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MACROECONOMIA I

ANO LECTIVO DE 2020

Modelo Keynesiano Simples de


Determinação do nível de
Produto, Rendimento e Emprego

Por: Grupo de disciplina


Antecedentes
 A Grande Depressão de 1929 veio pôr em causa o pensamento clássico,
pois esta crise caracterizada por elevados níveis de desemprego;
 A taxa de desemprego chegou a ¼ do total da força de trabalho nos E.U.A.;

 Baixos níveis produção ( de 1929 a 1932 a produção industrial caiu em cerca

de 50% do E.U.A, 40% na Alemanha, 30% na Franca e 10 % na Inglaterra;

 A escola clássica, defendia que ao longo do tempo o mercado iria ajustar-se,


o salarios iriam baixar e os niveis de desemprego iriam reduzir, entretanto
ao longo do tempo, mesmo com baixos níveis salariais verificado na época,
o desemprego crescia de maneira persistente.

 Este fenómeno levou com que os economistas duvidassem da tese de


ajustamento automático e do pleno emprego preconizado pelo modelo
clássico, e isso, marcou o início do Keynesianismo e da Macroeconomia
Moderna.

2
John Maynard Keynes (1883-1946)
John Maynard Keynes, economista britânico
nascido em Cambridge em 1883, considerado como
o pai da Teoria Moderna da Macroeconomia.

Keynes tornou-se popular ao publicar a sua obra a


“Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” em
1936, onde dá significativos contributos para a explicação do
comportamento dos agregados macroeconómicos e das possíveis razões da
Grande Depressão de 1929 – 1933. Keynes defendeu o papel regulatório do
Estado na economia, através de medidas de politicas económicas para mitigar
os efeitos adversos dos ciclos económicos- recessão, depressão e booms
econômicos.
Neste contexto, para melhor perceber o pensamento desenvolvido por Keynes,
iremos analisar o Modelo Keynesiano Simples de Nivel de Produto,
Rendimento e Emprego.
3
As Hipóteses do Modelo
 O objectivo central do modelo é de explicar os determinantes do
nível de actividade económica, em particular os níveis de produto e
de emprego. Este modelo assume as seguintes hipóteses
simplificadoras:

1- É conhecida a capacidade produtiva da economia, i.e., são dadas as


condições da oferta de bens e servicos(é dada a fronteira de
possibilidades de produção);
2- Existem recursos desempregados, mão-de-obra e capacidade
produtiva instalada não utilizada;
3- Os preços dos bens e serviços e dos factores produtivos são
rigidos até ao pleno emprego, as empresas estão dispostas a
oferecer qualquer quantidade, até ao limite da sua capacidade
instalada, aos preços em vigor.

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Implicações das Hipóteses do Modelo

1- Enquanto houver recursos desempregados os níveis de produto,


rendimento e emprego são determinados pela procura
agregada;
2- A diferença entre o produto efectivo e o produto potencial (o
desemprego), é explicado pela insuficiência da procura
agregada;
3- As flutuações no nível de actividade económica, em particular as
flutuações do nível de produto e de emprego, explicam-se
essencialmente pelas variações na procura agregada de bens e
serviços. O Estado terá a responsabilidade de estabilizar a
procura agregada ao nível de procura satisfatória ( o nível de
procura que permite o alcance do pleno emprego de recursos
produtivos);

5
Implicações das Hipóteses do Modelo

4- O pleno emprego será uma excepção e não a regra , não se


desencadeiam mecanismos automáticos no mercado que façam a
economia a tender espontaneamente ao nível de pleno emprego;

5- O modelo não explica a variação dos preços ( a taxa de


inflação);

6- Ao considerar dados os condicionalismos da oferta de bens e


serviços, o modelo não aborda o problema de crescimento
económico.

6
A Função de Procura Agregada numa
Economia de 2 Sectores ( Famílias e Empresas)
 Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura
das famílias de bens e serviços de consumo (C) e a procura das
empresas de bens e serviços de investimento (I).

