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INTRODUÇÃO A FARMACOCINÉTICA

ÍNDICE

O QUE É A FARMACOCINÉTICA?

QUE MECANISMOS ESTÃO IMPLICADOS?

COMO SE ESTUDA?

O QUE SE CALCULA E COMO SE INTERPRETAM OS


RESULTADOS?
QUAL É A UTILIDADE?
CONCEITO DE FARMACOCINÉTICA E
PROCESSOS LADME

Metabolismo
(M)

Forma Libertação Absorção Distribução Biofase


farmacéutica
(L) (A) (D)
Excreção Resposta

(E)
GALÉNICA FARMACOCINÉTICA FARMACODINÁMICA

Evolução temporal do fármaco no organismo

SIMULTANIEDADE PROCESSOS LADME


CIRCULAÇÃO DE FÁRMACOS
TRASPORTE DE FÁRMACOS

Como é que os fármacos se


movem no organismo?

Corrente Membranas y
sanguínea espaços
intercelulares

Larga
distancia Curta
distancia
PASSAGEM ATRAVÉS DE
MEMBRANAS

1. Difusão passiva através de lipidos


2. Difusão através de canais (poros)
3. Difusão facilitada por transportadores Proteínas
4. Transporte activo
PASSAGEM ATRAVÉS DE
MEMBRANAS
PASSAGEM DE SUBSTANCIAS ATRAVÉS DE MEMBRANAS BIOLÓGICAS
FONTE DE TIPO DE
PROCESO MECANISMO
ENERGIA MOLÉCULA
Difusão passiva Gradiente
Através de Hidrófoba
através de lípidos concentração
membrana
Difusão através Gradiente Através de canais Hidrófilas
de aquapurinas concentração aquosos (poros) pequenas e gases
Gradiente Através de espaços
Hidrófilas
Filtração hidrostático ou intercelulares
pequenas
osmótico
Gradiente de Transportador de Afins ao
Difusão facilitada
concentração membrana transportador
Transportador de Afins ao
Transporte activo Energía
membrana transportador
metabólica
FACTORES QUE CONDICIONAM A
DIFUSÃO PASSIVA

 Diferença de concentrações (gradiente)


 Superfície e espessura de membrana
 Características da molécula: tamanho e lipofilicidade
 Ácidos e Bases: ionização (pH do meio)

LEI DE HENDERSON- LEI DE FICK


HASSELBALCH
FACTORES CONDICIONAM A
DIFUSÃO PASSIVA

LEI DE HENDERSON-
LEI DE FICK HASSELBALCH

A pKa = pH + log [AH] (ácidos)


q  D(Ca  Ci ) [A-]
d
pKb = pH + log [B +
]
(bases)
[BOH]
q = velocidade de difusão
A = superficie da membrana A -
e B +
 hidrofilia
d = espessura da membrana  dificuldade para atravessar membranas
D = coeficiente de difusão do fármaco
(maior quanto mais lipofílico)
Formas que predominantement
(Ca – Ci) = gradiente de concentração AH e BOH
atravesarão as membranas
FACTORES QUE CONDICIONAM A
DIFUSÃO PASSIVA

pKa = 4,4
(1) (1000)
Plasma
HA A- + H+
pH=7,4 Sequestro iónico

Membrana lipídica

Suco gástrico
HA A- + H+
pH=1,4
(1) (0,001)
INTRODUÇÃO A FARMACOCINÉTICA
ÍNDICE

O QUE É FARMACOCINÉTICA?

QUE MECANISMOS ESTÃO IMPLICADOS?

COMO SE ESTUDA?

O QUE SE CALCULA E COMO SE INTERPRETAM OS


RESULTADOS?

¿PARA QUE SERVE?


ABSORÇÃO

Metabolismo (M)

Absorção (A) Distribuição (D)

Excreção (E)

Passagem dos fármacos do lugar de administração até a


circulação sanguínea.
FACTORES QUE CONDICIONAM A
ABSORÇÃO

 Características fisicoquímicas do fármaco (tamanho,


liposolubilidade, pka, afinidade por transportadores).

 Características da forma farmacéutica (capacidade de dissolução).

 Características do local de absorção (vía de administração).

 Eliminação presistémica (metabolismo de primeira passagem e


circulação enterohepática).
METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM
E CIRCULAÇÃO ENTEROHEPÁTICA
Inactivação por pH del meio
Inactivação enzimática
Inactivação pela flora

Metabolismo intestinal

Metabolismo hepático

Bilis
Efeito de primeira passagem:
extracção hepática superior a 70%.

