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Universidade Católica de

Moçambique
Faculdade de Ciências de Saúde
4º ano de Licenciatura em Farmácia

Mordedura por
animais
Introdução

• É muito freqüente a procura de assistência médica, em especial, nos setores de

emergência devido a mordidas de animais.

• As mordeduras são em grande parte causadas por cães, sendo estimado que 80%

das ocorrências são de pequenos ferimentos, não havendo necessidade de

atendimento de urgência.

• Em relação ao local do acometimento, geralmente os adultos apresentam lesões

nas extremidades, principalmente mãos, já as crianças apresentam mais

comumente lesões na face.


Introdução

• As feridas causadas por gatos (mordeduras e arranhões) infectam-

se em mais de 50% das vezes.

• Além do trauma físico causado pelas mordidas, deve-se ter a

preocupação com as doenças infecciosas, que podem ser

transmitidas. Estas podem ser causadas por bactérias, fungos,

vírus dentre outros agentes biológicos.


Doenças infecciosas transmitidas por mordedura animal
Patologia Agente Etiológico Animal
Doença da arranhadura do gato Bartonella henselae Gato
Tularemia Francisella tularensis Gato e coelho
Peste Yersinia pestis Gato e rato
Esporotricose Sporothrix schenckii Gato
Blastomicose Blastomyces dermatitidis Cão e gato
Brucelose Brucella canis Cão
Leptospirose Leptospira spp Rato e gato
Hepatite B e C Vírus da hepatite B e C Homem
Herpes simples 1 e 2 Herpesvírus Homem
Síndrome de imunodeficiência HIV Homem
adquirida
Sífilis Treponema pallidum Homem
Tétano Clostridium tetani Homem e outros
Gatos e Cachorros

• A raiva (hidrofobia) e o maior risco que a mordida de um anima


pode trazer, e os animais domésticos, como gato e cachorro,
são os que mais contaminam.

• A transmissão ocorre através da própria mordida ou por meio


de arranhão combinado com lambedura de animal com
hidrofobia.
Como reconhecer um animal raivoso

• Mostra alteração de comportamento

• Apresenta boca espumante com baba.

• Fica impossibilitado de come r e beber.

• Repele a claridade

• Morre num período de cinco a sete dias apos ter contraído a


doença.
Sinais e sintomas de pessoa
contaminada
• Dor de cabeça

• Febre

• Mal estar geral

• Dor ou dificuldade de engolir

• Intolerância ao vento e a luz

• Convulsão e paralisia respiratória (em situações graves).


Como proceder

• Caso um animal com suspeita de raiva morda uma pessoa, ele não deve
ser sacrificado; deve sim, ser confinado e observado por dez dias.

• Se nesse período não manifestar sinais da doença, pode ser solto. E a


pessoa mordida por ele pode ficar tranquila, pós não corre perigo.

• Mas se o animal apresentar algum sinal indicativo de hidrofobia, fugir ou


morrer, a vitima tem que ser tratada o mais rápido possível.
A conduta

•  A ferida deve ser bem lavada com água e sabão, deixando-se que a água
escorra por alguns minutos sobre o ferimento.

• O sabão deve ser totalmente removido após a lavagem, para que não
atrapalhe a ação dos medicamentos que por acaso haja necessidade de
serem usados posteriormente pelo pessoal de atendimento especializado.

• Irrigar abundantemente com soro fisiológico a 0,9%.

• Imobilização do membro afetado com elevação do mesmo.


A conduta
• Em casos de mordidas de animais é encaminhar a vítima para um
serviço de saúde para receber a orientação específica.

• Importante: a espécie animal envolvida, as circunstâncias da


mordida, o status imunológico do animal e o histórico de zoonoses,
principalmente raiva, na região.

• Entre as vítimas que são socorridas nas primeiras oito horas,


freqüentemente não há risco de infecção, desde que o atendimento
inicial seja adequado.
Recomendações a seguir, para evitar
acidentes com animais domésticos
• Vacinar todos os animais domésticos anualmente.

• Ensinar as crianças a não provocar em cães e gatos e a não brincarem

com cães e gatos desconhecidos.

• Em caso de dúvidas sobre a contaminação com o vírus da raiva, manter o

animal sob observação por dez dias.

• Se animal apresentar sintomas da raiva, fugir, ou morrer, providenciar,

imediatamente, o tratamento anti-rábico da vítima.


MORDIDA HUMANA
Introdução
• Mordidas de humanos e mamíferos (mais comumente cão e gato, mas
também esquilo, coelho, gerbo, cobaia e macaco) são comuns e
ocasionalmente causam significativa morbidade e incapacidade. Mãos,
extremidades e face são mais frequentemente acometidas, apesar das
mordidas de humanos poderem, ocasionalmente, atingir seios e genitais.

