Economia | Cursos Profissionais

Elsa Silva

Módulo 5
O Estado e a atividade económica

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O Estado e a atividade económica

Estado – noção e funções

O Estado é uma estrutura organizada,

reconhecida por todos os membros,
dotada de força coerciva, capaz de
garantir a vida em sociedade, ditando leis
e regras que todos devem seguir,
salvaguardando assim os interesses de
todos os membros da coletividade e
defendendo os indivíduos uns dos outros.

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Estado – noção e funções

Elementos do Estado Funções do Estado

•o povo, ou seja, um conjunto de pessoas •legislativa, ou seja, a elaboração das leis

ligadas entre si por laços de nacionalidade; que regulam a vida da comunidade;

•o território, isto é, um espaço geográfico •executiva, ou seja, de execução das leis,

onde o Estado exerce o seu poder e inclui o que deriva da necessidade de cumprir e
solo, o subsolo, o espaço aéreo e o espaço fazer cumprir as leis;
marítimo;

•judicial, cabendo ao Estado a intervenção

•a soberania, ou seja, o poder político em matéria de resolução de conflitos.
inerente ao Estado.

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Estado – noção e funções

Órgãos de Soberania

o Presidente da República

a Assembleia da República

o Governo

os Tribunais

Atividade pág. 9

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Estado – noção e funções

Esferas de intervenção do Estado

• Política: na sua ação diretiva, o Estado criou

diversos mecanismos com vista ao controlo da
execução das leis e das medidas adotadas.

• Social: com vista a garantir o bem-estar de toda

a população, em especial dos mais
carenciados, o Estado põe em marcha um
conjunto de medidas de natureza social.

• Económica: o Estado pode ainda intervir na

economia com vista à sua estabilização e a
garantir o seu bom funcionamento,
regulamentando a atividade económica ou
assegurando o crescimento económico.

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Objetivos da intervenção do Estado

Os mercados, especialmente os
mercados competitivos, constituem
promover a eficiência
uma resposta adequada para o
funcionamento da economia, mas isso
promover a equidade
nem sempre acontece, sendo
necessária a intervenção do Estado.
promover a estabilidade

Atividade pág. 11

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Eficiência

Garantir a afetação eficiente dos recursos da As falhas de mercado estão

economia. associadas à existência de:

•externalidades;

Nem sempre o mecanismo de mercado

•imperfeições na concorrência;
funciona como a solução mais eficiente, pois
podem gerar-se ineficiências ou desperdícios,
•bens públicos.
que se designam por falhas de mercado.

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Externalidades Quando ocorrem externalidades negativas,

Entende-se por externalidade o efeito que a ação, de
consumo ou de produção, de um agente económico
provoca sobre o bem-estar de outros, não estando esse
efeito refletido no sistema de preços.
a intervenção do Estado desenvolve-se no
sentido de desincentivar a produção ou o
consumo do bem em causa, de forma a
minimizar os seus efeitos, fazendo refletir
o seu custo social no preço do bem, por
exemplo, através da aplicação de um
imposto.

Externalidade positiva Externalidade negativa Tratando-se de externalidades positivas, a

ação do Estado irá orientar-se no sentido
Quando a ação de alguns Quando a ação de alguns
agentes económicos pro- agentes económicos pro- de incentivar a sua oferta ou o seu
voca um efeito positivo voca um efeito negativo consumo, por exemplo, através da
sobre os restantes sobre os restantes
agentes económicos. agentes económicos. atribuição de subsídios.

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Imperfeições na concorrência

Alguns mercados caraterizam-se pela

Estas situações traduzem-se numa afetação
existência de uma só empresa a operar no
ineficiente dos recursos da economia,
mercado, não havendo assim concorrência.
justificando a intervenção estatal.

Nestes mercados de monopólio, os preços

Assim, o Estado deve intervir de forma a repor
praticados são mais elevados do que seriam
a concorrência ou a evitar a concentração,
num mercado competitivo, podendo ainda as
promulgando leis antimonopólio (antitrust) e
quantidades do bem que o monopolista oferece
limitando assim o poder do monopólio ou
no mercado ser menores do que numa
evitando a sua formação.
situação de mercado competitivo.

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Bens públicos

Caraterísticas dos bens públicos

•não rivalidade: significa que o uso que

Bens públicos são aqueles de que
alguém faz desse bem não impede
podem usufruir várias pessoas sem
outros de o utilizarem;
que se possa impedir alguém de os
utilizar.
•não excluibilidade: significa que não se
pode impedir o acesso de qualquer

Exemplos de bens públicos pessoa a esse bem.

a defesa nacional ou a iluminação

pública.

