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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Centro de Formação de Professores

JEAN PIAGET

Profa. Ms. Roselaine Pontes de Almeida


roselaine.almeida@fmu.br
JEAN PIGET
Suíça
Biologia: graduação/doutorado
Filosofia, Psicologia,
Epistemologia, Educação e
Cognição e Pedagogia.

A teoria piagetiana "[... ] é uma teoria


epistemológica. produzida por um biólogo de
formação. psicólogo por necessidade e
epistemólogo por interesse central".
Jean Piaget (1896-1980)

Desenvolvimento da
Inteligência
Construção do
conhecimento PESQUISOU
e elaborou uma Epistemologia
TEORIA Genética
sobre os
mecanismos
cognitivos da
espécie (sujeito
epistêmico) e dos
indivíduos (sujeito
psicológico).
Como os homens
A grande questão: constroem
O conhecimento não pode ser conhecimento???
concebido como algo
predeterminado desde o
nascimento (inatismo), nem Resulta das ações e
como resultado do simples interações do sujeito com
registro de percepções e o ambiente onde vive.
informações (empirismo).

Ao elaborar a Teoria Psicogenética, procurou mostrar


quais as mudanças qualitativas pelas quais passa a
criança, desde o estágio inicial de uma inteligência
prática (período sensório-motor), até o pensamento
formal, lógico-dedutivo, a partir da adolescência.
CONCEITOS:
Processo de Inteligência:

1) Assimilação: o
sujeito entra em
contato com o objeto 2) Acomodação: Mecanismo
(com o meio), retira de ampliação ou modificação
informações, as de um esquema de
interpreta e as assimilação
assimila.

Assim, conhecer um objeto é assimilá-lo. No entanto, quando um


objeto apresenta certas resistências ao conhecimento, a organização
mental se modifica e a esse processo chamamos acomodação.
4) Equilibração: A cada
adaptação realizada, novo
esquema assimilador se torna
3) Adaptação: estruturado e disponível para
articulação entre que o sujeito realize novas
assimilação e acomodações e assim
acomodação sucessivamente.

O que promove o movimento de aprendizagem é o processo de


Equilibração, conceito central na teoria construtivista.
Teoria Piagetiana

Ambiente

Assimilação Acomodação Desequilíbrio

- Novas
situações;
- Desafios;
- Conflitos...
DESEQUILIBRAR
É PRECISO!!!
Os Estágios:

O desenvolvimento da Inteligência não é linear...Se dá por saltos e


não podem ser “pulados”.
A qualidade da inteligência se modifica...é quando ocorrem as
mudanças de estágio.
Piaget dividiu os estágios de desenvolvimento em 3:
1) Sensório-motor (0 a 24 meses) ==> Ação
2) Pré-Operatório (2 a 7 anos) ==> Ação Interiorizada
3) Operatório ( 7 anos em diante) ==> Ação Interiorizada
Reversível
Operatório Concreto (até 12 anos)
Operatório Formal (a partir dos 12 anos)
Ao usa a palavra “estágio” em sua teoria, Piaget não quis
dizer que as crianças mudam de um nível discreto a
outro.

- As mudanças são graduais e nunca abruptas


- os esquemas são construídos e reconstruídos (ou
modificados) gradualmente

O que interessa é identificar as mudanças


cognitivas mais gerais que acontecem em
todas as pessoas
3-) Os estágios do desenvolvimento cognitivo

A inteligência sensório-
motora

Todo o organismo / ser


vivo tem inteligência inata
para lidar com o ambiente
de forma espontânea. por
si próprio.
O estágio sensório-motor (0 a 2 anos)
• Durante este estágio, o comportamento é basicamente
motor.
• A criança não representa eventos internamente e não
“pensa” conceitualmente.
• Grandes mudanças ao longo deste estágio.
• Inicia-se com comportamentos puramente reflexos e chega
o desenvolvimento da fala (representação simbólica)
• Ocorre o desenvolvimento do conceito de objeto; conceito
de causalidade; afeto
A representação pré-
operatória
Se configura pela possibilidade
de representação, pela
capacidade de pensar simbólica
e abstratamente: é o momento
crucial da representação
através da linguagem, da
capacidade de representar um
objeto por meio de um símbolo,
de uma imagem mental
(abstração).
Segundo Piaget , existe inteligência antes da linguagem, mas
não existe o pensamento antes da linguagem: isto quer dizer:
para que exista linguagem é necessário que exista o
pensamento e vice-versa, pois ambos estão intrinsecamente
relacionados, um não existe sem o outro, a
linguagem é solidária ao pensamento.
O estágio pré-operacional (2 aos 7 anos)