Eliminação nas fezes


FACTORES QUE MODIFICAM A
ABSORÇÃO

FISIOLÓGICOS
 Fluxo sanguíneo
 Alimentos

FISIOPATOLÓGICOS
 Vómitos
 Diarreias
 Patologias digestivas que alteram o esvaziamento gástrico, o transito
intestinal ou a superfície de absorção

IATROGÉNICOS
 Ocasionados por outros fármacos
DISTRIBUIÇÃO

Metabolismo (M)

Absorção (A) Distribuição (D)

Excreção (E)

Processo que permite aos fármacos a passagem reversivél


do sangue aos diversos orgãos e tecidos do organismo.
FACTORES QUE CONDICIONAM A
DISTRIBUIÇÃO

 Características fisicoquímicas do fármaco (tamanho, lipofilicidade,


pka, afinidade aos transportadores).

 União a proteínas (plasmáticas e tissulares).

 Fluxo sanguíneo (irrigação dos tecidos e orgãos).

 Barreiras naturais (permeabilidade de membranas: BHE, barrera


placentária).
UNIÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

Proteínas que se unem aos fármacos no plasma:

 Albumina: fármacos ácidos e básicos.


 1-glicoproteína: fármacos básicos.
 Lipoproteínas: moléculas liposoluveis.
 Globulinas: corticosteróides.
UNIÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

Afinidade fármaco-proteína: Lei de Acção de Massas


Ka: Constante de associación

Fármaco + Proteína Fármaco-Proteína

[F] + [P] [FP] Fracção livre


Cu
[FP] fu =
Ka = Ct
ACTIVO [F] + [P] INACTIVO

SOMENTE A FRACÇÃO LIVRE (Cu) É CAPAZ DE ATRAVESSAR


MEMBRANAS E, PORTANTO, DE EXERCER A SUA ACÇÃO
FACTORES QUE MODIFICAM A
DISTRIBUIÇÃO

Acumulação em tecidos concretos


Obesidade: ↓ distribuição fármacos hidrosoluvéis; ↑ distribuição
fármacos liposoluvéis
 Alteração fluxo sanguíneo
Insuficiência cardíaca: ↓ distribuição
 Alteração permeabilidade de membranas
Inflamação: ↑ distribuição
 Alteração união a proteínas plasmáticas
Hipoalbuminemia o hiperalbuminemia
 Alteração da união a proteínas tissulares
METABOLISMO

Metabolismo (M)

Absorção (A) Distribuição (D)

Excreção (E)

Processo enzimático que permite a conversão dos fármacos en


substâncias mais polares e , portanto, mais facilmente excretavéis.
METABOLISMO

OBJETIVO Converter o fármaco em uma substância mais hidrofílica


LOCALIZAÇÃO DO METABOLISMO

FÍGADO

O
ES NS TIN A R OS
S SM
Õ RI TE OT
ULM IN
PL
A
P

RETÍCULO CITOSOL
ENDOPLASMÁTICO
LISO Enzimas solubles
FASE II
Citocromo P450
FASE I
FASES DO METABOLISMO

REACÇÕES FASE I REACÇÕES FASE II

Catabólicas: Anabólicas:
Oxidação Glucoronoconjugação
Redução Sulfoconjugação
Hidrólise Acetilação

Compostos com Compostos com


maior reactividade inactividade
química química
FASES DO METABOLISMO

Fase I Fase II
Metabolito
Fármaco Metabolito
conjugado
oxidasas, hidrolasas, transferasas
reductasas OH
OH
HO
COOH COOH COOH
OCOCH3 OH O O
COOH

Ácido acetilsalicílico Ácido salicílico Glucorónido


FACTORES QUE MODIFICAM
METABOLISMO

Interacção com outros fármacos


Inducção e inibição enzimática
 Idade
 Espécie
Cão: ↓ actividade acetiladora
Gato: ↓ actividade glucoronoconjugadora
 Polimorfismo genético
Fenotipo acetilador (lento / rápido)
 Estado nutricional
EXCREÇÃO

Metabolismo (M)

Absorção (A) Distribuição (D) DISPOSIÇÃO

Excreção (E)

Expulsão dos fármacos do organismo, desde la circulação


sanguínea para o exterior.

METABOLISMO + EXCREÇÃO = ELIMINAÇÃO


VÍAS DE EXCREÇÃO

PRINCIPAIS SECUNDÁRIAS

R LEITE
AL
HEPATOBILIAR NA
N O
RE LM
PU

NAL
T I
A
TES LIV
IN SA
EXCREÇÃO RENAL

EXCREÇÃO = FILTRAÇÃO + SECREÇÃO - REABSORÇÃO


FACTORES QUE MODIFICAM A
EXCREÇÃO RENAL

União a proteínas plasmáticas


Filtração: fármaco não unido a proteínas e de PM < 60 KDa
 Inibição ou saturação de transportadores
Secreção: Transporte passivo e transporte activo
(transportadores sensivéis a inibição)
 Liposolubilidade e grau de ionização do fármaco
Reabsorção: Fármacos liposoluvéis e formas não ionizadas

pH orina
INFLUÊNCIA DO pH REABSORÇÃO

pKa = pH + log [AH] (ácidos)


[A-]
Filtrado Urina Plasma
pKb = pH + log [B+
]
(bases)
[BOH]
[A-]

AH A- + H+ [AH] [AH]
BOH B+ + OH-
[B+]

Urina alcalina [A-] [BOH] [BOH] [BOH]

Urina ácida [B+] [AH]


EXCREÇÃO BILIAR E CIRCULAÇÃO
ENTEROHEPÁTICA

Urina

Bilis
INTRODUÇÃO A FARMACOCINÉTICA
ÍNDICE

O QUE É A FARMACOCINÉTICA?

