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Impactos ambientais causados pela mineração

• São diversos os impactos ambientais causados pela mineração, como a alteração da paisagem e a
contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos, além da perda de biodiversidade tanto em
relação à fauna quanto à flora.

• 1) Degradação da paisagem
• 2) Desmatamento
• 3) Poluição e contaminação dos recursos hídricos
• 4) Poluição, contaminação e compactação do solo
• 5) Poluição sonora e alteração da qualidade do ar
• 6) Redução da biodiversidade
• 7) Redução da disponibilidades de minerais
• 8) Geração de resíduos e disposição inadequada de rejeitos
• As fases do projeto são: prospecção e exploração das jazidas, desenvolvimento e preparação das
minas, exploração das minas e tratamento dos minerais achados nas respectivas instalações,
visando a obtenção de produtos comercializáveis.

• A mineração chega a um lugar com a promessa de geração de riquezas e emprego, mas são
milhões os que, no mundo todo, podem dar fé do alto custo social que traz embutido: apropriação
das terras das comunidades locais, impactos na saúde, alterações nas relações sociais, destruição
das formas de sustento e de vida das comunidades, desintegração social, mudanças radicais e
abruptas nas culturas regionais, deslocamento de outras atividades econômicas locais, atuais e/ou
futuras. Tudo isso, afora as condições de trabalho perigosas e insalubres desse tipo de atividade.
• A atividade de mineração é incontestavelmente necessária para o desenvolvimento das sociedades em seus mais
diversos setores produtivos, tendo sido, ao longo dos anos, um dos sustentáculos dos poderes econômico e político.
Entretanto, os impactos causados pela mineração, associados à competição pelo uso e ocupação do solo, geram
conflitos socioambientais.

• Apesar de proporcionarem impactos positivos (emprego e renda, geração de impostos, etc.), têm fomentado
inúmeros impactos socioambientais negativos, os quais constituíram um cenário de conflitos que ameaçam o bem
estar social e a saúde do meio ambiente local.

• Em se tratando dos moldes implementados na mineração, especialmente quando do uso de material explosivo,
observa-se a ocorrência de inúmeros impactos ou problemas, tanto de ordem social, quanto ambiental.

• As alterações ou impactos advindos da atividade mineral podem provocar maior ou menor impacto,
conforme a localização, o método de lavra, o tipo de minério extraído, e o tipo de desmonte utilizado.

• De acordo com Bacci (2006), os fatores geológicos ligados à localização natural da jazida e ao grande
volume das reservas, proporcionando longa vida útil aos empreendimentos, são fatores rígidos e
imutáveis que impedem a mudança das áreas de extração. Neste contexto, é imprescindível a atuação das
políticas públicas, como uma ferramenta na gestão do planejamento urbano, pois na ausência destas,
ocorre a ocupação humana e o crescimento urbano em direção ás áreas periféricas e próximas às jazidas
de minério, originando um quadro crescente de conflitos entre as empresas que exploram minério e a
população do seu entorno.
• Ainda segundo Bacci (2006), os efeitos ambientais estão associados, de modo geral, às diversas
fases de exploração dos bens minerais, como: a abertura da cava (retirada da vegetação,
escavações, movimentação de terra e modificação da paisagem local); o uso de explosivos no
desmonte de rocha (sobrepressão atmosférica, vibração do terreno, ultralançamento de fragmentos,
fumos, gases, poeira, ruído); e o transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e
ruído), afetando, assim, os meios físico, biótico e antrópico .

1-Meio Físico: Ultralançamento proveniente do desmonte de rocha com explosivos


2-Meio Biótico: Deterioração ambiental e mudança da paisagem
3-Meio Antrópico: Mineração no entorno da população periférica
Reflexos ou problemas socioambientais, a saber:
- Meio Físico: o de capeamento da vegetação reduz a biodiversidade; a mineração modifica a paisagem e
reduz a disponibilidade de recursos minerais; o desmonte de rochas com explosivos causam abalos sísmicos,
emissão de gases e poeira (provocando a poluição do ar) e ultralançamento de sedimentos rochosos.

