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Colégio de Cirurgia

Hérnias da parede abdominal anterior

Adalberto Boca, Residente em Cirurgia


23 de Dezembro de 2020

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SUMÁRIO

• Revisão anatómica
• Generalidades sobre hérmias
• Hérnia inguinal
• Hérnia crural
• Hérnia umbilical
• Hérnia epigástrica
• Hérnia incisional

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• Nenhuma doença do corpo humano pertencente aos domínios do
cirurgião, requer em seu tratamento uma melhor combinação de
acurácia, conhecimento anatómico e habilidades cirúrgicas que a
hérnia em todas as suas variantes.

• Sir Astley Paston Cooper, 1804


• Cirurgião anatomopatologista Inglês (1768-1841)

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REVISÃO ANATÓMICA

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ANATOMIA DA REGIÃO INGUINAL

• O Canal Inguinal é um espaço virtual, de ±4cm, entre os músculos e


aponeuroses da região inguinal, o qual dá passagem ao funículo
espermático ou ao ligamento redondo.
• Limites:
• Anterior: Aponeurose do m.obliquo externo
• Posterior: fáscia transversalis
• Inferior(assoalho): Lig.Inguinal
• Superior(teto): M.Transverso e Oblíquo Interno

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GENERALIDADES
• Se define a hérnia abdominal como la protrusão ou saída ocasional ou permanente
de uma víscera ou tecido através de um orifício ou defeito da parede abdominal
anatomicamente constituído.

• Estima-se que 5 % da população vai desenvolver hérnia ao longo da sua vida.

• 80-85 % são inguinocrurais.


• 2/3 destes são inguinais indiretas
• 1/3 inguinais directas
• 3% femorais

• Uma das principais causa de intervenção cirúrgica nos serviços de cirurgia geral.
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FACTORES DE RISCO

• Fraca síntese da hidroxiprolina • Doenças que aumentam a


pressão intra-abdominal;
• Tabaco;
• Actividades laborais de
esforço???/sedentarismo???
• Defeito na obliteração do
conduto peritoneovaginal e
conduto onfalomesentérico. • Obesidade e perda de peso.

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FACTORES DE RISCO

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CLASSIFICAÇÃO

• Pela localização

• Pelo conteúdo

• Pela condição

• Pela etiologia

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CLASSIFICAÇÃO
Localização

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CLASSIFICAÇÃO

• Hérnia de littré • Hérnia de Mydal

• Hérnia de Richer • Hérnia de Spiegel

• Hérnia de Anayand • Hérnia de Petit

• Hérnia de Garengeot
• Hérnia de Gryfelt

• Hérnia de Gibbon
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CLASSIFICAÇÃO
Condição
Coercíveis
Redutível
Incoercível

Crónicas
Irredutível
Agudas Incarceradas
Deslizadas
Estranguladas
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CLASSIFICAÇÃO

Conteúdo

• Epliplocele

• Enterocele total o parcial

• Colon

• Apêndice

• Divertículo de Meckel
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CLASSIFICAÇÃO

Etiologia

• Congénitas

• Adquiridas

• Recidivantes

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PARTES DA HÉRNIA

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PATOGENIA

• Debilidade
• Pressão abdominal

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CLÍNICA

• Assintomáticas ou oligosintomáticas
• Dor
• Tumor
• Oclusão intestinal
• Peritonites Complicações

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DIAGNÓSTICO
• Interrogatório

• Exame Físico

• Intraoperatório.

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TRATAMENTO

• Toda hérnia deve ser tratada cirurgicamente

• Tratamento do saco

• Tratamento do conteúdo

• Fechamento de la parede

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HERNIA INGUINAL

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CLASSIFICAÇÃO DAS HÉRNIAS INGUINAIS
SEGUNDO NYHUS
DIAGNÓSTICO

• Exame físico: de pé e em decúbito


• Inspeção
• Localização.
• Forma.
• Palpação
• Condição
• Precursão e auscultação
• Conteúdo

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Hérnia Crural

• Hérnia irredutível:
• Hidrocele
• Hematocele
• Adenites
• Lipomas

• Hérnia redutível:
• Varicocele.
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TRATAMENTO

• Técnica de Bassine

• Técnica de McVay

• Técnica de Sholdice

• Técnica de Linchistein

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COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS

• Hemorragia

• Sepses

• Orquite isquémica e atrófica testicular

• Lesão do conduto deferente

• Lesão visceral
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HÉRNIA CRURAL

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HÉRNIA CRURAL

• Através do anel crural, por abaixo


do ligamento inguinal.
• Sexo feminino 5:1.
• Em segunda década da vida.

