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Derivada de

segunda ordem,
extremos,
sentido das
concavidades e
pontos de
inflexão
Revisões | Taxa média de variação de uma função

Definição:
 
Dada uma função real de variável real e dados dois pontos e do respetivo
domínio, designa-se por taxa média de variação de entre e o quociente
 𝑓 (𝑏) – 𝑓 ( 𝑎)
.
𝑏− 𝑎

Exemplo:
 
Seja a distância, em metros, de uma bola relativamente ao chão, segundos
após ter sido atirada ao ar.
 
A velocidade média, em metros por segundo, da bola no intervalo é:

 h ( 0,5 ) − h ( 0,1 )  3,25 − 2,45


𝑡  . 𝑚 . 𝑣 .[ 0,5;1,2] =¿ ¿  ¿ 𝟐
0,5 − 0,1 0,4
Revisões | Derivada de uma função num ponto

Definição:
 
Dada uma função real de variável real e dado um ponto do respetivo
domínio, designa-se por taxa instantânea de variação de no ponto o
limite seguinte:   𝑓 ( 𝑥 ) − 𝑓 ( 𝑥0)
lim
𝑥→𝑥 0
𝑥 − 𝑥0
 
Quando este existe e é finito, designa-se por derivada de no ponto e
representa-se por .
 
A função diz-se derivável ou diferenciável no ponto .

Nota:
  𝑓 ( 𝑥 ) − 𝑓 ( 𝑥0 ) 𝑓 ( 𝑥 0 +h ) − 𝑓 ( 𝑥 0 )
𝑓 ’ ( 𝑥 0 ) = lim = lim
𝑥→ 𝑥 0 𝑥 − 𝑥0 h→0 h
Revisões | Derivada de uma função num ponto

Exemplo:
    ( 𝑥 )= − 4 𝑥
𝑓
Considera a função definida por 𝑥 −2.
 
Recorrendo à definição de derivada de uma função num ponto, pretende-se
determinar .

       
 

 𝟎
( )
 𝟎
       ¿ 𝟖
Revisões | Interpretação geométrica da taxa média de
variação
 
Dada uma função real de variável real e dados dois pontos e do respetivo
domínio, tem-se que o declive da reta secante ao gráfico de nos pontos e ,
de coordenadas e , respetivamente, é igual à taxa média de variação de
entre e .

  𝑓 ( 𝑥 ) − 𝑓 ( 𝑥0 )
𝑚 𝑠=
𝑥 − 𝑥0
Revisões | Interpretação geométrica da derivada de uma
função num ponto
 
Dada uma função real de variável real , diferenciável em , e dado um
referencial ortonormado, a reta tangente ao gráfico de no ponto de
coordenadas é a reta de declive que passa por .

  𝑓 ( 𝑥 ) − 𝑓 ( 𝑥0 )
𝑚 𝑡 = lim
𝑥→𝑥 0
𝑥 − 𝑥0
Revisões | Interpretação geométrica da derivada de uma
função num ponto
Exemplo:
 
De uma função , de domínio , sabe-se que:
𝑓 ( 𝑥 )− 𝑓 (3)
𝑓  ( 3 )=1      e        lim =8
𝑥 →3 𝑥−3
 
Pretende-se escrever uma equação reduzida da reta , tangente ao gráfico de
no ponto de abcissa .
 ¿ 8

 𝑚 =𝑓 (  3 )
𝑡

 
 Como o ponto de coordenadas pertence à reta e a equação reduzida da
reta é do tipo tem-se que:
1=8×
  3+𝑏⇔
  1=24+ 𝑏 ⇔
  𝑏=−23
 
é uma equação reduzida da reta , tangente ao gráfico de no ponto de
abcissa .
Revisões | Diferenciabilidade e continuidade num ponto

Teorema:
 
Dada uma função real de variável real e dado um ponto do respetivo
domínio, se é diferenciável em , então é contínua em .

Notas:
1. Uma função pode ser contínua num ponto e não ser diferenciável nesse
ponto.
 
