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Curso Profissional de

Técnico/a de Apoio à Gestã o


Economia 11ºano
Módulo 5 – Estado – Noção e
Funções
A vida em sociedade exige que as comunidades humanas
tenham uma estrutura organizada.

Esta é reconhecida por todos e tem força coerciva, ditando leis e


regras que todos devem seguir.

Esta estrutura organizada corresponde modernamente


ao Estado.
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Elementos que compõ em o Estado
• Povo

Conjunto de pessoas ligadas entre si por laços de nacionalidade.

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• O conceito de Povo, nã o se pode confundir com o de populaçã o.
• A populaçã o inclui nã o só os nacionais que residem no País, mas
também os residentes estrangeiros, excluindo assim os nacionais que se
encontram emigrados.

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• Território:
Um espaço geográ fico onde o Estado exerce o seu poder e que inclui:
- Solo,
- Subsolo,
- Espaço aé reo,
- Espaço marítimo.

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• O territó rio é um dos elementos mais importantes do Estado, pois que
sem territó rio nã o há Estado.
• Podemos encontrar comunidades humanas que se encontram
politicamente organizadas, mas que nã o podem ser consideradas como
um Estado por nã o terem territó rio.
• Ex: A comunidade hebraica até 1948, ano em que ocupou o territó rio de
Israel e que se constituiu como Estado de Israel.

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• Soberania: significa o poder político inerente ao Estado.
• Na verdade, trata-se do exercício da autoridade que
reside num Povo e que se exerce por intermédio dos seus
ó rgã os constitucionais representativos, ou seja, os ó rgã os
de soberania.

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Importâ ncia da soberania nacional

• A importâ ncia da soberania nacional adquiriu novas dimensõ es no quadro


de um mundo cada vez mais globalizado. Este conceito é baseado nas
fronteiras que delimitam as diferentes naçõ es.
• O governo que estiver dentro dessas fronteiras tem autoridade para
realizar vá rias açõ es sem qualquer interferência de outros governos,
organizaçõ es ou pessoas fora desses limites.
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5 razõ es que resumem a importâ ncia da
soberania nacional
• 1 - É uma fó rmula para alcançar a paz.
• 2 - Promove o reconhecimento internacional das naçõ es.
• 3 – Garante a jurisdiçã o na resoluçã o de conflitos internos.
• 4 – Promove a criaçã o e identidade nacional.
• 5 – É uma oportunidade para demonstrar capacidade de auto gestã o.

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Principal objetivo do Estado

• Satisfazer as necessidades de toda a coletividade e garantir a vida em


sociedade.
• Para cumprir esses objetivos, o Estado desenvolve um conjunto de
atividades a que se dá o nome de funções.

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Funçõ es do Estado

• Legislativa – elaboraçã o das leis que regulam a vida da comunidade. (Assembleia da


Repú blica e Governo)
• Executiva – execuçã o das leis, o que tem a ver com a necessidade de cumprir e fazer
cumprir as mesmas. ( Governo)
• Judicial – cabe ao Estado a intervençã o em matéria de resoluçã o de conflitos.
(Tribunais)
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• Com o objetivo de levar por diante cada uma das funçõ es, o Estado tem
um conjunto de entidades, à s quais se dá o nome de ó rgã os de
soberania. Estes têm as suas competências específicas estabelecidas na
Constituiçã o.

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Esferas de Intervençã o do Estado
• 1 – Política – o Estado criou diversos mecanismos para controlar a execuçã o das leis
e das medidas que implementa.
• Exemplo: Tribunais, Procuradoria Geral da República ou o Provedor da Justiça.
• 2 - Social – objetivo primordial: garantir o bem-estar de toda a populaçã o, em
especial dos mais carenciados.
• Exemplo: sistema público de saúde, educação, subsídio de desemprego, invalidez,
velhice ou rendimento social de inserção.
• 3 – Económica – O Estado pode també m intervir na economia para a estabilizar e
garantir o seu bom funcionamento.
• Exemplo: subsídios a determinadas regiões ou ramos de atividade, incentivos fiscais,
etc.

