Você está na página 1de 24

Mestrado em Desenvolvimento Humano e Educação

Módulo de Psicologia de Desenvolvimento da


Criança e de Adolescente

Tema: Desenvolvimento cognitivo da


criança e do adolescente
Mestrandos: Docente:
• Angélica Jose Mambico Manhonga Prof. Doutor Farissai Pedro Campira
• Armando Domingos
• Cesar Jussa Maia
• Glória Carvalho Tamele
• João Manuel Mabuteia Dambiro
• José Chigarire Armando
INTRODUÇÃO
• O presente trabalho de módulo de Psicologia de
Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, visa
compreender o desenvolvimento cognitivo da criança e do
adolescente, no entanto, para materialização deste objectivo
recorremos a metodologia de pesquisa bibliográfica.
• O tema em estudo ´´Desenvolvimento Cognitivo da Criança
e do Adolescente,´´ surge na sequência das conferências
magistrais ministradas pelo Professor Doutor Farissai Pedro
Campira, no módulo ´´Psicologia do Desenvolvimento
Cognitivo da Criança e do Adolescente´´, onde a questão do
desenvolvimento cognitivo do indivíduo foi o eixo central das
reflexões.
• Ademais, a questão do desenvolvimento humano, diz
respeito a nossa vida cotidiana com questões que vão desde
a aquisição da fala ou do andar, passando pelo processo de
aprendizagem escolar e pelas inquietações da adolescência,
até as transformações biopsicossociais que a vida adulta e a
velhice trazem consigo.
Cont.
Nos dias que correm, os estudos acerca das teorias do
desenvolvimento, muito embora busquem enfatizar
aspectos diferentes, partem do princípio de que o
desenvolvimento físico-motor, intelectual, afectivo e
social é ao todo indissociável. Assim, estudar as
teorias do desenvolvimento cognitivo da pessoa
humana é antes de mais, buscar compreender a
essência do próprio Homem em todos os seus
aspectos e dimensões. Porque desde o nascer do
Homem até a sua morte ele sofre várias vicissitudes
ou transformações.
Quanto à organização, o trabalho está estruturado em
três capítulos, sendo o primeiro intitulado introdução,
o segundo, a fundamentação teórica e o terceiro as
considerações finais, e, por fim apresentamos as
referências bibliográficas.
Objectivos

Objectivo geral:
• Compreender o desenvolvimento cognitivo da
criança e do adolescente..
Objectivos especificos:
• Identificar as teorias do desenvolvimento
cognitivo;
• Descrever as teorias do desenvolvimento
cognitivo;
• Explicar as etapas de desenvolvimento cognitivo
da criança e do adolescente.
Metodologia Usada
• Pesquisa Bibliografica
Inatismo como a primeira ideia do
desenvolvimento
• Nesta senda de ideias, de acordo com Xavier & Nunes (2015,
p.11), concebem o inatismo como sendo a primeira noção de
que a ideia do desenvolvimento pressupõe. Segundo estes
autores, o desenvolvimento parte do pressuposto de que os
eventos ocorridos após o nascimento não são relevantes para
o próprio desenvolvimento. Visto que, este desenvolvimento é
influenciado apenas pelas qualidades e capacidades básicas do
ser humano, praticamente prontas, desde o nascimento.
• A ideia do desenvolvimento numa acepção empirista
• Esta concepção teórica atribui grande poder ao ambiente
como factor determinante no desenvolvimento humano. Em o
seu tratado de Psicologia intitulado ´´Psicologia do
Desenvolvimento´´, Xavier & Nunes (2015, p.11-12), o
Homem é visto ao nascer como uma folha em branco a ser
escrita pelo ambiente, ou seja, como um ser flexível, que
desenvolve suas características apenas em função das
condições presentes no meio no qual se encontra
Desenvolvimento cognitivo
• Ferrari (2014, p.8), diz que “desenvolvimento é
compreendido como as transformações ordenadas na
qual passa o ser humano desde sua concepção à sua
morte. Apesar dessas mudanças se sucederem
integradamente, o desenvolvimento humano pode ser
categorizado em desenvolvimento físico,
desenvolvimento pessoal, desenvolvimento social e
desenvolvimento cognitivo”.
• Na teoria de Jean Piaget sobre desenvolvimento
cognitivo, o autor supõe ser o desenvolvimento cognitivo
um processo de construção de estruturas, que tem
origem na "ação'.' do sujeito sobre mundo físico e dos
processos de assimilação e acomodação dos resultados
da "ação" a esquemas específicos. (Araujo, 1989, p.7)
Estágios do Desenvolvimento segundo
Piaget

