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BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S.

Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

Capítulo 12
A Função Demanda de
Moeda

1
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

CAPÍTULO 12 – A função demanda de moeda

12.1 O modelo clássico sobre a demanda de moeda;


12.2 O modelo de expectativas regressivas;
12.3 O modelo da composição ótima dos ativos;
12.4 O modelo da demanda de moeda para transações;
12.5 O modelo de Friedman para demanda de moeda;
12.6 Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM;
12.7 Estimativas de equação de demanda de moeda no
Brasil.
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A função demanda de moeda


• Um indivíduo possui uma riqueza total = W
• Esta riqueza divide-se em dois tipos de ativos:

Alta liquidez
Moeda (M1)
Sem rendimento
W
Menor liquidez
Títulos (B)
Com rendimento
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A função demanda de moeda

Os vários modelos que explicam a demanda


por moeda (e não por títulos) acabam por
sintetizar a seguinte equação:

Md O

= md = m(y,r,P)
P
Md = demanda nominal de moeda
P = nível de preços É o índice preços cuja base é 1
md = demanda de saldos reais por moeda
O
y = renda real, r = taxa de juros, P = taxa de inflação
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A função demanda de moeda

Os vários modelos que explicam a demanda


por moeda (e não por títulos) acabam por
sintetizar a seguinte equação:

Md O

= md = m(y,r,P)
P

d
m m d m d
0 0 o
0
y r P

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A função demanda de moeda

M d O

= md = m(y,r,P)
P
Teorias que serão discutidas:
• Modelo Clássico de Demanda por Moeda
• Modelo de Expectativas Regressivas
• Modelo de Composição Ótima dos Ativos
• Modelo de Tobin e Baumol
• Modelo de Friedman para Demanda de Moeda

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O modelo clássico de demanda de moeda

O que é um economista clássico ?

• Clássico: Século XVIII e XIX


Definição dos
Questão: o que explica o crescimento
manuais de da Riqueza das Nações?
História do
Pensamento • Neoclássico: final do Século XIX
Econômico Questão: dado o estado atual de uma
(HPE) economia, como alocar os recursos
escassos entre fins alternativos?

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O modelo clássico de demanda de moeda

O que é um economista clássico ?


• Clássicos: eram aqueles
que até o surgimento da
Teoria Geral do Emprego, do Juro
e da Moeda (1936), de John
Definição dos Maynard Keynes, defendiam um
manuais de conjunto coerente de idéias e
Macroeconomia princípios liberais na condução da
economia.
– Princípios liberais: a economia
se ajusta por si só. 8
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O modelo clássico de demanda de moeda

Razões para haver demanda por moeda:


• para transação: surge pelo fato de
não coincidirem, no tempo, os fluxos de
recebimento de moeda e de pagamento
das despesas.
• para precaução: moeda retida para gastos
não previstos.

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O modelo clássico de demanda de moeda

Considere um indivíduo i que recebe no início do


mês R$ 300 e apresente os seguintes fluxos de
gastos e encaixes:
100
80 Fluxo de
50
20 30 20 Gastos
dias
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
Encaixes
300 280 230 130 50 20 0
de Moeda

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O modelo clássico de demanda de moeda


dias
1 2 34 56 78 91 11 11 11 11 12 22 22 22 22 23
0 12 34 56 78 90 12 34 56 78 90

300 280 230 130 50 20 0

Evolução dos desembolsos e encaixes de um agente econômico i


Período do mês Número de dias Desembolso (R$) Encaixe (R$)
1a2 2 0 300
3a6 4 20 280
7a9 3 50 230
10 a 15 6 100 130
16 a 22 7 80 50
23 a 25 3 30 20
26 a 30 5 20 0
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O modelo clássico de demanda de moeda

Período do mês Número de dias Desembolso (R$) Encaixe (R$)


1a2 2 0 300
3a6 4 20 280
7a9 3 50 230
10 a 15 6 100 130
16 a 22 7 80 50
23 a 25 3 30 20
26 a 30 5 20 0

EMi = encaixe médio de moeda do agente econômico i

S (encaixes x dias)
EMi =
S dias
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O modelo clássico de demanda de moeda

Período do mês Número de dias Desembolso (R$) Encaixe (R$)