QUE MECANISMOS ESTÃO IMPLICADOS?

COMO SE ESTUDA?

O QUE SE CALCULA E COMO SE INTERPRETAM OS


RESULTADOS?

PARA QUE SERVE?


RELAÇÃO QUNATIDADE FÁRMACO-
EFECTO

Quantidade do Resposta
fármaco no local farmacológica Efeito
de acção

Será

Quantidade do fármaco no plasma


CURVAS DE NIVEIS PLASMÁTICOS

Curva de niveis plasmáticos ou curva tempo-concentração:


Ferramenta básica para o estudo de LADME
Obtenção experimental dos dados

1. Administração dum fármaco a um individuo, a uma dose e por uma vía


determinada.
2. Recolha de amostras de sangue a diferentes tempos
postadministração.
3. Determinação analítica da concentração do fármaco en cada amostra.
4. Construção da curva de niveis plasmáticos apartir da tabela tempo-
concentração.
5. Cálculo dos parámetros farmacocinéticos apartir da curva.
CURVAS DE NIVEIS PLASMÁTICOS

C0 = Cmax
C1

Concentração plasmática
C2
Adm. i.v.
Tempo Concentração C3
postadm. plasmática
C4
t1 C1
C5
t2 C2
t1 t2 t3 t4 t5 Tempo
t3 C3

Concentração plasmática
t4 C4 C0  Cmax
C3
Adm. e.v.
t5 C5
C2

C4

C5
C1

t1 t2 t3 t4 t5 Tempo
ORDENS CINÉTICAS

Cinética Cinética
bacteriana enzimática
Crescimento Reacções
bacteriano enzimáticas

Reacções
Qualquer processo que Reacçoes de
químicas de envolve mudanças ao longo desintegração
síntese do tempo está sujeito a uma radioactiva
ordem cinética Cinética
Cinética
radioactiva
química

Evolução dum
fármaco no Farmacocinética
organismo
ORDEM CINÉTICA

Natureza da
velocidade do proceso

 Cinética de ordem um
 Cinética de ordem zero
 Cinética de ordem mixto
TIPOS DE CINÉTICAS:
CINÉTICA DE ORDEM UM

Equação: dQ/dt = -k·Q

Leitura da equação: A velocidade do processo (dQ/dt) não é


constante, depende da quantidade do fármaco em cada momento (Q)
e da velocidade fracional do processo, que SIM é constante (k).

Expresão de Q (resolução da equação): Q = Q0 · e-k·t


Utilidade: Dando valores a t e a Q (tabela tempo-concentração)
obteremos a equação da curva. Apartir da equação podemos
conhecer a quantidade do fármaco no sangue em qualquer momento
t.
TIPOS DE CINÉTICAS:
CINÉTICA DE ORDEM UM

Quantidade fármaco
120

no sangue (mg)
Te mpo (h) Quantidade (mg ) 100 Q = 100·e -0,6931·t
0 100 80
1 50 60
2 25 40
3 12,5 20
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
A representação de Q frente a t é
Tempo (h)
sempre uma curva exponencial.
Ln quaantidade fármaco

6,00
Aplicando logaritmos naturais a
no sangue (mg)

5,00
ambos lados da equação,
4,00
obteremos: LnQ = LnQ0 -k·t
3,00
2,00
1,00 LnQ = 4,6052 -0,6931·t
A representação de LnQ frente a t
0,00
é sempre uma recta.
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Tempo (h)
TIPOS DE CINÉTICAS:
CINÉTICA DE ORDEM ZERO

Equação: dQ/dt = -k0

Leitura da equação: A velocidade do processo (dQ/dt) não depende


da quantidade do fármaco senão que tem lugar a uma velocidade
constante (k0).

Expressão de Q (resolução da equação): Q = Q0 - k·t


Utilidade: Dando valores a t e a Q (tabela tempo-concentração)
obtemos a equação da curva. Apartir da equação podemos conhecer
a quantidade de fármaco no sangue em qualquer momento t.
TIPOS DE CINÉTICAS:
CINÉTICA DE ORDEM ZERO

Quantidade fármaco
no sangue (mg)
150 Q = 100 - 20·t
Te mpo (h) Quantidade (mg )
0 100 100
1 80
50
2 60
3 40 0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
A representação da Q frente ao t é Tempo (h)
sempre uma recta.
TIPOS DE CINÉTICAS:
CINÉTICA DE ORDEM MIXTO OU DE
MICHAELIS-MENTEN

Equação: dQ/dt = Vm · Q / Km + Q

Leitura da equação: A velocidade do processo (dQ/dt) depende tanto da


quantidade do fármaco (Q) como da velocidade máxima em que se pode
produzir o processo (Vm).