A=C+I

 O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento


total (Y).
Yd=Y

 O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas


de consumo (C) e em poupança privada (S).

Yd= C+S
7
A Função Consumo
1. A Procura por Consumo (C)- compreende os planos das famílias no
que se refere a aquisição de bens e serviços de consumo.
Segundo este modelo, a procura por consumo, é explicada pelo
rendimento disponível auferido pelas famílias num determinado
período, (geralmente um ano) e por uma componente autónoma.

C  C  cYd
Onde:
C - Consumo autónomo, parte do consumo das famílias que é
independente do rendimento disponivel do período. Consumo
determinado por factores exógenos;
c - propensão marginal a consumir, indica quanto varia o consumo por
unidade de variação do rendimento disponível, admite-se que 0<c<1,
devido a lei psicológica de Keynes, segundo a qual quando o
rendimento de uma pessoa aumenta, ele gasta uma parte em consumo e
a outra poupa.
8
Representação Gráfica da Função
Consumo
C Y=A
C  C  cYd

45°
YE Y

9
Função Poupança
 Poupança das Famílias (S)- será a parcela do rendimento disponível
das famílias que não é usada para o consumo num determinado
período, ou seja, parte do rendimento que as familias reservam para o
futuro.
 Admite-se que tal como o consumo, a poupança das famílias (S) será
determinada pelo rendimento disponível dum determinado período que
as famílias auferem. Uma vez conhecida a função consumo, a função
poupança será dada por:
(1) S  Yd  C
(2) Yd  Y
(3) S  Y - C
(4) S  Y - C  cYd  S  -C  (1  c)Y
Onde: C - Poupança autónoma; s  (1  c) - propensão marginal a poupar
10
Representação Gráfica da Função Poupança

Y=A
C C  C  cYd

E
C S  C  (1  c )Yd
45°

YE Y
C

11
Relações entre o Consumo e a Poupança
A representação gráfica das funções de consumo e poupança permite
concluir:

 A poupança autónoma é simétrica ao consumo autónomo;

 A poupança é nula quando o nível de consumo é igual ao nível de


rendimento do período em análise. Para valores em que o consumo
excede o rendimento, a poupanca é negativa, e para valores em que o
consumo é inferior ao rendimento a poupança é positiva;

 Variações do rendimento causam variações endógenas da poupanca e


do consumo (movimento ao longo das curvas);

 Variações de factores exógenos que afectam a poupança e o consumo


causam deslocamentos das respectivas curvas.

12
Função de Investimento
 A procura por Investimento (I)- compreende os planos de investimento
das empresas em meios de produção (equipamentos, maquinaria e
infra-estruturas) e variação de stocks.

 O Investimento (I) – admite-se que o investimento privado realizado


pelas empresas, num determinado período de tempo, não depende do
nível de produto e rendimento do período. Neste caso, as despesas de
investimento, vão depender de muitos outros factores que por
simplificação do modelo, são considerados exógenos.

 A função de investimento é constituída apenas por uma componente


autónoma.
I  I
13
Representação Gráfica da Função de
Investimento

I II

14
A Condição de Equilíbrio do Modelo
 O modelo estará em equilíbrio, quando os planos das famílias e das
empresas quanto a aquisição de bens e serviços finais(Procura Agregada
=A) coincidirem com os planos de produção e oferta de bens e serviços das
empresas (Oferta Agregada =Y).

 Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

 1-) A ( Procura Agregada) = Y (Oferta Agregada)

 2-) S (Poupança) = I (Investimento)

15
1-) A=Y
( Procura Agregada = Oferta Agregada)
Y  A
Y  CI
Y  C  cYd  I
Y  cY = C  I
Y (1  c ) = C  I
1
Y0  * (C  I)
(1  c )

16
Graficamente

Y=A
A  C  cYd  I
A
E
AE
I C  C  cYd

ACI

45°
YE Y

17
2-) S=I (Poupança =Investimento)
 Outra condição de equilíbrio equivalente pode ser derivada da
condição básica, Y=A. Sabe-se que nesta economia simples, sem
governo e nem sector externo, o processamento do produto nacional
gera um fluxo de remunerações pagas a factores de produção, em
que os detentores são as famílias, e que por sua vez este rendimento é
dividido em despesas de consumo (C) e a parte não consumida em
poupança (S).

