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O Românico

A arte por amor de Deus


O termo «românico», primeiramente utilizado como referência
às línguas europeias com origem no latim, foi aplicado às
tipologias arquitetónicas inspiradas nas formas e nas técnicas
da Antiguidade romana.
Alterações a partir do ano 1000
Inversão do quadro depressivo

• As vagas invasoras terminam; • Revitalização do comércio ( há


mais produtos e a situação é de
• As guerras privadas abrandam; paz);
• Desenvolvimento das cidades
• Maior estabilidade e segurança;
• – os burgos.
• Melhoria climática favorece o • A Igreja lança o movimento da
desenvolvimento da agricultura; Paz de Deus ou Trégua de Deus
– Novas técnicas e novos utensílios – Constrói e reconstrói igrejas românico

para a agricultura; – Incentiva as peregrinações aos


– Surge a agricultura excedentária lugares santos
– Organiza as Cruzadas
– Surge o Monaquismo

Ver página 121


Explica a origem do monaquismo.
.• Séc IV - no Oriente- Egipto, Síria, Ásia Menor
- Nasceu ligado ao desejo de isolamento do mundo profano
– o ascetismo o nasceu de iniciativas individuais
– depois surgiram comunidades de monges/monjas que
seguiam o seu mestre.

• No Ocidente: séc.V, surgiu por iniciativa de bispos


-- Sécs VI e VII apareceram os primeiros legisladores – S.Bento de
Núrsia: em 529, escreveu os primeiros Regulamentos, na abadia de
Montecassino que serviram de modelo para a maioria da vida dos
mosteiros até ao séc.XII. Vida nos mosteiros.pptx
Arquitetura Românica
É resultado da absorção de várias influências:
† Antiguidade pagã
† Povos bárbaros
† Arte bizantina a oriente
Arquitetura Românica

† Após um séc. de experiência e elaboração,


culminou, de meados do séc. XI a finais do séc.
XII , numa arte amadurecida, tornando-se o 1º
estilo internacional da Idade Média
Mosteiro de Cluny
A Torre – arquitetura militar e civil de
características defensivas

ᶷ Habitação do senhor;

ᶷSituada estrategicamente numa elevação natural


ou artificial;

ᶷ ao seu redor eram construídos as casas dos


populares, estábulos e celeiros;

ᶷ defendidos por uma paliçada e um fosso com


água ;

ᶷNos séc. XI e XII passaram a ser construídas em


pedra;

ᶷAdquiriram aspeto fortificado e austero.


Os castelos
Maiores e com mais elementos arquitetónicos
como: • fosso (escavação profunda e
• dupla muralha com paredes compactas, regular, destinada a dificultar e,
terminada em ameias (aberturas no principalmente, impedir o acesso
parapeito da muralha que serviam para os do inimigo e ,desde o séc. XII, por
defensores avistarem os inimigos), cima das entradas, mata-cães;
rodeada pelo adarve ou caminho da torre de menagem, que permitia a
ronda com baluartes com seteiras segurança do castelo
(aberturas na muralha para, como o nome
indica, se lançarem setas ou flechas) nas
guaritas ;
O Castelo
Castelo de Guimarães

https://www.youtube.com/watch?v=h-sWzJ
NGiRg
(como se construia um castelo)

Castelo de Almourol
A Catedral
Articulação em planta

As igrejas românicas seguem dois


modelos:

⮚O de planta centrada (em cruz


grega), hexagonal, octogonal ou
circular), de influência oriental muito
pouco utilizada.

⮚A de tipo basilical, em cruz latina


(com 3,5 ou 7 naves) que foram as
dominantes.
Articulação em planta

2-Naves laterais

1- Nave central 1

Nave central- Orientada no sentido este-oeste, é amais alta e mais larga que as
laterais;
•O comprimento da igreja é um múltiplo da nave central e as naves laterais um
submúltiplo daquela.
•A métrica espacial é fundamental para a definição do estilo românico
Articulação em planta

Naves laterais
Articulação em planta

deambulatório

Deambulatório – espécie de corredor ou nave curvilínea que


prolonga as naves laterais e contorna, em semicírculo, a abside
principal.