• Etiopatogenia:
• Origem congénito.
• Favorecido por factores
desencadeantes.

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Redutível
• Hérnia inguinal (directa).
• Varizes safena interna.
• Abscesso do psoas.

• Irredutível
• Lipoma.
• Adenites

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TRATAMENTO

• Existem diversas vias de acesso para sua reparação:


• Via Inguinal

• Via Crural

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HÉRNIA UMBILICAL

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HÉRNIA UMBILICAL

• Protruem através do anel umbilical.


• Frequência 2 a 18%.
• Predomina no sexo feminino.
• Segunda década

• Factores relacionados:
• Gravidez
Aumento da pressão intra-abdominal.
• Obesidade
• Associado a debilidade de la cicatriz umbilical.
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HÉRNIA UMBILICAL
• Características
• Saco fortemente aderido ao anel umbilical que impede o
deslizamento.
• Clínica
• Anel umbilical aumentado de tamanho.
• Náuseas.
• Vómitos.
• Epigastralgias
• Tratamento
• Técnica de Mayo
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HÉRNIA EPIGÁSTRICA

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HÉRNIA EPIGÁSTRICA
• Se produzem na linha média supraumbilical.
• Protrusão através do entrecruzamento das fibras de la linha
alba.
• Frequência:1-4%.
• 3ª a 4ª década de vida
• Factor predisponente:
• Orifício da entrada dos vasos e ramas perfurantes.
• Factor desencadeante:
• Aumento pressão intra-abdominal.

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HÉRNIA EPIGÁSTRICA
• Clínica:
• Inespecífica.
• Característico a dor localizada e a sensibilidade da pressão sobre a
hérnia.
• Raro que se compliquem.
• Rara a recidiva.

• Tratamento
• Cirurgia:
• Imbricação da linha alba.

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HÉRNIA INCISIONAL

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FACTORES DE RISCO
 Relacionados com paciente

• Que aumentam a pressão intra- • Que influenciam negativamente na


cicatrização:
abdominal:
• Infeções de feridas cirúrgicas
• Obesidade • Sepses
• Prostatismo • DM, HTA
• Corticoides, anticoagulantes, antineoplásicos
• Ascite
• Desnutrição
• Tosse • Senilidade
• Vómitos • Anemia
• Obesidade
• Gravidez
• DPOC
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FACTORES DE RISCO

 Relacionadas ao tipo de cirugía e  Relacionadas a técnica cirúrgica


anestesia
• Tipo de incisão
• Material e tipo de sutura
• Cirurgia de urgência vs. electiva
• Uso de drenos
• Infeções severas contaminadas • Hemostasia insuficiente
• Tamanho da incisão
• Anestesia geral vs. regional
• Assepsia e antissepsia
inadequada
• Cirurgias de carcinomatoses
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TRATAMENTO
Cirúrgico
• Pneumoperitoneo pré-
operatório????

• Reparação primária

• Imbricação

• Plastia

NB: o uso de cintas não interrompe a evolução progressiva das hérnias


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• 1. Yagi O K, Speranzini M B, Deutsch, C R. Manual de Diagnóstico e Tratamento para o
Residente de Cirurgia. Editora Atheneu, volume 1. Brasil, 2010.
• 2. Ferraina P; Oria A. Cirugía de Michans. Editorial El Ateneo. 5ª edição. Argentina, 2008 .
Pag; 446-449.
• 3. Courtney M, Townsend R, Daniel B, B. M E, Kenneth L. Mattox S. Tratado de cirurgia.
A base biológica da prática cirúrgica moderna. 19ª edição. Elsevier Editora Ltd. Volume 1,
Brasil.
• 4.Gutiérrez AJ. Gómez GP. Cirurgía. Elsevier Editora Ltd, Tomo III, Cuba 2007.
• 5. Tolosa EMC, Guimarães JS, Margarido NF, Lemos PCP. Técnica cirúrgica. Técnicas
anatómicas, fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4ª edição, Atheneu Editora. São Paulo,
Brasil.
• 6. PUTZ, R.; PABST, R. Sobotta, Atlas de Anatomia Humana. Vol. 1 e 2. 22 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
• 7. NETTER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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Muito obrigado

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