• a criança evolui de um ser predominantemente sensório-


motor a um ser cada vez mais conceitual e
representacional
• desenvolvimento de habilidades representacionais e da
socialização do comportamento
O estágio pré-operacional (2 aos 7 anos)

• perspectiva egocêntrica – vê a realidade da forma que a


afeta
• uso da linguagem, desenhos, símbolos e imagens
mentais
• o comportamento cognitivo é influenciado pelas
atividades motoras
Alguns exemplos:

• Jogo simbólico

• O desenvolvimento da fala neste período é uma


transição gradual da fala egocêntrica,
caracterizada pelo “monólogo coletivo”, para a
fala socializada.
• Centração – fixa a atenção em poucos aspectos do
estímulo, geralmente o visual. Exemplo:
normalmente dizem que uma fila com 7 elementos
mais afastados entre si, é maior que uma fila com
9 elementos mais próximos  conservação do
número
• Também não há noção de conservação de área e
do volume

vídeo
As operações concretas
É nesta etapa que ocorre uma
verdadeira revolução lógica no
desenvolvimento da criança. pois é
no início deste estágio que o
desenvolvimento psicológico atinge o
nível da reversibilidade da matéria.

É o momento da definitiva
compreensão da noção lógica de que
um objeto pode transformar-se,
reverter-se sem perder suas
características materiais.

A criança consegue constatar que, a=b e b=c, portanto concluirá


que a=c: ou seja, neste momento consolida-se a definitiva
operação lógica mental e a criança definitivamente supera a
relação anterior e perceptiva que estabelecia com os objetos.
É neste estágio que a criança começa a reunir objetos por classe
(tamanhos. fom1as e cores) e. também. combina objetos e já
consegue contá-los. separá-los. diferenciá-los.
O estágio das operações concretas
(7 a 11 anos)

Durante este estágio a criança desenvolve processos de


pensamento lógico (operações) que podem ser
aplicadas a problemas reais (concretos).

• Não apresenta problemas com conservação e


apresenta argumentos corretos para suas respostas
• Decisões lógicas ao invés de decisões perceptuais
O estágio das operações concretas
(7 a 11 anos)

• Acompanha as transformações e alcança a


reversibilidade das operações mentais
• Menos egocêntrica e a fala é empregada com o fim
básico da comunicação
• Aperfeiçoamento dos conceitos de causalidade,
tempo, espaço, velocidade
O estágio das operações concretas
(7 a 11 anos)

• Operações lógicas são empregadas na solução de


problemas envolvendo objetos e fatos concretos
(reais, observáveis)

• Ainda não aplicam a lógica a problemas hipotéticos e


verbais
Inclusão de classes
Tempo e velocidade
As operações formais
Neste período os jovens
tomam-se capazes de
raciocinar. de deduzir e
hipotetizar a partir de
proposições verbais.
É a definitiva lógica dos
raciocínios dedutivos e
propositivos, não mais
indutivos, perceptivos e
instintivos como os estágios
anteriores.

Neste estágio os jovens se tomam capazes de raciocinar


sobre enunciados verbais, proposicionais, manipular
hipóteses e raciocinar a partir do ponto de vista do outro.
Há a consolidação de uma lógica hipotético-dedutiva.
O estágio das operações formais
(11 ou 12 anos até a idade adulta)

Do ponto de vista cognitivo:

• Capacidade de raciocinar logicamente com hipóteses


verbais e não apenas com objetos concretos.
O estágio das operações formais
(11 ou 12 anos até a idade adulta)

• Passa a buscar hipóteses gerais que possam explicar fatos


observáveis.
• É capaz de pensar sobre seus próprios pensamentos e
sentimentos, como se fossem objetos.
• O raciocínio formal vai além das observações

Não se deve assumir que todos os adolescentes e adultos


desenvolvem plenamente as operações formais.
O estágio das operações formais
(11 ou 12 anos até a idade adulta)

Do ponto de vista emocional:

O adolescente ainda manifesta um último tipo de


egocentrismo: atribui grande poder a si e ao próprio
pensamento. Muitas vezes julga que somente ele está
certo.
Piaget e a Educação

Não era um educador e não fez uma teoria ou proposta


pedagógica.
Foi um estudioso também na área da psicologia, cujas
teorias dão base de sustentação a diversos movimentos
pedagógicos.
A lógica, a moral, a linguagem e a compreensão de regras
sociais não são inatas, mas construídas por cada um dos
indivíduos ao longo do processo de desenvolvimento.
Para que o processo (assimilação-acomodação-adaptação) se
efetive, é importante considerar o principal objetivo da
educação, que é a autonomia, tanto intelectual como moral.
Implicações educacionais da teoria de
Piaget
• Neste sentido os piagetianos dizem que o
conhecimento é construído e daí vêm as expressões
“construtivismo” e “construção do conhecimento”.