 Logo, deriva-se a identidade Rendimento = Produto = Despesas.


Portanto, usando esta identidade teremos o seguinte:
CS  Y  C I
C S-C  Y  C  I  C
SI
18
Y=A
S>I A  C  cYd  I
A

E C  C  cYd
AE
I

ACI S<I
C
45°
YE Y
I, S
S  C  (1  c)Yd
E S>I
I
II
S<I
YE Y
C
19
Resumo do Gráfico
 Em equilíbrio a poupança planeada é igual ao investimento planeado,
I=S, pois, acima do nível de equilíbrio YE, a poupança excede o
investimento, enquanto que, abaixo de YE, o investimento excede a
poupança.
 S>I, as firmas estariam a acumular existências, porque estariam a
produzir acima daquilo que é procurado, com isso reduziriam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada ;
 S<I, as firmas veriam as suas existências a esgotarem, porque estariam a
produzir abaixo daquilo que é procurado, com isso aumentariam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada.
 Portanto, aos níveis mais altos ou mais baixos do rendimento
relativamente a demanda agregada, as divergências entre a S planeada
e o I planeado, faz com que as firmas mudem os seus planos de
produção, reduzindo ou aumentando a produção, conforme é indicado
pelas setas no gráfico. Esta variação será até onde a variação de
existências involuntárias são nulas, ou seja, onde S=I.

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O Efeito Multiplicador
 O conceito do multiplicador (α) - refere-se ao facto de que o aumento
em 1 u.m de uma das componentes das despesas agregadas para além
de aumentar o nível de rendimento no mesmo montante, gera
aumentos induzidos na procura agregada (A) na medida em que as
despesas de consumo aumentam quando o rendimento aumenta. E
através da propensão marginal a consumir (c), uma variação em uma
das componentes das despesas agregadas será dada por:

A   A  c A  c 2  A  c 3  A  ..........
A   A(1  c  c 2  c 3  .................)
 O valor da propensão marginal a consumir encontra-se entre 0<c<1,
assim sendo, os termos sucessivos da série vão tornar-se
progressivamente menores. Podemos então simplificar a equação para:
1
A  A
1 c

21
O Efeito Multiplicador: Uma Variação do
Investimento (ΔI)
 Uma variação do nível de produto devido a uma variação das despesas de investimento no sentido positivo será dada por:


1
O multiplicador do investimento privado em uma economia fechada e sem governo, mede em quanto variará o valor do
Y = * I
produto de equilíbrio quando as despesas de investimento privado variarem em 1 u.m. Este multiplicador é também
o
chamado de multiplicador das despesas autónomas
1 - c 
agregadas porque é o mesmo para as outras componentes da
Procura Agregada numa economia fechada e sem governo.

1
 =
1 - c 
22
Graficamente A1  C  cYd  I1
A
A0  C  cYd  I 0
E1
AE ΔI

A1  C  I 1 E0

A0  C  I 0
45°
YE0 YE1 Y
I, S
S  C  (1  c )Yd
E1
I1 I1  I 1
E0 ΔI
I0  I 0

YE0 YE1 Y
C
23
Uma economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo):
As variáveis introduzidas pelo governo
 1-Despesas Públicas em bens e serviços (G)- constituem uma
componente da procura agregada(A), representam a procura de bens e
servicos finais que o governo efectua no sistema económico com o
intuito de fornecer bens públicos, ou de estimular a actividade
económica rumo ao pleno emprego. Neste modelo, as despesas
públicas são consideradas exogenas, ou seja, são determinadas por
decisões do Estado com base nas suas intenções politicas.