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Equidade
A intervenção do Estado pode
assumir as formas de:
A repartição primária do rendimento pode gerar
desigualdades económicas e sociais. •aplicação de impostos progressivos,
incidindo taxas de imposto mais
Esta situação constitui um dos fundamentos para a elevadas à medida que o rendimento
intervenção do Estado na repartição do rendimento. aumenta;

•atribuição de subsídios,
A intervenção do Estado orienta-se no sentido de efetuar
especialmente aos mais carenciados;
uma redistribuição do rendimento (repartição secundária),
com base em princípios de justiça social, de forma a
•provisão de bens de mérito (ou
promover a equidade e garantir a todos os cidadãos um
primários).
nível de bem-estar adequado.

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Objetivos da intervenção económica e social do Estado

Estabilidade

As economias não permanecem inalteráveis ao longo O Estado pode intervir como

dos tempos. Em alguns períodos verifica-se um estabilizador macroeconómico, imple-
crescimento da produção e do emprego, noutros mentando medidas de combate ao
períodos verificamos desemprego, descida do nível desemprego ou à inflação e medidas de
de vida, eventual quebra de produção e um conjunto criação de emprego ou de equilíbrio das
de perturbações sociais. contas externas.

Estas situações constituem o fundamento para a

intervenção do Estado na economia, de forma a
prevenir situações de instabilidade ou a minimizar os
seus efeitos sobre a vida económica e social, isto é, a
garantir a estabilidade. Atividade pág. 15

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Instrumentos de intervenção do Estado

Planeamento económico

•planeamento imperativo: quando a sua aplicação assume um caráter obrigatório para

todos os agentes económicos;

•planeamento imperativo: quando assume um caráter de orientação para o setor público

e de estímulo para o setor privado.

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Instrumentos de intervenção do estado

Tipos de políticas económicas e sociais

Políticas económicas e sociais

•políticas conjunturais: são políticas de curto

prazo e que se destinam a corrigir desequilíbrios
As políticas económicas e sociais constituem
que se vão gerando na economia, como o
instrumentos de ação utilizados pelo Estado com
desemprego, a inflação ou o desequilíbrio das
vista a atingir os resultados considerados
contas externas
desejáveis nos domínios sociais e económicos.

•políticas estruturais: são políticas de médio e

Elementos das políticas económicas e sociais longo prazos e que se destinam a alterar as
condições de funcionamento da economia, de
as finalidades forma a corrigir falhas de mercado e promover o
os objetivos crescimento económico.
os instrumentos

Atividade pág. 17

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Orçamento do Estado

O Orçamento do Estado é um
o Orçamento do Estado constitui
documento escrito, apresentado sob
um instrumento de concretização
a forma de lei, proposto pelo Governo
das finalidades da intervenção do
à Assembleia da República e no qual
Estado na economia: de promoção
se preveem as receitas a cobrar e as
da estabilidade, da equidade e da
despesas a efetuar para o horizonte
eficiência.
temporal de um ano.

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Receitas públicas

Classificação das receitas públicas de acordo com o

Orçamento do Estado

Receitas correntes Receitas de capital

Derivam de rendimentos criados no período Correspondem às receitas que podem não se

de vigência do OE e que se prevê que se repetir noutros anos; é o caso das receitas

voltem a repetir noutros anos; é o caso das provenientes das privatizações ou da

receitas dos impostos, taxas e multas. contração de empréstimos.

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Receitas públicas

Classificação dos impostos

Impostos diretos
Impostos indiretos

Incidem sobre os bens e serviços

Incidem diretamente sobre os rendimentos ou
transacionados no mercado.
o património dos agentes económicos.

Exemplos: IVA e ISV.

Exemplos: IRS e IRC.

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Despesas públicas

Classificação das despesas públicas de acordo com o

Orçamento do Estado

Despesas correntes
Despesas de capital
Correspondem aos encargos permanentes
Correspondem aos encargos assumidos pelo
do
Estado num determinado ano, mas cujos
Estado no desempenho das suas funções
efeitos se prevê que possam prolongar-se em
num determinado ano.
anos seguintes.

Exemplos Exemplos

Pagamento dos vencimentos dos Construção de pontes e estradas, aquisição

funcionários públicos, pensões de reforma e de capital fixo ou pagamento decorrente da

invalidez ou aquisição de bens não amortização de empréstimos.

duradouros.

