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Curso para os Órgãos de

Inspecção, Fiscalização e Controlo

Regime Jurídico das Inspecções


Decreto Pres. Nº170/13, de 28 de Outubro
Apresentação do Formador
 Moisés Sovi

PÓS-GRADUADO EM GESTÃO;
LICENCIADO EM ECONOMIA
Universidade Agostinho Neto em 2006;
Consultor em Administração Pública;
Formador - IFAL

GOVERNO PROVINCIAL DA HUÍLA;


GABINETE DE INSPECÇÃO
<Chefe de Deptº Inspecção as Actividades Económicas>;
O curso resume-se em

Trabalho Auditoria Inspecção Fiscalização


Apresentação Temática

Âmbito de Aplicação
Definições
Etimologia e significado de Inspecção
Inspecção, Fiscalização e Auditoria (Conceitos)
Procedimento de Inspecção, Figura dos órgãos de Inspecção
Regime de Incompatibilidades e Impedimentos

Garantias do Exercício da Actividade de Inspecção


Organização Interna dos Órgãos de Inspecção
Conclusão
Âmbito de Aplicação
 O Regime Jurídico da actividade de Inspecção, Auditoria e Fiscalização
aplica-se aos seguintes órgãos e serviços de Inspecção do Estado:
 Inspecção Geral da Administração do Estado;
 Outros serviços de Inspecção Geral ou Sectorial integrados em
Departamentos Ministeriais:
 Inspecção do Governo Provincial;
 Inspecção das Finanças;
 Inspecção da Saúde;
 Inspecção da Educação;
 Inspecção do Comércio;
 Inspecção do Trabalho;
 Órgãos de Fiscalização.
Definições
 Actividade de Inspecção:
 Actividade desenvolvida pelos serviços da
administração directa e indirecta do Estado, que têm a
missão de assegurar o exercício de funções de controlo
interno e externo;
 Órgãos ou serviços de Inspecção:
 Serviços da administração directa e indirecta do Estado
aos quais tenha sido cometida a missão de assegurar o
exercício de funções de controlo interno ou externo;
Definições
 Administração directa do Estado
 Integra todos os órgãos ou serviços que de modo directo e
imediato e sob dependência do Ministro, desenvolvem uma
actividade tendente à satisfação das necessidades colectivas;

 Administração indirecta do Estado


 Integra as entidades públicas dotadas de personalidade jurídica e
autonomia administrativa e financeira, que desenvolvem uma
actividade administrativa que prossegue fins próprios do Estado;

 Pessoal de inspecção
 Pessoal que exerce funções de inspecção, auditoria e fiscalização.
Definições
 Controlo da Administração Pública
 Conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por
meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de
revisão da actividade administrativa em qualquer esfera
de poder (Filho, 2012);

 Sistema de Controlo interno


 É uma forma de organização que pressupõe a existência
de um plano e de sistemas coordenados, destinados a
prevenir a ocorrência de erros e irregularidades ou a
minimizar as suas consequências e a maximizar o
desempenho da entidade na qual se insere; (IGAE,2017)
Etimologia da Palavra Inspecção
 De acordo com a etimologia a palavra tem origem no
grego inspectio.onis e no latim inspectiōne.

 Que significa examinar ou observar com atenção aos detalhes.


 O termo pode se referir a uma análise criteriosa feita com o
objectivo de encontrar problemas ou a um estudo técnico
detalhado.
Sinónimos da Palavra Inspecção
 Entre os diferentes significados de inspecção, os principais
sinónimos são:

 Averiguação
 Exame
 Análise
 Avaliação
 Vistoria
 Visita
 Supervisão
 Fiscalização
 Revista
Órgãos de Inspecção, Porquê existem?

 Para assegurar o exercício de funções de controlo interno e


externo;
 A nível da Função Pública, os órgãos de inspecção,
 Contribuem para o aperfeiçoamento constante da organização,
desempenho e disciplina dos serviços públicos;

 Exercem igualmente um papel imprescindível na disciplina e


consciencialização dos Funcionários Públicos e Agentes
administrativos do Estado, através da acção preventiva e
pedagógica, que desenvolve e transmite conhecimentos,
orientações e boas práticas de gestão ou administração da coisa
pública.
Conceito de Inspecção e Fiscalização

 No âmbito da Administração Pública, estes dois termos têm


muitas vezes, significados próximos;
 Inspecção
 é um exame sobre determinada matéria ou actos
administrativos praticados por qualquer funcionário ou agente
administrativo; “Se emitem recomendações para a melhoria”;
 “A acção ocorre antes da Fiscalização”.