G G

24
Uma economia de 3 sectores (famílias, empresas e o
governo): As variáveis introduzidas pelo governo
 2- Despesas de Transferências (Tr) – constituem uma componente
directa do rendimento disponível das familias (Yd) e uma
componente indirecta da procura agregada (A), representam as
transferências de subsidios que o governo efectua para as familias.
Neste modelo, as despesas de transferencias (Tr) são consideradas
exogenas, ou seja, são determinadas por motivos de ordem politica.

Tr  Tr
 3- Os impostos (T) - Os impostos arrecadados pelo governo são
constituídos por uma parte autónoma ( T ) e por uma outra parte que
varia directamente com o nível de rendimento. O aumento dos
impostos devido ao aumento de uma unidade monetária do nível de
rendimento é denominada por taxa marginal de imposto ou a
alíquota fiscal (t).
T  T  tY

25
A Procura Agregada numa economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo)
 Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das
famílias por bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de
bens e serviços de investimento (I) e as despesas publicas em bens e
serviços (G) .
A  C  I G
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd  Y  T  Tr  Yd  Y - T  ty  Tr
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de
consumo (C) e em poupança privada (S).
Yd  C  S

26
A Função Consumo (C), a Poupança (S) e o
Investimento (I)
1- A função consumo (C)- a procura para consumo de bens e serviços
finais passa a ser determinada por:
C  C  cYd  C  C  c * (Y  T  ty  Tr )
2- A função poupança (S) – a poupança passa a ser determinada por:

S  C  (1  c) * Yd  S  -C  (1  c) * (Y  T  ty  Tr )

3- O Investimento privado (I) – o investimento privado continua a ser


determinado por:
II

27
O Saldo Orçamental
 O Saldo Orçamental (So)- representa a diferença entre as receitas
arrecadadas pelo governo na colecta de impostos e as despesas
efectuadas pelo governo. O Saldo Orcamental vai depender das
politicas de despesas públicas do governo( despesas públicas em bens
e serviços e as despesas em transferencias) e da estrutura de impostos
definida ( impostos autónomos e a taxa marginal de impostos, ou
alíquota fiscal). So  T  (G  Tr )
So  T  ty  (G  Tr )
 Se So>0 – Superavit Orcamental (As receitas arrecadadas pelo
governo, excedem as despesas efectuadas pelo governo);
 Se So=0 - Equilíbrio do Saldo Orçamental (As receitas arrecadadas
pelo governo, financiam na sua totalidade as despesas efectuadas pelo
governo)
 Se So<0 - Deficit Orçamental (As despesas efectuadas pelo governo,
excedem as receitas arrecadadas pelo governo).
28
Saldo Orçamental – Representação Gráfica

So

So  T  ty  (G  Tr )

So=0
So>0
0
So<0 Y

T-(G+Tr)

29
A Condição de Equilíbrio do Modelo

 O modelo estará em equilíbrio, quando a Procura Agregada (A) de


bens e serviços coincidir com a oferta de bens e serviços das empresas
(Oferta Agregada =Y).

 Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

 1-) A ( Procura Agregada) = Y (Oferta Agregada)

30
A=Y
( Procura Agregada =Oferta Agregada)
YA
Y  CIG
Y  C  c(Y  T  Tr )  I  G
Y = C  c (Y  T  ty  Tr )  I  G
Y1  c1  t   = (C  I  cTr  cT  G )
        
A

1
Y0  *A
1  c(1  t )

31
Graficamente

A Y=A

A  A  c(1  t )Y

AE E

45°
YE Y

32
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
 Partindo da equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar
os multiplicadores:
1
Y  * (C  cT  cTr  I  G )
1  c (1  t )

 Multiplicador da Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de


uma das componentes das despesas autonomas (C, I e G) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Y  * ( C  G  I )
1  c (1  t )

 Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1


u.m. Nas despesas de Transferências do governo para os particulares
levará a um aumento no rendimento nacional igual:
c
Y  * ( T r )
1  c (1  t )

33
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
 Multiplicador dos Impostos Autónomos :mostra-nos que um
aumento de 1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma
redução no rendimento nacional igual a :
c
Y   * ( T )
1  c (1  t )
 Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1
ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que
recaem sobre o rendimento (t) levará a uma redução no rendimento
nacional  cY
Y  0
* ( t )
1  c (1  t1 )

34
Instrumentos de Política Orçamental
 Keynes defendia que o nível de produto de equilíbrio na economia é
determinado pelo nível de procura agregada (AD), e somente em
condições especiais é que a economia se equilibra no nível de
produto de pleno emprego, sendo regra geral, o equilíbrio acontecer
em níveis abaixo do pleno emprego.

 Segundo Keynes, esta constatação é justificada pelo facto de não se


desencadearem mecanismos automáticos que façam tender a
economia expontaneamente ao nível de pleno emprego. Deste
modo, o sistema de mercado falha em garantir o equilíbrio de pleno
emprego da economia, justificando-se assim, a intervenção do
Estado na economia para garantir o alcance do equilíbrio de pleno
emprego.

 De acordo com o modelo de Keynes, o Estado tem a sua disposição


diversos instrumentos de política orçamental para afectar o nível da
economia através dos seus efeitos sobre o nível de procura agregada.

35
Instrumentos de Politica Orçamental:
Aumento das Despesas Públicas em Bens e
Serviços (G)
 As despesas públicas em bens e serviços (G) constituem uma das
componentes das despesas autónomas (Ā). Para estimular a actividade
económica, em caso de insuficiencia da procura agregada (A), o
governo pode aumentar as suas despesas em bens e serviços.
 Deste modo, uma variação positiva das despesas públicas em bens e
serviços, vai gerar um aumento do produto em:

1
Y  * G
1  c (1  t )

36
Graficamente
Y=A A1  A1  c(1  t )Y
A
E1
ΔG A0  A0  c(1  t )Y
E0
A1

A0

45°
YE0 YE1 Y

37
Instrumentos de Politica Orçamental: Aumento das
Despesas em Transferências (Tr)
 As Despesas Públicas em Transferências (Tr) para as familias afectam
directamenta o rendimento disponivel (Yd) das familias e
indirectamente a procura autonoma (Ā) de bens e serviços de consumo.
 Para estimular a actividade económica, o governo pode recorrer a um
aumento das despesas de transferência (Tr), em caso de insuficiência
da procura agregada (A). O efeito é semelhante ao do aumento das
despesas públicas em bens e serviços (G), no entanto, o aumento das
despesas públicas em transferências para as familias, gera um
aumento menor do nível de produto do que o do aumento de das
despesas publicas em bens e servicos, pelo facto de as transferências
influenciarem indirectamente a procura autonóma (Ā).
 Deste modo, uma variação positiva das despesas em transferências, vai
gerar um aumento do produto em:
c
Y  * ( Tr )
1  c (1  t )

38
Graficamente

A Y=A A1  A1  c(1  t )Y
E1
ΔTr A0  A0  c(1  t )Y

E0
A1

A0

45°
YE0 YE1 Y

39
Instrumentos de Politica Orçamental:
Redução dos Impostos Autónomos
 Se o governo pretender estimular a actividade económica, através de
uma redução dos impostos autonomos(T ), o efeito final será
semelhante ao efeito de uma aumento das despesas em
transferências para as famílias (Tr).

 Deste modo, uma variação negativa dos impostos autónomos, vai


gerar um aumento do produto em:

c
Y   * ( T )
1  c(1  t )

40
Graficamente

A Y=A A1  A1  c(1  t )Y
E1
ΔT<0 A0  A0  c (1  t )Y

E0
A1

A0

45°
YE0 YE1 Y

41
Instrumentos de Politica Orçamental:
Redução da taxa marginal de imposto(t)
 Se o governo pretender estimular a actividade económica, de modo a
reduzir a insuficiencia da procura agregada (A), pode, reduzir a
taxa marginal de impostos (t). Uma redução da taxa marginal de
impostos vai aumentar o rendimento disponível (Yd) das familias
e consequentemente as despesas de consumo (C), aumento da
produção e o rendimento.