- Meio Biótico: neste meio classificaram-se os impactos como negativos, pois a presença humana e os ruídos e
barulho das explosões condicionaram a migração de aves e mamíferos, e a poeira e gases além de causar
interferências na morfologia dos vegetais provoca a degradação visual da paisagem.

- Meio Antrópico: Os impactos positivos estão ligados à geração de emprego e renda, ao fornecimento de
matéria-prima para as indústrias, e à promoção de arrecadação de impostos a serem investidos na gestão
pública local.
- Já os impactos negativos tem,
1. a) a emissão de poeira e gases polui o ar e pode causar doenças respiratórias para as pessoas (trabalhadores
e populações do entorno) que inalarem o ar poluído;
2. b) o uso de explosivos expõe os trabalhadores a grandes riscos, até mesmo de morte;
3. c) e as detonações além de emitirem sons agudos que proporcionam um desconforto para as populações
circunvizinhas, também produzem abalos sísmicos e ultralançamentos de fragmentos de rochas que podem
atingir a população periférica e suas construções.
A atividade de mineração tem impacto positivo sobre os índices de bem-estar
social ( IDHM, GINI e outros)?

• Falar contra:
• 1) Furtado (1969), diz que as potencialidades da economia mineradora só se tornaram conhecidas
quando o Estado interferiu e obrigou as empresas a adquirirem insumos locais (no país), e quando
passou a tributar a atividade com objetivo de captar parte do fluxo de renda gerado.
• 2) Hirschman (1976), fez uma análise parecida com a de Furtado ao caracterizar a atividade
mineradora como ‘enclave’, que, de acordo com o autor, significa uma atividade que não se envolve
com o restante da economia por não ter elos produtivos com setores locais. O autor ainda diz que os
enclaves são de propriedade estrangeira com finalidade clara de obter o maior lucro possível. Dessa
forma, seria parte da obrigação do estado socializar o lucro através da tributação sobre as empresas.
• 3) Hirschman (1976), argumenta que uma maneira possível de levar o desenvolvimento “seria
através da habilidade do Estado em regular o fluxo de rendimento decorrente do produto primário de
exportação” (HIRSCHMAN, 1976. p.13). E conclui que se o Estado for capaz de investir de forma
produtiva, pode-se falar em efeitos em cadeia fiscal.
• 4) É possível perceber os pontos comuns nas análises dos autores. 1) A atividade mineradora de
grande porte tem pouca capacidade de articulação com demais setores da economia, logo, pouco
potencial como atividade que propulsiona o desenvolvimento. 2) É possível captar, através do
tributo, parte do fluxo de renda e promover o desenvolvimento via Estado.
• 5) No Brasil, é instituído por lei a Compensação Financeira por Exploração Mineral – CFEM, uma
espécie de royaltie pela exploração econômica de recursos minerais, e é devida aos Estados,
Distrito Federal e municípios cujos territórios são explorados pela atividade extrativa de minério,
além de órgãos da administração da União (DNPM, IBAMA e MCT). As receitas da CFEM
devem ser aplicadas em prol da comunidade, em melhoria da infra-estrutura, saúde, educação e
meio ambiente (DNPM). Dessa forma, pode ser visto como um instrumento de desenvolvimento
através da re-apropriação de renda pelo Estado, conforme sugerido por Furtado e Hirschman.
• 6) Fernandes (2007), adota uma postura crítica em relação a atividade mineradora de grande porte
e os impactos socioambientais e econômicos causados nos locais de mineração, principalmente
nos países subdesenvolvidos. De forma resumida, os autores classificam como insuficiente as
obrigações legais impostas às grandes empresas (tributos e licenças para operar) e defendem uma
maior interação empresa-comunidade no sentido de aprimorar os mecanismos de desenvolvimento
local.
• 7) Barreto (2001), analisa dados de crescimento demográfico, indicadores de desenvolvimento
humano (IDHs) e acidentes de trabalho onde há forte presença da indústria mineral. Os
indicadores de desenvolvimento humano não permitem concluir que há uma relação entre a
presença da atividade com melhoria das condições de vida da população local. A autora classifica
como preocupante o coeficiente de acidentes de trabalho da indústria extrativa quando comparado
com demais indústrias.
• 8) Lima e Teixeira (2006), selecionam vários municípios mineradores de seis estados brasileiros,
com potencial de desenvolvimento devido o grande volume de recurso proveniente da CFEM, e
tentam estabelecer relação entre o PIB per capita, CFEM e a evolução do índice de
desenvolvimento humano. O resultado que os autores chegam é que não há uma relação clara entre
a ocorrência de atividade mineradora e alto índice de desenvolvimento humano nos municípios.
Os autores justificam o resultado afirmando que a atividade mineradora é dependente de uma
dinâmica fora de seus estados e região, dificultando seu papel como propulsor do
desenvolvimento.
Indicadores (Econômicos, saúde, educação)
• Os indicadores econômicos visam captar a riqueza dos municípios através do PIB per capita e do
salário médio do trabalho principal, e ao mesmo tempo visa captar se a riqueza está bem
distribuída, via o indicador da taxa de desemprego e o índice de GINI.