2. Se uma função não é contínua num ponto , então não é diferenciável em .
Revisões | Função derivada

Definição:
 
Dada uma função real de variável real , designa-se por função derivada de
a função de domínio é diferenciável em que a cada valor de faz
corresponder

Nota:
 
Uma função real de variável real diz-se diferenciável num conjunto
quando é diferenciável em todos os pontos de .
Revisões | Regras de derivação

Derivada de funções de referência


( 𝑘 ) ′ =0 ,  𝑘 ∈ ℝ
  ( 𝑥 ) ′ =1  

  ( 𝑥 ² ) ′ =2 𝑥   (
𝑥3 ) ′ =3 𝑥 2

  1 1 ′ 1
 () 𝑥
=−
𝑥²
 
 √ 𝑥) =
(
2√𝑥
 
 ,

Regras de derivação
′ ′ ′ ′ ′
 
( 𝑓 + 𝑔 ) = 𝑓 + 𝑔 ( 𝑘𝑓 ′ ) =𝑘 ′
𝑓 , ′ 𝑘 ∈ ℝ
 
′ ′ ′   𝑓 𝑓 ×𝑔−𝑓 ×𝑔  
( 𝑓 × 𝑔 ) = 𝑓 × 𝑔+ 𝑓 × 𝑔  𝑔
 

 
= 2 ( ) 𝑔
 ,

Teorema da derivada da função composta:


 ( 𝑔𝑜𝑓 ) ’ ( 𝑎 ) =𝑓 ’ ( 𝑎 ) ×𝑔’(𝑓 (𝑎))
Revisões | Regras de derivação

Exemplos:
 
1. ’
 
¿ 0+1  
 

  2′ 2 ′ 
2. ¿ ( 3 𝑥 ) × √ 𝑥+3 𝑥 × ( √ 𝑥 )
   
  =

′ ′
3.
  ( 3 𝑥 ) × (5 𝑥 − 1 ) − 3 𝑥 × ( 5 𝑥 −1 )   3 ( 𝑥 )′ × (5 𝑥 − 1 ) − 3 𝑥 × [ ( 5 𝑥 )′ −1′ ]
¿ ¿
( 5 𝑥−1 ) ² (5 𝑥 − 1) ²
  3 ×1× (5 𝑥− 1 ) − 3𝑥 ×(5− 0)  15 𝑥− 3− 15𝑥   −𝟑
¿ ¿ ¿
4.
( 5 𝑥 −1 ) ² ( 5 𝑥−1 ) ² ( 𝟓 𝒙− 𝟏 ) ²
   

   
 
Revisões | Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
 
Seja uma função real de variável real, diferenciável num conjunto :

 
 se é crescente em sentido lato
nesse conjunto, então, para todo o
;

 
 se é decrescente em sentido lato
nesse conjunto, então, para todo o
.
Revisões | Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
Teorema:
 
Seja uma função real de variável real, com domínio contendo um intervalo ,
e diferenciável em . Se atinge um extremo local em , então .

Nota:
O recíproco deste teorema pode não se verificar, ou seja, uma função com
derivada nula num ponto pode não ter extremo nesse ponto.

Exemplo:
3
 𝑓 ( 𝑥 )=𝑥
𝑓  ’(𝑥)=3𝑥 2
𝑓  ’ ( 0 )=3× 02=0
 
De facto, e não admite extremo em .
Revisões | Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
Teorema de Lagrange:
 
Dada uma função real de variável real contínua em e diferenciável em
existe tal que:
𝑓 (𝑏) – 𝑓 (𝑎)
𝑓  ’ ( 𝑐 )=
𝑏 −𝑎

Interpretação geométrica:
 
Nas condições enunciadas, o
teorema de Lagrange afirma,
assim, que existe pelo menos um
ponto do gráfico no qual a
tangente é paralela à secante .
Revisões | Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
 
Seja uma função real de variável real, contínua num dado intervalo de
extremo esquerdo e extremo direito , diferenciável em . Se:
 
 , então é estritamente crescente no intervalo ;
 
 , então é estritamente decrescente no intervalo ;
 
 , então é crescente em sentido lato no intervalo ;
 
 , então é decrescente em sentido lato no intervalo ;
 
 , então é constante no intervalo .
Revisões | Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
 
Método para estudar o sentido de variação e a existência de extremos
relativos de uma função diferenciável
 1.º passo: Determina o domínio da função .
 2.º passo: Determina a expressão da função derivada .
 3.º passo: Determina os zeros da derivada, ou seja, resolve a equação .

