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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DE TEXTOS
ARTIGO
GRAMÁTICA CONTEXTUALIZADA NA SALA DE AULA: PRÁTICAS
EDUCACIONAIS

Discentes: Alexandre Miranda


Aron Costa
Emanuelle Ribeiro
Marcelle Amorim
Marcos Silva
1. TEMA
Gramática contextualizada na sala de aula: práticas
educacionais.

2. SITUAÇÃO PROBLEMA
O ensino de gramática no nível fundamental é
abordado de modo contextualizado?

3. QUESTÕES NORTEADORAS
- Como o ensino de gramática é realizado? de modo
contextualizado ou prescritivo?

- Como são as práticas em sala de aula? englobam o


uso da gramática contextualizada?
4. JUSTIFICATIVA

Consideramos que a maneira como os itens gramaticais


são apresentados demanda uma contextualização que
tenha significado para os alunos, assim, acreditamos que
práticas educacionais que utilizam exemplos como
elemento facilitador para contextualizar a gramática,
facilita o processo de ensino/aprendizagem, na forma de
ensinar e aprender de uma maneira mais significante.

Isto posto, para a equipe, a importância nesta pesquisa


de campo foi aumentada pela curiosidade acadêmica e
significantes descobertas sobre a temática.
5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Verificar se o ensino de gramática é realizado de


modo contextualizado ou prescritivo.

- Averiguar se as práticas em sala de aula englobam


o uso da gramática contextualizada.
6. REFERENCIAL TEÓRICO
6.1. Gramática normativa
- A gramática tradicional, também  chamada de gramática
normativa é a que lida com os fatos da língua padrão, da
norma culta da língua.

Segundo Antunes (2007), “a gramática normativa abarca


todas as regras de uso de uma língua. Envolve, portanto,
desde os padrões de formação de sílabas, passando a
formação de palavras e suas flexões, até a formação de
frases’’

Assim sendo, gramática normativa é aquela que prescreve as


regras, admitindo uma única forma correta para a realização
da língua. Levando em conta o estudo das regras
morfológicas, fonológicas, sintáticas e semânticas da língua.
GRAMATICA CONTEXTUALIZADA
 Antunes (2014), reverbera que todo ensino precisa de
fundamentos/concepções sólidas como ponto de partida.
Para ela, a gramática é uma parte da língua e não o todo.
“ ... A gramática, enquanto elemento constitutivo da
linguagem, é sempre contextualizada, uma vez que nada
do que dizemos acontece no abstrato, fora de uma
situação concreta de interação” (p. 39)
 Seu ponto fundamental na questão metodológica é não
isolar o texto de seu contexto. Isto é, não esvaziar a
linguagem de suas funções.
 Possenti (1996), procura apresentar uma
abordagem de principio parecida a de Antunes
com bases fundamentais sobre o ensino da
gramática. Segundo ele, não se aprende por
exercícios mas com práticas significativas (p. 97).
 Teixeira (2011) procura apresentar o ensino de
gramática como algo que deve ser descarregado de
inutilidades, procurando uma abordagem reflexiva
e necessariamente Metalínguitica e Epilínguistica.
6. METODOLOGIA

- Locus.

- Sujeitos.

- Instrumentos.
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Docentes.

Questão 1.
O que é Gramática contextualizada(GC) para você?

Resposta - Professora A: “Seria aplicar a gramática em


diversas situações do dia-a-dia.”.

Resposta - Professora B: “é a abordagem de conteúdos


de maneira não isolada, do que parte de frases não
isoladas, necessariamente a gramática contextualizada é
aquela que parte do uso de textos, dando a chance ao
aluno de fazer uma reflexão e uso melhor da língua.”.
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.

Como podemos perceber no entendimento das


professoras, visualizado as diversas situações do
cotidiano que englobam a aplicação da gramática e as
abordagens dos conteúdos e as oportunidades de
aprimoramento e reflexão para o uso da melhor maneira
possível da linguagem. Isso vem ao encontro com o que
diz Antunes (2014), onde afirma que:

A concepção (ou teoria) que se tem acerca do que seja


linguagem, acerca do que seja língua, do que seja
gramática é o ponto de partida para todas as
apreciações que fazemos, mesmo aquelas mais
intuitivas, mais descompromissada e corriqueira.”
(ANTUNES, 2014, p. 15).
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Docentes.