Expressão de Q (resolução da equação): Nenhuma forma explícita de Q.


Utilidade: Duas situações limites que permitem simplificar a equação:

•Q<<<< Km : Podemos não considerar Q no denominador e portanto fica a


expressão dQ/dt = -k·Q, corresponiente a uma cinética de primera ordem.
Sistema não saturado. QUANTIDADE BAIXA DE FÁRMACO NO
SANGUE

•Q>>>> Km : Podemos desprezar Km no denominador e, portanto, fica a


expressão dQ/dt = -k, correspondente a uma cinética de ordem zero.
TIPOS DE CINÉTICAS:
CINÉTICA DE ORDEM MIXTO OU DE
MICHAELIS-MENTEN

150
Q>>>Km

Quantidade fármaco
Te mpo (h) Quantidade (mg )

no sangue (mg)
100
0 165
1 125
2 90 50 Q<<<Km
3 55
4 30
0
6 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
8 17
10 15 Tempo (h)

A representação de Q frente a t é uma curva


exponencial em um dos troços (processo não
saturado, ordem um) e uma recta em outro troço,
quando o sistema está saturado (ordem zero).
PROCESSOS LADME E ORDEM
CINÉTICO

Metabolismo (M)
Ordem mixto

Absorção (A) Distribuição (D)


Orden um

Orden um, zero


ou mixto Excreção (E)

Ordem um ou mixto
Formulações de Transportadores
libertação
sustentavél Filtração e Secreção
reabsorção
ESTUDO CURVAS T-C

INTERPRETAÇÃO MATEMÁTICA COMPLEXA

SIMPLIFICAÇÃO

MODELOS MATEMÁTICOS

MÉTODOS MÉTODOS NÃO


COMPARTIMENTAIS COMPARTIMENTAIS

CÁLCULO PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS


MÉTODOS COMPARTIMENTALES

Consideram o organismo dividido em compartimentos que se intercomunicam.

Tecidos ou grupo de tecidos com fluxo sanguíneo e afinidade similar pelo


fármaco
O fármaco distribui-se de forma uniforme em cada compartimento.
Asume-se que o processo que resulta de todos os diferentes processos
LADME é de primeira ordem (LINEARIDADE CINÉTICA).
O cálculo dos parâmetros farmacocinéticos faz-se a partir do modelo
escolhido.

VANTAGENS INCONVENIENTES
Modelo sIimples que Assume-se um modelo (forçado
prmite seguir o decurso de dados) e asume-se a
temporal do fármaco linealidade cinética
MÉTODOS COMPARTIMENTAIS
COMPARTIMENTOS LÍQUIDOS DO
ORGANISMO

Compartimento central: tecidos e orgãos bem irrigados (coração,


pulmão, fígado, rim, SNC (se o fármaco atravessa bem a BHE).

Compartimento periférico superficial: tecidos e orgãos menos


irrigados e lugares onde o fármaco une-se de forma fraca (pele,
gordura, músculo, depósitos celulares).

Compartimento periférico profundo: depósitos tissulares em que


o fármaco se une com mais força.
MÉTODOS COMPARTIMENTAIS
MONOCOMPARTIMENTAL

Organismo = um só compartimento de carácter aquoso

Administração fármaco  distribução instantánea e homogénea por todo o


volume do organismo

Q, Vd kel
D ME

Q = D · e-kel·t

LnQ = LnD -kel·t


MÉTODOS COMPARTIMENTAIS
BICOMPARTIMENTAL

Organismo = compartimento central + compartimento periférico

Administração fármaco  distribuição no compartimento central, e aprtir do qual


se distribuirá pelo compartimento periférico

k12
Q, Vc Q, Vp
D
k21

kel

ME Q = A·e -·t + B·e -·t

fase 
 +  = k12 + k21 + kel
fase 
MÉTODOS NÃO COMPARTIMENTAIS

 Não se assume nenhum modelo.


 Assume-se que somente o processo de eliminação é de primera ordem.
 O cálculo dos parametros farmacocinéticos faz-se apartir dos dados
experimentais.

VANTAGENS INCONVENIENTES
Não se assume nenhum Informação muito básica
modelo e não se forçam sobre a cinética do fármaco
os dados (uso de dados
experimentais)
INTRODUÇÃO A FARMACOCINÉTICA
ÍNDICE

O QUE É A FARMACOCINÉTICA?

QUE MECANISMOS ESTÃO IMPLICADOS?

COMO SE ESTUDA?