• Às vezes, mordidas de grandes animais causam trauma tecidual significativo; a


cada ano, cerca de 10 a 20 pessoas, principalmente crianças, morrem devido
a mordidas de cães. No entanto, a maioria das mordidas causa ferimentos
relativamente pequenos.
Mordida humana

• Uma vez que os dentes dos seres humanos não são afiados
demais, a maioria das mordidas humanas origina um
hematoma e somente um rasgo (laceracao) superficial, quando
muito.

• Há exceções, como os apêndices carnosos (tal como as


orelhas, o nariz e o pênis) que podem ser amputados.
Mordida humana

• É provável que uma lesão causada por impacto com punho


cerrado, ou mordida derivada de luta, que ocorre nos nós dos
dedos de uma pessoa que dê um murro em outra pessoa na
boca, fique infectada.

• Um corte causado por impacto com um punho cerrado envolve


frequentemente o tendão do dedo que passa sobre o nó do
mesmo.
Mordida humana

• Por vezes, a pessoa que morde transmite doenças como


hepatite.

• A transmissão do virus da imunodeficiencia humana (HIV) é


extremamente improvável visto que a concentração do vírus na
saliva é inferior à concentração no sangue e visto que as
substâncias que se encontram na saliva inibem a atividade do
vírus.
Sintomas
• Mordidas humanas são dolorosas e normalmente causam marcas
na pele com a forma dos dentes.

• As lesões causadas por luta deixam apenas um pequeno corte


reto sobre o nó.

• O tendão lacerado de um dedo dificulta frequentemente seu


movimento numa direção.

• As dentadas infectadas tornam-se muito dolorosas, vermelhas e


inchadas.
Tratamento

• Limpeza da ferida

• Antibióticos

• As mordidas do animal são limpas imergindo a ferida em água


salgada estéril (salina) e limpando-a com sabão e água.
Mordidas de humanos e cães
Fármaco Dose Comentarios

Para pacientes ambulatoriais


Amoxicilina/clavulanato 500–875 mg VO 2 vezes ao dia Profilaxia: administrar por 3 dias
Tratamento: administrar por 5–7 dias

Para pacientes internados


Eficaz contra estreptococos alfa-
Ampicilina/sulbactam 1,5–3,0 g IV a cada 6 h
hemolíticos, Staphylococcus
aureus e Eikenella corrodens

Sulfametoxazol/trimetoprima
800/160 mg IV a cada 12 h Para pacientes alérgicos à penicilina
mais
(usar doses apropriadas para o peso
em crianças)
Clindamicina 150–300 mg IV a cada 6 h

Alternativa para mordidas de cão em


Doxiciclina 100 mg VO ou IV, a cada 12 h pacientes alérgicos à penicilina,
exceto crianças < 8 anos e gestantes
Tratamento
• As rupturas, exceto as que envolvem a mão e as que ocorreram há muitas
horas atrás, são frequentemente fechadas por cirurgia.

• Devem ser administrados antibióticos por via oral à maioria das pessoas que
tenham sido vítimas de mordidas humanas, cuja pele esteja rasgada, para
prevenir infecção.

• Pacientes com mordidas humanas que causam sangramento ou exposição


ao sangue do agressor também devem receber profilaxia pos exposicao
para hepatite viral e HIV como indicado pelo estado sorológico do paciente
e agressor. Se o estado for desconhecido, a profilaxia não é indicada.
Tratamento

• As mordidas infectadas são tratadas com antibióticos e,


frequentemente, devem ser abertas cirurgicamente para retirar
objetos estranhos (por exemplo, um dente quebrado) e limpar a
lesão.

• Às vezes, um estudo por imagem, como uma radiografia ou


ultrassonografia, também é feito para localizar objetos estranhos
escondidos.
Tratamento de membro amputado

• Por vezes, as partes seccionadas podem ser novamente fixas.

• As partes seccionadas devem ser envolvidas em uma toalha de


papel ou pano úmido e seladas em um saco de plástico.

• O saco fechado deve ser colocado em um segundo saco com


gelo.

• As partes seccionadas não devem ser colocadas diretamente


em gelo ou submersas em água.
Atenção !!!

• Se uma mordida resultante de luta ficar infectada, pode ser


necessário hospitalização para administração de antibióticos
intravenosos.

• Caso se saiba ou haja a suspeita de que a pessoa responsável


pela dentada sofre de uma doença que possa ser transmitida
pela mordida, pode ser necessário proceder-se a um tratamento
preventivo.
Bibliografias

• Silveira J. M; Bartmann M. & Bruno P. (2012). Primeiros


socorros: como agir em situaçoes de emergencia. 3ª Ed. Ver.
Atual. Senac nacional: Rio de Janeiro.

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