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O DESPERTAR DO TIGRE

Apresentação:
Ana Paula Mourato

Grupo de Estudos do Trauma


Se expressar o que está dentro de si,
então o que está dentro de si,
será a sua salvação.
Se não expressar o que está dentro de si,
então o que está dentro de si
irá destruí-lo.

(De Elaine Pagels)


 Para Levine os efeitos do trauma podem :

 a longo prazo, no corpo e na mente, podem ser


avassaladores.

 ser curados.

 quando transformados trazem a pessoa de


volta à vida, com mais flexibilidade, mais
compaixão e um senso ampliado do significado
da vida humana.
 Levine desenvolveu um método “Somatic
Experiencing” (SE) onde se trabalha ao nível
fisiológico com o comportamento do Sistema
Nervoso Autónomo (SNA):
Este método tenta compreender o aspecto do ser
humano quando:

 Existe ameaça;
 Como enfrenta essa ameaça;
 Quando existe congelamento diante do facto
ameaçador.
Levine acredita na Sensopercepção:

 Uso das sensações corporais internas no inicio do


processo de cura.

 Essas sensações funcionam como um portal pelo qual


encontramos os sintomas, ou reflexos do trauma.

 Está intimamente ligada à percepção consciente.

 As emoções que são geradas pelo trauma incluem a


fúria, o terror e a impotência.
 As sensações do trauma aparecem em ciclos e
ao seu ritmo.

 O seu andamento é muito mais lento do que o


andamento em que a maioria vive as suas
vidas.

 Uma sensação pode-se transformar em outra


coisa (outra sensação, imagem ou sentimento).
 Levine observou os animais selvagens: eles dão-nos
um padrão de saúde e vigor, e também nos
proporcionam um insight quanto ao processo
biológico de cura.

 Os animais, quando experienciam acontecimentos


que ameaçam a sua vida, passam rapidamente da
reacção inicial de choque para a recuperação.

 As suas reacções têm uma limitação de tempo e não


se tornam crónicas.

 A experiência da sensopercepção dá-nos um pano de


fundo para nos reconectarmos com o animal dentro
de nós.
Cérebro Reptiliano

 Essencial a todos os animais e humanos.


 É codificado com os planos instintivos para os
comportamentos que asseguram sobrevivência da
espécie (auto preservação e reprodução).
 As mudanças involuntárias que regulam as funções
vitais são controladas por esta parte do cérebro.
 A sensação é a linguagem do cérebro reptiliano,
biológica e fisiologicamente.
 Os comportamentos que se originam no centro
reptiliano do cérebro são a chave para destravar o
mistério do trauma.
Animal

 Se sente uma mudança no seu ambiente, ele


responde procurando a fonte de perturbação.

 A busca pode consistir apenas num único olho


examinando os arredores. O animal orienta-se em
direcção a um companheiro ou a uma fonte de comida
e afasta-se de um possível perigo.

 Se a mudança não significa perigo, comida ou um


companheiro potencial, o animal volta simplesmente à
sua actividade anterior.
Humano

 Numa situação de ameaça, como resposta de um


sistema integrado de defesa, o organismo pode lutar,
fugir ou congelar-se.

 Quando a luta e a fuga não funcionam, o organismo


instintivamente contrai-se e congela.

 À medida que se contrai, a energia que teria sido


descarregada numa luta ou fuga é amplificada e
retida no sistema nervoso, o que pode provocar o
trauma, que não ocorrerá se o organismo for capaz
de descarregar a energia fugindo ou defendendo-se,
resolvendo a situação de ameaça.
Cérebro racional (neocortex)

 É tão complexo e poderoso que, pelo medo e controle


exagerado, pode inibir os nossos impulsos e
respostas instintivas não nos deixando completar o
ciclo instintivo, dando origem a bloqueio de energia e
como consequência ao trauma.

 As pessoas que sofrem de trauma tendem a


identificar-se como sobreviventes, em vez de animais
com poder instintivo de cura.

 Os recursos estão diminuídos na pessoa


traumatizada. Com frequência qualquer estímulo
activará a resposta de congelamento (trauma) em vez
de uma resposta de orientação apropriada.
Conclusão
 Para resolver o trauma precisamos de aprender a
mover-nos fluidamente entre o instinto, a emoção e o
pensamento racional.
 O nosso organismo funciona na plenitude se
estiverem em harmonia estas três fontes.
 Os instintos não nos dizem apenas como lutar, fugir
ou congelar; dizem-nos que pertencemos a este
lugar.
 Se não tivermos uma clara conexão com os nossos
instintos e sentimentos, não podemos sentir a nossa
conexão e sensação de pertencer a esta terra, a
uma família ou a qualquer outra coisa.
O DESPERTAR DO TIGRE

Referência Bibliográfica:
Levine, P.  & Frederick, A. (1997). Waking the Tiger. Healing
Trauma (pp. 60-100). Berkeley: North Atlantic Books

Apresentação:
Ana Paula Mourato – ana.mourato@sapo.pt

Grupo de Estudos do Trauma

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