1a2 2 0 300
3a6 4 20 280
7a9 3 50 230
10 a 15 6 100 130
16 a 22 7 80 50
23 a 25 3 30 20
26 a 30 5 20 0

S (encaixes x dias)
EMi =
S dias
(300 x 2) + (280 x 4) + (230 x 3) + (130 x 6) + (50 x 7) + (20 x 3) + (0 x 5)
EMi = 30

EMi = 120 13
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O modelo clássico de demanda de moeda

Período do mês Número de dias Desembolso (R$) Encaixe (R$)


1a2 2 0 300
3a6 4 20 280
7a9 3 50 230
10 a 15 6 100 130
16 a 22 7 80 50
23 a 25 3 30 20
26 a 30 5 20 0

EMi = 120
ki = proporção do encaixe médio do agente
econômico i sobre o recebimento inicial
retém 40% da
EMi 120 renda em
ki = = = 0,4
Yi 300 moeda 14
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O modelo clássico de demanda de moeda


EMi
ki =  EMi = ki Yi
Yi

Md = demanda agregada de moeda em valores


nominais
Md = S (EMi)
Md = S (kiYi)
S Yi = RN = Y
S kiYi . S Y
M =
d
i
S Yi
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O modelo clássico de demanda de moeda

Md = EMi
S kiYi . S Y
M = S kiYi
d M =d
i
S Yi
S Yi = RN = Y

K = média ponderada das proporções de encaixe de


moeda
S kiYi
K=
S Yi

Md = K Y
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O modelo clássico de demanda de moeda

Md = K Y
Y = renda nacional em valores correntes (nominais)
y = renda nacional em valores reais

y= Y
P
Y=Py
equação de
Md = K  P  y Cambrigde para a
demanda de moeda

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O modelo clássico de demanda de moeda

Md = K  P  y

Md 1 = P  y
K
Sendo 1 = V = velocidade renda da circulação da
K
moeda
equação da
Md  V = P  y demanda de moeda
segundo a Teoria
Quantitativa da
Demanda de Moeda
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O modelo clássico de demanda de moeda


Para os clássicos, as variações no nível de moeda
afetam apenas os preços e não a renda.
Considerando que: K é um valor constante
y é fixado no nível de pleno emprego,
pois aceita-se a Lei de Say (“a
oferta cria a sua própria demanda”)
(produção  renda  demanda)
Se MS > Md , para haver o equilíbrio no mercado de
moeda, isto é, para MS=Md, P
Se MS < Md , para haver o equilíbrio no mercado de
moeda, isto é, para MS=Md, P
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O modelo clássico de demanda de moeda


Exemplo:
Considere que no momento t0 tem-se:
MS = 600 P=1 K = 0,4 y = 1.500
Considere que no momento t1 tem-se:
MS = 900 K = 0,4 y = 1.500
Qual é P de modo que MS = MD ?

Md = K P y
MS
=KPy 900 = 0,4  P  1.500
M =M
S d
P = 1,5
P
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O modelo clássico de demanda de moeda

Exemplo:
t0 : MS = 600 P=1 K = 0,4 y = 1.500
t1 : MS = 900 K = 0,4 y = 1.500

P Ms0 M s1
Md = 600.P

1,5
1,0

600 900 M
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O modelo de expectativas regressivas

O modelo de expectativas regressivas foi


formulado por James Tobin e suas idéias são
baseadas em Keynes.

Razões para haver demanda por moeda:


– para transação
– para precaução Modelo Clássico
– para especulação

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O modelo de expectativas regressivas

Considera-se que o Modelo Clássico já explicou a


demanda de moeda para transação e precaução,
a qual depende do nível de renda.

MTd : demanda de moeda


para transações
Moeda
Riqueza total MEd : demanda de moeda
para especulação
Títulos (B)
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O modelo de expectativas regressivas


MTd : demanda de moeda
para transações
Moeda
Riqueza total MEd : demanda de moeda
para especulação
Títulos (B) Há relação entre MEd e B

PBI  B e MEd ou PBI   B e MEd


Preço dos títulos

Riqueza Total = W = MTd + MEd + B


Riqueza Líquida = WL = MEd + B
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O modelo de expectativas regressivas

Ganhos sobre Ganhos de rendimento = R


um título
Ganhos de capital = Pbe  Pb

R = Rendimento obtido com um título


Pb = Preço de compra de um título
Pbe = Preço esperado de venda de um título

Keynes considerava os consols (títulos perpétuos)