O QUE SE CALCULA E COMO SE INTERPRETAM OS


RESULTADOS?
QUAL É A UTILIDADE?
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

Equação: Q = Q0 · e-kel·t
Equação operativa: C = C0 · e-kel·t Q / Vd = e-kel·t · Q0 / Vd C = C0 · e-kel·t

Conversão Q-C: Vd

Concentração
CÁLCULO Vd (medida da distribução do fármaco)
Tempo
C0 = Q0 / Vd = D / Vd Vd = D / C 0

CÁLCULO kel (medida da eliminação


do fármaco)

Apartir da equação da recta


(t vs LnC)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

EXEMPLO CÁLCULO Vd E kel


Dose = 100 mg/kg
Peso = 20 kg 6,00

Ln Concentração
4,00
Te mpo (h) Concentração (mg/l) Ln C

(mg/l)
1 100 4,61 2,00 LnC = 5,2983 - 0,6931·t
2 50 3,91
3 25 3,22 0,00
4 12,5 2,53
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Tempo (h)
LnC0: ordenada na origem
LnC0 = 5,3 C0 = 200 mg/l Vd = 100 mg/kg / 200 mg/l = 0,5 l/kg (x 20 kg) = 10 l

kel: pendente
kel = 0,693 h-1
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO (Vd)


Tem Pouco significado fisiológico, não é um volume real senão aparente. Dá Informação sobre o grau de
distribuição do fármaco no organismo. Unidades: volume por unidade de peso (l/kg, ml/kg) ou volumen (l,
ml).
Conteúdo aquoso total do organismo Conteúdo aquoso total do organismo (extracelular)
60% - 80% do peso total 20% - 30% do peso total

0,6 – 0,8 l/kg 0,2 – 0,3 l/kg

valor máximo teórico do Vd (se valor máximo teórico do Vd (Se o


o fármaco tem capacidade de fármaco NÃO tem capacidade de
penetrar para dentro da célula) penetrar para o interior da célula)

Margem teórico do Vd
0,2 – 0,8 l/kg

Isto seria rel se a distribuição do fármaco dependesse somente do conteúdo de água corporal. Mas não é
assim: A união a proteínas plasmáticas e tissulares é o elemento determinante do seu valor, juntamente
com a liposolubilidade do fármaco.
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

Influencia da união a proteínas

 união a proteínas plasmáticas  união a proteínas plasmáticas


 
fármaco “sequestrado” no sangue, fármaco livre, elevada
pouca distribuição aos tecidos distribuição aos tecidos
 
 valor de C  valor de C
 
 valor do Vd  valor do Vd

Com a união a proteínas tissulares ocorrerá o mesmo, mas no sentido


contrário (o fármaco fica retido nos tecidos)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

CONSTANTE DE ELIMINAÇÃO (Kel)


Representa a velocidad fraccional do processo de eliminação, quer dizer, a
percentagem do fármaco que se elimina por unidade de tiempo. Unidades: tempo
inverso (h-1, min-1).

Exemplo: kel = 0,69 h-1 Cada hora elimina-se aproximadamente 69% de las
moléculas de fármaco disponivéis.

SEMIVIDA DE ELIMINAÇÃO (t½)


´É um parametro derivado do kel, mis funcional. Representa o tempo necessário
para que uma determinada concentração de fármaco leva para se diminuir até a
metade. Unidades: tempo (h, min).
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

CÁLCULO DE t½

O valor de t½ pode ser calculado mediante dois métodos:

• Graficamente: Apartir do gráfico tempo-concentração, medimos o tempo


necessário para que a concentração disminua até metade, em qualquer momento.

120
Concentração (mg/l)

Tempo (h) Concentração (mg/l)


100
1 100
80
2 50
60
3 25
40
4 12,5 20
0
0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
t½ = 1 h Tempo (h)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

• Apartir da equação da recta: LnC = LnC0 -kel·t


Se a semivida é o tempo necessário para diminuir a concentração a metade:

Ln 1/2 C0 = Ln C0 – kel· t½

 – Ln 1/2 C0 = – Ln C0 + kel· t½

t½ = (Ln C0 – Ln 1/2 C0) / kel

 t½ = Ln (C0 / 1/2 C0) / kel

t½ = Ln 2 / kel

t½ = 0,693 / kel

t½ = 0,693 / 0,693 h-1 = 1 h


PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

ACLARAMENTO PLASMÁTICO OU CLEARANCE (Cl)

Define a capacidade do organismo para eliminar um fármaco. Portanto:

ELIMINAÇÃO = METABOLISMO + EXCRECIÓN

FÍGADO RIIM

ClTOTAL = ClHEPÁTICA + ClRENAL + ClOUTRAS

Definição clásica: volume do sangue depurado de fármaco por unidade de


tempo. Unidades de fluxo: volume/tempo (l/h, ml/min) ou volume/kg·tempo
(l/kg·h, ml/kg·min).
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

Para formular uma expressão matemática de Cl, necessitamos conceitos que


nos informem sobre o volume do sangue capaz de transportar fármaco para os
orgãos implicados e sobre a velocidade de eliminação do fármaco.