 Deste modo, uma variação negativa da taxa marginal impostos, vai


gerar um aumento do produto em:
 cY0
Y  * ( t )
1  c(1  t1 )

42
Graficamente

Y=A A1  A0  c(1  t1 )Y
A
E1
Δt<0 A0  A0  c(1  t0 )Y

E0

A0

45°
YE0 YE1 Y

43
Uma economia de 4 sectores (famílias, empresas,
o governo e o sector externo): As variáveis introduzidas
pelo sector externo
 As Exportações (X) - Vamos considerar que o nível de exportações é
uma variável exógena no modelo, e que tem efeitos positivos sobre o
nível de rendimento da economia, uma vez que os empresários para
atender a procura externa fazem uso dos factores de produção, de modo
que um aumento das exportações geram um aumento do nível de
emprego e do rendimento nacional;
X  X
 As Importações (M) - As importações no entanto representam uma saída
de recursos do país, pois os importadores para pagar os bens e serviços
comprados no exterior pagam com parte do rendimento de que dispõe,
aumentando o emprego e o rendimento dos países dos quais são
importados os bens e serviços. As importações vão depender das
importações autónomas e das importações que dependem do nível de
rendimento.
M  M  mY

44
A Função de Procura Agregada numa Economia de 4
Sectores
 Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das
famílias de bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de bens
e serviços de investimento (I), as despesas publicas em bens e serviços (G)
e o saldo das transacções efectuadas com o resto do mundo (X-M).
A  C  I  G  (X  M )
A  C  I  G  ( X  M  mY )
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd  Y  T  Tr  Yd  Y - T  ty  Tr
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de
consumo (C) e em poupança privada (S).
Yd  C  S
 O resto das variáveis permanece igual, com as variáveis da economia de 3
sectores
45
A Condição de Equilíbrio do Modelo

 O modelo estará em equilíbrio, quando a Procura Agregada (A) de


bens e serviços coincidir com a oferta de bens e serviços das empresas
(Oferta Agregada =Y).

 Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

 1-) A ( Procura Agregada) =Y( Oferta Agregada)

46
A=Y
( Procura Agregada =Oferta Agregada)
YA
Y  C  I  G  (X - M)
Y  C  c(Y  T  Tr )  I  G  ( X  M  mY )
Y = C  c(Y  T  tY  Tr )  I  G  X  M  mY
Y1  c1  t   m = (C  I  cTr  cT  G  X  M )
           
A

1
Y0  *A
1  c(1  t )  m
47
Graficamente

Y=A
A
A  A  [c(1  t )  m]Y

AE E

45°
YE Y

48
Os Multiplicadores no modelo de 4 sectores
 Partindo da equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os
multiplicadores:
1
Y * (C  cT  cTr  I  G  X  M )
1  c(1  t )  m
 Multiplicador da Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de uma
das componentes das despesas autónomas (C, I , G, X e M) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Y  * (C  G  I   X   M )
1  c(1  t )  m
 Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1 u.m.
Nas despesas de Transferências do governo para os particulares levará a
um aumento no rendimento nacional igual:
c
Y  * ( Tr )
1  c (1  t )  m

49
Os multiplicadores no modelo de 4 sectores
 Multiplicador dos Impostos Autônomos :mostra-nos que um aumento
de 1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma redução no
rendimento nacional igual a :
c
Y   * (T )
1  c(1  t )  m
 Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1
ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que recaem
sobre a renda(t) levará a uma redução no rendimento nacional

 cY0
Y  * ( t )
1  c (1  t1 )  m

50
FIM
 Considerações Finais

51

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