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O modelo de expectativas regressivas

R = Rendimento obtido com um título


Pb = Preço de compra de um título
Pbe = Preço esperado de venda de um título
R R
r=  Pb =
Pb r

g = taxa de ganho de capital com um título


Pbe  Pb
g=
Pb
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O modelo de expectativas regressivas


R Pbe - Pb
Pb = r g= Pb

R R 1 1
e  r e  r
r r
g= =
R 1
r r
Multiplicando e dividindo a expressão acima por r,
tem-se
r
g= e 1
r
re = taxa de juros esperada por um agente econômico
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O modelo de expectativas regressivas


r -
g = re 1

e = taxa de ganho total com um título

e = r + g
r
e = r + re  1

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O modelo de expectativas regressivas


r
e = r + re  1

re = é o valor esperado de r ao longo do tempo

Se r > re , espera-se que r caia até o valor de re


Se r < re , espera-se que r suba até o valor de re

r
Daí o nome de Modelo
re
de Expectativas
r Regressivas

tempo 29
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O modelo de expectativas regressivas


MT d
Moeda
Riqueza total MEd WL= riqueza
Títulos (B)
líquida

WL = MEd + B

B = WL
Se e > 0
r –1 MEd = 0
e=r+ e
r
Se e < 0 B = 0
MEd = WL
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O modelo de expectativas regressivas


r –1
e=r+ e
r
Ou seja, é a taxa de juros de
rC = taxa de juros crítica mercado que faz e = 0

rC
Se r = rC 0 = rC + e  1
r
r
rC + C = 1
re
re . rC + rC = re  rC (re + 1) = re

re
rC =
re + 1 31
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O modelo de expectativas regressivas


re r –1
rC = e=r+ e
re + 1 r

Se r = rC  e = 0 (da própria definição de rC)

Se r > rC  e > 0
(demonstração pela prova inversa)
Se r < rC  e < 0

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O modelo de expectativas regressivas


re r –1
rC = e=r+ e
re + 1 r
Considere que e > 0
r - 1 > 0
r + e
r
r
r + e > 1
r
1
r. 1+ e > 1
r

r. r e
+1
> 1
re
33
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O modelo de expectativas regressivas


re r –1
rC = e=r+ e
re + 1 r

r. r e
+1
> 1
re
r (re + 1) > re

r > e re

r +1
conceito de rC

 r > rC

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O modelo de expectativas regressivas

B = WL
Se e > 0  r > rC
MEd = 0

B = 0
Se e < 0  r < rC
MEd = WL

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O modelo de expectativas regressivas

Demanda de Moeda Individual no Modelo de


Expectativas Regressivas:

r
Sempre falamos de ME,
pois MT está definido
rC pelo Modelo Clássico

ME
WL P

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O modelo de expectativas regressivas

Demanda Agregada de Moeda,


considerando que os preços dos títulos não se alteram
r
rCMáxima

rCMínima
ME
SWL P

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O modelo de expectativas regressivas

Demanda Agregada de Moeda

R R
r =  Pb = r
Pb

r  Pb   WL

r  Pb   WL

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O modelo de expectativas regressivas

Demanda Agregada de Moeda


r m S
m1 S m0 S Teremos várias
rC Máxima 2

curvas de demanda,
r2’ na medida que r (e
B
r2 D Pb) varia
r1 ' A
r1 C
r0 E Curva de demanda
rCMínima de moeda
d2 d0 menos “inclinada”
d1
ME
SWL2 SWL1 SWL0 P
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O modelo de expectativas regressivas

• A demanda de moeda para especulação


relaciona-se negativamente com a taxa de
juros.
• A demanda de moeda para transação e para
precaução relacionam-se positivamente
com a renda.
• Portanto: md = m(y,r) sendo

md md
y > 0 e < 0
r
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O modelo de expectativas regressivas

Críticas:
• Se o mercado permanecer em
equilíbrio por muito tempo  rC se
iguala entre todos indivíduos.
– Curva de demanda agregada será mais
horizontal

41
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O modelo de expectativas regressivas

Críticas:
• Esse modelo não considera a
formação de portfolio.
– Os indivíduos colocam suas riquezas
líquidas ou sob a forma de moeda ou de
títulos, mas não numa combinação
dessas ativos.