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Objetivos da Intervençã o Econó mica e Social do
Estado

• A) Eficiência
• B) Equidade
• C) Estabilidade

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Tipos de Externalidades
 Externalidade positiva- quando a açã o de alguns agentes econó micos
provoca um efeito positivo sobre outros agentes econó micos.
• Exemplo: vantagens associadas a descobertas científicas (vacinas,
medicamentos)
 Externalidade negativa – a açã o de alguns agentes econó micos leva a
um efeito negativo nos outros agentes econó micos.
Exemplo: a poluiçã o de fá bricas, ou automó vel.

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• A existência de externalidades é uma das razões para a possível
intervenção do Estado na economia, para as minimizar ou aumentar.
• Quando estas são negativas o Estado intervém para desincentivar a
produção ou consumo do bem em causa.
Exemplo: aplicação de um imposto.
• Quando são positivas, o Estado incentivará a oferta e consumo do bem.
Exemplo: atribuição de subsídios.

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Imperfeiçõ es na Concorrência
• Concorrência Imperfeita
Este tipo de mercado é aquele que se caracteriza pela
grande possibilidade de os vendedores influenciarem
a procura e os preços por meio de:
- diferenciaçã o dos produtos,
- propaganda,
- maior valor agregado,
- marca, etc.
Nesse tipo de estrutura de mercado existe pelo menos
uma empresa ou consumidor com poder suficiente para
influenciar o preço do mercado.
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Subdivide-se em:
• 1- Monopólio - uma ú nica empresa detém o mercado de um
determinado produto ou serviço conseguindo, portanto, influenciar o
preço do bem comercializado.
• 2- Oligopólio - um grupo de organizaçõ es ou governos promovem o
domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços.

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Características do Monopó lio

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Características do Oligopó lio
O mercado é controlado por um nú mero reduzido de empresas,
Cada uma tem que considerar os comportamentos e as reaçõ es das
outras quando toma decisõ es de mercado.
Os bens produzidos podem ser homogéneos ou apresentar alguma
diferenciaçã o,
Geralmente, a concorrência efetua-se mais em termos de qualidade,
serviço pó s-venda, fidelizaçã o ou a imagem, e nã o tanto em termos do
preço.

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• A açã o efetuada pelo Estado na repartiçã o do rendimento por motivos de
equidade pode ser realizada através de:
- Aplicação de impostos progressivos. Por exemplo fazendo incidir taxas de
imposto mais elevadas à medida que o rendimento aumenta.
- Atribuição de subsídios, em particular aos mais carenciados.
- Exemplo a atribuiçã o de Rendimento Mínimo, Rendimento de Inserçã o,
Subsídios de Desemprego e Invalidez.
- Provisão de bens de mérito. Temos como exemplo, o fornecimento gratuito, ou
tendencialmente gratuito de bens a que todos devem ter acesso,
independentemente dos seus rendimentos ( cuidados de saú de, e educaçã o
bá sica). +++++++++++++

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 O orçamento do Estado

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Planeamento Econó mico
• Imperativo- como o pró prio nome indica é de execuçã o obrigató ria, que
terá de ser seguido por todos os agentes econó micos.
Exemplo: o I plano quinquenal levado a cabo na Rú ssia dos anos 30 do século
XX.
Indicativo – aconteceu na Europa Ocidental logo apó s a 2ª Guerra Mundial
para responder à s necessidades de reconstruçã o.
Mas, na Europa o planeamento nunca se substituiu ao mercado, sendo apenas
intervençã o estatal para promover o crescimento econó mico.
Em Portugal a Constituiçã o prevê que anualmente seja apresentado à
Assembleia da Repú blica um documento designado Grandes Opçõ es do Plano,
o qual consta das linhas orientadoras para a economia.
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Políticas Econó micas e Sociais
• Definição: sã o instrumentos de açã o que o Estado utiliza para atingir resultados nos
domínios sociais e econó micos.
• Existem dois tipos:
 Políticas conjunturais- sã o aplicadas a curto prazo, esperando-se resultados no
espaço de um ou dois anos.
Servem essencialmente para corrigir desequilíbrios.
Exemplos: desemprego, inflaçã o.
 Políticas estruturais – diferem das anteriores, na medida em que sã o esperados
resultados no médio prazo (entre 3 e 6 anos) ou longo prazo ( 6 ou mais anos)
Servem para alterar as condiçõ es de funcionamento da economia.
Exemplos: correçã o de falhas da mercado com o intuito de promover o crescimento
econó mico.
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Elementos a ter em conta na formulaçã o das
políticas econó micas e sociais
 Finalidades: os resultados que se pretendem alcançar com essa
política.
 Objetivos: o que se pretende alcançar, mas mais detalhadamente.
 Instrumentos: os meios utilizados para atingir os resultados.

