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Falácia

Argumento incorreto ou inválido, embora


aparente ser válido.

Falácias Falácias
cometidas cometidas
involuntariamente intencionalmente

Paralogismo Sofisma
Falácias formais Falácias informais

Resultam de
Decorrem apenas aspetos que vão
da forma lógica do para lá da forma
argumento. lógica do
argumento.
ARGUMENTOS NÃO
DEDUTIVOS

A sua validade depende de aspetos que vão para lá da


forma lógica do argumento.

Num argumento não dedutivo, a verdade das premissas


apenas sugere a plausibilidade da conclusão ou a
probabilidade de ela ser também verdadeira.

Um argumento não dedutivo é válido quando é


improvável, mas não propriamente impossível, ter
premissas verdadeiras e conclusão falsa.
ARGUMENTOS NÃO
DEDUTIVOS

INDUTIVOS OUTROS

A indução conduz-nos a conclusões que não derivam


necessariamente das premissas.

Alguns estudantes copiam nos testes. Até hoje, todos os cavalos nasceram quadrúpedes.
Logo, todos os estudantes copiam nos testes. Logo, o próximo cavalo a nascer será quadrúpede.

Argumento indutivo Argument Argumento indutivo Argument


inválido o fraco válido o forte

A verdade das premissas não A verdade das premissas fornece


fornece fortes razões para pensar fortes razões para pensar que a
que a conclusão é verdadeira. conclusão é verdadeira.
FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDA

Modus ponens Modus tollens


A→B A→B
A B
B A
Silogismo disjuntivo Silogismo hipotético
AB AB A→B
A B B→C
B A A→C
Contraposição Leis de De Morgan

A→B B→A Nota: o  (A  B) AB


B→A A→B símbolo    A B   (A  B))
significa, no
presente
O
OU A→B B → A contexto, que  (A  B)   A   B
tanto se pode U
Negação dupla inferir
validamente  (A  B) AB
A A num como   A B   (A  B)
A A noutro
sentido. O
OU   AA  (A  B)   A   B
U
Silogismo condicional

Modos válidos

Modo afirmativo Modo negativo

Modus ponens Modus tollens

Há uma relação necessária entre as


premissas e a conclusão.
Exemplo Formalização

Canto ou estou alegre. PQ


Silogismo
Não canto. P
disjuntivo
Logo, estou alegre. Q
(disjunção
inclusiva) ou Exemplo Formalização
modus tollendo
ponens Canto ou estou alegre. PQ
Não estou alegre. Q
Logo, canto. P

Exemplo Formalização
Se viajar, então aprendo novas coisas.
Silogismo Se aprendo novas coisas, então torno- P→ Q
hipotético me melhor pessoa. Q→R
Logo, se viajar, então torno-me melhor  P→R
pessoa.
Silogismo condicional

Modos válidos

Modo afirmativo Modo negativo

Modus ponens Modus tollens

Há uma relação necessária entre as


premissas e a conclusão.
Leis de De Exemplo Formalização
Morgan:
indicam- Não é verdade que sou injusto e cruel.  (P  Q)
nos que de Logo, não sou injusto ou não sou cruel. PQ
Negação
uma da
conjunção conjunção Exemplo Formalização
negativa
podemos Não sou injusto ou não sou cruel.
PQ
Logo, não é verdade que sou injusto e
inferir uma   (P  Q)
cruel.
disjunção
de Exemplo Formalização
negações, e
que de uma Não é verdade que há sol ou chuva.  (P  Q)
disjunção Logo, não há sol e não há chuva. PQ
negativa Negação
da
podemos Exemplo Formalização
disjunção
inferir uma
conjunção Não há sol e não há chuva.
PQ
de Logo, não é verdade que há sol ou
  (P  Q)
negações. chuva.
Exemplo Formalização

