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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS


BACHAREL – GESTÃO AMBIENTAL

AVALIAÇÃO E GERENCIAMENTO
DE RISCOS AMBIENTAIS - AGR

Professor Cláudio ARCANJO de Sousa


1º AULA TEÓRICA

Introdução
Introdução àà AGR
AGR (Avaliação
(Avaliação ee Gerenciamento
Gerenciamento de
de Riscos)
Riscos)
Finalidade
Finalidade ee benefícios
benefícios da
da avaliação
avaliação de
de riscos.
riscos.
 Introdução à AGR (Avaliação e Gerenciamento de Riscos)
 Finalidade e benefícios da avaliação de riscos
 Estrutura do gerenciamento de riscos
 Processo de AGR
 Avaliação do risco durante as fases do ciclo
de vida de atividades, projetos e produtos
 Históricos de acidentes
 Análises de conseqüências externas
 Sistema de gerenciamento
 Programa de prevenção
 Programa de respostas a emergência
 Plano de Gerenciamento de risco
 Seleção e utilização de ferramentas e técnicas de avaliação de risco
 Normas Brasileiras e internacionais sobre gestão de riscos

CONTEÚDO
INTRODUÇÃO
Avaliação
Avaliação ee Gerenciamento
Gerenciamento de
de Riscos
Riscos Ambientais
Ambientais
 Garantir saúde e bem-estar da população
 Proteger a fauna e flora
 Garantir a qualidade do solo, das águas e do ar
 Definir os interesses de proteção à natureza/paisagem
 Determinar a ordenação territorial e planejamento
regional e urbano
 Preservar pela segurança e ordem pública

POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE - LEI


6.938/81
 Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de
pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir
para evitá-la.

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS – LEI 9605/98


 Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade

 Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas


não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou
partícipes do mesmo fato

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS – LEI 9605/98


 Responsabilidades mediantes crimes ambientais
 Responsabilidade Criminal

 Responsabilidade Civil

 Responsabilidade Administrativa

LEI DE CRIMES AMBIENTAIS – LEI 9605/98


 Negligência
 É a falta de cuidado ou de aplicação numa determinada
situação, tarefa ou ocorrência. É frequentemente utilizado
como sinónimo dos termos "descuido", "incúria", "desleixo",
"desmazelo”
 Imperícia
 É a incapacidade, a falta de habilidade específica para a
realização de uma atividade técnica ou científica, não levando
o agente em consideração o que sabe ou deveria saber
 Imprudência
 É um comportamento de precipitação, de falta de cuidados. É
o atuar sem precaução, precipitado, imponderado

RESPONSABILIDADE TÉCNICA - PRINCÍPIO


DA CULPA
 Os conceitos do direito ambiental, apresentam onze princípios fundamentais em
espécie que são:

1. Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da


pessoa humana
2. Princípio da solidariedade intergeracional
3. Princípio da natureza pública da proteção ambiental
4. Princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas de
desenvolvimento
5. Princípio do controle do poluidor pelo poder público
6. Princípio do poluidor pagador
7. Princípio do usuário pagador
8. Princípio da função socioambiental da propriedade
9. Princípio da participação comunitária
10. Princípio da cooperação entre os povos
11. Princípio da prevenção e precaução

PRINCÍPIOS AMBIENTAIS Fonte: Edis Milaré, 2007


 Instituiu a necessidade de realização do licenciamento
ambiental através de EIA/ RIMA dos empreendimentos
modificadores do meio ambiente, determinou a necessidade
da elaboração do EAR nestes processos.
 No caso de Licenciamento na esfera estadual, os órgãos
ambientais locais é que estipulam as condições para a
realização do EAR, podendo fixar condições mais restritivas.
 No caso do MS, essa exigência está descrita no manual de
licenciamento das normas de licenciamento para os
empreendimentos que causem impactos significativos.
 No estado, as cidades de Três Lagoas e Campo Grande
exigem apresentação do EPR como parte integrante da
documentação para o licenciamento