 4.º passo: Estuda o sinal de .


5.º passo: Constrói um quadro, no qual se estabelece a relação entre o sinal
e os zeros da derivada com a monotonia e os extremos relativos
da função:
Divide o domínio da função em intervalos através dos zeros
da derivada.
Sinal de Preenche com o sinal da derivada.
Preenche com o sentido de variação da função e extremos
Variação de relativos.

6.º passo: Indica os intervalos de monotonia da função e os extremos


relativos, caso existam.
Revisões | Sinal da derivada, sentido de variação e
extremos
Exemplo:
 Considera a função definida por .
  𝐷𝑓 = ℝ
  𝑓 ′ ( 𝑥 ) =− 3 𝑥 2 + 6 𝑥 + 9
  𝑓 ′ ( 𝑥 ) =0 ⇔ −  3 𝑥 2 +6 𝑥⟺ 𝑥=−1
  +9 =0∨ 𝑥=3

Sinal de −
   0 +¿
   0 −
 

Variação de    
Mín. Máx.

3 2
𝑓  ( − 1 )=− (− 1 ) +3× ( −1 ) +9 × ( −1 ) − 4 ¿  −9
𝑓  ( 3 )=−3 3+3 ×3 2+ 9× 3− 4 ¿  −23
 
 é estritamente decrescente em e em .
 
 é estritamente crescente no intervalo .
 
 é um máximo relativo em e é um mínimo relativo em .
Derivada de segunda ordem de uma função

Definição:
 
Dada uma função real de variável real , diferenciável num intervalo , tal que a
função derivada é diferenciável num ponto , a derivada chama- -se derivada
de segunda ordem de no ponto e representa-se por .
 
Assim, se a função derivada é diferenciável em , então:
  𝑓 ′ ( 𝑥 ) − 𝑓 ′ (𝑥0 ) 𝑓 ′ ( 𝑥0 +h ) − 𝑓 ′ ( 𝑥 0 )
𝑓 ′ ′ ( 𝑥 0 ) = lim =lim
𝑥→ 𝑥0 𝑥 − 𝑥0 h→0 h

Definição:
 
Uma função real de variável real diz-se duas vezes diferenciável num dado
intervalo se existir para todo o .
 
Exemplo: Considera a função real de variável real definida por .
 
A expressão da função derivada de é .
 
Derivando novamente esta função, obtém-se a segunda derivada de .
𝑓  ′ ′ ( 𝑥 )¿(𝑓
  ′ ( 𝑥 ) )′¿(3
    𝟔𝒙
𝑥 2)′ ¿
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis

O aumento e a diminuição do declive das tangentes ao gráfico de uma


função traduz uma característica do gráfico da função – o sentido das suas
concavidades.
 
Dada uma função real de variável real e um intervalo , diz-se que o gráfico
de tem:
 
 a concavidade (estritamente) voltada para cima
em se dados quaisquer três pontos , e do gráfico,
de abcissas em , tais que , o declive da reta é
inferior ao da reta ;
 
 a concavidade (estritamente) voltada para baixo
em se dados quaisquer três pontos , e do gráfico,
de abcissas em , tais que , o declive da reta é
superior ao da reta .
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis
 
Sejam uma função diferenciável num intervalo e , e três pontos quaisquer
do respetivo gráfico tais que .
 
O teorema de Lagrange garante-nos a existência de pontos , com
 
e , tais que e .