Questão 8.
O material didático utilizado em sala de aula trabalha a gramática
contextualizada ou a gramática normativa?

Resposta - Professora A: “O primeiro material entregue pela


escola utilizava a gramática normativa, o que eu não achei
adequado para a turma, solicitei um segundo material que é o que
trabalhamos atualmente.”.

Resposta - Professora B: “O material que a secretaria de


educação fornece é bastante ultrapassado, não leve em conta e
não servirá como base para o ensino médio que segue os moldes
do Enem como os conteúdos de Interpretação de textos e gêneros
textuais etc. O único material que acho relevante é o simulado
para a Prova Brasil que o MEC fornece uma vez ao ano.”.
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.

Em nossa análise, podemos verificar que a postura e a


prática das professoras no que tange a utilização dos
materiais didáticos disponibilizados entregue pela
escola e fornecidos pela secretaria de educação, num
primeiro momento, constata-se que as docentes
consideram o referido material inadequado e
ultrapassado, respectivamente.

Em continuidade a nossa análise, num segundo


momento, em relação postura e a prática das docentes,
pode-se constatar um alinhamento com o entendimento
e a proposta de Antunes (2014) acerca do material que
deve ser pensado e elaborado pelo próprio professor.
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.

Possivelmente, na pratica do dia a dia, sobretudo


naquela proposta pelos livros didáticos, o
professor tenha sido “dispensado” de ele próprio
criar ou providenciar seu material de trabalho,
suas atividades pedagógicas e, assim, tenha-se
limitado a "aplicar" o que outros ditam eu
prescrevem. Mas, é de toda relevância que o
professor desenvolva sua autonomia na busca dos
materiais (dos textos, por exemplo), na
elaboração das atividades e até mesmo na
definição de seus programas de estudo em cada
ano. Afinal, os grupos de alunos de cada ano é
que devem ditar as rotas a seguir e o jeito de
andar por elas. (ANTUNES, 2014, p. 121).
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Discentes.

1) As atividades propostas pelo professor agregam mais


o uso da gramática contextualiza em detrimento da
gramática prescritiva? Sim ( ) Não ( )
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.
Ao analisarmos os dados coletados, relacionando as
resposta dos sujeitos entrevistados (discentes), pode-se
verificar acerca da Questão 1 (alunos), a “Turma A” (6º
ano), quando perguntada se as atividades propostas pela
professora agregam mais o uso da gramática
contextualiza em detrimento da gramática prescritiva:
90% dos alunos responderam sim e 10% não. A resposta
da “Turma B” (7º ano) converge, igualmente, para o sim
com 100%.

Insisto, pois: adotar uma gramática contextualizada é


explorar os possíveis resultados dos usos, das
escolhas, das substituições que fazemos. Quase
sempre, o morfossintático, apenas, é insuficiente para
a avaliação desses resultados. (ANTUNES, 2014, p.
141).
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Discentes.

2) O professor trabalha vários tipos e gêneros textuais


(Propaganda, Receita, Carta, Notícia etc.) em sala de
aula? Sim ( ) Não ( )
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.
Na sequência (Questão 2), a “Turma A” (6º ano),
quando perguntada se a professora trabalha vários tipos
e gêneros textuais (Propaganda, Receita, Carta, Notícia
etc.): 75% dos alunos responderam sim e 25%
responderam não. Já a “Turma B” (7º ano) diverge
quanto a utilização de vários gêneros textuais com: 40%
dos alunos respondendo sim e 60% responderam não.

[...] O professor pode iniciar o trabalho pela leitura de um


texto, por uma primeira e bem elementar analise, para, em
seguida, promover um aprofundamento da questão, sempre
contando com a participação dos alunos, que também são
estimulados a trazerem textos (de livros, de jornais, de
revistas, de publicidades), a participarem das analises, dos
questionamentos, da construção de argumentos etc.
(ANTUNES, 2014, p. 125).
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Discentes.