• Ferrari (2014, p.16), ao conceituar como se estabelece


o desenvolvimento cognitivo estudado pelo Piaget
(1971) Considera-se quatro períodos no processo
evolutivo do desenvolvimento do homem, que se
desmembram no decorrer das faixas etárias:
• Estágio da inteligência Sensório-motora (0 – 2 anos);
• Estágio Pré-operatório (2 – 6 anos);
• Estágio operatório concreto (6 – 12 anos) e
• Estágio operatório formal (12 anos em diante).
O Primeiro estágio, sensório motor (0-2
anos de idade)
• “O estágio sensório motor, do nascimento aos 2 anos
de idade. Período em que os atos inteligentes da criança
compreendem as ações motoras como resposta aos
diversos estímulos que afetam os seus sentidos.
• A partir da inteligência prática, dos reflexos neurológicos
básicos a criança inicia a construção de esquemas de
ação para a assimilação do meio. Porém, ainda não
dispõe de uma estrutura re­presentativa que permita
internalizar os objetos de modo que possa agir apenas no
plano mental. Por meio da imitação a criança realiza
diferentes experiências e aprende, mas é indispensável a
presença do objeto, visto que ele é próprio modelo de
imitação.
O segundo estágio, pré-operatório (2-
6 anos)

• São as características neste estágio:


• O surgimento da função simbólica;
• Aparecimento da linguagem oral;
• Característica egocêntrica em termos de pensamento
(centrado nos próprios pontos de vista), linguagem e
modos de interação.
• A lógica do pensamento depende da percepção
imediata, não sendo possível operações mentais
reversíveis. (Nunes & Silveira, 2015, p.44)
No terceiro estágio, operatório
concreto, (7 -11 anos)

• Pensamento mais compatível com a lógica da


realidade, embora ainda preso à realidade
concreta.
• Reversibilidade de pensamentos (uma operação
matemática, por exemplo, pode ser reversível).
• Compreende gradativamente noções lógico-
matemáticas de conservação da massa volume,
classificação etc.
• O egocentrismo diminui, surgindo uma moral de
cooperação e de respeito mútuo (moral da
obediência). (Nunes & Silveira, 2015, p.44)
O quarto estágio, operatório formal (a
partir dos 12 anos de idade)

• Pensamento hipotético-dedutivo.
• Capacidade de abstração.
• Egocentrismo tende a desaparecer.
• Construção da autonomia, com avanços
significativos nos processos da socialização.
(Nunes & Silveira, 2015, p.44),
• A partir desta estrutura de pensamento é possível
o diálogo, que permite que a linguagem se dê á
nível de discussão para chegar a uma conclusão.
(Ferreira, 2009, p.3)
Processos de assimilação e acomodação