Cl = Vd · kel

No nosso exemplo: Cl = 0,5 l/kg · 0,693 h-1 = 0,35 l/kg·h (x 20 kg) = 7 l/h

SIGNIFICADO: Em uma hora, O organismo elimina as moléculas de fármaco


contidas em 7 l de sangue.
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

Significado fisiológico

Cl = Q · E

Fluxo sanguíneo Capacidade de extração

Fármacos de elevada Fármacos de baixa


extração (E>0,8) extração (E<0,2)

Eliminação dependente Eliminação


de Q independente de Q
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

ÁREA SOB CURVA (AUC)

Representa a quantidade de fármaco que se incorporou, na forma inalterada, ao


organismo, depois da administração duma determinada dose. Unidades:
massa·tempo por unidade de volume (mg·h/l). Medida da disposição do fármaco.

AUCt < 20% AUC0 t t


∫0 C(t) = ∫ 0
C0
AUC0 =
t
C0· e-kel·t = · (1- e-kel·t)
kel
Concentração

C0
AUC0 = AUC + AUCt ≈

0
t ∞
kel

Ct kel
Ct
AUCt∞ =
0 Tempo ∞ kel
t
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

Na práctica, o cálculo se realiza mediante o método de trapezóides

Cn-1 + Cn
AUC0 =
t
 0
t

2
· (t n - t n-1)

C1 + C2
AUCt1 =
t2 · (t 2 - t 1)
2
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

RELAÇÕES ENTRE OS PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS

Relações matemáticas apartir das fórmulas:

Vd = Cl · t½ / 0,693
Cl = Vd · kel = Vd · 0,693 / t½
t½ = Vd · 0,693 / Cl

C0 D / Vd
AUC0 =
∞ = = D / Vd·kel
kel kel

t½ Vd Cl

independente independente dependente PONTO DE VISTA MATEMÁTICO


dependente independente independente PONTO DE VISTA FISIOLÓGICO
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

MORFOLOGIA E INTERPRETAÇÃO DAS CURVAS t-C

120,0 veliminação = vabsorção (Cmax, tmax)


Te mpo (h) Co nc e ntraç ão (mg /l) Concentração (mg/l)
1,0 10,0 100,0
veliminação > vabsorção
2,0 75,0 80,0
3,0 110,0
4,0 85,0 60,0 vabsorção > veliminação
5,0 50,0
40,0
6,0 35,0
7,0 20,0 20,0
8,0 10,0
0,0
0 2 4 6 8 10
Tempo (h)
Compartimento
interno
A, Va ka C, Vd
D Equação : C = C0 · e -kel·t - A0 · e -ka·t

Compartimento kel
externo
ME
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

CÁLCULO DA EQUAÇÃO MÉTODO DOS RESIDUAIS

PASSO 1: CÁLCULO C0 Y kel


Representação t-LnC Primeiro troço curvo (a) e segundo traço recto (b)
LnConcentração (mg/l)
Te mpo (h) Ln C 8,0 LnCo
1,0 2,3 LnC = LnC0 -kel·t
2,0 4,3 6,0
3,0 4,7 kel
4,0 4,4 4,0 (a)
5,0 3,9 (b)
6,0 3,6 2,0 eliminação pura
7,0 3,0
8,0 2,3
0,0
0 2 4 6 8
Tempo (h)
Exemplo: LnC = 6,6 – 0,52 · t

LnC0 = 6,6 C0 = 735,1 mg/l


C = 735,1·e –0,52·t - A·e-ka·t
kel = 0,52 h -1
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

PASSO 2: CÁLCULO CONCENTRAÇÕES EXTRAPOLADAS

concentrações extrapoladas Concentrações se não tivesse havido absorção

6,1
x 5,6
5,0
x x
Te mpo (h) Ln C Co nc e ntraç ão (mg /l)
1,0 6,1 437,0
2,0 5,6 260,0
3,0 5,0 154,5
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

PASSO 3: CÁLCULO A E ka

Cextrap – Creais = Clugar abs Te mpo (h)


Co nc e ntraç ão (mg /l)
Extrapo lada (E) Re al (R) E-R Ln(E-R)
x x
1,0 437,0 10,0 427,0 6,1
x 2,0 260,0 75,0 185,0 5,2
3,0 154,5 110,0 44,5 3,8
LnA = LnA0 - ka·t

Exemplo: LnA = 7,3 – 1,1 · t

LnA0 = 7,3 A0 = 1480 mg/l


C = 735,1·e –0,52·t - 1480·e-1,1·t
ka = 1,1 h -1
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

SIGNIFICADO ka
Representa a velocidade fracional do processo de absorção, quer dizer, a
percentagem de fármaco que é absorvida por unidade de tempo. Sempre tem
relação com a concentração no local de absorção, não no plasma. Unidades:
tempo inverso (h-1, min-1).