 Fiscalização
 Tem principalmente o significado de controlo ou verificação da
conformidade ou não-conformidade com determinadas regras;
 Consiste em avaliar uma actividade se cumpre com as normas
em vigor;
Conceito de Inspecção e Fiscalização
 A nível da Administração Interna, no sistema Português,

 A inspecção deve servir-se como instrumento próprio


para suprir omissões e lacunas de informações,
esclarecer dúvidas ou apurar denúncias quanto à
legalidade, legitimidade de factos que ocorrem na
administração pública e,
 actos administrativos praticados por qualquer
responsável sob sua jurisdição.
Conceito de Auditoria

 Auditoria Financeira
Consiste na análise da legalidade e regularidade das
atividades, funções, operações ou gestão de
recursos, verificando se estão em conformidade com
a legislação em vigor.
Figura dos órgãos de inspecção e fiscalização

Coordena
dor

Auditor

Inspector Fiscal
Figura dos órgãos de inspecção e fiscalização

Auditor
Coordenador
Inspector
Coordenador

Fiscal
(Chefe de
Fiscalização)
Funções do Coordenador da Equipa de Inspecção

Elaborar Dirigir a
O Plano de Actividade
inspecção de inspecção
Atribuições dos órgãos de inspecção e fiscalização

 Atribuições do fiscal:
 Conhecimento dos tipos de transgressões administrativas e fiscalizar a
actividade do público (cidadãos) na sua circunscrição administrativa;
 Aplicar multas, …

 Atribuições do Inspector:
 Conhecimento e aplicação correcta da legislação, instrução de processos
disciplinares e elaboração de relatórios, emissão de pareceres técnicos
em matérias específicas, análise de processos da execução orçamental,…

 Atribuições do Auditor:
 Conhecimento e aplicação correcta da legislação e terminologia
adoptada em uma auditoria, análise e exame da matéria de
especialidade a auditar, com conhecimento da norma de referência;
Actividade de Inspecção

O Procedimento de Inspecção
Actividade de Inspecção

 Os dirigentes e funcionários das entidades inspeccionadas,


têm o dever de prestar todos os esclarecimentos, informações
e colaboração que lhes sejam solicitados pelos órgãos e
serviços de Inspecção;
 A violação dos deveres de informação e de cooperação para
com os órgãos e serviços de inspecção, faz incorrer o infractor
em responsabilidade disciplinar e criminal, nos termos da
legislação aplicável;
 Os órgãos e serviços de inspecção têm o dever de colaborar
entre si, de acordo com as respectivas atribuições e
competências legais, utilizando para tal os mecanismos que se
mostrem mais adequados;
Forma das acções Inspectivas

As acções inspectivas são ordinárias e extraordinárias,


podem assumir a forma de:
Auditoria, Inspecção, Inquérito, sindicância e averiguações;
São ordinárias as Acções de Inspecção que constam de planos
anuais elaborados pelo dirigente máximo do órgão ou
serviço inspectivo;
São extraordinárias as acções inspectivas determinadas por
Despacho do membro do Executivo responsável pelo órgão
ou serviço de inspecção, mediante proposta do Inspector
Geral ou do dirigente máximo deste órgão ou serviço;
Forma das acções Inspectivas

 Autonomia técnica
 Os dirigentes dos órgãos e serviços de inspecção e o pessoal
de inspecção, gozam de autonomia técnica no exercício das
tarefas de inspecção que lhes sejam confiadas;

 Medidas preventivas
 Quando seja detectada uma situação de grave lesão para o
interesse público, o dirigente máximo do órgão ou serviço de
inspecção pode determinar as providências previstas na
legislação sectorial aplicável, em cada caso, que se
justifiquem adequadas para prevenir ou eliminar tal situação;

Forma das acções Inspectivas

 Princípio do contraditório
 Os órgãos e serviços de inspecção devem conduzir as suas
intervenções com observância do princípio do
contraditório, salvo nos casos previstos na Lei;