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MODELOS DE DEMANDA DE MOEDA


Modelo de Expectativas
Modelo Clássico Regressivas
Motivos para haver Para fins de transações Para fins de transações e
demanda de moeda e de precaução especulação
Há intercâmbio entre títulos
Intercâmbio entre títulos e Não é considerado e moeda demandada para
moedas especulação
Tipos de remunerações Ganho de rendimento e
obtidas pelos títulos Não especifica
ganho de capital
Taxas de juros consideradas Não especifica r , re , rC

Variáveis que determinam a y, P, V= 1/k y, r


demanda de moeda
Equação básica de Md = kPy md = m(y,r)
demanda de moeda

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O modelo da composição ótima de ativos

• Este modelo relaxa algumas hipóteses do


modelo de expectativas regressivas.
• Ambos modelos consideram que um título
gera dois tipos de ganhos:
– ganho de rendimento
– ganho de capital

No modelo da composição ótima dos


ativos passa haver incerteza na
determinação do ganho de capital.
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O modelo da composição ótima de ativos

e = r + g
e = taxa total de ganho com um título
r = taxa percentual de ganho de rendimento com um
título
g = taxa percentual de ganho de capital com um
título
r  1
g = re

Há incerteza (risco) na determinação de g.

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O modelo da composição ótima de ativos

fg

sg

g g

Rt = e . B = B (r + g)
e = é a taxa de ganho total de rendimento = r + g
Rt = rendimento total esperado com os títulos

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O modelo da composição ótima de ativos

Como todos os títulos são similares, tem-se:


sT = B sg
sT = desvio padrão do rendimento total esperado
com todos os títulos

sT
B = s sT
g
Rt = sg (r + g)
Rt = B (r + g)

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O modelo da composição ótima de ativos

sT (r + g)
Rt = sg (r + g)  Rt = sT s
g

Rt

(r + g) Rt
tg a = s =
g sT
a
sT
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O modelo da composição ótima de ativos

sT
B = s
g
B

1
tg b =
sg
b
sT

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O modelo da composição ótima de ativos

Rt
Gráfico das
possibilidades de
escolha entre
Rt’ riscos (sT) e
a rendimentos (RT)
sT’ sT através da
títulos
b escolha dos
valores de B e
B’ ME d
ME d
WL
B
Máximo de títulos possíveis de serem possuídos = WL 50
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O modelo da composição ótima de ativos

Tipos de indivíduos:

Diversificador
• Averso a risco sT  RT
Jogador

• Amante do risco sT  RT

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O modelo da composição ótima de ativos

Tipos de indivíduos:

RT U2 U
1 U
0

sT
Diversificador
52
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O modelo da composição ótima de ativos

RT
U2 U1 U
0

Tipos de indivíduos:
RT U2 T
U1 Diversificador
U0

sT
Jogador
53
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O modelo da composição ótima de ativos

RT
U2 U1 U
0

Tipos de indivíduos:
RT U2 T
Diversificador
RT U2
U1 U1
U0

U0

T
Jogador

sT
Jogador
54
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O modelo da composição ótima de ativos

RT
U2 U1 U
0

Tipos de indivíduos:
RT T
Diversificador
RT U2
U1
U0

U2
U1 T
RT Jogador U2
U0 U1

sT U0

Amante do Risco
T
Jogador 55
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O modelo da composição ótima de ativos

U3
U2
Rt U1 Diversificador

C O indivíduo
Rt’ escolhe a
combinação na
sT’ sT qual a curva de
B
B’ restrição tangencia
MEd a curva de
WL preferência mais
elevada possível
B
56
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O modelo da composição ótima de ativos

U3
U2
Rt Jogador
U1
B = 0
WL = MEd
E sT

MEd
WL
B
57
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O modelo da composição ótima de ativos

Rt U3
E Jogador
U2
U1
B = WL
MEd = 0
sT

B
WL
B
58
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O modelo da composição ótima de ativos

Amante do
Rt Risco
E
B = WL
U3
U1 U2 MEd = 0
sT

B
WL
B
59
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O modelo da composição ótima de ativos


(r + g) Rt
tg a = s =
g sT
U2 r2 U
1
Rt U0
C r1 r  tga  inclinação
B r0
r2 > r1 > r0
A
B2 > B1 > B0
B0 sT

