DAS GUARDAS MUNICIPAIS NO BRASIL Autoria: Prof. Me. Adaelson Souza dos Santos Apresentação:
Este artigo tem por finalidade
discorrer criticamente sobre o sistema de segurança pública brasileiro e a atuação das Guardas Municipais, pautando as discussões a partir da legislação pertinente e autores que enfocam esta problemática em suas pesquisas. Apresentações
Prof. Me. Adaelson Souza do Santos
Pedagogo com Habilitação: Gestão e Docência na Ed. Básica Esp. Psicologia Educacional Esp. Gestão e Pol. Públicas em Seg. Pública Mestre em Ciências da Educação Introdução O presente artigo tem por finalidade discutir aspectos básicos acerca de dois modelos de segurança pública existentes no Brasil, um que tem como foco principal a defesa do estado, tendo como atuação básica abordagens repressivas, visando minimizar as consequências de ações violentas e criminosas, na maioria das vezes destaca-se pelo o autoritarismo, violação de direitos e violência gratuita por parte de alguns agentes públicos na condução de diligências, modelo este que se encontra em crise, no atual estado brasileiro de direito. Introdução • Temos então, outro modelo de segurança, que despontou no Brasil, a partir da promulgação da constituição federal de 1988, denominada de constituição cidadã, pois seu texto reestabelece os direitos básicos dos cidadãos, que havia sido tutelado pelo estado brasileiro, em função da instauração da ditadura militar através do golpe de 1964. • Foi observado que a segurança pública brasileira com enfoque na segurança nacional e defesa do estado apresentava sinais de esgotamento, já não propunha mais soluções a sociedade (e se começou a debater um modelo alternativo a este), que reivindica novas alternativas de enfrentamento da violência e criminalidade, (Cf. Gomes e Cervini, 1995, p. 32-33). Objetivos • Objetivo Geral: • analisar os efeitos da regulamentação do Estatuto Geral nas atribuições das Guardas Municipais, a partir da sanção da lei nº 13.022/2014 – Estatuto Geral das Guardas Municipais. • Objetivos Específicos: • 1) identificar os princípios básicos de segurança pública preventiva municipal; • 2) destacar as atribuições básicas das Guardas Municipais estabelecidas em lei; • 3) discorrer sobre a necessidade de adequação das Guardas Municipais aos princípios do Estatuto Geral das Guardas Municipais; • 4) descrever as principais contribuições das Guardas Municipais na prevenção da violência e criminalidade nas cidades; • 5) socializar as experiências. Metodologia • A metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa dos fenômenos através da pesquisa-ação. A pesquisa-ação não deve ser confundida como um processo solitário de auto avaliação; mas, sim, como uma prática reflexiva de ênfase social que se investiga e do processo de se investigar sobre ela. A pesquisa- ação é um processo que se modifica continuamente em espirais de reflexão e ação. Onde cada espiral inclui: aclarar e diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer melhorar ou resolver; formular estratégias de ação; desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência; ampliar a compreensão da nova situação e proceder aos mesmos passos para a nova situação prática (Cf. David Tripp, 2005, p. 445). Metodologia Foi utilizada a abordagem qualitativa através da pesquisa- ação, com levantamento e revisão de referenciais bibliográficos de abrangência geral e específicos, em seguida foi realizado ciclo de debates com especialistas da área de segurança pública, com destaque para a socialização de experiências de Guardas Municipais do Estado do Pará, no ano de 2019, com atuação diária em ocorrências operacionais, para assegurar a validade e confiabilidade da pesquisa utilizamos a triangulação de dados com análise comparativa entre os modelos de segurança pública preventiva e repressiva, considerando sua abrangência e limitações. Resultados • Foi possível observar que mudanças devem ser introduzidas na visão que as instituições de segurança pública, notadamente as Guardas Municipais tem para com a comunidade, no sentido de enxergar os sujeitos como importantes na elaboração das políticas públicas de segurança “segurança pública preventiva de proximidade”, (Cf. Cerqueira, 2001, p. 33). • De acordo com a ilustração da pesquisa de opinião de ações para melhorar a segurança pública nas cidades brasileiras. Resultados
Fonte: Pesquisa de Opinião IBOPE 2012/www.observatorioseguranca.org
Resultados • Tais tendências de mudanças se traduzem nos seguintes resultados: • Maior aproximação das instituições de segurança com a comunidade; • A necessária adequação das Guardas Municipais a lei 13.022/2014, considerando seus princípios fundamentais, competências/habilidades, organização, funcionamento, elaboração de plano de carreira, controle interno e externo (controle institucional e social, órgãos colegiados) e formação técnica profissional. • Uma formação inicial e continuada observando os aspectos humanísticos, científicos, e técnico operacional. • Atuação dos agentes de segurança pública, destacadamente os agentes do munícipio, voltada para o respeito aos Direitos Humanos; • Mudança de mentalidade na abordagem dos agentes de segurança pública para com os cidadãos. • Prevenção como estratégia de enfrentamento da criminalidade em uma clara mudança com relação ao modo de fazer polícia tradicional que se pauta, estritamente, na repressão e punição do crime. Resultados
Fonte: Índice de Progresso Social (IPS)/2015 – Revista Época 09/04/2015.