 Conclusão do procedimento
 No final de cada acção inspectiva, o inspector responsável
pelo procedimento elabora um relatório final e submete-o a
decisão do dirigente máximo do órgão ou serviço de
inspecção, que o deve encaminhar para a homologação, ao
Ministro de tutela ou outra entidade hierárquica designada
em legislação específica;
Forma das acções Inspectivas

 Conclusão do procedimento
 Na sequencia da homologação ministerial sobre os seus
relatórios, os órgãos e serviços de inspecção asseguram o
respectivo encaminhamento para os membros do Executivo
com responsabilidade de superintendência, ou tutela sobre
as entidades inspeccionadas, bem como para o dirigente
máximo da entidade objecto de inspecção;

 No relatório final relativo a cada acção inspectiva, os órgãos e


serviços de inspecção podem emitir recomendações para a
melhoria das actividades das entidades objecto de inspecção,
a legislação que lhes seja aplicável e aos fins que prosseguem;
Forma das acções Inspectivas

 Conclusão do procedimento

 Os órgãos e serviços de inspecção participam as


entidades competentes, nomeadamente ao Ministério
Público, os factos com relevância para o exercício da
acção penal, quando existam e na sequencia da
homologação do relatório pelo Ministro de tutela;
Incompatibilidades e Impedimentos

Sessão da Tarde
Incompatibilidades e Impedimentos

Regime de incompatibilidades
e Impedimentos
Incompatibilidades e Impedimentos

 Encontram-se vedados ao pessoal de inspecção:

a) Efectuar quaisquer acções de natureza inspectiva ou disciplinar


em serviços, organismos e empresas onde tenham exercido
funções há menos de três anos ou onde as exerçam em regime
de acumulação;
b) Efectuar quaisquer acções de natureza inspectiva ou disciplinar
em serviços, organismos e empresas onde exerçam funções ou
prestem serviços a parentes seus ou afins, em qualquer grau da
linha recta, ou até ao terceiro grau da linha colateral;
c) Aceitar hospedagem onerosa ou gratuita em estabelecimento
que seja propriedade de titulares das entidades
inspeccionadas;
Incompatibilidades e Impedimentos

 O pessoal dos órgãos ou serviços de inspecção não pode aceitar para si


ou para terceiros, directa ou indirectamente, quaisquer presentes,
facilidades ou ofertas que possam por em causa a liberdade da sua
acção, a independência do seu juízo, e a credibilidade e autoridade da
Administração Pública.

 Sigilo profissional
 Para além da sujeição aos demais deveres inerentes ao exercício das
suas funções, os dirigentes, o pessoal de inspecção e todos aqueles
que com eles colaboram são obrigados a guardar sigilo sobre as
matérias de que tiverem conhecimento no exercício das suas funções,
ou por causa delas, não podendo divulgar ou utilizar em proveito
próprio ou alheio;
Incompatibilidades e Impedimentos

 O dever do sigilo profissional mantém-se após a


cessação das funções;

 A violação do sigilo profissional pode implicar a


aplicação de sanções disciplinares, determináveis em
função da sua gravidade, sem prejuízo da
responsabilidade civil ou criminal que dela possa
resultar;
Garantias do exercício da actividade de inspecção

Prerrogativas especiais

Meios de identificação
profissional

Porte de arma de defesa


pessoal
Garantias do exercício da actividade de inspecção

 No exercício das suas funções, os dirigentes dos órgãos e


serviços de inspecção e o pessoal de inspecção gozam das
seguintes prerrogativas:

i. Direito de acesso e livre-trânsito, nos termos da Lei, pelo


tempo e horário necessário ao desempenho das suas
funções, em todos os serviços e instalações das entidades
públicas e privadas, sujeitas ao exercício das suas
atribuições;
ii. Requisitar para exame, consulta e junção aos autos, livros,
documentos, registos, arquivos, e outros elementos
pertinentes em poder da entidade inspeccionada;
Garantias do exercício da actividade de inspecção

i. Realizar inspecções, com vista a obtenção de


elementos probatórios, sem dependência de
previa notificação;
ii. Promover nos termos da legislação aplicável, a
selagem de quaisquer instalações, bem como a
apreensão de documentos e objectos de prova
em poder da entidade inspeccionada;
Garantias do exercício da actividade de inspecção

i. Solicitar nos termos da legislação em vigor a


colaboração das autoridades policiais em casos de
recusa de acesso ou obstrução ao exercício da
acção de inspecção;
ii. Solicitar a adopção de medidas cautelares
necessárias e urgentes para assegurar os meios de
prova, quando tal resulte necessário,…
Garantias do exercício da actividade de inspecção

i. Ser considerado como autoridade pública para efeitos


de protecção criminal;

