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A LITERATURA Professora

Letícia Coleone Pires


“Não há povo e não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a
possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de
fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é
capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos
de entrega ao universo fabulado. O sonho assegura durante o sono a
presença indispensável deste universo, independentemente da nossa
vontade. E durante a vigília a criação ficcional ou poética, que é a
mola da literatura em todos os seus níveis e modalidades, está
presente em cada um de nós, analfabeto ou erudito, como anedota,
causo, história em .quadrinhos, noticiário policial, canção popular,
samba carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso ou
econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de televisão ou
na leitura seguida de um romance.” (Antonio Candido)

“A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na


medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a
natureza, a sociedade, o semelhante.” (Antonio Candido)
MARIO VARGAS
LLOSA
• É pela linguagem que comunicamos nossos
sentimentos, ações e necessidades. Também é pela
linguagem que conversamos com nós mesmos e
entendemos nossos problemas.

• Literatura é linguagem a serviço da invenção e do


prazer. Um texto de Psicologia estuda sentimentos,
um texto de História estuda ações ocorridas noutra
época, um texto de Política estuda certas realidades
sociais. Cada disciplina, cada ciência estuda uma
parte do viver humano. Mas é o Homem por inteiro
que a Literatura quer mostrar.
FUNÇÕES DO TEXTO
LITERÁRIO
• A literatura nos faz sonhar e diverte;

• A literatura provoca nossa reflexão;

• A literatura ajuda a construir nossa identidade;

• A literatura nos ensina a viver;

• A literatura denuncia a realidade.


A SUBSTÂNCIA
• Sua matéria prima é a palavra.

•Porém, nem tudo que usa a palavra é literatura.

•Para que um texto seja literário a intenção do emissor deve


estar voltada para a própria mensagem, fazendo uso de certos
recursos de linguagem.

•“Literatura é a linguagem carregada de significado. Grande


literatura é simplesmente a linguagem carregada de significado
até o máximo grau possível.” (Ezra Pound, poeta americano).
LINGUAGEM
LITERÁRIA X
LINGUAGEM
UTILITÁRIA
Textos utilitários: empregam a linguagem com a intenção de
transmitir uma informação: bulas de remédio, livros didáticos, placas
de trânsito, verbetes de enciclopédia. O essencial é o que dizer.
- Predominância do sentido denotativo

Textos literários: são aqueles em que a linguagem é utilizada


também para provocar prazer, reflexão, comoção, identificação,
espanto, questionamento nas pessoas que os leem ou ouvem. A
preocupação é o modo de dizer.
- Predominância do sentido conotativo
• O poeta e estudioso francês Paul Valéry
propunha uma regra para distinguir o texto
literário do utilitário. Para ele, bastaria
resumir o texto: se o resumo mantivesse as
características essenciais do texto original,
ele seria utilitário; se o resumo excluísse o
essencial, ele seria literário.
“Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo,
mestres e companheiros, numa palavra, opressores e oprimidos,
sempre estiveram em constante oposição uns aos outros,
envolvidos numa luta ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta,
que terminou sempre ou com uma transformação
revolucionária de toda a sociedade, ou com o declínio comum
das classes em luta.” (Karl Marx, Friedrich Engels. Manifesto
do Partido Comunista)

Resumo: A luta de classes, sempre presente na História,


acabou tradicionalmente ou com uma revolução ou com a
decadência dessas classes antagônicas.

 Embora menos detalhado que o original o resumo mantém as


ideias mais importantes do fragmento de Marx e Engels. Trata-
se, portanto, de um texto utilitário.
“(...) um mal, que mata e não se vê;
que dias há que n’alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como e dói não sei por quê.” (trecho de um soneto de Luís de
Camões)

Resumo: O poema quer dizer que o amor é um sentimento do qual pouco se


sabe, daí a dificuldade de defini-lo. Entretanto, sabe-se que ele causa dor
naquele que o experimenta.

 Embora tecnicamente bem feito, o resumo exclui uma boa parte da


capacidade que o texto camoniano tem de provocar satisfação em quem o lê.
Por isso, esse poema é um texto de linguagem literária; o conteúdo da
mensagem é tão importante quanto a maneira de transmiti-la.
Toda obra literária
precisa ser considerada
sob dois aspectos: a
forma e o conteúdo.

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