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Orçamento do Estado
• O QUE É?
- Documento escrito, apresentado
sob a forma de lei.
- Proposto pelo Governo à
Assembleia da Repú blica.
- Nele se preveem as receitas a
cobrar e as despesas a fazer ao
longo de um ano.

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Ficha de Trabalho

1. Leia o texto seguinte.


« A política económica consiste na intervenção deliberada dos poderes
públicos na economia, através de um conjunto de instrumentos para atingir
certos objetivos, tendo em atenção o ambiente envolvente. Esta definição
salienta bem os principais elementos da política económica.»
1.1 Apresente, com base no texto, o conceito de política econó mica e
social.
1.2 Refira os elementos da política econó mica.
2. Distinga planeamento indicativo de planeamento imperativo.

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Orçamento do Estado

• Trata-se de um plano a curto prazo do Estado, com vista a promover um


conjunto de serviços à coletividade. Ex: educaçã o, saú de ou a segurança.
• Com vista a estimular a atividade econó mica, o Estado realiza
investimentos construindo pontes, estradas, aeroportos, etc.
• Para garantir a equidade social, o Estado atua sobre a repartiçã o do
rendimento, atribuindo subsídios aos mais carenciados, entre outras
açõ es.
 Para levar a cabo todas estas açõ es, o Estado realiza um conjunto de
despesas – as despesas públicas - o que implica que tenha de cobrar
receitas – as receitas públicas.

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• Com vista a prever as despesas e as receitas, o Estado elabora anualmente um
orçamento – o Orçamento do Estado.
• O Orçamento do Estado é o documento apresentado sob a forma de lei, no qual o
Governo prevê todas as despesas a efetuar e todas as receitas a cobrar para o
período de um ano.
• É o Governo que tem a responsabilidade de elaborar e apresentar o Orçamento
do Estado (até 15 de outubro de cada ano) para vir a ser aplicado no ano
seguinte.
• A Assembleia da Repú blica procederá à sua aná lise, discussã o e votaçã o.
• O período de vigência do orçamento de Estado é de um ano civil, isto é, de 1 de
janeiro a 31 de dezembro de cada ano.

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• Sendo um documento de previsã o, o Orçamento de Estado prevê todas
as despesas que o Estado irá efetuar, mediante objetivos econó micos e
sociais fixados, assegurando que prevê recolher igual montante de
receitas que cobrirã o todas as despesas.

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Receitas Pú blicas

Dividem-se em:
- Receitas correntes – sã o rendimentos criados no período de vigê ncia
do Orçamento e que se prevê voltem a repetir-se noutros anos.
Ex: impostos, taxas e multas;
- Receitas de capital - correspondem à s receitas que podem nã o voltar a
repetir-se nos anos seguintes.
Ex: receitas obtidas em resultado da venda de bens, de terrenos e edifícios
do Estado ou da emissã o de obrigaçõ es ou contraçã o de empré stimos.

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Impostos
• Deste conjunto das receitas recolhidas pelo Estado, os impostos
constituem a principal fonte de receitas.
Impostos - sã o quantias pagas coercivamente ao Estado pelas famílias e
pelas empresas, de forma unilateral e sem contrapartida imediata.

