Você está na página 1de 105

UC – GEOQUÍMICA

Tectônica de Placas e
geoquímica relacionada

Prof. Dr. Fábio Braz Machado


Atualmente acreditamos
que a litosfera terrestre
seja fragmentada em
cerca de 12 placas. Ainda
não existem um consenso
completo sobre como se
movem.
A Teoria da Tectônica de placas é considerada a base
da ciência geológica, sendo responsável por explicar:

1.Formação de montanhas;
2.Vulcanismo e terremotos;
3.Anomalias geoquímicas em oceanos;
4.Formação e expanção do assoalho oceânico;
5.Um variado tipos litogeoquímicos.
O origem da teoria ocorreu no início do século
XX, com as idéias visionárias e poucos
convencionais para a época do cientista Alfred
Wegener.
Wegener,
observando as
semelhanças dos
limites dos
continentes,
imaginou que,
todos eles ou
parte deles,
poderiam um dia,
terem estado
unidos, e
posteriormente se
separados.
A este supercontinente, Wegner denominou
Pangea.
Pan : Todo;
Gea: Terra.

E considerou que a fragmentação do Pangea teria


iniciado cerca de 220 milhões de anos atrás.
Pangéa
O Pangea teria iniciado sua fragmentação dividindo-
se em dois continentes, o setentrional denominado
Laurásia e o meridional chamado Gondwana
(proposto por Eduard Suess no século XIX).
Evidencias do Pangea
para Wegner

Presença de fósseis de Glossopteris (tipo de


giminosperma primitiva) em regiões da África e
Brasil, cujas ocorrências se correlacionam
perfeitamente, ao se juntarem os continentes.
Evidencias do Pangea
para Wegener

Evidencias de glaciação, há aproximadamente


300 Ma na região sudeste do Brasil, Sul da
África, Índia, Oeste da Austrália e Antártica.
Em 1915, Wegener
reuniu informações
para publicar o livro
“A origem dos
Continentes e
Oceanos”, onde
descrevia sobre a
teoria da deriva
continental.
No entanto, na época, Wegener não
conseguiu explicar como essas placas se
movimentavam, ou seja, qual era o motor que
mantinha a dinâmica do planeta.
Assim, a teoria não entrou em conformidade
no meio científico, ficando “esquecida” até os
anos 50.
Foi aí então que...

Já nos anos 50, o cientistas começaram a


descobrir que a chave para explicar a
dinâmica do planeta nas estava nas rochas
continentais, mais sim nos oceanos.
Desenvolvimento
dos Sonares
Com os sonares, foi possível traçar mapas
detalhados do fundo aceânico. Surgiram
cadeias de montanhas, fendas e fossas muito
profundas, mostrando um ambiente
totalmente diferente do que se pensava.
Estes trabalhos permitiram cartografar uma
enorme cadeia de montanhas submarinas,
denominadas de Dorsal ou Cadeia
Mesoatlântica, que constituíam um sistema
contínuo ao longo de toda a Terra,
estendendo-se por 84.000 km, com largura da
ordem de 1.000 km.
No eixo constatou-se a presença de vales de 1 a
3 km, associado a um sistema de rifte.

Rifte: é a designação dada em geologia às zonas do


globo onde a crosta terrestre, e a litosfera
associada, estão a sofrer uma fratura
acompanhada por um afastamento em direções
opostas .
No início de 1960s, Harry Hess e Robert Dietz
proposueram que nessas dorsais existe a
formação de um novo fundo oceânico pela
formação de uma nova crosta quente.
Com o aperfeiçoamento da Geocronologia, as
datações contribuíram para o
estabelecimento do padrão de idades, nas
quais as rochas mais distantes da zona de
riftes eram mais tardias que aquelas mais
próximas.
Assim, a continuidade deste processo
produziria portanto, a expansão do assoalho
oceânico.
Esses lugares na crosta terrestre recebe o
nome de “Zona de Construção de Placas”.
Entre 1965 até 1970 foram uma “avalanche”
de artigos correlacionando eventos vulcânicos
e terremotos com o que seria o limite das
placas. A maior evidência o “Círculo do Fogo
do Pacífico”.
A litosfera possui espessuras variadas, com
uma média próxima de a 100 km.
É compartimentada por falhas e fraturas
profundas que limita a Placa Tectônica.
O estado mais plástico da Astenosfera permite
que a Litosfera deslize sobre ela, sobre efeito
das correntes de convecção.
Tipos de Limites:

Limites Divergentes: Marcados pelas dorsais


mesoatlânticas, onde as placas tectônicas
afastam-se uma da outra, com a formação de
nova crosta oceânica.
~120 ma

Brasil África
Placa Africana
laca Sul-Americana

África
Brasil
• Tipos de Limites:

– Limites Convergentes: Onde as placas


tectônicas colidem, com a mais densa
mergulhando sobre a outra, gerando uma
zona de intenso magmatismo a partir de
processos de fusão parcial da crosta que
mergulhou.
Placa Sul-Americana
Placa de Nazca
• Tipos de Limites:

– Limites Conservativos: As placas deslizam


lateralmente uma em relação a outra, sem
destruição ou geração de crosta, ao longo de
fraturas denominadas falhas transformantes
(quando no oceano) ou transcorrente (quando
no continente). Ex.: Falha de San Andreas.
Relação e composição geoquímica
das Placas Tectônicas
Já estudamos que o Planeta Terra esta
reologicamente dividido em domínios concêntricos
maiores, sendo o externo constituído pela Litosfera.