RESOLUÇÃO CONAMA 1/86


 Riscos faz parte do nosso vocabulário
 Riscos de circunstâncias pessoais (saúde, pensão,seguro,
investimento etc.)
 Riscos à sociedade (terrorismos, desempenho econômico,
segurança alimentar etc.)
 Riscos aos negócios (governança corporativa, estratégia,
continuidade do negócio, financeiro, mercado etc.)
 Riscos aos projetos (complexidade, restrições, dependência,
pessoas, unicidade etc.)
 Riscos ambientais (inundações, secas, geadas, furacões,
granizos, incêndios etc.)
 Riscos da operação ao meio ambiente (emissões atmosféricas,
derrames, incêndios, contaminações do solo/lençol freático etc.)

INTRODUÇÃO A AGR
 A  medição do risco como função de uma probabilidade e gravidade
leva em consideração o aspecto quantitativo, muitas vezes
desconsiderando a noção de valor
 Por exemplo, ao considerar-se duas cidades A e B onde o risco de
acidente fatal pode ser descrito da seguinte maneira:

Cidade Probabilidade de Gravidade do Risco do Acidente


ocorrência do acidente Acidente
Severidade
A 10.000/Ano 1 morte/Acidente 10.000mortes/Ano
B 0,1/Ano 100.000/Acidente 10.000mortes/Ano

• Exemplo de cidade e acidente?


• Qual cidade voce optaria em morar?

CONCEITO DE VALOR
COMPARAÇÃO DE ALGUNS RISCOS COMUNS
COMPARAÇÃO DE ALGUNS RISCOS COMUNS
 A probabilidade de que cada evento indesejado ocorra é
identificada no estágio de identificação do perigo. Três
abordagens são geralmente empregadas para estimar
probabilidades, como segue:
 Uso de dados históricos relevantes
 Previsão de probabilidades utilizando técnicas analíticas ou de
simulação
 Uso do julgamento de especialistas

 10% de um acidente ocorrer


 70% de ocorrer uma colisão frontal
 98% de inundação nesta região
 Etc....

PROBABILIDADE
 Em situações apropriadas, onde os dados adequados estiverem
disponíveis, é mais conveniente uma categorização quantitativa
de níveis de probabilidade
 Os níveis também podem ser descritivos de forma qualitativa.
 Inacreditável, improvável, remoto, ocasional, provável, freqüente, etc.

 Para definirmos estimativas de probabilidade devemos


examinar os eventos e circunstâncias iniciais e a seqüência dos
eventos relevantes. Isso inclui a resposta das seguintes
questões:
 O perigo ocorre na presença de uma falha?
 O perigo ocorre em um modo de falha?
 O perigo ocorre somente em uma condição de falha múltipla?

PROBABILIDADE
 Gravidade: Medida das possíveis conseqüências de um
perigo.
 Para a categorização qualitativa dos níveis de gravidade é
recomendado que o gestor utilize descritores apropriados para
os eventos, produto ou serviço
 O gestor deve decidir quantas categorias são necessárias e
como devem ser defendidas
 Os níveis podem ser descritivos.
 Desprezível, marginal, crítico, sério, catastrófico, etc.
 Para medirmos temos que nos perguntar:
 Qual é a gravidade?
 Qual o tamanho do dano?
 Qual impacto a organização vai sofrer devido a este dano?
GRAVIDADE
 É a combinação dos seguintes componentes:
 A probabilidade de ocorrência de dano, ou seja, qual é a
importância em que um dano pode ocorrer.
 As conseqüências do dano criado. Ou seja: qual seria sua gravidade.

 A estimativa de risco deve examinar os eventos e


circunstâncias iniciais, a seqüência de eventos relacionados a
elas, as características atenuantes e a natureza e a freqüência
das possíveis conseqüências nocivas dos perigos identificados
 É recomendado que os riscos sejam expressos em termos que
facilitem a tomada de decisão referente ao controle de risco

RISCOS
 É a combinação dos seguintes componentes:
 A probabilidade de ocorrência de dano, ou seja, qual é a
importância em que um dano pode ocorrer.
 As conseqüências do dano criado. Ou seja: qual seria sua gravidade.