B1 mE2 < mE1 < mE0


B2

(B2  B1) < (B1  B0 )


WL
B
60
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O modelo da composição ótima de


ativos
(B2  B1) < (B1  B0 )
[(WL  mE2)  (WL  mE1)] < [(WL  mE1)  (WL  mE0)]
(mE1  mE2) < (mE0  mE1)
r

r2
r1
r0
mE2 mE1 mE0 mdE
61
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da composição ótima de


ativos

Curva de demanda de moeda


r

r0

mE0 m dE

r  mdE
62
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da composição ótima de


ativos
No modelo de composição ótima de ativos:
mdE
mdE = ƒ(r) <0 r  mdE
r

Considerando o Modelo Clássico:


mdT
mdT = g(y) >0 y  mdT 
y

Md
= md = m(r,y)
P
63
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações

Razão para haver demanda de moeda:


 para fins de transação

Mas os indivíduos podem intercambiar moeda e


títulos.
Analisemos 4 casos:

64
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações
1o caso) Indivíduo recebe C de renda e
mantém tudo em moeda:

Renda adicional = 0

65
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações
2o caso) Indivíduo recebe C de renda,
mantém C/2 para gastos nos
próximos 15 dias e aplica C/2 por 15
dias:
C C r0 C
• Total recebido: + + .
2 2 2 2

r0 r0 .C
• Receita adicional: . C =
2 2 4
66
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações
3o caso) Indivíduo recebe C de renda e divide
em 3 partes iguais (de C/3). A
primeira parte é gasta, a segunda é
aplicada por 10 dias e a terceira por
20 dias.
• Total recebido:
C C r0 . C C 2r0 . C
+ + + +
3 3 3 3 3 3 3
r 0C 2 r0C r0 C
• Receita adicional: + =
9 9 3 67
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações
4o caso) Indivíduo recebe C de renda e divide
em 4 partes iguais (de C/4). A
primeira parte é gasta e as restantes
são aplicadas por 7, 14 e 21 dias.
• Total recebido:
C C r0 . C C 2r0 . C C 3r0 . C
+ + + + + +
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
• Receita adicional:
r0C 2 r0C 3 r0 C 3r0 C
+ + =
16 16 16 8 68
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações
Número de transações Receita Adicional Receita Marginal
0 0 —
r0 C r 0C
1
4 4
r0 C r 0C
2
3 12
3r0C r0C
3
8 24

...
...
...

Aumento do número de transações  menor receita marginal


69
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações
RMg receita > custo

receita < custo


ótimo ótimo
tC CMg
RMg(r1)
RMg(r0)
n0 n1 Número de
transações
tC = taxa de corretagem por cada troca de moeda por título

r  (número de trocas de moeda por título)  mdT


70
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo da demanda de moeda para


transações

r  (número de trocas de moeda por título)  mdT

Sabendo do Modelo Clássico que y  mdT

MdT = md = m(y,r)
T
P

71
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda

Indivíduos ou famílias
Agentes que demandam moeda
empresas

Riqueza humana: talentos e qualificações


dos indivíduos
Riqueza dos
moeda
indivíduos
Riqueza não humana: títulos
bens físicos
72
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
Riqueza humana: talentos e qualificações dos indivíduos
Riqueza dos moeda
indivíduos Riqueza não humana: títulos
bens físicos
O

M C
= ƒ(y, , r, Pe)
P
MC = demanda de moeda dos consumidores
y = renda permanente em valores reais [proxy da riqueza (W)]
 = proporção entre a riqueza humana e a riqueza não humana
r = taxa de remuneração dos títulos
o
Pe = taxa esperada de inflação 73
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
MC O

= ƒ(y, , r, Pe)
P
MC = demanda de moeda dos consumidores
y = renda permanente em valores reais [proxy da riqueza (W)]
 = proporção entre a riqueza humana e a riqueza não humana
r = taxa de remuneração dos títulos
o
Pe = taxa esperada de inflação

ƒ ƒ ƒ ƒ
>0 >0 <0 <0
y W r Pe
o

74
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
“Enquanto as unidades familiares vêem a moeda
como uma espécie de disponibilidade líquida que
integra a sua carteira de ativos financeiros, as
empresas vêem a moeda como um elemento que
interage com seus fatores de produção. Assim,
para aquele primeiro grupo de agentes, a moeda
não passa de um ativo transformável em outras
formas alternativas de ativos (bem de consumo
durável), enquanto para esse grupo moeda
assume certa analogia com os recursos básicos de
produção (bem de produção).”
Lopes & Rosseti (1998, p.104) 75
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
A moeda é um fator de produção das empresas:
MEM O