Resultados • As cidades brasileiras mantêm ainda, profundas desigualdades sociais, que precisam ser urgentemente combatidas com políticas públicas assertivas e de equidade social, (Cf. Chiavenato, 2010, p.16) para reverter o quadro alarmante de exclusão social e falta de oportunidades. • Conforme o IPS/Índice Progressivo Social, 2015, no quesito segurança pública, o Brasil ocupa a posição de 122º lugar, em um ranking de 133 países pesquisados. Resultados
Fonte: Conselho Nacional de Guardas Municipais-2018
Conclusões • Dessa forma, é possível concluir que há muito que se debater em torno dos caminhos percorridos pelas Políticas de Segurança Pública no Brasil, e no estado do Pará, principalmente, no que diz respeito à participação protagonista e mais democrática da sociedade civil por intermédio do controle social dessas políticas públicas em segurança. • A metodologia de segurança cidadã que tem como fim alcançar uma intervenção policial em que os direitos de cidadania sejam respeitados, e a comunidade não mais vista como um inimigo a ser derrotado é recente, e por esse fato poucos são os estudos ainda, em torno dessa nova metodologia de trabalho policial a fim de avaliá-la. Conclusões • Nesse sentido, ao analisar as experiências internacionais é percebido que a mesma produz bons frutos, perceptíveis tanto pela comunidade quanto pela própria instituição policial tanto no que diz respeito ao recuo no número da criminalidade, em especial quando a criminalidade está ligada a desordem, em um lugar onde a polícia faz um trabalho permanente de tentar assegurar a ordem os números da criminalidade são menores os que se traduz na relação entre criminalidade e desordem. • Em um lugar em que a desordem impera, a criminalidade pode encontrar terreno para se desenvolver, bem como na confiança que a comunidade passa a ter para com os agentes de segurança pública, visto que o fim de tal metodologia é a aproximação da comunidade para com as instituições policiais. Conclusões • Pensar/repensar/agir/empreender em Segurança pública se traduz no constante diálogo em torno das políticas de segurança, nesse sentido, o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social é uma nova proposta para a segurança pública brasileira, com enfoque privilegiado para com a sociedade, cujos focos principais orientam-se para o foco etário de 15 a 29 anos, ou seja, para jovens os que são apontados em dados estatísticos oficiais como a principal vítima da violência, bem como o foco social e territorial, ou seja, prioriza aquelas áreas em que os efeitos da violência são mais perceptíveis. Bibliografia • REFERÊNCIAS • BALESTRERI, Ricardo Brisolla. Direitos Humanos: coisa de polícia. Passo Fundo-RS: Edições CAPEC, Gráfica Editora Berthier, 2003. • BRASIL, Ato Institucional nº 5, 1968. Disponível em: http://www.acervoditadura.rs.gov.br/legislação_6.htm, acesso em 31 de julho de 2015. • BRASIL, Estatuto do Desarmamento. Lei 10.826 de 2003. Câmara dos Deputados. 20p. (Série fontes de referência. Legislação; n. 55). Brasília. 2004. • BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF, Senado, 1988. • BRASIL. Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH 2/ Brasília: Presidência da República, Secretaria de Comunicação Social, Ministério da Justiça, 2002. • BRASIL. LEI nº 13.022. Estatuto Geral das Guardas Municipais. Congresso Nacional. Brasília – DF, 08 de Agosto de 2014. • BRASIL. Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, Presidência da República, Ministério da Justiça, Secretária Nacional de Segurança Pública, Brasília, 2018. • BRAGA, C. A. Guarda Municipal: manual de criação, organização e manutenção, orientações administrativas e legais. São Paulo: Juarez de Oliveira, 1999. Bibliografia • CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth. O futuro de uma ilusão: o sonho de uma nova polícia. Textos Fundamentais de Polícia. Coleção Polícia Amanhã, Instituto Carioca de Criminologia, Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2001. • CHAUI, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. Coleção História do povo brasileiro, 7ª reimpressão, São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2007. • CONSELHO NACIONAL DE GUARDAS MUNICIPAIS. www.cngm.com.br. Acessado em 04/11/2020. • DAGNINO, Evelina. Os movimentos sociais e a emergência de uma nova noção de cidadania. In: DAGNINO, Evelina (Org.). Anos 90 política e sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2004. • David Tripp. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005. • ÍNDICE PROGRESSIVO SOCIAL/IPS. Social Progress Imperative. Revista Época. 09/04/2015.www.epoca.com. Acessado em 04/11/2020. • MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 29 ed. São Paulo: Malheiros, 2004. • MELO, M.A. Estado, governo e políticas públicas. In: MICELI, S. (Org.) O que ler na ciência social brasileira. São Paulo: Ed. Sumaré, 1999. • MOURA, C. F., & Caetano, P. F. Profissiografia dos soldados bombeiros militares do corpo de bombeiro do Distrito Federal. Brasília, DF: LabPAM, 2007. • PESQUISA DE OPINIÃO IBOPE 2012/www.observatorioseguranca.org. Acessado em 04/11/2018. • CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas .3ªed. p..62 editora Elsevier/2010-RJ Agradecimentos Muito Obrigado! Prof. Me. Adaelson Souza dos Santos Contatos: (91) 98315-5850 E-mail: adaelson.s@gmail.com