Não é verdade que eu não penso. P


Logo, eu penso.. P
Negação
dupla Exemplo Formalização

Eu penso. P
Logo, não é verdade que eu não penso. P
Silogismo condicional

Modos válidos

Modo afirmativo Modo negativo

Modus ponens Modus tollens

Há uma relação necessária entre as


premissas e a conclusão.
PRINCIPAIS FALÁCIAS FORMAIS (FORMAS DE INFERÊNCIA
INVÁLIDA)

Exemplo Formalização

Falácia da
afirmação do Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→ Q
consequente Dizes-me sempre a verdade. Q
Logo, és meu amigo. P

Comete-se quando, a partir de uma proposição condicional, se afirma o consequente na


segunda premissa, concluindo-se com a afirmação do antecedente.

Exemplo Formalização

Falácia da
negação do Se és meu amigo, então dizes-me sempre a verdade. P→ Q
antecedente Não és meu amigo. P
Logo, não me dizes sempre a verdade. Q

Comete-se quando, a partir de uma proposição condicional, se nega o antecedente na


segunda premissa, concluindo-se com a negação do consequente.
FALÁCIAS
INFORMAIS
As falácias informais são argumentos inválidos, aparentemente
válidos, e cuja invalidade não resulta de uma deficiência formal,
antes decorre do conteúdo do argumento, da sua matéria, da
linguagem natural comum usada nesses argumentos.

Uma vez que este tipo de falácias não depende da forma lógica do
argumento, pode haver argumentos com a mesma forma que
sejam fortes ou fracos, bons ou maus, válidos ou inválidos.
FALÁCIAS
INFORMAIS
Falácia da falsa relação causal (post
Falácia da generalização precipitada hoc, ergo propter hoc)

Falácia da amostra não representativa Falácia ad hominem

Falácia da previsão inadequada Falácia ad populum

Falácia da falsa analogia Falácia do apelo à ignorância

Falácia do apelo ilegítimo à Falácia do espantalho ou do boneco de


autoridade palha
Falácia da derrapagem, “bola de
Falácia da petição de princípio
neve” ou “declive escorregadio”

Falácia do falso dilema Falácia da causa falsa


Falácia da petição de princípio

Falácia que consiste em assumir como verdadeiro aquilo que se pretende provar.

A conclusão é usada, de forma implícita, como premissa, encontrando-se muitas


vezes disfarçada com palavras de significação idêntica à das da conclusão.

Argumento circular ou falácia da circularidade.

EXEMPLOS:

Andar a pé é um desporto saudável. Logo, andar a pé é um desporto que faz bem à saúde.
 
O ser humano é inteligente, porque é um ser que possui inteligência.
Falácia do falso dilema

Consiste em reduzir as opções possíveis a apenas duas, Forma lógica:


ignorando-se as restantes alternativas, e em extrair uma
conclusão a partir dessa disjunção falsa. Ou P ou Q.
Não P.
“Falso dilema” é sinónimo de “falsa dicotomia”. Logo Q.

Exemplo de uma disjunção falsa:


Ou votas no partido x ou será a desgraça do país.
(Outros partidos são ignorados.)

EXEMPLO DE UMA FALÁCIA DO FALSO DILEMA:


Ou votas no partido x ou será a desgraça do país!
Não votas no partido x.
Logo, será a desgraça do país.

(Embora seja válido em termos dedutivos, este argumento exprime a falácia do falso
dilema.)
Falácia da falsa relação causal
(Post hoc, ergo propter hoc)

A expressão “post hoc, ergo propter hoc” significa “depois disto, logo
por causa disto”. Esta falácia comete-se sempre que se toma como
causa de algo aquilo que é apenas um antecedente ou uma qualquer
circunstância acidental. Trata-se, por isso, de concluir que há uma
relação de causa e efeito entre dois acontecimentos que se verificam
em simultâneo ou em que um se verifica após o outro.