= g(y, r, Pe)
P
g g g
>0 <0 <0
y r Pe
o

Md = MC MEM
P P + P
Md = ƒ(y, , r, Pe)
O

P
76
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
d Para efeito de
M = ƒ(y, W , r, P)
O
estimação,
P considera-se
O

Pe P
O

Como é difícil mensurar a riqueza humana (W não


é operacional), pode-se considerar:
Equação geral de
M d O
Milton Friedman para
= m(y, r, P)
P a demanda de
moeda

m m m
>0 <0 <0
y r P
o

77
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
• Muitas vezes ocorre de autores,
desenvolvendo modelos com hipóteses
diferentes e caminhando em sentido
distintos, chegarem a conclusão semelhante.
• Com algumas hipóteses, o Modelo de
Friedman reproduz o Modelo Clássico da
Demanda de Moeda (Teoria Quantitativa).

78
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
Hipóteses formuladas por Friedman:

1o) a relação entre a demanda de saldos reais de


moeda e a renda real não apresenta tendência
significativa ao longo do tempo e essa relação
depende de outros ativos e da taxa de inflação.
Isto é:

Md
P o
Md o

y = k(r, P) ou, = k(r, P) y


P
79
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
Md o o

= k(r, P)y md = k(r, P)y


P
y 1
= = V
m d o

k(r, P)
V é a velocidade-renda de circulação da moeda, isto é, o
número de vezes que cada unidade monetária deve passar
de um agente econômico a outro, para permitir a geração
do produto y.
o

r ou P   k  V
80
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
Hipóteses formuladas por Friedman:

2o) a elasticidade-juros da demanda de moeda


é nula:
D md
e=
md
= 0 D r  0  D md = 0
Dr r md
r

81
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
Hipóteses formuladas por Friedman:

3o) a taxa de inflação é pequena, de modo a


não afetar a demanda real por moeda.

Considerando as hipóteses 2 e 3:
Md
o

k (r, P) = K = K.y
P
Versão Cambridge
de demanda
Md = K . P . y quantitativa de
moeda 82
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

O modelo de Friedman para a


demanda de moeda
Se for válida para a economia a seguinte equação:

Md
= K.y
P

Então, a elasticidade-renda da demanda de saldos


reais de moeda é unitária
D md
md
e= = 1
Dy
y 83
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

COMPARAÇÃO ENTRE OS
MODELOS DE DEMANDA DE MOEDA
Motivos para haver Equação Básica de
Modelo
demanda de moeda Demanda de Moeda
Transações
Clássico Md = k . P . y
Precaução
Expectativas Transações e
md = m (y, r)
Regressivas Especulação
Composição Ótima Transações e
md = m (y, r)
de Ativos Especulação
Demanda de Moeda
Transações md T = m (y, r)
para Transações
Bem de Consumo
md = m (y, r, P)
o
Friedman
Fator de Produção

Ver pag. 302 84


BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM

• Apesar de os modelos apresentados terem


formulações distintas, a seguinte equação
genérica é uma boa síntese dos argumentos
desses modelos:
d
M
 m d  m(r, y, P e )
P
em que
md = demanda de saldos reais de moeda
r = taxa de juros
y = produto real
Pe = nível esperado de preços 85
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM

Md
 m  m(r, y, P )
d e

Não se trabalha com a taxa esperada de


inflação pelo fato de nossos modelos sempre
pensarem em pontos de equilíbrio inicial e final
nos quais o nível de preço é fixo e, portanto,
nos quais não há inflação, apesar dela surgir na
passagem do ponto de equilíbrio inicial ao final.
86
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM

Md
 m  m(r, y, P )
d e

m d
m d
m d
0 0 0
y r P e

Esta equação implica a curva de demanda de


moeda, representada no plano cartesiano M/P
versus r, depender do nível esperado de preços.
87
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM
P1e < P0e
M1(P1e)
r r M0(P0e)

B r1 B
r1
m(y0, P1e)
A r0 L 1 A
r0
m(y0, P0e) L0

M M y0 y
P P

Curvas de demanda e oferta Curvas LM com expectativas


de moeda de preços 88
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM

• Conclui-se, portanto, que a curva LM desloca-se


quando varia o nível esperado de preços.
• A diminuição do nível esperado de preços
desloca a curva LM para a esquerda e, em
condições coeteris paribus, isto provoca o
deslocamento da curva de demanda agregada
para a esquerda.