SEMIVIDA DE ABSORÇÃO (t½a)

É um parametro de absorção derivado da k a. Representa o tempo que tarda a


concentração de fármaco em diminuir a metade no lugar de absorção. Unidades:
tempo (h, min). Seguindo a mesma argumentação que com a semivida de
eliminação:
t½a = 0,693 / ka
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

ÁREA SOB CURVA (AUC)


t C0 A0 C0 A0
AUC =
0
t
∫0 C(t) =
kel
· (1- e -kel·t
) -
ka
· (1- e -ka·t
) AUC
0

=
kel
-
ka

BIODISPONIBILIDADE ABSOLUTA (F)

Fracção ou percentagem da dose administrada por vía extravascular que chega


inalterada a circulação sistémica.

Se expressa como a relação entre a AUC extravascular e a AUC intravenosa

AUCev
F
AUCiv
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
ADM. E.V. –MONOCOMPARTIMENTAL-

CÁLCULO kel, t½el, Vd y Cl apartir de E.V. FENÓMENO FLIP-FLOP

ka > kel

Concentração
Si desconnhecemos a
fracção da dose que ka < kel
chega ao sangue

Tempo

Vd/F
Cl/F
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –BICOMPARTIMENTAL-

120,0

100,0
Te mpo (h) Co nc e ntraç ão (mg /l) Equação : C = A · e -α·t + B · e -β ·t

Concentração (mg/l)
80,0
1,0 110,0
1,5 60,0 60,0
2,0 35,0 40,0
3,0 20,0 20,0
4,0 18,0 0,0
5,0 15,0 0 2 4 6
6,0 12,0 Tempo (h)
7,0 10,0

distribuição
5,0
 eliminação
LnConcentração (mg/l)

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
0 1 2 3 4 5 6 7
Tempo (h)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –BICOMPARTIMENTAL-

CÁLCULO DA EQUAÇÃO MÉTODO DOS RESIDUAIS

PASSO 1: CÁLCULO B E β

Tiempo (h) Ln C 5,0


1,0 4,7
LnConcentração (mg/l)

4,0
1,5 4,1 LnB = LnB0 - β·t
2,0 3,6 3,0
LnBo
3,0 3,0
2,0 β
4,0 2,9
eliminação pura
5,0 2,7 1,0
6,0 2,5 0,0
7,0 2,3
0 2 4 6
Tempo (h)

Exemplo: LnB = 3,6 – 0,18 · t

LnB0 = 3,6 B0 = 35,5 mg/l


C = A·e-α·t + 35,5·e –0,18·t
β= 0,18 h -1
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –BICOMPARTIMENTAL-

PASSO 2: CÁLCULO CONCENTRAÇÕES EXTRAPOLADAS

LnConcentrações (mg/l)
Tempo (h) Ln C Concentração (mg/l)
1,0 3,4 30,6 x x x
1,5 3,3 27,9 3,4 3,3 3,2
2,0 3,2 25,5

Concentrações se fosse
concentrações extrapoladas monocompartimental

Tempo (h)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –BICOMPARTIMENTAL-

PASO 3: CÁLCULO A E α

5,0
Co nc e ntraç ão (mg /l)
Creais – Cextrap = Cdistribuição Te mpo (h)
Extrapo lada (E) Re al (R) R-E Ln(R-E)
LnConcentrações (mg/l)

4,0 1,0 30,6 110,0 79,4 4,4


1,5 27,9 60,0 32,1 3,5
3,0 x x x 2,0 25,5 35,0 9,5 2,3

2,0
LnA = LnA0 - α·t
1,0

0,0
0 2 4 6
Tempo (h)

Exemplo: LnA = 7,7 – 3,1 · t

LnA0 = 7,7 A0 = 2208 mg/l


C = 2208·e –3,1·t + 35,5·e –0,18·t
α = 3,1 h -1
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –BICOMPARTIMENTAL-

CÁLCULO DAS MICROCONSTANTES (kel, k12 Y k21)

Relações básicas entre constantes

 +  = k12 + k21 + kel  ·  = k21 · kel

(B0·α) + (A0·β) Equação geral bicomp: C = A · e - α·t + B · e - β·t


k21 =
C0

A t=0: C0= A + B
C0·α·β
kel =  ·  / k21 kel =
(B0·α) + (A0·β)

 +  = k12 + k21 + kel k12 =  +  - k21 - kel


A0/ + B0/ = C0/kel
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
BOLO I.V. –BICOMPARTIMENTAL-

SEMIVIDAS

t½α = 0,693 / α SEMIVIDA DA FASE RÁPIDA

t½ = 0,693 / β SEMIVIDA DA FASE LENTA

VOLUMEM DE DISTRIBUIÇÃO E CLEARANCE

Vc = D / C0

Vp = Vc · k12/k21
Vdárea> Vdss > Vc
Vd = V c + V p Vdss = Vc · [1+(k12/k21)]

Vdárea = D / β· AUC0

Cl = Vc · kel
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
RESUMO CÁLCULO
Dados experimentais t-C

Intravenosa Extravasal

Dados experimentais t-LnC

Intravenosa Extravasal

6,00 8,0
Ln Concentração

LnConcentração

6,0
4,00
(mg/l)

4,0
(mg/l)

2,00 2,0
0,00 0,0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 0 2 4 6 8
Tempo (h)
Tempo (h)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
RESUMO CÁLCULO

CÁLCULO EQUAÇÃO E PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS (I.V.)