Assim, tem-se que:


 
 se for crescente, isto é, , então o gráfico de tem a concavidade voltada
para cima;
 
 se for decrescente, isto é, , então o gráfico de tem a concavidade
voltada para baixo.
 
Reciprocamente, se o gráfico de tem a concavidade voltada para cima,
dados e tal que , então:
 𝑓 ( 𝑥 1+h ) − 𝑓 ( 𝑥 1 ) < 𝑓 ( 𝑥 2 ) − 𝑓 ( 𝑥 1 +h ) < 𝑓 ( 𝑥 2+h ) − 𝑓 ( 𝑥 2 )
h 𝑥 2 − ( 𝑥 1+h ) h
 
Conclui-se que, quando , , isto é, é crescente.
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis

Teorema:
 
Seja uma função diferenciável num intervalo . O gráfico de tem:
 
 a concavidade voltada para cima em se e somente se for estritamente
crescente em ;
 
 a concavidade voltada para baixo em se e somente se for estritamente
decrescente em .

Deste teorema, decorre o seguinte resultado:

Teorema:
 
Seja uma função duas vezes diferenciável num intervalo .
 
 se , , então o gráfico de tem a concavidade voltada para cima;

 
 se , , então o gráfico de tem a concavidade voltada para baixo.
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis

Observa que:
 
 se , , então é estritamente crescente.
 
Logo, pelo primeiro teorema, o gráfico de tem a concavidade voltada para
cima neste intervalo.
 
 se , , então é estritamente decrescente.
 
Logo, pelo primeiro teorema, o gráfico de tem a concavidade voltada para
baixo neste intervalo.

Teorema:
 
Dada uma função , duas vezes diferenciável num dado intervalo , com , e tal
que :
 
 se , admite um máximo local em ;
 
 se , admite um mínimo local em ;
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis

Definição:
 
Dada uma função de domínio , chama-se ponto de inflexão do gráfico de
ao ponto , onde , se existirem números reais e tais que e a concavidade do
gráfico de no intervalo tiver sentido contrário à concavidade do gráfico de
no intervalo .
 
Neste caso, diz-se que o gráfico de tem ponto de inflexão em .

Teorema:
 
Dada uma função , duas vezes diferenciável num intervalo , se o gráfico de
tem ponto de inflexão em , então .

Demonstração
 
Se o gráfico de tem ponto de inflexão em , então existem números reais e
tais que e a concavidade do gráfico de no intervalo tem sentido contrário à
concavidade do gráfico de no intervalo .
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis

Demonstração (continuação)
Suponhamos, sem perda de generalidade, que:
 
 no intervalo , o gráfico de tem a concavidade voltada para cima;
 
 no intervalo , o gráfico de tem a concavidade voltada para baixo.
 
Então, a função é crescente em e é decrescente em . Como, por hipótese,
é diferenciável em , a função é contínua no ponto .
 
Sendo continua em , crescente em e decrescente em , concluímos que tem
um máximo relativo em .
 
Portanto, .
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis
 
Método para estudar o sentido das concavidades e os pontos de
inflexão do gráfico de uma função duas vezes diferenciável
 1.º passo: Determina o domínio da função .
 2.º passo: Determina a expressão da função segunda derivada .
 3.º passo: Determina os zeros da função , ou seja, resolve a equação .

 4.º passo: Estuda o sinal de .


5.º passo: Constrói um quadro, no qual se estabelece a relação entre o sinal
e os zeros da segunda derivada com o sentido das concavidades
e os pontos de inflexão do gráfico da função:
Divide o domínio da função em intervalos através
dos zeros da segunda derivada.
Sinal de Preenche com o sinal da segunda derivada.
Sentido das concavidades Preenche com o sentido das concavidades e os
do gráfico de pontos de inflexão do gráfico da função.

