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C.E. Prof.

ª MARIA LUIZA RODRIGUES DE SOUSA


Língua Portuguesa Anexo I, Povoado Cassimiro, Bom Jardim – MA.
3° Ano, 1ª Aula do 4º Período – Não presencial, 2020

Semana de Arte Moderna


(Poetas da primeira fase do Modernismo brasileiro)
Literatura

Prof. José Arnaldo da Silva


Licenciado em Letras
Semana de Arte Moderna
Pronominais Erro de português
 
Dê-me um cigarro Quando o português chegou
Diz a gramática Debaixo duma bruta chuva
Do professor e do aluno Vestiu o índio
E do mulato sabido Que pena! Fosse uma manhã de sol
Mas o bom negro e o bom branco O índio tinha despido
Da Nação Brasileira O português
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro Oswald de Andrade

Oswald de Andrade
Momento Histórico da Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna, também chamada Semana de 1922, foi uma
manifestação artístico-cultural que contou com apresentações de dança, música,
recital de poesias, exposições e palestras. O evento realizado no Teatro Municipal de

Obra de Tarsila do Amaral


São Paulo é considerado o marco do Modernismo no Brasil. Ocorreu entre os dias
13 a 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. O evento se tornou
uma referência do mundo artístico e cultural do século XX.

Considerada o início oficial do Modernismo no Brasil, a Semana de 1922 apresentou


uma nova perspectiva de arte com uma estética inovadora, influenciada por tendências
das vanguardas artísticas europeias (Cubismo, Futurismo, Surrealismo).

O seu objetivo era renovar o ambiente artístico-cultural e mostrar o que havia na


escultura, arquitetura, música e literatura brasileira do momento. Para isso, trouxe
novas ideias e conceitos artísticos com a declamação de poesias, concerto de
músicas, artes plásticas exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura. O
Obra de Tarsila Anita Malfatti

público lotou o teatro, mas, surpreso com as novidades, reagiu com vaias e gritarias. A
divulgação pela imprensa da época foi pouca e repleta de críticas.

Realizada em uma época de turbulências no âmbito político, social, econômico e


cultural, a Semana de Arte Moderna teve como uma das figuras mais importantes, o
escritor Mário de Andrade que, lado do escritor Oswald de Andrade e do artista plástico
Di Cavalcanti, articulou e organizou o evento.
Características da Semana de 1922
Os artistas envolvidos na Semana de Arte Moderna tinham como
principal objetivo revolucionar a arte brasileira. Para isso, eles
buscaram chocar o público que ainda estava envolvido com o
conservadorismo da arte e que seguia padrões tradicionais
europeus. Conheça as principais características desse momento
foram:
  Utilização de uma linguagem coloquial e vulgar, buscando
aproximação da linguagem oral;
 Abandono do formalismo nas composições;
 Rompimento com os padrões tradicionais da academia;
 Crítica à estética literária parnasiana;
 Valorização da identidade nacional com temáticas nacionalistas
e abordagem da realidade cotidiana brasileira;
 Liberdade de expressão;
 Inspiração em vanguardas europeias como futurismo,
  Experiências estéticas.
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Principais Artistas da Semana de
6
7
2 3 Arte Moderna
5
4 11 8 9 Com estilo inspirado nas vanguardas europeias, os
12
10 artistas que participaram da Semana de Arte Moderna
tinham como objetivo mostrar uma nova visão de arte.
Sua proposta era renovar a visão social e artística
13 14 15 presente no Brasil naquele momento.

Apesar de ter chocado uma parte da sociedade


16 brasileira, a Semana de Arte Moderna trouxe uma
representação artística com uma identidade
genuinamente brasileira.  Eles romperam com a maneira
tradicional de fazer arte, que seguia tradicionais modelos
europeus. Dentre os artistas que participaram da
Semana de Arte Moderna de 1922, destacam-se:

Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade


(1890-1954), Graça Aranha (1868-1931), Tarsila do
Foto ícone da Semana de 1922. Amaral (1886-1973), Victor Brecheret (1894-1955), Plínio
Salgado (1895-1975), Anita Malfatti (1889-1964), Menotti
Del Picchia (1892-1988), Ronald de Carvalho (1893-
1935), Guilherme de Almeida (1890-1969), Sérgio Milliet
(1898-1966), Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Tácito de
Almeida (1889-1940) e Di Cavalcanti (1897- 1976).
Os sapos
Enfunando os papos, Vai por cinquenta anos Outros, sapos-pipas
Saiba mais... Saem da penumbra, Que lhes dei a norma: (Um mal em si cabe),
Aos pulos, os sapos. Reduzi sem danos Falam pelas tripas,
O poema Os A luz os deslumbra. A fôrmas a forma. - "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
sapos, de Manuel Em ronco que aterra, Clame a saparia Longe dessa grita,
Bandeira. faz Berra o sapo-boi: Em críticas céticas: Lá onde mais densa
uma sátira ao - "Meu pai foi à guerra!" Não há mais poesia, A noite infinita
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". Mas há artes poéticas...“ Veste a sombra imensa;
movimento
O sapo-tanoeiro, Urra o sapo-boi: Lá, fugido ao mundo,
Parnasiano, que Parnasiano aguado, - "Meu pai foi rei!"- "Foi!" Sem glória, sem fé,
precedeu o Diz: - "Meu cancioneiro - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". No perau profundo
Modernismo, e É bem martelado. E solitário, é
Brada em um assomo
foi declamado Vede como primo O sapo-tanoeiro: Que soluças tu,
por Ronald de Em comer os hiatos! - A grande arte é como Transido de frio,
Que arte! E nunca rimo Lavor de joalheiro. Sapo-cururu
Carvalho durante Os termos cognatos. Da beira do rio...
a Semana de Arte Ou bem de estatuário.
O meu verso é bom Tudo quanto é belo,
Moderna de Frumento sem joio. Tudo quanto é vário,
1922. Faço rimas com Canta no martelo".
Consoantes de apoio.

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