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Carl Rogers:

Grupo de Encontro
Grupo de Encontro

O grupo de encontro consiste numa experiência intensiva foco


em:
- maior independência pessoal
- menos sentimentos escondidos
- maior interesse em inovar e maior oposição à rigidez
institucional.
Obtidos através de um processo experiencial, que incrementa o
crescimento pessoal e o desenvolvimento/aperfeiçoamento da
comunicação (consigo e com os outros) e das relações
interpessoais.
Grupo de Encontro

A filosofia do Grupo de Encontro se baseia na


crença de que o grupo tem a capacidade latente
ou manifesta de se autodirigir, ou seja, a direção é
dada pelo grupo como um todo.

O(s) facilitador(es) cria(m) condições que


possibilitem ao mesmo o desenvolvimento e
crescimento.
Grupo de Encontro

A estruturação formal no que diz respeito à


duração, número de participantes, composição
e tempo, vai depender da proposta que se fizer.

O grupo é livre para escolher os próprios


objetivos e direções, com uma dinâmica de
liberdade, igualdade, criatividade e afetividade.
Grupo de Encontro

De acordo com Rogers (1970), o processo grupal ocorre


da seguinte maneira:

Fase de hesitação (de andar à volta): o grupo fica


esperando as “regras”, como se comportar, o que falar;
ocorre uma comunicação superficial; piadas; casos. Na
medida que o incômodo aumenta e que o grupo percebe
que a direção é dele, aí alguém propõe: “vamos começar
nos apresentando?”.
Grupo de Encontro

Resistência à expressão ou exploração pessoais: é o


receio de se revelar;

Descrição de sentimentos passados: “eu tive um


problema com meu marido…”;

Expressão de sentimentos negativos: relacionados


ao grupo ou facilitador;
Grupo de Encontro

Expressão e exploração de material com significado pessoal: “à


primeira vez que o vi, te achei extremamente antipático, e agora
vejo que não”;

O desenvolvimento de uma capacidade terapêutica no grupo:


vínculo;

Aceitação do eu e começo da mudança: as pessoas começam a


se aceitar tal como elas são e se mostram, surgindo daí um ser
novo, singular e mais pleno.
Grupo de Encontro

O estalar das fachadas: se alguns membros ainda não se


colocaram, isto provocará uma impaciência para com as
defesas. É como se o grupo fizesse um convite para a
pessoa se entregar e se dar a conhecer.

O indivíduo é objeto de reação (feedback) por parte dos


outros: escutar como o outro nos percebe;

Confrontação: podem ser positivos ou negativos;


Grupo de Encontro

Relações de ajuda fora do grupo: percebemos, também, que após


o término do grupo, algumas pessoas continuam se relacionando;

O encontro básico: um dos mais significativos do processo, o


encontro que é EU e TU;

Mudanças de comportamento no grupo: tom de voz até a


expressão espontânea do afeto. As pessoas não são as mesmas
de dois dias atrás, pois ninguém sai indiferente de um encontro
consigo e com o outro.
Grupo de Encontro

Agora, gostaríamos de focalizar, um pouco, a pessoa do


facilitador, sua condição e o seu papel:

Pressupostos da ACP...
Grupo de Encontro

Além dessas condições básicas, é função do facilitador


propiciar e estar atento para os seguintes aspectos:

Atuar segundo aquilo que sente: estar atento a si mesmo;


Confrontar e dar “feedback”: confrontar os próprios
sentimentos e dar o “feedback” sobre eles, mesmo que
seja doloroso;
Evitar o planejamento e os “exercícios”: sendo a
espontaneidade o elemento mais precioso;
A Contribuição do Grupo

MUDANÇA NO CONCEITO DE EU
Este elemento, essencial, mesmo com seus desdobramentos secundários,
aponta mudanças pessoais profundas e de comportamentos, como as
descritas pela maioria dos participantes.
É uma mudança no conceito do eu, tornando as pessoas mais conscientes de
si mesmas. Ela é sutil e consiste em parte num conhecimento de si próprio e
dos seus sentimentos. Roberto aponta essa mudança ao aprender a lidar
satisfatoriamente com a sua agressividade. Experiência, também, partilhada
por Rogério ao descobrir a autenticidade.
Os desdobramentos secundários, a motivação para a terapia individual, a
aceitação de si/do outro e o encontro consigo mesmo refletem um contato
maior e mais profundo do indivíduo consigo mesmo. Cíntia expressa muito bem
esse desdobramento ao dizer que se sente “mais humana e mais conectada”.
De uma maneira mais ampla, é a pessoa buscando e sendo ela mesma.
A Contribuição do Grupo

O POTENCIAL TERAPÊUTICO DO GRUPO


Esta categoria demonstra um dos aspectos mais
fascinantes de uma experiência intensiva de grupo:
como certos participantes apresentam uma capacidade
natural e espontânea para tratar terapêutica e,
efetivamente, a dor e o sofrimento dos outros.
A Contribuição do Grupo

IDENTIFICAÇÃO COM MEMBROS DO GRUPO


Esta categoria denota uma característica básica da
Psicologia Humanista Existencial, que é a confirmação
do outro.
Buber diz que “o ser humano precisa ser confirmado
pelos outros, para se perceber humano… secreta e
timidamente, ele espera por um Sim que lhe permita ser
e que só pode chegar até ele vindo de uma outra pessoa
(1965, p. 71)”. E essa confirmação se dá inicialmente
pela aceitação e a identificação com o outro.
Grupo de Encontro

“o sucesso (do grupo) não é


caracterizado por quão bem
o facilitador se saliente na
apresentação das atitudes
fundamentais, mas por quão
bem a criativa sabedoria
grupal provedora de
crescimento é liberada e por
quão bem os benefícios do
crescimento são propiciados
a seus membros”
A Contribuição do Grupo

Por fim, uma colocação de Amatuzzi (1989, p. 195), que


sintetiza esse instante:

“Existe um momento que sentimos que terminou.


Mesmo que esse término seja de um ciclo, etapa ou
momento, embora não do processo como um todo. É
preciso também decidir terminar, pois há sempre algo
que poderia ainda ser dito”.
Profᵃ. Mᵃ. Glória S A Siqueira
gloria_sas@hotmail.com

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