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Tema 04: A era digital: desafios na

conservação preventiva para suportes


informacionais
A preservação digital de suportes informacionais.

Concurso Docente, matéria Conservação, edital nº 11/2015

Viviane da Silva Santos


Bacharel em Museologia pela Universidade Federal da Bahia
Mestra em Desenho, Cultura e Interatividade pela Universidade
Estadual de Feira de Santana
Introdução

A era do esquecimento;
Avanço vertiginoso e descontrolado da
tecnologia;
Risco de perdas irreversível dos estoques de
informações;
PRODUÇÃO DE DOS EM REDES
SOCIAIS
Tempo presente;
Memórias;
Esquecimentos;
Lembranças
Significados;
Imagens;
A era digital
A urgência da sociedade contemporânea em
transformar tudo em textos, imagens, vídeos,
música;
Economia de espaço físico;

Ganhos de produtividade e otimização dos


fluxos de trabalho e facilidade manipulação;
PRODUÇÃO DE DADOS –
SUPORTES INFORMACIONAIS
PRODUÇÃO DE DADOS –
SUPORTES INFORMACIONAIS

Acervos institucionais;
Programas;
Dados de pesquisas;
Análises;
Filmagens;
Como salvar a nossa memória
digital?
Conservação Preventiva
Tratamento preventivo.
Ação indireta no objeto.
Melhoria do ambiente e dos meios de armazenagem;

OBJETIVOS
Retardar a degradação.
Proteção do objeto.
Higienização, acondicionamento e guarda, manuseio e
o uso correto, transporte e exposição.
Conservação Preventiva para os meios
informacionais digitais.

PROBLEMAS:

 A tecnologia digital em comparação com a impressão


tradicional, é um suporte extremamente frágil e
instável;

 A longevidade dos materiais digitais está ameaçada


pela vida curta das mídias digitais, pela obsolência
rápida dos equipamentos, dos softwares e formatos.
Como abrir arquivos de um
disquete?
Dificuldade 2:
Dificuldade 3: Encontrar um software
Ter a sorte de que leia esse tipo de
que os arquivo;
disquetes
estejas
funcionando!

Dificuldades 1:
Encontrar um drive para abrir;
Problemas para a Conservação e
gerenciamento
OBSLÊNCIA TECNOLÓGICA
Tempo curto entre a inovação e a obsolência tecnológica
nas áreas de tecnologia da informação – ameaça cada vez
mais contundente à longevidade dos objetos do reino
digital;

Obsolência – chave da sobrevivência empresarial;

Casos de perda irreversível de dados, ou alto custo de


recuperação de registro digitais;
Problemas para a Conservação
Perda dos dados do Censo Americano de 1960;

Dados armazenados em fitas, que após 16 anos, só


duas máquinas no mundo poderiam lê-las;

No Brasil, uma observação da Amazônia nos anos 70,


estão para sempre perdidos;
Desafios
Manter os sistemas sempre atualizados;

Devemos estar atentos as alterações de suporte e de


software para assegurar a constante leitura dos dados,
o acesso e a disseminação;

Acervo em uso é acervo preservado!


SUPORTES

BASES DE DADOS

WS ACERVO
Agentes de degradação de
acervos informacionais:
 A iluminação
 A temperatura
 A umidade
 Qualidade do suporte
 Manipulação
 A falta de uso e atualização
A iluminação
Incidência natural ou artificial é prejudicial;

Efeito cumulativos e irreversíveis; fragiliza os materiais


constitutivos dos objetos, e aumenta o processo de
envelhecimento.

A luz natural do sol produz radiação UV e IF.

As lâmpadas incandescentes produzem radiação visível,


uma quantidade grande de raios IF sob a forma de calor.
Temperatura e umidade relativa
Principais causas de degradação de acervos;
Ambientes úmidos são favoráveis proliferação de fungos
e bactérias;
A oscilação brusca provoca da temperatura e da umidade
é um perigo a conservação;
A dilatação causada pelas oscilações provoca variações
dimensionais, tensões internas no objeto, gerando
deformações, fissuras e empenamentos;
Quanto mais quente, mais úmido tende a ser o ambiente.
Qualidade do suporte e manuseio
Falta de uso e atualização do
software

Quando não atualização ou migração de um software


ou suporte para outro;

Do disquete para o CD;


Ações Preventivas
CONTRA A ILUMINAÇÃO EXCESSIVA:

 Manter cortinas fechadas;

 Utilizar dispositivo arquitetônico “breise-soleil” para


impedir a incidência direta de radiação solar;

 Usar adesivos para barrar a entrada da radiação


ultravioleta de forma a reduzir os efeitos fotoquímicos;
Ações Preventivas
UMIDADE RELATIVA E TEMPERATURA

 É indicado que em reservas técnicas e espaços de


exposição, os índices de umidade relativa e
temperatura permaneçam em situação estável.