“Quando ocorre uma necessidade (intelectual, afetiva ou


orgânica), que, por sua vez, é uma manifestação de um
desequilíbrio, o sujeito reagirá a esta por meio de uma
tentativa de restabelecimento do equilíbrio. Na medida
em que a ação do sujeito compensa a necessidade
(soluciona um problema), o equilíbrio é recuperado.
Neste movimento permanente de reajustamento, o
sujeito (suas estruturas mentais) aciona dois
mecanismos denominados de assimilação e
acomodação.” (Nunes & Silveira, 2015, p.45)
O construtivismo de Piaget e os
processos de ensino e aprendizagem
• Uma contribuição central de Piaget à área educacional
diz respeito à ideia de que o ser humano constrói
ativamente seu conhecimento acerca da realidade
externa e de que as interações entre os sujeitos são
um fator primordial para o seu desenvolvimento
intelectual e afetivo. Transpondo esta afirmação para
uma situação educacional, significa dizer que existe
uma ênfase no aluno, em suas ações, em seus modos
de raciocínio, de como interpreta e soluciona situações-
problema. (Nunes & Silveira, 2015, p.46)
Concepção de desenvolvimento
psicológico na Abordagem histórico-
Vygotsky
•A teoria vygotskyana compreende que o
desenvolvimento do sujeito, desde o início da vida,
ocorre em virtude de um processo de apropriação que
ele realiza dos significados culturais que o circundam, o
que o faz ascender a uma condição eminentemente
humana, de ser de linguagem, consciência e atividade,
transformando-se de biológico em sócio-histórico
(Vygotsky, 1999, apud Nunes & Silveira, 2015, p.50).
• Por meio de atividade em processos de interação com o
ambiente social, as funções psicológicas vão se
transformando, evoluindo, ocorrendo um gradativo
domínio dos significados culturais, e um avanço dos
modos de raciocínio realizados pelo sujeito, ou seja,
vão se constituindo as funções psicológicas superiores.
Cont.
•“Aprendizagem, em Vygotsky, é um processo de apropriação de conhecimentos,
habilidades, signos, valores, que engloba o intercâmbio ativo do sujeito com o
mundo cultural onde se está inserido”.(idem, p.53)
•A inter-relação dos conhecimentos espontâneos e científicos nos remete à
importância do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Vygotsky
discorre acerca de duas possíveis dimensões do desenvolvimento: aquelas
referentes às capacidades já completadas (desenvolvi mento real), e aquelas que
estão na iminência de serem efetivadas (desenvolvimento potencial). (Nunes &
Silveira, 2015, p.53)

•Podemos exemplificar com uma criança que já tem capacidade de, sozinha, montar
um quebra-cabeça de quatro peças. Neste sentido, já conhece elementos deste
jogo, como o encaixe de peças, as cores, e reconhece as figuras, o que podemos
chamar de desenvolvimento real. Com o auxílio de outra pessoa de maior
conhecimento, a criança poderá ser desafiada a avançar para a montagem de um
quebra-cabeça de seis peças.(idem)

•A intervenção do outro vai requerer estratégias diversas, como lançar perguntas,


apresentar modelos e pistas, que favoreçam o desenvolvimento do pensamento, da
atenção voluntária, da memória mediada e da atividade reflexiva. Neste caso, a
mediação possibilita que o potencial para montar um jogo mais complexo se torne
uma função real no desenvolvimento da criança.(idem)
• 
Concepção de desenvolvimento na
psicologia genética de Henri Wallon

• Wallon (1989) apud Nunes & Silveira (2015, p.57), “pensa


uma psicologia que ultrapasse a concepção idealista ou
materialista-mecanicista dos fenômenos psíquicos. Para
ele, é equivocado tanto o estudo do psiquismo
fundamentado apenas na auto-observação, na atividade
introspectiva, quanto aquele que o analise como produto
de conexões biológicas, cujo funcionamento é regulado
pela mecânica do organismo.”
• Wallon acredita que o desenvolvimento humano se deve a
fatores biológicos, às condições de existência
(eminentemente sociais) e às características individuais
de cada um, em uma relação de interdependência entre
cada fator. (Nunes & Silveira, 2015, p.57)
Os estágios do desenvolvimento da
pessoa em Wallon (1989)

Estágio de Impulsivo emocional (1º ano)


• Momento marcado por inabilidade motora (e simbólica),
dependência de cuidados maternos, movimentos
desordenados. Comunica-se por meio da emoção (choro,
medos, sons que vão se diferenciando). Inicialmente a
criança não percebe diferenciação entre seu corpo e os
objetos do mundo externo. As manifestações emocionais
iniciais produzem efeitos no ambiente, mobilizam a
presença do outro, já sendo um contato de caráter social.
Os adultos vão introduzindo gradativamente a criança no
contexto cultural em que vivem.
•Sensório-motor Projetivo (1 – 3 anos)
•criança começa a explorar o mundo físico, a manipulá-lo.
Maior autonomia de movimentos. Utilização de uma
inteligência prática (conhecimento perceptivo e motor da
realidade). O pensamento está atrelado aos
gestos/movimentos. Há uma projeção do pensar em
manifestações motoras. Início do desenvolvimento da função
simbólica (movida pela ação).