 6.º passo: Indica os intervalos onde o gráfico de tem a concavidade voltada


para cima e para baixo e a existência de pontos de inflexão.
Pontos de inflexão e concavidades do gráfico de funções
duas vezes diferenciáveis

Exemplo:
 Considera a função definida por .
  𝐷𝑓 = ℝ
 
 e
 
 e
  𝑓  ’
⇔ ’ ⇔
− 6 𝑥+6=0 𝑥 =1𝑥
 ( ) =0

Sinal de +¿   0 − 
Sentido das
concavidades do
gráfico de

   
P.I. ∩
 

𝑓  ( 1 ) =−13 +3 ×12 +9 ×1 − 4¿  −1+3+9 − 4 ¿  7


 
 O gráfico de tem a concavidade voltada para cima em .
 
 O gráfico de tem a concavidade voltada para baixo em .
 
 O gráfico de apresenta um ponto de inflexão de coordenadas .
Exercício 1

 
Estuda, quanto ao sentido das concavidades do seu gráfico e quanto2
à
  ( 𝑥 )= 𝑥 + 4 .
𝑓
existência de pontos de inflexão, a função definida por 𝑥

Sugestão de resolução:
  𝐷 𝑓 = ℝ ¿ {0 ¿ }
       
𝐷
  𝑓 =ℝ ¿ {0 ¿}

2 ′ 2 2 2 ′
 𝑓 ′ ′ ( 𝑥 ) = ( 𝑥 − 4 )  × 𝑥 −(𝑥   − 4 )
 
× (
 
𝑥 )
( 𝑥2 )2

8
 
 Em :
 
⇔ 3
=0 𝐷
  𝑓 =ℝ ¿ {0¿}
′′
𝑥
 
Equação impossível, isto é, não tem zeros.
Exercício 1

 
Estuda, quanto ao sentido das concavidades do seu gráfico e quanto2
à
  ( 𝑥 )= 𝑥 + 4 .
𝑓
existência de pontos de inflexão, a função definida por 𝑥
Sugestão de resolução (continuação):

+¿  +¿
  +¿ 
−   0 +¿ 
Sinal de −  𝑛  . 𝑑 . +¿ 
Sentido das
concavidades do
gráfico de

 
𝑛  . 𝑑 . ∪
 

 
 O gráfico de tem a concavidade voltada para baixo em .
 
 O gráfico de tem a concavidade voltada para cima em .
 
 Não existem pontos de inflexão no gráfico de .
Problemas de otimização

A modelação consiste em encontrar funções, a que chamamos modelos,


adequadas à resolução de problemas das mais diversas áreas da ciência. No
caso particular em que a solução do problema reside na determinação de um
extremo relativo (máximo ou mínimo), dizemos que estamos perante um
problema de otimização.
São os casos, por exemplo, das empresas que querem maximizar o lucro,
dos investidores que pretendem maximizar os dividendos e minimizar os
riscos, dos viajantes que querem minimizar o tempo gasto para fazer
determinado percurso,…
Problemas de otimização

Um método geral para resolver problemas de otimização envolve várias


etapas, das quais destacamos:
 Ler e pensar – Deves ler o enunciado com atenção e pensar. Deves identificar
aspetos essenciais do problema, questionar-te sobre se alguma técnica te parece
mais apropriada, se existem estimativas razoáveis para a resposta, …

 Construir um modelo matemático – Certifica-te de que identificaste e


interpretaste corretamente o problema. Escolhe as variáveis e estabelece relações
entre elas. Limita os domínios das variáveis àqueles para os quais o problema faz
sentido.

 Aplicar métodos de redução – Verifica se é possível eliminar variáveis por


substituição.

 Resolver o problema – Resolve o problema usando as técnicas de cálculo.

 Interpretar e validar – Depois de resolveres o problema, verifica se a solução faz


sentido.
Exercício 2
 𝑥  𝑦  𝑥
 
O fabrico de embalagens de cartão
processa-se, numa dada fábrica, a partir
de folhas quadradas com de lado, por
 𝑥
recorte e dobragem, conforme ilustra a
60
  𝑐𝑚
figura:
 
Determina o valor de que maximiza o
 𝑦
volume da embalagem e calcula o  𝑥
volume máximo.
60
  𝑐𝑚
Sugestão de resolução:
 
A base da embalagem é um retângulo de dimensões por .
 