EXEMPLOS:
Sempre que eu entro com o pé direito no campo, a minha equipa ganha o
jogo.
Logo, a causa das nossas vitórias é o facto de eu entrar com o pé direito
no campo.

Quando faço testes em dias de chuva, tiro negativa.


Logo, a chuva é a causa das negativas dos meus testes.
Falácia ad hominem

É o tipo de argumento dirigido contra o homem. É a falácia Forma lógica:


que se comete quando, em vez de se atacar ou refutar a tese
de alguém, se ataca a pessoa que a defende. A pessoa A
afirmou P.
Mas a pessoa A
não é credível.
Os ataques pessoais poderão centrar-se, por exemplo, na
Logo, P é falso.
classe social, no partido político ou na religião da pessoa em
causa. Muitas vezes, o objetivo destes argumentos consiste
em desviar as atenções daquilo que está em causa.

EXEMPLOS:

A tua tese de que tudo é composto de átomos está errada, porque cheiras mal da boca
sempre que a proferes.

Sartre estava errado a respeito do ser humano, porque não ia regularmente à missa.
Falácia ad populum
Forma lógica:

É a falácia que se comete quando se apela à opinião da A maioria das


maioria para fazer valer a verdade de uma conclusão. pessoas diz que P.
Logo, P.

EXEMPLOS:

A maioria das pessoas considera que a leitura é uma perda de tempo. Logo a leitura é uma
perda de tempo.
 
A maioria dos contribuintes considera legítimo fugir ao fisco.
Logo, é legítimo fugir ao fisco.
Falácia do apelo à ignorância Forma lógica:

Não se sabe que P.


Logo, é falso que P.
Comete-se esta falácia sempre que uma
proposição é tida como verdadeira só porque não Ou
se provou a sua falsidade ou como falsa só porque
não se provou que é verdadeira. Não se sabe que é
falso que P.
Logo, é verdadeiro
que P.

EXEMPLOS:

Não se sabe se os fantasmas existem. Logo, é falso que existam fantasmas.

Não existem fenómenos telepáticos, porque até agora ninguém provou que eles
existem.
 
A alma é imortal. Isto porque ninguém provou que a alma morre com o corpo.
Falácia do espantalho ou do boneco de palha
É a falácia cometida sempre que alguém, em vez de refutar o verdadeiro argumento do
seu opositor/interlocutor, ataca ou refuta uma versão simplificada, mais fraca e
deturpada desse argumento, a fim de ser mais fácil de rebater a tese oposta.

Trata-se de distorcer as ideias do interlocutor para que elas pareçam falsas.

EXEMPLO:
António defende que não devemos comer carne de animais cujo processo de industrialização
os tenha sujeitado a condições de vida e morte cruéis.
Manuel refuta António dizendo: “António quer que apenas comamos alface!”.

[Em momento algum António defende que não devemos comer todo e qualquer tipo de
carne, sugerindo que sejamos vegetarianos (“comer alface”), mas apenas aquele tipo de
carne sujeito às condições descritas. O argumento é assim deturpado e simplificado.]
Falácia da derrapagem, “bola de neve” ou “declive escorregadio”

É a falácia cometida sempre que alguém, para refutar uma Forma lógica:
tese ou para defender a sua, apresenta, pelo menos, uma
premissa falsa ou duvidosa e uma série de consequências Se P, então Q.
progressivamente inaceitáveis. Se Q, então R.
Se R, então S.
Logo, se P, então S.

A partir da primeira premissa, outras vão surgindo, até se mostrar que


um determinado resultado indesejável inevitavelmente se seguirá.

EXEMPLO

Se jogares a dinheiro, vais viciar-te no jogo. Se te viciares no jogo,


perderás tudo o que tens. Se perderes tudo o que tens, terás de
mendigar. Se tiveres de mendigar, ninguém te dará nada. Se ninguém
te der nada, morrerás à fome. Logo, se jogares a dinheiro, morrerás
à fome.
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