•Personalista (3 - 6 anos)
•Momento de formação da personalidade/construção da
subjetividade. Há o predomínio dos aspectos afetivos na
relação da criança com o ambiente. Busca de autonomia,
“negação” do outro, contraposições a ordens,
comportamentos arredios em determinadas situações, mas
ainda com forte vínculo com a família e necessidade de
aprovação. Pensamento sincrético (fabulação, contradição,
incoerências na fala e na escrita etc). Função simbólica
consolidada. Tentativa de autoconstituição, de construção de
si.
•Categorial (6 – 11 anos)
•Avanços no plano da inteligência. Redução do sincretismo. Pensa formando categorias,
consegue organizar séries, classificar, diferenciar. (compreende a realidade de forma mais
objetiva). Interesses da criança pelos objetos externos, conhecimento da realidade,
curiosidades. Energia do sujeito volta-se para o mundo externo. Conflitos entre ampliar o
universo de atividades a serem conhecidas e preservar a relação com as pessoas
importantes para ela. Abrandamento dos conflitos/Trégua interpessoal
•Adolescência
•(11 anos em
•Inicia-se a puberdade e, com ela, mudanças no plano afetivo, nas relações consigo e com
os outros. O componente afetivo é mais “racionalizado” em virtude de mudanças no
campo intelectual. Momento de construção de si, de busca de novos sentidos. Depara-se
com o desafio (conflito) de buscar sua identidade, de ampliar seus vínculos afetivos, sem
com isso perder a afeição de pessoas significativas (pais, por exemplo).
 
Wallon e os processos de ensino e de
aprendizagem

• Para Dantas (1994) apud Nunes & Silveira (2015, p.59) ,, “o


interesse dos educadores pela obra de Wallon refere- -se,
principalmente, a sua proposta de uma psicologia
integradora que enfatiza os processos emocionais e
afetivos, num cenário educacional em que predomina o
componente intelectual do conhecimento.”
• Nessa perspectiva, existe uma conexão entre a emoção e o
funcionamento da inteligência, sendo a primeira um
fenômeno cuja função é mobilizar o outro, o que denota seu
caráter socializador. A emoção é um elemento de
expressão, que inclui aspectos orgânicos (tônicos/
musculares), ao qual o professor precisa estar atento.
Quando o componente emocional é exacerbado, há uma
tendência à inibição do componente intelectual, e vice-
versa, o que pode dificultar a aprendizagem do aluno.(idem)
Conclusão
• Chegado ao termo do trabalho, é momento oportuno de
aclarar que o desenvolvimento cognitivo enquanto
preocupação prima da Psicologia no quadro das ciências
de Desenvolvimento Humano e da Educação nos remete a
múltiplos termos como por exemplo: crescimento,
mudança, etapas, interações, conhecimento, acção,
transformação dentre outros. Razão pela qual existe e são
díspares as perspectivas teóricas que abordam a matéria
do desenvolvimento cognitivo, desde Piaget, Vygotzky à
Wallon.
Cont.

• O desenvolvimento cognitivo na visão de Piaget é


explicado minuciosamente através de 4 estágios:
sensório motor, pré-operatório, operação concreta e
formal, além de enfatizar questões ligadas à
hereditariedade, esquemas, assimilação, acomodação
e adaptação, ao passo que, Vygotzky, diz que, o
desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre
o indivíduo e o meio sociocultural, enquanto que,
Wallon concebe os fatores emocionais e motivacionais
sua relação as condições existentes e características
do individuo como forças de motriz de
desenvolvimento. Nesse contexto definiu os seguintes
estágios: impulsivo emocional, sensório-motor
projetivo, personalista, categorial, badolescência.
FIM
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO DISPENSADA

Você também pode gostar