Meios de identificação profissional


ii. Os dirigentes dos órgãos e serviços de inspecção e o
pessoal de inspecção têm direito a cartão de
identificação profissional e de livre-trânsito próprio,
de modelo a aprovar por Despacho do Ministro
responsável pelo órgão ou serviço de inspecção, que
devem exibir no exercício das suas funções;
Garantias do exercício da actividade de inspecção

 Porte de arma de defesa pessoal

 Os titulares da função executiva, os


dirigentes e pessoal da carreira técnica de
inspecção, da Inspecção Geral da
Administração do Estado, têm direito a uso e
porte de arma de defesa pessoal, sem
dispensa da respectiva licença;

Organização Interna dos Órgãos de Inspecção

 Tipos de organização interna


 A organização interna dos órgãos e serviços de inspecção é
definida pelo Diploma orgânico próprio, ou do
Departamento Ministerial em que se integram;

 A organização interna dos órgãos de Inspecção, abrange as


áreas territoriais de inspecção, onde:
 O dirigente máximo pode definir áreas territoriais de
inspecção como objecto de alcançar e diversificar a
intervenção dos inspectores, assegurando uma melhor
distribuição, coordenação e qualidade do trabalho;
•Conclusão

 A inspecção e a fiscalização são conceitos


próximos, com significados diferentes no
âmbito da actuação dos órgãos de inspecção;

 o exercício da actividade de inspecção garante


como direitos especiais, o de livre-trânsito, nos
termos da Lei, em todos os serviços e
instalações das entidades públicas e privadas;
•Conclusão

 É proibido ao pessoal de inspecção, receber favores


ou qualquer dádiva da entidade inspeccionada;
 Antes de submeter o relatório final a decisão do
dirigente máximo do órgão, o responsável pela acção
inspecção, deve cumprir com o princípio do
contraditório;

 Os órgãos de inspecção, contribuem para o


aperfeiçoamento constante da organização,
desempenho e disciplina dos serviços públicos;
•Conclusão

 A segunda visita de inspecção a um órgão da


administração indirecta do Estado, nem sempre
representa uma acção de Inspecção;

 Os órgãos de Inspecção, nos termos da legislação


aplicável, podem propor a entidade máxima da
Província, quando necessário, o encerramento de
quaisquer instalações, bem como apreender
documentos e objectos de prova em poder da
entidade inspeccionada;
Muito Obrigado

 Instituto de Formação da Administração


Local ( IFAL )
Actividades (1)

 Na primeira visita a um órgão público (ou privado)


se exerce a acção de Fiscalização ou acção de
Inspecção? Justifique.

 A segunda visita a um órgão da administração


indirecta do Estado, representa uma acção de
Fiscalização ou uma acção de Inspecção?
Actividades (2)

 Quando uma entidade do órgão inspeccionado não


cooperar no fornecimento de dados importantes,
criando obstrução no andamento da acção
inspectiva. Que postura deve a equipa inspectiva
tomar?
 Obs: ( Entidade que exerça cargo de direcção e chefia ou apenas técnico?)

 Que forma de acção Inspectiva toma um auto de


vistoria?
 (Inspecção, auditoria, inquérito, sindicância ou averiguação?)
Actividades (3)
 Como diferenciar o pessoal dos serviços de inspecção e o
pessoal dos serviços de fiscalização? (no estatuto
remuneratório)?
 Um Inspector pode exercer as funções de Auditor? Em que
situações?

 Não são todos os Inspectores que podem exercer as funções


de Auditor Coordenador.

 Existem atribuições próprias da actividade de inspecção e


próprias da actividade de fiscalização. [… Instrução de processos
disciplinares, inquéritos, sindicâncias e outros,…]

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