3) O professor aplica a reescrita e atividades


englobando textos e contextos diversos em sala de aula?
Sim ( ) Não ( )
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.
Em continuidade (Questão 3), a “Turma A” (6º ano),
quando perguntada se a professora aplica a reescrita e
atividades englobando textos e contextos diversos em
sala de aula: 90% dos alunos responderam sim e 10%
responderam não. A resposta da “Turma B” (7º ano)
converge, igualmente, para o sim com 100%.

Em geral, [...], não se prevê o retorno do aluno ao


texto original para nele inserir o fragmento
modificado e poder avaliar sua adequação. E “não se
retorna ao texto original” exatamente porque se
pratica uma gramatica descontextualizada em que as
especificações situacionais não contam. (ANTUNES,
2014, p. 125).
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Discentes.

4) Dos exemplos abaixo, qual deles mais se parece com


os exemplos que o professor utiliza em sala de aula?
7. ANÁLISE E RESULTADOS - Discentes.

4) Dos exemplos abaixo, qual deles mais se parece com


os exemplos que o professor utiliza em sala de aula?
7. ANÁLISE E REFERENCIAL - Docentes.
Por fim, no ultimo questionamento (Questão 4), a
“Turma A” (6º ano), quando perguntada qual dos
exemplos ( A) Exercício Tradicional e B) Charge ) mais
se parece com os que a professora utiliza em sala de
aula: 40% dos alunos responderam o exemplo “A” e
60% responderam o exemplo “B”. A resposta da “Turma
B” (7º ano) converge para o exemplo “B” com 55%
enquanto que 45% dos alunos responderam o exemplo
“A”.

Seria uma perspectiva de estudo dos fenômenos


gramaticais, ou estratégia de exploração do
componente gramatical do texto, tomando, como
referência de seus valores e funções, os efeitos que
esses fenômenos provocam nos diversos usos da fala
e da escrita. (ANTUNES, 2014, p. 46).
RESULTADOS

Após a análise, percebemos que ambas as


professoras tentam realizar o ensino da
gramática de modo contextualizado, no
intuito de favorecer o processo de ensino e
aprendizagem.

Todavia, percebe-se que este processo esta


numa fase de transição entre gramática
prescritiva e a contextualizada.
REFERÊNCIAS
 ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por
um ensino de línguas sem pedras no caminho. São
Paulo: Parábola Editorial, 2007.

 ANTUNES, Irandé. Gramática Contextualizada:


limpando ‘o pó das ideias simples’. São Paulo:
Parábola Editorial, 2014.

 FRANCHI, C. Gramática e criatividade. São Paulo,


SEE/CENP, 1998.
 GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo:
Atlas, 1999.
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 LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de
metodologia científica. - 4. ed. rev. e ampl. -São Paulo: Atlas,
2001.
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 MARTELOTTA, Mario Eduardo. Manual de Linguística.
2.ed. São Paulo, Contexto, 2018.

MINAYO, M. C. S; SANCHES, O. Quantitativo-qualitativo:


oposição ou complementaridade? Cadernos de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 239-262, jul./sep.1993.
 ROSÁRIO, Mônica Maria Soares. Uma tentativa
sociolinguística de decifrar o enigma do ensino
de língua portuguesa. 2010. Disponível em:
 <https://seer.ufs.br/index.php/interdisciplinar/article
/view/1216>.
 Acesso em: 19 nov. 2019.
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 OLIVEIRA, Mariângela rios de. & WILAON,
Victória. In: MAETELOTTA, Mário Eduardo.
(org.). Manual de Linguística. 1ª ed. 2ª
reimpressão. São Paulo: Contexto, 2009.
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 POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na
escola. Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de
Leitura do Brasil (Coleção Leituras no Brasil), 1996.
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 TEIXEIRA, Claudia de Souza. Ensino de gramática e
análise linguística. 2011. Disponível em: <
http://www.unemat.br/revistas/ecos/docs/v_11/163_Pag_Re
vista_Ecos_V-11_N-02_A-2011.pdf
>. Acesso em: 19 nov. 2019.
  

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