 Após o monitoramente e registro das condições do


ambiente é possível planejar o controle das condições
do local.
Ações Preventivas
UMIDADE RELATIVA E TEMPERATURA
 Coleta de dados da umidade e temperatura do ambiente.

 Caracterização do ambiente, comparação entre os dados


nos diferentes espaços de exposição e armazenagem do
museu.

 Após a avaliação dos resultados proceder com a


implantação de um sistema e procedimentos que
melhorem as condições do ambiente.
Ações Preventivas
MANUSEIO
 Manuseio, transporte feito por pessoas capacitadas.
 Boa limpeza dos espaços, seguindo manuais de como
proceder.
 Orientações, educação patrimonial a escolha der
acervos a serem preservados relacionados à identidade
local, como alternativa para a diminuição do
vandalismo.
Recomenda-se!
ESTABELECER UMA BOA POLÍTICA DE
CONSERVAÇÃO:

 Formada por um equipe multidisciplinar;


 Preparar uma boa infra-estrutura para as atividades de
conservação;
 Em se tratando de informação, preservada em suportes
digitais, recomenda-se a revisão periódica dessa
política;
Recomenda-se!
NÃO DEPENDER DE UM ÚNICO HARDWARE.

 Criar suas próprias alternativas para armazenamento e


preservação;

 A usar o hardware observar sua compatibilidade;

 Realizar atualização constante;


Recomenda-se!
BUSCAR VÁRIOS SUPORTES PARA ACESSO
AOS ARQUIVOS:

 Arquivar em CDs, em computadores específicos;

 Arquivos em “núvens” online, microfilmagem;

 Usar sempre uma nomenclatura possível de ser


compreendida por outras pessoas;
Recomenda-se!
REPLICAR O ACERVO EM LOCAIS
FISICAMENTE SEPARADOS:

 Realizar backups periódicos;

 Manter cópias de segurança em locais distintos;

 Utilizar salas cofre quando possível.


Recomenda-se!
NÃO CONFIAR CEGAMENTE NO SUPORTE DE
ARMAZENAMENTO!

 Estar atento a degradação da mídia;


 Aos danos físicos;
 Estabelecer tabelas com a vida útil dos suportes;
 Quanto a arquivos de documentos digitalizados,
atualizar sempre para que possam ser lidos por
diversos suportes;
Recomendação!
ATUALIZAÇÃO CONSTANTE!!!

 Por conta dos apelos mercadológicos as empresas criam


diariamente softwares que visam superar antigos e que
ocasionam a obsolência de arquivos desatualizados!

 Essa atualização deve ser feita com cuidado e criteriosa


escolha, pois utilizar o software mais recente, não
significa
Como preservar uma obra que é feita de água, luz e
interação? 

Como conservar uma instalação de materiais


efêmeros? 

Como reproduzir uma obra que não existe?


O documentário Installation Art:
Who Cares?

Dirigido por Maarten Tromp em colaboração com


diversos especialistas, o curta propõe discutir essa
problemática ao abordar os desafios quanto a
preservação de obras de arte contemporânea, focando
em instalações de novas mídias.
E, acima de tudo, coloca em evidência
a problemática entre a produção de arte
contemporânea e os paradigmas sistemáticos de
conservação em museus.
O documentário, que faz parte do projeto
da INCCA (International Network for the
Conservation of Contemporary Art), retoma debates
extremamente importantes não apenas no que se
refere à preservação da arte contemporânea, mas
também em relação ao entendimento da produção
em novas mídias.
Installation Art: Who Cares? nos faz considerar
questões como a reprodutibilidade de uma obra e o
conceito da "aura", profundamente discutidas
por Walter Benjamin, questionamentos quanto à
originalidade do trabalho artístico e sua
documentação, ao tema de site-specific, ao autor (ou a
ausência dele) e o público, passando pelos trâmites
do sistema da arte, envolvendo as relações entre
artistas, curadores, colecionadores, restauradores,
conservadores e o próprio público que frui dessa
experiência artística.
E, acima de tudo, coloca em evidência a problemática
entre a produção de arte contemporânea e os
paradigmas sistemáticos de conservação em
museus.
O filme discute esses desafios a partir do estudo três
obras: Notion Motion (2005), de Olafur
Eliasson, Exhange Fields (2000), de Bill
Seaman e This is Propaganda (2002), de Tino
Sehgal.
Motion Notion
https://www.ideafixa.com/instalacao-os-desafios-na-
conservacao-de-arte-contemporanea/
Referências bibliográficas
CONWAY, Paul.. Preservação no universo digital. 2.
ed. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2001. 24 p.
(Conservação preventiva em bibliotecas e arquivos ;
v.52). ISBN 8570090390 (broch.)
SAYÃO, Luiz Fernando. Conservação preventiva de
documentos. In: MAST Colloquia. Conservação de
Acervos. Rio de Janeiro: MAST, 2009, v.9. p.181-205.
TEIXEIRA, Lia Canola. Conservação Preventiva de
acervos. Coleção de Estudos Museológicos.
Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 2012.
v.1.
Gratidão!

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