• Ensinar é provocar o desequilíbrio da mente do


estudante para que ela procure o reequilíbrio e
construa novos esquemas mentais (isto é, aprenda).

• O ensino deve, portanto, ativar este mecanismo.


Implicações educacionais da teoria de
Piaget
• O professor deve buscar uma ligação entre o que o
aluno já sabe (esquemas) e o que deseja ensinar.
• Cabe ao educador introduzir situações
desequilibradoras
• Sempre que possível o aluno deve agir.

Se o ambiente escolar não oferece desafios e


dificuldades, a atividade mental é apenas de
assimilação.
Construtivismo

Piaget dizia que sua psicologia e sua epistemologia são


pautadas no construtivismo, cujos princípios são:

-Considerar a experiência prévia do aluno


-Partir do ponto em que o aluno se encontra
-Levar em consideração sua forma de pensar, perceber
contradições, inconsistências
-Construir por tentativa e erro
-Aceitar o erro como construtivo
Para Piaget, as mudanças cognitivas resultam de um
processo de desenvolvimento.

- Processo coerente de sucessivas mudanças


qualitativas das estruturas cognitivas (esquemas)

- Cada estrutura e sua respectiva mudança deriva da


estrutura precedente
Como o aluno aprende?
Neurobiologia da aprendizagem
Como o aluno aprende?
Interação corpo e ambiente
Neurociências na
Sala de Aula

Neurociências
Área interdisciplinar que estuda o
sistema nervoso sob diversas perspectivas
Neurociências na
Sala de Aula
Cérebro está dividido em áreas, mas as
estruturas estão intimamente relacionadas
MEMÓRIA VISUAL
MEMÓRIA AUDITIVA
• SOLETRAÇÃO
• SOLETRAÇÃO

MEMÓRIA MOTORA
Aprendizagem

“Alteração relativamente permanente de


um organismo, como resultado de
experiências.”
Aprendizagem

“Alteração relativamente permanente de


um organismo, como resultado de
experiências.”
Períodos sensíveis do
desenvolvimento

• Nos períodos em que o cérebro está mais


sensível a algumas experiências sensoriais e
motoras a aprendizagem ocorre mais
facilmente.
Períodos Sensíveis TRANS
F O R MAÇÃO

A R ES POSTA
D
TR A
JETO
DO E
STÍM
ULO

RESPOSTA:
motora, visual,
cognitiva e afetiva
AUSÊNCIA: inibe, prejudica
ou mesmo impede o
desenvolvimento saudável
Wajnsztejn,2009
Extraído de www.larmontessori.com
Marcos do Desenvolvimento
Períodos sensíveis do
desenvolvimento
Marcos do desenvolvimento

• Importante referência para identificar atrasos no


desenvolvimento infantil;
• nos dá parâmetros para identificar e encaminhar
precocemente.

 Desenvolvimento motor grosso


 Desenvolvimento motor fino
 Desenvolvimento linguagem
 Desenvolvimento social
Desenvolvimento Neuropsicomotor
Em resumo...

A aprendizagem é
restringida pela
maturação dos neurônios,

mas é influenciada por


estímulos ambientais
Em resumo...

A maturação anatômica
das regiões cerebrais permite
novas aquisições
sensoriais, cognitivas e
motoras

Que levam à
aprendizagem!
DESAFIO

1
DESAFIO

2
DESAFIO

3
DESAFIO

4
DESAFIO

5
DESAFIO

6
DESAFIO

7
DESAFIO

8
Auto estima
X Desempenho

Situação 1: Desafio em nível elevado


D
E
S
A
F
I
O

AUTOESTIMA SENTIMENTO NÃO OCORRE


DE APRENDIZAGE
INCAPACIDADE M
Auto estima
X Desempenho

Situação 2: Desafio em nível baixo

D
E
S
A
F
I
O
AUTOESTIMA
NÃO OCORRE
DESINTERESSE APRENDIZAGE
M
Auto estima
X Desempenho

Situação 3: Desafio em nível adequado

SENTIMENTO
D DE
E POSSIBILIDADE
S
A
F O DESAFIO É
I ENCARADO
O E OCORRE
AUTOESTIMA APRENDIZAGEM
Prazer = Recompensa SIGNIFICATIVA
Motiva a repetição do ato
(Le Doux, 1996)

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