerra são fatores fundamentais
para a compreensão da crise que viria a ocorrer em 1929.
FORDISMO E A PRODUÇÃO EM MASSA: O
SEGUNDO MODELO DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

 O fordismo teve início em 1914, quando Henry Ford reduziu a jornada de trabalho em sua
empresa para oito horas diárias, remuneradas por cinco dólares.

 Nesse momento, a fábrica da Ford seria palco de algo extremamente incomum: os funcionários
trabalhariam menos, mas sem redução salarial; pelo contrário, teriam um aumento e
passariam a ganhar mais.
Fordismo

 Ford era um defensor da seguinte ideia: com uma jornada menor e mais bem remunerado, o
trabalhador será mais produtivo. Além disso, teria mais tempo livre para consumir – o que
é fundamental para o funcionamento de uma economia capitalista.

 Portanto, Henry Ford enxergava seus operários como potenciais consumidores, e entendia
que não havia lógica em pagar tão mal a eles. Não se tratava de caridade, mas sim de
uma estratégia para lucrar mais.
Fordismo

 Desde a criação de sua fábrica de carros, Ford já utilizava os princípios criados anteriormente
por Taylor. Ou seja, seus trabalhadores já eram separados e instruídos a realizar uma única
tarefa; além disso, a produção de mercadorias já era feita em série.

 Contudo, Ford tinha novas ideias e pretendia aplicá-las para aprimorar aquilo que havia sido
criado por Taylor. O empresário acreditava que era necessário consolidar uma produção em
massa (ou seja, em quantidades cada vez maiores) e um consumo em massa. Para isso, criou
aquela que é considerada a sua grande inovação: a esteira de produção.
Fordismo

 Com ela, a linha de montagem se tornava ainda mais eficiente, já que os produtos se
deslocavam pelo interior da fábrica e permitiam que o trabalhador, especializado numa só
tarefa, executasse o seu trabalho sem precisar sair do lugar. Sendo assim, pode-se dizer
que o fordismo é um aprimoramento do taylorismo, mas sem abandonar as suas ideias.
Fordismo - Algumas características:

PRODUÇÃO CONSUMO JORNADA DE


EM SÉRIE. DE MASSA. TRABALHO.
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho Pós-fordismo

 O que marca o pós-fordismo ou a acumulação flexível é a contraposição ao paradigma fordista;


ou seja, a rigidez estabelecida neste regime de acumulação e que levou à sua própria deterioração
pela “flexibilidade”.

 Com a redução das margens de lucro, os patrões procuraram “flexibilizar” as relações de trabalho,
visando recompor a lucratividade. A rigidez fordista colaborou para o declínio desse modelo de
acumulação e a saída encontrada, entre outras, foi atacar o contrato de trabalho.
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho Pós-fordismo

 O antigo trabalho do tipo regular foi ocupado por trabalhos temporários, parciais e até
subcontratados. Se no fordismo o operário não participava do processo de fabricação, no pós-
fordismo ocorrerá o contrário.

 A globalização foi importantíssima também para as transformações no mundo do trabalho pois,


da mesma forma que modificou nossas relações sociais mais íntimas, modificou também nossas
relações de trabalho.
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho Pós-fordismo

 A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias e alongou


nosso período de trabalho.

 O trabalho formal remunerado, que antes estava recluso entre as paredes das fábricas e
escritórios, hoje nos persegue até em casa e demanda parte de nosso tempo livre, haja vista a
crescente competitividade inerente ao mercado de trabalho.
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho Pós-fordismo

 A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de obra cada vez mais especializada fazem
com que o trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida para o aperfeiçoamento
profissional.

 Essa é uma das origens das grandes desigualdades sociais da sociedade contemporânea, uma
vez que apenas aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-se ao processo de
formação profissional, caro e exigente, conseguem subir na hierarquia social e econômica.
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho Pós-fordismo

 O operário que anteriormente controlava apenas uma máquina ou uma operação de uma
máquina, passa a ser responsável por uma ou várias máquinas que executam diversas
operações e que muitas vezes pode ser operacionalizada no próprio escritório.
Transformações recentes no Mundo do
Trabalho Pós-fordismo

 Características do pós fordismo:

 Flexibilização.

 Invasão do trabalho no ambiente doméstico.

 Obsolescência Programada.

 Trabalhadores Multifuncionais.

 LEMA: “Just in Time”...


Trabalho e novas tecnologias

 Automação:

 A introdução da automação na produção de bens de consumo tornou, em grande parte, a mão


de obra humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército de trabalhadores e diminuindo o
valor da força de trabalho nos países que dispõem de grande população, mas com baixa
especialização.
Trabalho e novas tecnologias

 Como resultado do boom tecnológico, algumas profissões deixaram de existir e outras


tantas estão em risco de serem extintas ou substituídas por máquinas.

Você também pode gostar