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O que foi
• O Parnasianismo foi um movimento literário que
surgiu na França, na metade do século XIX e se
desenvolveu na literatura europeia, chegando ao
Brasil. Essa escola literária foi uma oposição ao
Romantismo, pois representou a valorização da
ciência e do positivismo.
• O poeta exalta a língua, mesmo com o fato de ainda não estar bem
elaborada como as outras que anteriormente também derivaram do
Latim. Isso é percebido nos seguintes versos: “ Ouro nativo que na
ganga impura/ a bruta mina entre os cascalhos vela”, ou seja,
mesmo ainda com impurezas, existe uma mina preciosa que espera
para ser lapidada.
• O poema segue enaltecendo a beleza da língua, comparando-a com
canções, orações, sons de instrumentos musicais. Para isso, o autor faz
uso da sinestesia, que é um recurso de linguagem em que se estabelece
uma relação de planos sensoriais diferentes, como em: clangor (som),
aroma (olfato) , oceano largo (visão). Além disso a menção das florestas
brasileiras são uma menção também ao idioma recém criado, como as
selvas ainda não exploradas pelo homem branco. Ao citar os oceanos,
percebe-se também uma referência à forma como a língua chegou ao
Brasil, por meio das caravelas.
• Certamente a forma em que o autor deixa mais claro seu amor pela língua
é quando faz uso do vocativo repetidas vezes: “Amo-te, ó rude e doloroso
idioma” Rude, pois ainda precisava ser aprimorado e doloroso pois não
seria tarefa fácil implantá-lo em solo brasileiro, pois implicaria antes de
tudo, na destruição de outras culturas, como aconteceu com o Latim.
on de can tao sa bi á
as a ves quea qui gor jei (am)
Gonçalves Dias
Para fazer a escansão de um poema, basta
utilizarmos dois procedimentos: :
Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Só no filé
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Do croissant
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha...
Suquinho de maçã
Seu Jorge
Chico Buarque
Construção
Texto III
Construção
Chico Buarque
Vocabulário culto
Referência à Antiguidade
clássica e à mitologia grega
Enjambement
ou
Cavalgamento
Analogias do ato de escrever a
outras formas de arte
Metalinguagem
Inversões sintáticas
Descritivismo
Contenção emocional
Afastamento de questões
políticas, sociais, religiosas,...
Principais autores
Olavo Bilac
Alberto de Oliveira
Raimundo Correia
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1865.
Bilac foi um poeta brilhante. Aliou uma
destreza técnica de perito à sutileza de espírito,
ao olhar lírico dos grandes poetas. Apesar de ter
escrito poemas absolutamente parnasianos, na
maior parte de sua produção o que se vê é o rigor
formal aliado a uma sensibilidade quase em
tudo romântica. Em muitos momentos, ele
questiona a eficiência da palavra para expressar
os estados da alma.
Morreu em 1918.
Olavo Bilac foi um dos mais louvados poetas de seu tempo, e ainda hoje tem
prestígio. Foi um artífice da palavra, sabendo conjugar o rigor formal
parnasiano com grande expressividade, obtendo efeitos imagéticos e ritmos
interessantes, depositando no último terceto de seus sonetos a síntese de
suas ideias, a chamada “chave de ouro”.
Seus temas mais frequentes são:
Amor sensual: vazado em um erotismo que oscila entre o
explícito e o requintando; essa sensualidade não vulgariza o amor,
que sempre aparece como sentimento nobre e transcendente.
O nacionalismo: em que o autor revela seu conservadorismo;
episódios da história do Brasil e suas personagens são frequentes
nessas poesias.
A mitologia greco-latina: assiduamente abordada pelo poeta.
A metalinguagem: eleição da própria poesia como tema poético,
está entre as preferências de Bilac.
O índio: aparece em sua obra como um eco romântico tardio.
Um certo decadentismo da vida e das coisas é também uma
das tônicas de sua poesia.
Nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em 1857.
Em seu primeiro livro, Canções Românticas, a influência do
Romantismo é nítida, mas, apesar disso, nota-se que ele prioriza o
rigor formal e já apresenta certa contenção emocional; a partir de
Meridionais, abraça o ideário parnasiano ao qual se manteria fiel, e
há algumas notas simbolistas em suas obras finais. Isso não
impediu que ele fosse tido pela crítica como o mais radical dos
nossos parnasianos.
Morreu em Niterói, em 1937.
Nasceu no Maranhão (baía de Mongúcia), em 1860.
Seu livro de estreia, Primeiros Sonhos, traz poemas sentimentais, ainda
sob influência romântica. A partir do segundo, Sinfonias, Raimundo Correia
rendeu-se aos ideais da estética parnasiana, tornando-se um de seus
melhores representantes em língua portuguesa, não apenas pelo apurado
requinte formal, mas também pela profundidade com que desenvolveu seus
temas.
Soube driblar a impessoalidade proposta pelo
Parnasianismo e atingir o universalismo,
desenvolvendo temas sociais e, sobretudo,
filosóficos: a busca de uma verdade essencial e
imorredoura, os conflitos da condição humana,
etc. Seus poemas têm uma suavidade e uma
melancolia acalentadas pela influência de
Schopenhauer, pensador alemão que acreditava que
a arte é a sublimação da dor, e o sofrimento é
inerente à condição humana.
Morreu em Paris, em 1911, de problemas renais.
Texto IV
Profissão de fé (fragmento)
Olavo
Bilac
Texto V
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Olavo
Bilac
Texto VI
Via Láctea - Soneto XIII
Olavo Bilac
Texto VII
Oficina irritada
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Carlos Drummond de
Andrade
Texto VIII
Soneto
Penicilina puma de casapopéias
Que vais peniça cataramascuma
Se partes carmo tu que esperepéias
Já crima volta pinda cataruma.
Millôr
Fernandes
Momento Musical
Rosa -
Pixinguinha
Texto VIII
Tu és Rosa
Divina e graciosa
Tu és
Estatua majestosa A forma ideal
Do amor Estatua magistral
Por Deus esculturada Oh! Alma perenal
E formada com o ardor Do meu primeiro amor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Sublime amor
Que na vida Tu és
É preferida pelo beija-flor De Deus a soberana flor
Se Deus Tu és
Me fora tão clemente De Deus a criação
Aqui neste ambiente
De luz Que em todo coração
Formada numa tela Sepultas o amor
Deslumbrante e bela O riso, a fé e a dor
O teu coração Em sândalos olentes
Junto ao meu, lanceado, pregado Cheios de sabor
E crucificado
Sobre a rósea cruz Em vozes tão dolentes
Do arfante peito teu Como um sonho em flor
És
Láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
E todo resplendor
Da santa natureza
Perdão
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! Flor
Meu peito não resiste
Oh! Meu Deus quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te um dia ao
Pé do altar
Jurar
Aos pés do onipotente
Em preces comoventes
De dor
E receber a unção
De tua gratidão
Depois, de remir, meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de te envolver
Até meu padecer
De todo o fenecer