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Atividade pág. 21

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Saldos orçamentais

• saldo deficitário ou défice

orçamental, quando o valor das Tipos de saldo orçamental
receitas públicas é inferior ao valor
•Saldo Orçamental Corrente/Capital, definido como a
das despesas públicas;
diferença entre o valor das receitas correntes/de capital
e o valor das despesas correntes/de capital;
• saldo superavitário ou superavit
•Saldo Orçamental Global ou Efetivo, que corresponde à
orçamental, quando o valor das
diferença entre o total de receitas e o total das
receitas públicas é superior ao
despesas;
valor das despesas públicas;
•Saldo Orçamental Primário, que se obtém a partir do
• saldo nulo, quando o valor das saldo global, ao qual se deduz a despesa relativa a
receitas é igual ao valor das juros e outros encargos da dívida pública.
despesas públicas.

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Significado do saldo orçamental

Ao nível das receitas

Ao nível das despesas
Através da cobrança de impostos,
O Estado pode atuar quer na esfera
nomeadamente de impostos diretos, o
económica quer na social.
Estado interfere na repartição dos
rendimentos, efetuando um nivelamento, e
O aumento das despesas do Estado
na capacidade de consumo e de
traduz-se geralmente num impacto
poupança dos agentes económicos.
positivo para os agentes económicos e
Os impostos indiretos, ao recaírem sobre
para a atividade económica, pois permite
os bens e os serviços transacionados
estimular o crescimento da economia,
no mercado, podem estimular ou retrair o
gerando mais emprego e mais
consumo e igualmente a produção e a
rendimento.
oferta.

Atividade pág. 23
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Políticas económicas e sociais

Política Orçamental

Estabilização da
Satisfação das Redistribuição do
economia
necessidades da rendimento
coletividade com vista a corrigir as
Através da manipulação
uma vez que cabe ao desigualdades provocadas
das receitas ou das
Estado assegurar a pela repartição do
despesas, o Estado pode
satisfação de neces- rendimento efetuada pelo
estabilizar a atividade
sidades que, pela sua mercado.
económica e promover o
natureza, não podem ser Através do OE, o Estado
crescimento económico,
oferecidas pela iniciativa pode efetuar uma
sem fazer disparar a
privada. É o caso da redistribuição dos rendi-
inflação.
educação ou da justiça. mentos.

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Políticas económicas e sociais
Através da subida ou da descida da taxa
que incide sobre os impostos, diretos ou
indiretos, o Estado influencia toda a
economia.
Por exemplo, mantendo-se tudo o resto
constante, o aumento da taxa
impostos diretos provoca uma redução do
rendimento disponível das famílias e um
abrandamento do consumo privado. Trata-
se, neste caso, de uma política fiscal
contracionista.
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Política fiscal
No caso de se tratar de uma redução da
taxa dos impostos diretos, mantendo-se
tudo o resto constante, irá provocar um
aumento do rendimento disponível das
dos famílias e uma aceleração do consumo
privado. Neste caso, trata-se de uma
política fiscal expansionista, sendo o seu
principal objetivo estimular a atividade
económica.
Atividade pág. 25
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Políticas económicas e sociais

Política monetária

Instrumentos da política monetária

O objetivo principal de qualquer política monetária •o enquadramento do crédito;

é garantir a estabilidade dos preços, como forma
•as operações de mercado aberto;
de assegurar o crescimento económico e o
•as reservas obrigatórias.
emprego.

Pretende-se através da política monetária atuar
sobre o crescimento da massa monetária em
circulação, o qual, sendo maior do que o
crescimento do volume da produção, pode causar
a subida dos preços dos bens e serviços.
É de salientar que, com a adesão de Portugal
à UEM, a política monetária de caráter
exclusivamente nacional deixou de existir,
vigorando a política monetária única, definida
pelas autoridades monetárias da área do
euro.

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Políticas económicas e sociais

Política de rendimentos

A política de rendimentos procura controlar

A política de rendimentos tem como principal
estes dois fatores, os salários e os preços,
objetivo garantir a estabilidade dos preços e,
permitindo a promoção de um clima de
ao mesmo tempo, promover o crescimento
estabilidade que permita o crescimento do
do emprego.
investimento e do emprego.

A política de rendimentos pressupõe que instituições

patronais e sindicais se sentem à mesa das
negociações e concertem estratégias, formando o que
se designa por Concertação Social.

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Políticas económicas e sociais

Política de redistribuição dos rendimentos

• carga fiscal;
De forma a promover a equidade, o
• fixação do salário mínimo;
Estado põe em marcha uma política de
redistribuição dos rendimentos, utilizando • fixação de preços;
fundamentalmente os seguintes
• sistemas de Segurança Social.
instrumentos:

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