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AS VANGUARDAS EUROPEIAS

O nascimento do mundo,
de Salvador Dali
VANGUARDAS EUROPEIAS

Expressionismo
Futurismo
Cubismo
Dadaísmo
As vanguardas
Surrealismo
vão dar origem
à Arte Moderna
Expressionismo

O grito (1893), de Edward Munch.

Puberdade (1894), de Edward Munch.


 Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao
amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria
humana, à prostituição. Deforma-se a figura,
para ressaltar o sentimento
Expressionismo

Campo de trigo com corvos (1890), de Vincent Van Gogh.


Expressionismo

Vaso com doze girassóis (1888)

O escolar (1888)
Expressionismo
Na literatura:

 linguagem fragmentada, frases nominais;

 despreocupação quanto à organização do texto em estrofes, ao emprego de rimas ou à


musicalidade;

 combate à fome, à inércia e aos valores do mundo burguês.


Fragmento de poema expressionista (tradução):

Soam ventoinhas em nuvens perdidas


Os livros são bruxas. Povos desconexos.
A alma reduz-se a mínimos complexos

A arte está morta. As horas reduzidas.

O meu tempo, de Wilkleim Klem


Cubismo

La Guernica (1937), de Pablo Picasso


Les Demoiselles d'Avignon (1907), de Pablo Picasso
A mulher chorando (1937), de Pablo Picasso
Cubismo

Na literatura, os artistas cubistas preocuparam-se com a


construção do texto e ressaltaram a disposição gráfica do
poema. Com isso, os espaços em branco da folha de papel
passaram a ter importância. Além disso, o cubismo
caracterizou-se por apresentar uma linguagem bem humorada,
cheia de inversões e elipses, na qual os substantivos são
dispostos de forma aparentemente anárquica e o verbo, os
adjetivos e a pontuação são desprezados.
Cubismo

O poeta francês Guillaume


Apollinaire é o principal repre-
sentante do Cubismo na literatura.
Depois de sua morte, foi publicado
Caligrammes, poèmes de la paix et
de la guerre (1913-1916), uma
coletânea de poemas concretos
produzidos durante a primeira guerra
mundial.
Il pleut des voix de femmes comme si elles étaient mortes même
dans le souvenir
C'est vous aussi qu'il pleut merveilleuses encontres de ma vie ô
gouttelettes
Et ces nuages cabrés se prennent à hennir tout un univers de
villes auriculaires
Écoute s'il pleut tandis que le regret et le dédain leurent une
ancienne musique
Ecoute tomber les liens qui te retiennent en haut et en bas

Chove (Apollinaire)

Chovem as vozes das mulheres como se elas


estivessem mortas mesmo na lembrança
É você também que chove gotículas de
maravilhosos encontros de minha vida
E essas nuvens turbulentas se põem a relinchar
todo um universo de cidades auricular
Escuta se chove enquanto pesar e desprezo
Leurent uma música antiga
Olhe para baixo as ligações que mantêm você
subir e descer
reconheça
essa adorável pessoa é você

sem o grande chapéu de palha

olho
nariz
boca

aqui o oval do seu rosto

seu  lindo  pescoço

                             um pouco
                             mais abaixo
                             é seu coração
                                           que bate

aqui enfim
a imperfeita imagem
de seu busto adorado
visto como
se através de uma nuvem
Cubismo
Hípica
(Oswald de Andrade)

Saltos records
poema de influência
Cavalos da Penha cubista com a
presença de
Correm jóqueis de Higienópolis elementos como a
fragmentação da
Os magnatas realidade, a
predominância de
As meninas
substantivos e
E a orquestra toca flashes
cinematográficos.
Chá
Na sala de cocktails
Futurismo
Futurismo
cão na coleira, de giacomo balla,
1912
MANIFESTO
FUTURISTA (Publicado em 20 de
Fevereiro de 1909, no “Le Figaro”)
 1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia
e da temeridade.
 2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos
essenciais de nossa poesia.
 3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o
êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo,
a insónia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e
o soco.
 4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo se
enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um
automóvel de corrida com o seu cofre enfeitado com tubos
grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo… um
automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais
bonito que a Vitória de Samotrácia.
 5. Nós queremos glorificar o homem que segura o volante,
cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa
corrida sobre o circuito da sua órbita.
 6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, esforço e
liberdade, para aumentar o entusiástico fervor dos
elementos primordiais.
 7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra
que não tenha um carácter agressivo pode ser uma obra-
prima. A poesia deve ser concebida como um violento
assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a
prostrar-se diante do homem.
 8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos!… Por
que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar
as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço
morreram ontem. Já estamos vivendo no absoluto, pois já
criamos a eterna velocidade omnipotente.
 9. Queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo
–, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos
libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o
desprezo pela mulher.
 10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as
academias de toda a natureza, e combater o moralismo, o
feminismo e toda a vileza oportunista e utilitária.
 11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho,
pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés
multicores e polifónicas das revoluções nas capitais modernas;
cantaremos o vibrante fervor nocturno dos arsenais e dos
estaleiros incendiados por violentas lutas eléctricas; as
estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam;
as fábricas penduradas nas nuvens pelos fios contorcidos de
suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes
que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas;
os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as
locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como
enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante
dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e
parece aplaudir como uma multidão entusiasta.
Dadaismo(1916-Tristan Tzara)

 Dada: abolir a lógica, a organização, o olhar racional dando à


arteum caráter de espontaneidade total
 Dadá não significa nada
 “ A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a
beleza está morta”
 Uso do Ready made
Dadaísmo
Na literatura:

 Agressividade;
 improvisação;
 desordem;
 rejeição a qualquer tipo de racionalização e equilíbrio;
 livre associação de palavras (técnica de escrita automática, que
mais tarde seria aproveitada pelo Surrealismo);
 invenção de palavras com base na exploração apenas de sua
sonoridade.
Dada

A técnica do ready-made consiste em


transformar em obra de arte objetos do
cotidiano, satirizando o mito
mercantilista do capitalismo. Essa
técnica deu origem à Arte Pop.

Roda de bicicleta
Marcel Duchamp (1913)

La Gioconda con bigotes (1919)


Dadaísmo
“Receita" para se fazer um poema dadaísta segundo Tristan Tzara:

Para fazer um poema dada

Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo
e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa,
ainda que incompreendido do público.
Dadaísmo
Veja um exemplo de poema dessa proposta

Die Schlacht (A batalha), de Ludwig Kassak

Berr... bum, bumbum, bum...


Ssi... Bum, papapa bum, bumm
Zazzau... Dum, bum, bumbumbum
Prä, prä, prä... Ra, hä-hä, aa...
Harol...
Surrealismo
Surrealismo
Surrealismo
Surrealismo

No Brasil, vários escritores foram Pré-História


influenciados pelas ideias
Murilo Mendes
surrealistas, tais como Mário de
Andrade, Oswald de Andrade, Mamãe vestida de rendas
Murilo Mendes e Jorge de Lima. Tocava piano no caos
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
No poema ao lado de Murilo Equilibrou-se no azul,
Mendes, pode-se perceber algumas De tonta não mais olhou
características do Surrealismo, como Para mim, para ninguém!
o ilogismo, o absurdo, as imagens Cai no álbum de retratos.
surpreendentes, a atmosfera
onírica.
Renée Magrite

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