Por sua vez, a altura da caixa é .
2
𝑉
  ( 𝑥 ) =( 60 −2 𝑥 )( 30 − 𝑥 ) 𝑥 ¿  ( 180 0− 60 𝑥 −60 𝑥 +2 𝑥 ) 𝑥
¿  1800 𝑥 −120 𝑥 2+2 𝑥 3  , com
  ′ ( 𝑥 )=( 1800 𝑥 − 120 𝑥 + 2 𝑥 ) ¿  1800 −240
𝑉
2 3 ′
𝑥+6 𝑥 2
Exercício 2

Sugestão de resolução (continuação):


  1800 − 240 𝑥 +6 𝑥 2=0
  ′ ( 𝑥 )=0 ⇔
𝑉
2
2
 
⇔ 𝑥
− ( −40 ) ± √ ( − 40 ) − 4 ×1 × 300

  𝑥 −40 𝑥+ 300=0 =
2×1
  𝑥 = 40 ± √ 1 600 −1 2 00 ⇔
⇔   𝑥 = 40 ±2 0 ⇔ 𝑥 =10∨ 𝑥=30
2 2  

Sinal de 𝑛  . 𝑑 . +¿
   0 −
  𝑛  . 𝑑 .
Variação de 𝑛  . 𝑑 .  
Máx.
𝑛  . 𝑑 .
2 3
𝑉
  ( 10 )=1800 × 10− 120× 10 +2× 10 ¿  18000 −12000+2000
¿  8000
 
O volume da embalagem é máximo quando e, nesse caso, o volume da
caixa é .
Estudo completo de funções

De momento, pretende-se que sejas capaz de combinar todos os conceitos


trabalhados acerca de funções, como é o caso do conceito de limite, de
continuidade e de derivada, e que consigas esboçar o gráfico de uma função
definida analiticamente.
Para realizares um estudo completo de uma função, deves determinar:
 o respetivo domínio;
 sempre que possível, os zeros;
 os intervalos de monotonia, os extremos locais e absolutos;

 o sentido das concavidades e os pontos de inflexão;

 as assíntotas ao respetivo gráfico.

Depois de realizado todo este trabalho deverás ser capaz de fazer um


esboço do respetivo gráfico.
Exercício 3

 
Estuda e esboça o gráfico da função definida por:
𝑥
𝑓  ( 𝑥 ) = 2
𝑥 −1
Sugestão de resolução:
 Domínio:
2
 
𝐷 = {𝑥 ∈ ℝ : 𝑥
𝑓 ¿  ℝ ¿{− 1,1¿} − 1≠ 0}
 𝑥2 − 1=0⇔   𝑥 2=1 ⇔
  𝑥 =−1 ∨ 𝑥=1
 Zeros:
𝑥
  𝑓⇔  
2 (
𝑥 −1
=𝑥
0⇔
  𝑥 =0 ∧
) 𝑥 2
=   𝑥 =0 0
−1 ≠ 0⇔
 Intervalos de monotonia e extremos locais e absolutos:
         

  𝐷𝑓 ′ = ℝ ¿ {− 1,1 ¿ }
 
Tem-se que , . Assim, é estritamente decrescente em , em e em e não
tem extremos relativos.
Exercício 3

 
Estuda e esboça o gráfico da função definida por:
𝑥
𝑓  ( 𝑥 ) = 2
𝑥 −1
Sugestão de resolução (continuação):
 
 Sentido das concavidades e pontos de inflexão do gráfico de :
 
 

    (colocando em evidência )

     

  𝑓 ’ ’   ( 𝑥 ) =0
 

 
2

  ( 𝑥 =0 ∨ 𝑥 =− 3 ) ∧ 𝑥 ≠ − 1 ∧ 𝑥 ≠ 1
  condição impossível em

  𝑥 =0
Exercício 3

 
Estuda e esboça o gráfico da função definida por:
𝑥
𝑓  ( 𝑥 ) = 2
𝑥 −1
Sugestão de resolução (continuação):
 