• Os indicadores de saúde tentam abranger suas várias dimensões no município: o saneamento


básico, através da porcentagem de domicílios atendidos com rede de esgoto; recursos humanos,
pelo número de médicos para cada dez mil habitantes; recursos físicos pelo número de leitos para
cada mil habitantes e; condição de saúde geral da população, através da taxa de mortalidade total.

• Os indicadores de educação, por sua vez, tentam captar o nível de educação das pessoas de
diversas faixas etárias, tendo como referência a correspondência escolaridade-faixa etária. A taxa
de analfabetismo funcional reflete a incapacidade dos indivíduos em assumir um trabalho mais
qualificado, e consequentemente obter maior rendimento.
• Através do índice-síntese econômico, que a economia dos municípios mineradores, em média, tem um
desempenho pior que a economia dos municípios não-mineradores. Entretanto, os outros dois índices, apontam
que a população dos municípios mineradores é beneficiada com melhor oferta de saúde e educação, refletindo,
em parte, melhor bem estar social.

• Mais especificamente, a atividade mineradora impacta positivamente sobre o bem estar social das pessoas ou,
de outra forma, em municípios mineradores há uma oferta maior de serviços providos pelo poder público. Por
outro lado, os resultados obtidos apontam para o fato de que, além de não ser uma atividade propulsora de
desenvolvimento econômico, a mineração contribui negativamente para o bem estar econômico da população
residente nesses municípios.

• Os resultados encontrados apontaram para a abordagem de Hirschman e Furtado, que definem a mineração de
grande porte como uma atividade de pouca articulação com demais setores da economia, mas que pode ter
potencial para o desenvolvimento ser for adequadamente tributada e os recursos provenientes dessa tributação
aplicados em prol da comunidade.

• Reconhece-se que os indicadores de saúde e educação não são suficientes para medir o bem estar social da
população. Indicadores de qualidade ambiental, segurança urbana e de infra-estrutura seriam de muita
relevância para o trabalho, porém a não disponibilidade de dados municipais é um impedimento para a
completude da análise.
Considerações Finais

• Desde longínqua data, o desmonte dos maciços rochosos é realizado através de explosivos,
resultando em consequências: ruídos, vibrações, ultralançamento e poeiras.  Somado a estes
reflexos, tem-se que a proximidade existente entre as mineradoras e os centros urbanos tem
construído um “espaço de conflitos socioambientais” que fomentam problemas a procura de
soluções.

• Diante do exposto, deduz-se que o desenvolvimento das atividades de mineração precisa ser
analisado com base em uma visão holística, pautada em planejamento que envolva os aspectos
sociais, econômicos, ambientais e culturais, os quais sejam perfeitamente contemplados na
exploração de minerais, conduzindo à sustentabilidade de uma determinada sociedade.

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