DEPARTAMENTO DE DIREITO
SIM
NAO
76%
Com os resultados obtidos no gráfico acima leva-nos a entender que os judiciários não fazem palestras
junto à comunidade com o propósito de dar a conhecer quais as suas funções perante a lei e o seu
comprometimento para com a população, informações estas equivalentes a 76% dos entrevistados que
responderam que nunca houve alguma palestra dirigida pelos judiciários tanto do distrito assim como
da província.
O autor analisa que a falta de palestras junto à comunidade por parte do judiciário é, sem dúvida, uma
norma programática que tem relevância a partir do momento em que atribui fins ao Estado, dando as
directrizes de onde e como deve ser feito e, por isso, tem relevância e função de princípios gerais de
toda a ordem jurídica. Os judiciários lhes importam na tentativa de superar a democracia formal em
prol de um regime de democracia substancial, na qual visam à justiça social e ao bem comum.
Ainda analisa que eles são considerados de eficácia limitada, mas visam proteger certos interesses,
como qualquer norma jurídica, e geram situações subjectivas positivas ou de vantagem. Dessa forma,
gera vínculo ao legislador, ao juiz e ao administrador, que tem o dever jurídico de conformar-se a elas
no desenvolvimento de suas competências, exercendo o seu poder dentro dos limites que as normas
indicam.
3. Um dos direitos fundamentais é o direito a educação. Será
que neste posto administrativo, este direito faz-se sentir pelo
judiciário?
Nesta pergunta, pretendíamos saber se a população de Nacavala
tem direito a educação como rege os direitos fundamentais como
também normas do Estado Moçambicano. As respostas estão
expostas no gráfico abaixo:
Fazendo uma análise profunda sobre a questão da entrevista
constatamos que as respostas são quase repartidas ao meio com a
percentagem quase igual embora apresenta uma diferença, 58% da
população afirma existir o direito à educação e 42% dizem não existir
o direito. Os que dizem não existir direito dão as seguintes razões:
1º: No que diz respeito a e educação para todos: decidiu-se pela improcedência diante da
demonstração de que o Poder Público não está inerte quanto ao direito à educação, pois editou leis
e mantém diversos programas governamentais afectos ao sector educacional. O salutar nesse
julgamento é a percepção de que não se afastou a apreciação do Poder Judiciário em matéria
relativa aos direitos sociais. É pertinente, ainda, trazer à ilustração, julgado do Estado
Moçambicano que demonstra a atitude proactiva do Poder Judiciário frente às demandas afectas à
educação, que, nesse Estado, dizem respeito, principalmente, às ausências de vagas na rede pública
de ensino.
2º: Alicerçando as ideias dos que carecem direito a educação afirmando que a obrigatoriedade das
crianças e adolescentes estarem devidamente matriculados na rede de ensino, que decorre de
mandamento constitucional, mas também de legislação infraconstitucional, não encontra escusa na
deficiência fáctica de provimento de vagas na rede pública. E ainda perante este princípio, todas
crianças que estivessem longe da escola, o governo deveria dar mão em alojamento até a conclusão
de pelo menos o nível secundário geral do segundo ciclo.
4. A saúde é direito de todos e dever do Estado, uma prerrogativa
constitucional inalienável e indisponível, decorrente do direito à
vida. Qual é o nível de aceitação e de conhecimento por parte da
população deste direito indispensável?
SIM
NAO
84%
4.2.Relacionamento dos dados com
objectivos específicos.
Em relação ao primeiro objectivo específico, dá ênfase a identificação
dos direitos fundamentais judicialmente. O objectivo foi respondido na
pergunta que pretende saber se a população do Posto Administrativo
de Nacavala tem conhecimento do que são direitos fundamentais
judicialmente? A maior parte da população entrevistada, mais que a
metade foi unânime em afirmar que nunca ouviram falar dos direitos
fundamentais judicialmente e nem sabem defini-los. Logo, dá a
entender que há fraca disseminação da informação relacionada com os
direitos fundamentos por parte judiciário junto da população
Importa referir que os direitos fundamentais junto à população devia
ter uma norma que nasce para ser aplicada, visto que são criadas para
regular as relações sociais, e isto significa enquadrar um caso concreto
em uma norma jurídica adequada, amparando juridicamente os
interesses humanos.
Cont.
Quanto ao segundo objectivo específico, o autor tinha como esfera
central demonstrar como o Judiciário deve prover os direitos
fundamentais à população. Este objectivo é respondido na questão
que procurava saber se os judiciários afectos em Nacavala têm feito
palestras junto à população dando informação sobre os direitos
judiciais fundamentais. As respostas foram claras perante os nossos
entrevistados dizendo que nunca tiveram palestras que tratam
desse assunto. Daí que o judiciário deve demonstrar a dimensão
política da jurisdição constitucional, que não pode se eximir do
encargo de tornar efectivo os direitos sociais, sob pena do Poder
Público comprometer, de modo inaceitável, a integridade da
própria ordem constitucional, por violação positiva ou negativa da
Constituição. Nisso, o carácter programático de tal norma não pode
se converter em promessa constitucional. Se assim fosse, o Poder
Público estaria fraudando as expectativas depositadas nele pela
colectividade, simbolizando gesto de infidelidade governamental.
Cont.