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Tipos de Impostos
Impostos diretos - (incidem de forma direta e imediata sobre os
rendimentos ou patrimó nio dos agentes econó micos)
-IRS, IRC, IMI,…
Impostos indiretos - (incidem sobre os bens e serviços consumidos
pelos agentes econó micos)
- IVA, IUC, ISV…

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Despesas Pú blicas

• Conjunto de despesas efetuadas pelo Estado para garantir as


necessidades coletivas dos seus cidadãos tais como:
- Pagamento de pensõ es de reforma, ou invalidez,
- Atribuiçã o de subsídios à s famílias ou empresas,
- Pagamento de despesas com a Administraçã o Pú blica (salá rios,
equipamento).
- Construçã o de infraestruturas (hospitais, escolas..)

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Tipos de Despesas Pú blicas

• Despesas Correntes- sã o os encargos


permanentes do Estado no desempenho das
suas funçõ es num ano determinado.
Exs: vencimentos dos funcioná rios pú blicos,
pensõ es de reforma e invalidez, etc.
• Despesas de Capital – encargos assumidos
pelo Estado num determinado ano, cujos
efeitos se prolongam para os anos seguintes.
Exs: construçã o de pontes, estradas, auto-
estradas.

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Saldos Orçamentais
• O Orçamento de Estado tem de cumprir com
a regra do equilíbrio orçamental.
 O que é o equilíbrio orçamental?

Tem a ver com a necessidade de todas as


despesas do Orçamento, serem de facto
cobertas por receitas. Isto é, o valor total das
despesas tem de ser igual ao das receitas
pú blicas.
 A diferença entre receitas e despesas deve ser
igual a zero, sendo o saldo orçamental nulo.
Mas…nem sempre esta situaçã o se verifica…
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• Assim, podem acontecer:
 Um saldo deficitário (défice orçamental) – quando o valor das receitas
pú blicas é inferior ao das despesas.
 Um saldo superavitário, ou superavit (excedente) – quando o valor das
receitas pú blicas é superior ao das despesas.

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Saldo Orçamental

Superavit Défice
Nulo
R>D R<D
R=D

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Tipos de Saldo Orçamental
• Saldo Orçamental Corrente – diferença entre valor
das receitas correntes e o valor das despesas correntes.
• Saldo Orçamental de Capital – diferença entre valor
das receitas de capital e o valor das despesas de
capital.
• Saldo Orçamental Global ou Efetivo – nã o inclui os
ativos e passivos financeiros, isto é, trata-se da
diferença entre o total das receitas e o total das
despesas.
• Saldo Orçamental Primário – obtém-se a partir do
saldo global, ao qual se retira a despesa relativa a juros
e outros encargos da dívida pú blica.
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Atividade
1. O quadro abaixo apresenta os valores das receitas e das despesas pú blicas,
em Portugal.
Receitas e despesas públicas (milhões de euros)
Receitas Despesas
Correntes De capital Correntes De capital
71 430,40 2733,6 75 813,5 5780,5

1.1 Determine, com base no quadro, os saldos orçamentais corrente e de


capital. Apresente as fó rmulas, e todos os cá lculos que efetuar.
1.2 Classifique os saldos obtidos.
1.3 Apresente o conceito de saldo orçamental global.

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Atividade (cont)
• 2. Registe como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmaçõ es e
corrija as falsas.
2.1 Quando o valor das receitas totais é superior ao valor das despesas
totais, podemos afirmar que existe um défice orçamental global.
2.2 O valor do saldo global, positivo ou negativo, permite conhecer a
necessidade ou capacidade de financiamento do Estado.
2.3 O saldo orçamental primá rio obtém-se deduzindo ao valor do saldo
corrente osa encargos relativos a juros.
2.4 Através do Orçamento, o Estado influencia a atividade econó mica e o
comportamento dos agentes econó micos.

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Políticas econó micas e sociais
Tipos de políticas económicas: Tipos de políticas sociais:

 Políticas orçamentais; • Redistribuiçã o de rendimentos;


 Política fiscal; • Combate ao desemprego.
 Política monetá ria;
 Política cambial;

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