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Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

UNILESTE

Teoria de Estruturas I
- Estruturas isostáticas –

Prof. Marcelo Lopes Martins Borges

15/agosto/2017

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Vigas
Um dos elementos mais comuns encontrados em estruturas.

Quando uma viga é carregada perpendicularmente ao seu eixo longitudinal,


forças internas – cortante e momento – desenvolvem-se para transmitir as
cargas aplicadas para os apoios.

Se as extremidades da viga são restritas longitudinalmente por seus apoios ou


se atua um carregamento obliquo, uma força axial também pode se
desenvolver.

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Vigas

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Vigas
Para projetar uma viga, deve-se construir os diagramas de cortante e
momento para determinar o local e a magnitude dos valores máximos dessas
solicitações.

Para vigas longas, as dimensões da seção transversal são determinadas pela


magnitude do momento máximo no vão. Em seguida, verifica-se se as tensões
de cisalhamento no ponto de cortante máximo são iguais ou menores do que
a resistência ao cisalhamento permitida pelo material.

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Vigas
Por fim, as deflexões produzidas pelas cargas de serviço devem ser verificadas
para garantir que a peça tenha rigidez adequada. Os limites de deflexão são
definidos pelos códigos estruturais (normas técnicas).

Para vigas curtas e pesadamente pesadas, as dimensões da seção transversal


são controladas pelos requisitos de cortante.

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Vigas
As vigas são classificadas pela maneira com que são apoiadas. Os casos mais
gerais de vigas isostáticas são:

• Biapoiada;
• Engastada e livre;
• Biapoiada com balanço;
• Inclinada;
• Gerber.

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Viga Biapoiada
Carga concentrada Carga uniformemente
distribuída

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Viga Biapoiada
Carga distribuída triangular

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Viga Biapoiada
Carga momento

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Viga Biapoiada com Balanços

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Viga Engastada e Livre

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Viga Inclinada

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Viga Gerber

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Vigas
Convenção de sinais
Em uma barra horizontal:
 a força cortante Q será considerada positiva se atuar

para cima à esquerda da seção S, ou se atuar para baixo à direita da seção S.


 o momento fletor será positivo quando tracionar as fibras inferiores.
 a força normal será positiva quando atuam para fora da seção S (forças de
tração), e será negativa quando atuam para dentro da seção S (forças de
compressão).

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Vigas
Convenção de sinais

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Vigas Gerber
As vigas Gerber recebem este nome em homenagem a Heinrich Gerber
(1832-1912).

Elas surgiram por duas razões:


 estruturais: permitir deformações, evitando o surgimento de esforços
internos devidos a recalques diferenciais nos apoios;
 construtivas: permitir o lançamento de vigas pré-moldadas em vãos sobre
leitos de rio ou de difícil acesso.

Outras razões:
 reduz as forças horizontais nos pilares devido a variações de temperatura;
 reduz o volume de material para escoramento.

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Vigas Gerber
Como exemplo, seja construir uma ponte de concreto que deverá se apoiar
sobre os pilares A, B, C e D, escolhendo uma das duas soluções indicadas nas
figuras a seguir.

Solução 1: para a execução da estrutura da ponte será necessário escorar


simultaneamente todo o volume compreendido sob o tabuleiro, podendo
tornar-se difícil e perigoso para o trecho BC.

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Vigas Gerber
Solução 2: executar em separado os trechos ABE, EF e FCD.

Inicia-se o escoramento pelo trecho ABE e a execução do concreto, em


seguida escora o trecho FCD e a execução do concreto.

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Vigas Gerber
Usando-se os trechos ABE e FCD como apoios, a vigota EF é concretada no
local ou pré-fabricada, encerrando a execução da obra.

A segunda solução é a mais adequada no caso, pois não envolverá risco


algum
no vão BC durante a construção, além de reduzir o volume de material para
escoramento.
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Vigas Gerber
Os dentes Gerber são rótulas (Mrot = 0) convenientemente introduzidas na
estrutura de forma a manter a sua estabilidade, tornando-a isostática.

As vigas Gerber são consideradas uma associação de vigas simples


(biapoiadas, biapoiadas com balanço ou engastadas e livres):
- umas com estabilidade própria (CEP);
- outras sem estabilidade própria (SEP).

As partes SEP possuem uma estabilidade que depende da estabilidade das


vigas as quais se apoiam.

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Vigas Gerber
Seja a estrutura representada abaixo, estando o detalhe C ampliado.

Considere carregado o trecho CD, que não possui estabilidade própria, pois as
cargas necessitarão de reações de apoio em C e em D para serem
equilibradas.
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Vigas Gerber
O ponto D é um apoio do 1º gênero e pode absorver uma força vertical. O
ponto C não é capaz de absorver uma força vertical e uma horizontal, mas é
capaz de transmitir estas forças ao trecho ABC.

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Vigas Gerber
A estabilidade do trecho CD está condicionada à estabilidade do trecho ABC,
que é uma viga biapoiada com balanço estável, sendo então o conjunto
ABCD.

O ponto C é um ponto de transmissão de forças, não transmitindo momento


algum, e é representado por uma rótula, ficando o esquema estático da
estrutura representado conforme a figura a seguir.

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Vigas Gerber
Para resolver a viga ABCD, basta resolver inicialmente o trecho CD (trecho
sem estabilidade própria), transmitindo para o trecho ABC (trecho com
estabilidade própria) as forças HC e VC, necessárias ao equilíbrio do trecho CD.

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4 – Vigas Gerber
Em seguida, o trecho ABC de estabilidade própria, será resolvido com as
cargas que lhe estão diretamente aplicadas, acrescidas das forças HC e VC
transmitidas pela rótula C.

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Vigas Gerber
Questionamento: a partir de uma análise da estaticidade da viga Gerber da
figura a seguir, responda se esta é isostática ou hiperestática ou hipostática?

Incógnitas: seis (três apoios do 1º gênero e um engaste).


Equações disponíveis: seis (três equações da estática e três equações de
momentos fletores nulos nas rótulas).
Conclusão inicial: estrutura isostática.
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Vigas Gerber

A conclusão que a viga é isostática é FALSA porque o trecho EFG é hipostático.

A interpretação do resultado algébrico é que a superposição do trecho


hiperestático AE, com o trecho isostático GH e com o trecho hipostático EFG
acarretou uma isostaticidade aparente para o conjunto.

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