A parte superior da Litosfera é denominada de


crosta.
A crosta é constituída por rochas granulíticas (crosta
continetal) e rochas oceânicas (crosta oceância).
A crosta continental é muito mais antiga,
chegando proximo de 4.0 bilhões de anos.
Em geral sua espessura é da ordem de 30 km,
se adelgaçando à medida que se aproxima da
zona de transição com a crosta oceânica.
Ainda, sua composição geoquímica é bem
heterogênea.
Já a crosta oceânica é mais nova, homogênea,
cobertas por finas camadas de sedimentos
(sedimentos pelágicos), com espessura não
maior que 10 km, afinando a medida que se
aproxima das dorsais.
Colisão entre placas
O choque entre placas litosféricas pode envolver
crosta oceânica com crosta oceânica, crosta
continental com crosta oceânica ou crosta
continental com crosta continental.
oceânica com oceânica
Quando placas oceânicas colidem, a placa
mais antiga, mais fria e mais espessa mergulha
sob a outra placa, em direção ao manto,
carregando consigo parte dos sedimentos
acumulados sobre ela.
O processo produz intensa atividade ígnea,
gerando “Arcos de Iha” que distância em até
400 km da zona de subducção, na forma de
arquipélagos, como as ilhas do Japão.
Na zona de subducção forma-se uma fossa
que mais próximo será dos arcos de ilha
quanto maior for o ângulo mergulho
continental
continental com oceânica
A colisão de uma placa continental com uma
placa oceânica provocará a subducção desta
ultima, provocando a formação de um Arco
Magmático na borda do continente,
caracterizado por rochas vulcânicas.
As feições geográficas originadas são
cordilheiras de proporções continentais
(Andes, Rochosas)
placa continental com placa
continental
O choque entre placas continetais prova a
subducção daquele que possui a participação
da crosta oceânica. Como exemplo, temos a
Placa Indiana.
Este processo não gera magmatismo
expressivo, mas gera intenso metamorfismo.
Placa da Indiana Placa Eurasiana
Tipos de margens Continentais
Como consequência da dinâmica da Tectônica
de placas, em nível global, são definidos dois
tipos de margens:

Margens Continentais Ativas: Situadas nos limites


convergentes de placas tectônicas, onde ocorrem
zonas de subducção e falhas transformantes. São
responsáveis pelo surgimento de cadeias de
montanhas (chamadas orogêneses)
Margens Continentais Passivas: Desenvolvem-se
durante o processo de formação de novas bacias
oceânicas quando da fragmentação de
continentes. Este processo é denominado de
rifteamento.
Fundo oceânico como um gravador
magnético
Rochas oceânicas, tipo basalto, contêm maior
quantidade de magnetita (Fe3O4) que as
crustais, algo entre 5% até 20%.

Isso provoca a formação de um campo


magnético que pode ser mapeado pelos
navios com detectores de campo magnético.
Com o aperfeiçoamento das técnicas de
geofísica, foi observado que próximo a essas
dorsais, ocorria uma alto fluxo térmico.
Sendo assim, foi proposto por Harry Hess, em
1960, a existência das “Correntes de
Convecção”.
 Dois modelos:

Duas camadas (a) – limite


descontinuidade de 670 km
(limite da Zona de Benioff)

Uma camada (b) – limite


núcleo externo
https://www.youtube.com/watch?
v=ryrXAGY1dmE
Origem e importância das ondas
sísmicas.
• Nesses limites, com um movimento lento, de
ordem de alguns centímetros por ano, tensões
vão se acumulando em vários pontos,
principalmente perto de suas bordas.

• Essas tensões podem ser compressivas ou


distensivas.

Fábio Machado
• Quando compressiva essas tensões atingem o
limite de resistência das rochas, ocorre uma
ruptura (terremoto).

Fábio Machado
Fábio Machado
Existem dois tipos de ondas:

-longitudinais P, onde as partículas


do meio vibram paralelamente à
direção de propagação.

-Transversais S, onde as vibrações


das partículas são perpendiculares à
direção de propagação da onda.

Fábio Machado
P s

Fábio Machado
• Numa onda sísmica há transmissão não
apenas de vibração das partículas do meio,
mas também de deformações do meio.

• As ondas P promovem dilatação/compressão,


enquanto as ondas S promovem deformações
tangenciais.

Fábio Machado
Ondas P

Fábio Machado
Ondas S

Fábio Machado
Importante
• As ondas P possuem uma velocidade de
propagação maior que aquelas das ondas S,
por isso os nomes.

• As ondas P se propagam no ar (som) e na


água, as ondas S apenas nos sólidos.

Fábio Machado
• Além das ondas internas S e P, existem
também aquelas de propagação superficial:

Fábio Machado
A onda Rayleigh é uma
combinação de vibrações P
e S contidas no plano
vertical.

Já as ondas Love
correspondem a
superposição das ondas S
com vibrações horizontais
concentradas nas camadas
mais externas da Terra.

Fábio Machado
Fábio Machado
Fábio Machado
Fábio Machado
Fábio Machado
Ondas S

Ondas P

Fábio Machado
• As camadas internas da Terra exibem
diferentes densidades, que podem ser
calculadas de acordo com as velocidades de
propagação das ondas.
k – Coeficiente de
elasticidade;

u – coeficiente de rigidez
Características Físicas
Dados sísmicos:

3 descontinuidades no manto superior:


Moho – entre 3 (oceanos) e 80 km
(continentes) – crosta x manto superior
400 km e 670 km – mudanças nas
estruturas das fases cristalinas – aumento
nas velocidades das ondas sísmicas (Vs).
400 km = olivina  para espinélio
670 km (Zona de Beioff)= espinélio 
perovskita
670
 Olivina: (Mg, Fe)2 SiO4 (nesossilicato)
Perovskita: (Mg, Fe) SiO3 (cúbico)
Espinélio: (Mg,Fe) O (cúbico)
Leitura
Capítulo 2 do livro: Para Entender a Terra.

Você também pode gostar