 A estimativa de risco deve examinar os eventos e


circunstâncias iniciais, a seqüência de eventos relacionados a
elas, as características atenuantes e a natureza e a freqüência
das possíveis conseqüências nocivas dos perigos identificados
 É recomendado que os riscos sejam expressos em termos que
facilitem a tomada de decisão referente ao controle de risco

RISCOS
 É importante que, na análise dos riscos, seus componentes
(ou seja: a probabilidade e a gravidade) sejam analisados
separadamente.

 Vários métodos podem ser utilizados para se fazer uma


estimativa de risco.A estimativa de risco quantitativa é
possível quando os dados adequados estiverem disponíveis.

 Os métodos de estimativa de risco quantitativos podem


incluir meramente a adaptação de um método quantitativo.

 Uma abordagem alternativa também pode ser apropriada.

RISCOS
• Sempre estamos fazendo análise de riscos.

• Estamos fazendo análises de risco o tempo


todo, porém de maneira aleatória.
• Nossas decisões mudam e nem sempre
todos os aspectos são considerados.

• Olhamos o tempo e nos decidimos por


levar ou não o guarda-chuva
• Vamos comprar um imóvel
• Ao decidir por autorizar ou não os
filhos a viajar com os amigos
• Ao atravessar a rua
• Ao aceitar ou não uma proposta de
emprego
• Etc.
VOCÊ JÁ FEZ ANÁLISE DE RISCO?
 É muito importante distinguir risco de perigo
 Perigo
 Situação que se encontra sob ameaça a existência de ou a
integridade de uma pessoa, um animal, um objeto, uma
instalação e outros...
 Propriedade inerente ao agente de causar efeitos adversos
quando um organismo, sistema ou população é exposta ao
agente
 Risco
 Probabilidade de ocorrer um dano devido ao perigo,
geralmente como ameaça física para o homem e/ou meio
ambiente

RISCO X PERIGO
 O perigo é um agente químico, biológico ou físico
(incluindo a radiação eletromagnética) ou um conjunto de
condições que se apresentam com uma fonte de risco mas
não o risco propriamente dito

 Por exemplo, análise de perigo na segurança do trabalho da


indústria petroquímica e nuclear geralmente se refere a todos
os passos a partir da identificação do perigo até a avaliação
do risco

 O estudo e a análise de risco (“risk assessement and risk


analysis”) são usadas geralmente como sinônimos, mas a
análise de risco é algumas vezes usada mais geralmente para
incluir os aspectos do gerenciamento de risco

RISCO X PERIGO
RISCOS PERIGO

Ameaça em si, ainda não mensurável


Ligado a Ameaça e não totalmente evidente

No sentido de que um evento Situação ou fonte potencial de dano


indesejável e danoso venha a ocorrer em termos de acidentes pessoais,
com determinada probabilidade. Está doenças, danos materiais e ao meio
sujeito a exposição ambiente e de trabalho, ou a
combinação dos mesmos

RISCO X PERIGO
 Depois dos perigos serem definidos, o próximo passo é
identificar a população de receptores potenciais e os locais de
exposição.
 A exposição ocorre quando alguém toma contato com o perigo,
ou seja, ocorrência em tempo e espaço do perigo e o receptor

CONCLUSÃO

O perigo só constitui um risco se houver o contato entre eles e,


conseqüentemente, na fase de caracterização do risco, a natureza
e a magnitude das conseqüências da exposição são formalizadas

RISCO X PERIGO
 Perigo: Fonte potencial do dano
 Dano: Lesão física ou prejuízo à propriedade ou ao meio ambiente

 Matéria prima:
 Romper, trincar, quebrar
 Montagem:
 Desparafusar, soltar
 Máquinas e equipamentos:
 Parar, deixar de funcionar