(1) Cálculo equação da recta: LnC = LnC0 -kel·t


Pendente = kel (tempo-1) Ordenada na origem = LnC0  C0 = e ord. origem

(2) Cálculo parametros: t½ = 0,693 / kel (tempo)

Vd = D / C 0 Vd = Qt / Ct (volume / kg, volume)

Cl = Vd · Kel (volume / tempo · kg, volume / tempo)

AUC0∞ = C0 / kel (massa · tempo / volume).

(3) Outras relações: t½ = 0,693 · Vd / Cl

AUC0∞ = D / Vd·kel
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
RESUMO CÁLCULO

CÁLCULO EQUAÇÃO E PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS (E.V.)

(1) Cálculo equação da recta na porção de eliminação: LnC = LnC 0 -kel·t


Pendente = kel (tempo-1) Ordenada na origem = LnC0  C0 = e ord. origem

(2) Extrapolação LnC fase da absorção apartir da prolongação da recta de eliminação

(3) Representação recta residuais tempo vs Ln(C extrapoladas- Creais)

(4) Cálculo equação da recta residuais: LnA = LnA 0 -ka·t


Pendente = ka (tempo-1) Ordenada na origem = LnA0  A0 = e ord. origem

(5) Cálculo parametros: ta½ = 0,693 / ka (tempo)

Cmax (concentração)
PARAMETROS FARMACOCINÉTICOS
INFLUENCIA DA DOSE

C
LnC

120 mg/kg
120 mg/kg
80 mg/kg

40 mg/kg
40 mg/kg
80 mg/kg

t t

Variação proporcional de C0
e AUC
Variação
dose Linearidade cinética

Manutenção de Vd, kel, t½


e Cl
Se não for deste modo, impºlica que há
alguma patologia ou que a cinética do
fármaco é no-lineal.
INTRODUÇÃO A FARMACOCINÉTICA
ÍNDICE

O QUE É A FARMACOCINÉTICA?

QUE MECANISMOS ESTÃO IMPLICADOS?

COMO SE ESTUDA?

O QUE SE CALCULA E COMO SE INTERPRETAM OS


RESULTADOS?
QUAL É A UTILIDADE?
REGÍMES DE DOSIFICAÇÃO
MARGEM TERAPEUTICO

OBJECTIVO DO TRATAMENTO

Alcance e manutenção de concentrações plasmáticas


dentro da margem terapeutica
Máxima eficácia
Mínimos efeitos CMT / CME

adversos

CMT (Concentração Máxima Tolerada)

Margem
terapéutico
CME (Concentração Mínima Eficaz)
REGIMES DE DOSIFICAÇÃO
DOSES MÚLTIPLAS: ESTADO ESTACIONÁRIO

ESTADO ESTACIONÁRIO: Momento em que a velocidade de incorporação do fármaco


é igual a velocidade de eliminação e, portanto, as concentrações mantem-se num
intervalo constante. Tempo de alcance ≈ 5 · t ½

D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7

Cmax-ss
ESTADO
Concentração

Css ESTACIONARIO
(SS)

Cmin-ss

Tempo
REGIMES DE DOSIFICACAÇÃO
DOSES MÚLTIPLAS: PARAMETROS

DOSES MÚLTIPLAS

Margem terapeutico
Que Com que
doses? frequencia?
Cmax-ss < CMT Cmin-ss > CME

Dose de choque (D*) Intervalo posológico ()


Css
+
Dose de manutenção (Dm)
REGIMES DE DOSIFICAÇÃO
CÁLCULO DO INTERVALO POSOLÓGICO

Selecção do ntervalo posológico

Tempo necessário para que Cmax-ss se reduza até Cmin-ss

C = C0 · e –kel · t

Cmin-ss = Cmax-ss · e –kel · 

LnCmax-ss – LnCmin-ss = kel · 


Ln (Cmax-ss/Cmin-ss) / kel = 
kel = 0,693 / t½
 = 1,44 · t½ Ln (Cmax-ss/Cmin-ss)
REGIMES DE DOSIFICAÇÃO
CÁLCULO DA DOSE

Seleção da dose

Margem terapeutico

Cmax-ss < CMT Cmin-ss > CME

Css Concentração desejada

C = D / Vd D* = Css, max · Vd

Dm = Css · · Cl

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