 Sentido das concavidades e pontos de inflexão do gráfico de :

 − 𝑛  . 𝑑 .  −  0 +¿
  𝑛  . 𝑑 . +¿
 
+¿
  𝑛  . 𝑑 . +¿
  +¿
  +¿
  𝑛  . 𝑑 . +¿
 

+¿
  𝑛  . 𝑑 .  −  −  − 𝑛  . 𝑑 . +¿
 
Sinal de
 − 𝑛  . 𝑑 . +¿
   0  − 𝑛  . 𝑑 . +¿
 
Sentido das
concavidades do
gráfico de ∩
 
𝑛  . 𝑑 . ∪
   
P.I. ∩
 
𝑛  . 𝑑 . ∪
 

0   0
𝑓  ( 0 )= ¿ ¿0
0 −1 −1  
2
Exercício 3

 
Estuda e esboça o gráfico da função definida por:
𝑥
𝑓  ( 𝑥 ) = 2
𝑥 −1
Sugestão de resolução (continuação):
 
 Sentido das concavidades e pontos de inflexão do gráfico de :
 
O gráfico de tem a concavidade voltada para baixo em e em e tem a
concavidade voltada para cima em e em .
 
O ponto de coordenadas é ponto de inflexão do gráfico de .
 
 Assíntotas ao gráfico de :
 
é contínua no seu domínio, , por se tratar de uma função racional.

 
Assim, só as retas de equação e são candidatas a assíntotas verticais ao
gráfico de .
Exercício 3

 
Estuda e esboça o gráfico da função definida por:
𝑥
𝑓  ( 𝑥 ) = 2
𝑥 −1
Sugestão de resolução (continuação):
 
 Assíntotas ao gráfico de :
¿ lim ¿  1  
 
𝑥 →
 
𝑥 −110 ¿
𝑥 →1
+¿
lim
𝑥 ¿+∞
¿2
¿ +¿ + ¿
¿
𝑓 ( 𝑥 ) ¿

  1  
lim   Conclui-se assim que as retas
𝑥
 
𝑥
 
lim ¿

¿𝑥 →1
02
𝑥 −1 1
−−¿−∞ 𝑓

de
( 𝑥 )
equação e são as únicas
¿ lim ¿  − 1  assíntotas verticais ao gráfico
0 ¿+∞
    𝑥 lim¿ +¿
de . −+ ¿
𝑥 →− 1
¿ ¿
𝑥 →−
𝑥 −1
2 1 𝑓 ( 𝑥 ) ¿
lim −1   𝑥
¿ 
0 ¿¿−∞
  lim  ¿ 𝑥 →− 1 𝑓 −
( 𝑥 ) +¿
2 −
𝑥 →𝑥 −−
1 1
𝑥   1
lim 𝑥 
  lim lim 0
𝑥 →+ ∞ 𝑥
2
𝑥
 
lim 𝑓
¿ 𝑥 →+ ∞ ( ¿ 𝑥
  ¿ 𝑥 →+ 1 −0 ¿  0 )
∞ ¿
𝑥 →
2
𝑥 −+ 1 ∞𝑥2 1 1
− 1−
𝑥
2
𝑥
2
𝑥2
    lim
𝑥   lim 1
lim 𝑥 𝑥→ − ∞ 𝑥
2
𝑥 →− ∞ 𝑥 0
 
lim ¿𝑓 ¿  𝑥
1 −0 ¿  0
  ¿
𝑥 →− ∞ ¿ ( )
𝑥 →
2
𝑥 −− 1 𝑥
∞1
2
1
− 2 1−
𝑥
2
𝑥 𝑥2
Exercício 3

 
Estuda e esboça o gráfico da função definida por:
𝑥
𝑓  ( 𝑥 ) = 2
𝑥 −1
Sugestão de resolução (continuação):
 
 Assíntotas ao gráfico de :
 
Conclui-se assim que a reta de equação é assíntota horizontal ao gráfico
de quando e quando .
 