RISCO X PERIGO
PERIGO RISCO

ALTURA QUEDA

SUPERFÍCIE
QUEIMADURA
QUENTE

TANQUE DE
EXPLOSÃO
COMBUSTÍVEL

RISCO X PERIGO
ATENÇÃO
z e m p a rt e d o
s h u m a n o sf a
z q u e o s s e r e fa z e m u s o d os
Uma ve a n o s , f a u n a e f l o ra
d e
s e r e s h u m e n t e) a s a ú
ecossistema ( a r, á g u a e so l o c o n ti n u a m
m p l o ,o
t u r a i s ep o r e x e
recursos na a f et a d ai n d ir e t am e n t
o s c a s os
e s e r e n te n
humana pod o n t am ina d o , e sp e c i a l m
m p o s t os
p e i x e c u tr o s c o
consumo de l a ç ã o d e p es t i c id a s o u o
e s t í ve is
c u m u e c o m
de alta bio-a d u r a d o st ec i d o s d e p e ix
ú ve is e m g o r n t a m in a d as
so l e m á g u as c o
encontr a d o s
 Análise de Risco na Segurança (Processos e Instalações)
 Tipicamente de baixa probabilidade
 Acidentes de alta conseqüência
 Agudo
 Efeitos imediatos
 Relação causa-efeito óbvia
 O foco deve ser dado na segurança do trabalhador e na
prevenção de perdas, principalmente dentro dos limites do
ambiente de trabalho

TRÊS TIPOS DE ANÁLISES DE RISCOS


 Estudo de Risco sobre a Saúde
 Tipicamente de alta probabilidade
 Baixa conseqüência
 Contínuos
 Exposições crônicas
 Latência longa
 Efeitos retardados
 As relações de causa e efeito não são facilmente
estabelecidas. O foco é dado para a saúde de seres humanos,
principalmente fora dos ambientes de trabalho

TRÊS TIPOS DE ANÁLISES DE RISCOS


 Estudo de Risco Ecológico
 Uma complexidade de interações entre populações,
comunidades e ecossistemas (incluindo cadeia alimentar)
 Ocorre ao nível micro e macro
 Grande incerteza na relação causa-efeito
 O foco é dado em impactos de habitat’s e ecossistemas que
podem se manifestar bem distantes das fontes geradoras do
impacto

TRÊS TIPOS DE ANÁLISES DE RISCOS


 Na análise de perigo da segurança, os efeitos finais são bem
definidos: fatalidades, danos e perdas econômicas. O impacto é
imediato e transparente; a causa-efeito está clara no seu
relacionamento

 Os riscos ecológicos são em grande parte de ordem de


magnitude mais complexos e mais incertos e seus efeitos podem
não ser evidentes exceto, de forma retrospectiva. Apesar dessas
diferenças, os riscos estão inter-relacionados

 Exemplos de acidentes catastróficos como, Bhopal, Chernobyl,


Vila Socó (Petrobrás Cubatão), grandes vazamentos de petróleo
no Brasil, vazamento de petróleo nos EUA, Plataforma da
Petrobrás P-36, vazamento de combustível nuclear no Japão etc.

CONSIDERAÇÕES
 Grandes incertezas ainda permeiam a análise de riscos sobre a saúde
humana devido:
 as causas multifatoriais
 ruído de fundo
 períodos de longa latência
 relações de causa-efeito são no mínimo tênues
 Exemplo
 Estamos expostos a milhares de produtos químicos todos os dias, a maioria dos
quais não são passíveis de causar doenças em baixas concentrações, porém existe o
fator tempo e acúmulo desses agentes no nosso organismo, ocasionando danos em
longo prazo.
 Algumas doenças, especialmente câncer, tem um período de latência de 10 a 20
anos

 Exemplo: O acidente de Chernobyl, resultou em poucas mortes imediatas mas a


radiação continuou a impactar a saúde de milhares de pessoas com o tempo

DIFICULDADE DE ANALISAR OS EFEITOS DOS RISCOS


Último

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