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As influências genéticas e ambientais no comportamento

. A maior parte das características que herdamos são poligénicas e a sua


expressão é continuamente afetada por fatores ambientais.
. A combinação de traços poligénicos torna único o nosso genótipo, i.e, a nossa
constituição ou mapa genético individual.
O fenótipo é a parte visível do genótipo, corresponde à aparência do indivíduo
e resulta quer de fatores hereditários quer das condições do meio ambiente.
. O meio desempenha um papel muito importante na transmissão, expressão e
mutação dos nossos genes.
. O meio ambiente é tão importante como a herança genética.
Para compreender o papel da hereditariedade e do ambiente , os cientistas
recorrem a 4 métodos de investigação: Ver vídeo DNA experiment
-Estudos de Gémeos;Estudos de famílias;Estudos de adoção;
-Estudos de anomalias genéticas
A relação entre a complexidade do ser humano e o seu inacabamento
biológico
• De acordo com as teorias evolutivas, o processo de seleção natural aplica-
se a espécies no seu todo e não a indivíduos e pressupõe mudanças
graduais no património genético específico em resultado de pressões
naturais seletivas.
• A história da origem e evolução da nossa espécie chama- se filogénese , e
mostra como o desenvolvimento do cérebro e as mudanças de
comportamento nos permitiram adquirir vantagens em relação às outras
espécies.
• . Os nossos processos evolutivos são:
- a locomoção bípede ( caminhar sobre os 2 pés e adoptar uma postura vertical);
- a utilização das mãos , agora livres para tarefas mais hábeis;
- a criação de uma série de objetos e a aprendizagem de técnicas e procedimentos,
incluindo a descoberta e a manipulação do fogo;
-a invenção da agricultura;
- a produção de objetos artísticos , a partilha e a comunicação com os pares;
- o desenvolvimento do cérebro e do crânio.
A ontogénese designa o desenvolvimento de um organismo particular,
desde a embriogénese até à morte. Também se chama ontogenia.
De que modo a herança biológica de cada organismo define física e
intelectualmente aquilo que somos?

. Duas teorias ou perspectivas diferentes:

Preformismo – antiga teoria biológica, segundo a qual o desenvolvimento de


um embrião não é mais do que o crescimento de um organismo , que estava à
partida , formado. Um ex. de preformismo foi a introdução no séc. XVI da
noção de homúnculo.

Epigénese – teoria segundo a qual as características de um organismo, tanto


físicas como comportamentais, resultam da interação entre influências
genéticas (inatas) e ambientais ( adquiridas).
Ao nascer, o ser humano é biologicamente frágil e inacabado.
O seu cérebro continuará a crescer não só sob instruções dos genes mas
também pela influencia da qualidade das interações com os estímulos do
mundo envolvente.
A aprendizagem e a relação que estabelece com os outros seres humanos
serão insubstituíveis de um desenvolvimento ontogénico sem igual.
• A precocidade do nascimento e o inacabamento biológico, permitem ao
novo ser uma programação mais rica e flexível, tornando- se a sua aparente
desvantagem biológica no maior trunfo evolutivo da nossa espécie.
• O que o ser humano perdeu em programação biológica, ganhou em
flexibilidade , em aptidão para aprender e para interagir socialmente.

Assim:
• Em vez da fixidez biológica, flexibilidade;
• Em vez de instintos, aptidão para aprender;
• Em vez de autossuficiência, aptidão para interagir;
• Em vez de determinismo, indeterminação;
• Em vez de especialização, versatilidade;
• Em vez de um programa fechado, um programa aberto.
Para compensar o inacabamento biológico é preciso tempo e obedecer a
ritmos próprios.
A extrema fragilidade e a falta de preparação para o mundo , a neotenia da
espécie humana, conduzem ao prolongamento do período biopsicológico
da infância e da juventude.
O adulto humano é, à semelhança do bebé , um ser inacabado, cujo programa
permanece aberto, pois até ao final da vida, o ser humano continuará a
aprender, a procurar novas adaptações, a construir novos saberes.

NEOTENIA – Disposição característica do desenvolvimento de determinadas


espécies que tendem a conservar no adulto traços infantis ou juvenis
(anatómicos e funcionais).

Neotenia- Aplicada ao ser humano, a noção está estreitamente ligada ao


prolongamento da infância, decorrente do inacabamento biológico
(filogenético e ontogenético); significa "manter a juventude“.
 
  Evidências da neotenia ou juvenilização:
. Lentificação do processo de maturação.
•Crescimento tardio dos dentes
•Crescimento lento em altura
•Cérebro pequeno e muito inacabado à nascença
• Fechamento das fendas do crânio por volta dos 16 anos (no chimpanzé acontece aos
cinco anos)
. Puberdade tardia (a maturidade sexual, se comparada com outras espécies, leva
muito tempo).
Inacabamento biológico do ser humano é:
• Processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade de
aprendizagem que se prolonga por toda a vida.

• Traduz uma «falta de acabamento» que prolonga o período de infância e de


adolescência.

• Permite o desenvolvimento adequado das estruturas cerebrais complexas e o


desenvolvimento da inteligência.

• Exprime uma enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético, que


o torna aberto às influências culturais e ambientais.

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