 Representação gráfica de :
 
Com o estudo analítico que acabámos de
efetuar, conseguimos esboçar o gráfico da
função .
Aplicar a noção de derivada à cinemática do ponto

 
Se uma função indica a distância percorrida por um móvel, que se desloca
num percurso linear, em função do tempo, tem-se que:
 
 a taxa média de variação de , no intervalo , é a velocidade média do móvel
entre os instantes e ;
 
 a derivada de em é a velocidade do móvel em .
Exemplo:
Uma partícula desloca-se sobre uma reta numérica cuja unidade é o metro.
 
A abcissa (nessa reta) da respetiva posição no instante , em segundos, é
dada por: 2
 𝑝 ( 𝑡 ) =4 𝑡 +20 𝑡
 
a) Determina a velocidade média entre os instantes e .
 
b) Calcula a velocidade no instante .
 
c) Supondo que a partícula esteve em movimento entre os instantes e , qual
é a velocidade máxima atingida? Qual é a aceleração da partícula nesse
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 12.º ano
instante?
Aplicar a noção de derivada à cinemática do ponto

Sugestão de resolução:
2
 𝑝 ( 𝑡 ) =4 𝑡 +20 𝑡
 
a) Determina a velocidade média entre os instantes e .

𝑡  . 𝑚 . 𝑣 .[ 0 ,2¿ ] 𝑝 ( 2 ) − 𝑝 ( 0 )¿  56 − 0 ¿ 𝟐𝟖   A velocidade média da


2 −0 2 partícula entre os instantes
e é de metros por
𝑝
  ( 2 ) = 4 × 2 2
  4 × 4+ 4 0¿
+20 × 2 ¿   56 segundo.
2
  4 × 0+0  ¿ 0
 𝑝 ( 0 )= 4 × 0 + 20× 0 ¿

 
b) Calcula a velocidade no instante .
 
A velocidade no instante é igual a .
2
  8 𝑡+20
 𝑝 ′ ( 𝑡 ) =( 4 𝑡 +20 𝑡 ) ′ ¿   A velocidade no instante é igual a
  8 ×2+20  ¿ 𝟑𝟔
𝑝  ′ ( 2 ) ¿ metros por segundo.
Aplicar a noção de derivada à cinemática do ponto

Sugestão de resolução:
2
 𝑝 ( 𝑡 ) =4 𝑡 +20 𝑡
 
c) Supondo que a partícula esteve em movimento entre os instantes e , qual
é a velocidade máxima atingida? Qual é a aceleração da partícula nesse
instante?
 
Pretende-se determinar a velocidade máxima entre os instantes e , isto
é, determinar o máximo da função .
 
Para o efeito, determinemos a derivada da função :  𝑝 ′ ′ ( 𝑡 )=8
 
Como , , então é estritamente crescente em .
 
Logo, é o máximo no intervalo considerado, ou seja, a partícula atinge a
velocidade máxima em .   A velocidade máxima
  8 ×8+20  ¿ 𝟖𝟒
𝑝  ′ ( 8 ) ¿ atingida é igual a .
 
A aceleração da partícula no instante é igual à derivada de em :
 𝑝 ′ ′ ( 8 ) =𝟖   A aceleração da partícula no
instante é igual .
Aplicar a noção de derivada à cinemática do ponto

Formalizemos o conceito de aceleração presente no exemplo anterior.


 
Fixemos um instante para origem das medidas de tempo, uma unidade de
tempo , uma reta numérica , com unidade de comprimento , e um intervalo ,
não vazio e reduzido a um ponto.
 
Seja a função posição de um ponto que se desloca na reta durante um
intervalo de tempo , e e dois instantes de , a aceleração média de no
intervalo de tempo na unidade é a taxa média de variação de entre e :

 𝑝 ′ ( 𝑡 2 ) − 𝑝 ′ ( 𝑡 1 )
𝑡 2 −𝑡 1
 
Para , a aceleração instantânea de no instante na unidade é a derivada
de segunda ordem de em , , caso exista.

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