89
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM

• Pe  desloca a curva LM para a esquerda 


desloca da curva de demanda agregada para a
esquerda.
• Combinando isso com uma curva de oferta
agregada positivamente inclinada, ter-se-á um
equilíbrio final com um nível efetivo de preços menor
do que no equilíbrio inicial.
• Portanto, se a demanda de moeda depender do
nível esperado de preços, a curva de demanda
agregada também dependerá do nível esperado de
preço. 90
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira
Comparação e sintetização dos modelos de
demanda de moeda e impactos na curva LM
• Portanto, se a demanda de moeda depender do nível
esperado de preços, a curva de demanda agregada também
dependerá do nível esperado de preço.
• No entanto, os modelos desenvolvidos neste curso
supõem que o nível esperado de preço é constante
(ou dito de outro modo, a taxa esperada de inflação
é nula) e o mesmo não precisa ser especificado na
função demanda de moeda.
• Assim, tem-se como válida a equação:

Md
 m  m y, r 
d

P 91
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

Estimativas da equação de demanda de


moeda no Brasil
• Há duas fases:
1a fase) estimavam-se equações para verificar as
elasticidade renda e juros da demanda
de moeda, confirmando ou não a
argumentação monetarista.
2a fase) estimavam-se equações para períodos de
aceleração inflacionária.

92
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

Estimativas da equação de demanda de


moeda no Brasil
MOEDA MOEDA1
log  2,71  0,63  log YDR  0,1470   log TJLTN  log INFL   0,2994  log INFL  0,5963  log
IGP IGP 1
(3,70) (3,22) (3,27) (3,67)

R² = 0,9832 DW = 2,79 n = 10

em que:
MOEDA= oferta de moeda em preços correntes.
MOEDA1= oferta de moeda, no ano anterior, em preços correntes.

IGP = deflator implícito do produto, base 1975.


IGP1 = deflator implícito do produto, no ano anterior, base 1975.
YDR = renda disponível do setor privado a preços de 1975.
TJLTN = taxa de juros das Letras do Tesouro Nacional.
INFL = taxa de inflação.
93
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

Estimativas da equação de demanda de


moeda no Brasil
MOEDA MOEDA1
log  2,71  0,63  log YDR  0,1470   log TJLTN  log INFL   0,2994  log INFL  0,5963  log
IGP IGP 1
(3,70) (3,22) (3,27) (3,67)

R² = 0,9832 DW = 2,79 n = 10

• É coerente com: M d O

= m(y, r, P)
P
• Não é coerente com: Md = K . P . y , pois:
• A elasticidade-juros não é nula (-0,1470)
• A inflação não é nula
• A elasticidade-renda não é unitária (0,63)
94
BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações à Economia Brasileira

Referências Bibliográficas
• ASSIS, M. A estrutura e o mecanismo de transmissão de um modelo
macroeconométrico para o Brasil (MEB). In: Revista Brasileira de
Economia, 37(4): 483-512, out./dez. 1983.
• BACHA, C.J.C. Macroeconomia aplicada à análise da economia
brasileira. São Paulo: EDUSP, 2004.
• BACHA, C.J.C.; LIMA, R.A.S. Macroeconomia: Teorias e Aplicações
à Economia Brasileira. Campinas: Alínea, 2006
• BLANCHARD, O. Macroeconomia: teoria e política econômica. 2 ed.
Rio de Janeiro: Campus, 2001.
• BRANSON , W.H. e LITVACK, J.M. Macroeconomia, São Paulo:
Habra, 1978.
• DORNBUSCH, R. & FISCHER, S. Macroeconomia. 5a edição. São
Paulo: Makron/Mcgraw-Hill, 1991.
• LOPES, J.C. e ROSSETTI, J.P. Economia Monetária. 7a Ed. São
Paulo: Atlas, 1998.
• MANKIW, N.G. Macroeconomia: Rio de Janeiro: LTC, 2004. 95

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