Este contém, geralmente, 3 a 5 capelas radiantes absidiais que


formam, conjuntamente com a abside e o deambulatório, a
cabeceira.
Articulação em planta

Absidíolos (capelas radiantes)


Articulação em planta

Abside principal – contém a


capela-mor onde se situa o altar

Transepto

Capelas radiantes
+abside + deambulatório
forma a cabeceira.
Articulação em planta

Cruzeiro– espaço encimado pela torre lanterna ou


zimbório que faz parte do sistema de iluminação e
arejamento da igreja.
Articulação em planta

Coro – dedicada exclusivamente à comunidade clerical

As igrejas de peregrinação possuíam ainda a cripta


que se situava abaixo da cabeceira e onde eram
depositados os restos mortais ou relíquias de santos.
Articulação em planta

Algumas igrejas
românicas são
precedidas por
um nártex ou
um átrio

Nártex – serve de vestíbulo à catedral e constitui uma reminiscência das


primitivas basílicas cristãs.

Átrio – recinto aberto, espécie de pátio quadrangular rodeado por


quatro alas abobadadas e colunadas
A Catedral
Sistemas de cobertura e Suporte
Apresenta como novidade ser
totalmente abobadada em pedra.

O arco estruturante foi o arco romano de


volta inteira ou perfeita.

A abóboda por eles formada é


denominada abóbada de berço (de meio
canhão ou de pleno cintro).

Duas abóbadas de berço cruzadas


formam a abóbada de arestas
Trompa – elemento
A catedral que faz a transição da
forma quadrada da
base para a circular
Sistemas de cobertura e suporte sobre a qual se apoia
a cúpula.

• Nas catedrais de influência


oriental as abóbadas foram , por
vezes substituídas por sucessões
de cúpulas.

• O problema técnico da passagem


do quadrado da planta para a
semiesfera cupular foi resolvido
através de trompas e pendentes

Pendentes - são as formas


triangulares côncavas que,
construídas a partir dos ângulos
do quadrado, o transformam
numa circunferência onde a
cúpula assenta.
A Catedral
Sistemas de suporte
• A pressão contínua exercida pela abóbada ou
pela cúpula da nave principal é descarregada,
através dos arcos, para os pilares e colunas
que dividem as naves no interior da igreja, e
transmitida, igualmente, sobre as naves
laterais para as paredes exteriores do
edifício.

• A pressão exercidas pelas abóbadas laterais é


transmitida para a parede exterior do edifício
reforçado por paredes grossas, com poucas
aberturas e por contrafortes adossados e
chanfrados, situados no exterior no mesmo
alinhamento dos pilares.

Coluna Pilar
A Catedral
Sistemas de suporte

forte s a do ssados
contra
s
e chanfrado
Os pilares são normalmente compostos e cruciformes possuindo
um colunelo ou pilastra adossado por cada um dos arcos
definidores de um tramo( unidade rítmica composto pelas abóbadas
e cúpulas e seus elementos de descarga de forças).

Abóbada de arestas

Pilar
O tramo é composto por:
•Dois arcos formeiros que
separam a nave central das
laterais
•Dois arcos torais ou dobrados
longitudinalmente
•Arcos cruzeiros que formam as
arestas ou nervuras das
abóbadas

Arco formeiro
Arco cruzeiro

Arco toral
Alçado interno da nave principal- desenho de um edifício
ou de parte dele num plano vertical, perpendicular à base do edifício e sem
perspetiva.

•A arcada principal – que


divide a nave central das
laterais e que é formada
usualmente por pilares ou
colunas. clerestório

•Tribuna

O trifório
Arcada
principal
O clerestório – a zona de
iluminação da igreja que fica
abaixo dos arcos formeiros
da abóbada principal,
constituído por janelas ou
frestas
•A tribuna – espécie de
galeria semia bobadada,
aberta para a nave central
( serve para fazer a
descarga das forças para a
parede exterior). Destinava-
se Às mulheres que iam
sozinhas à igreja.

O trifório – conjunto de dois


três ou mais arcos, substitui
por vezes a tribuna. Quando
não há corredor o trifório é
apenas uma arcada cega
com valor decorativo.
clerestório

A tribuna
Catedral de Modena , Itália
Igreja de Notre-Dame du Port
,França,séc.XI

rosácea

Devido ao equilíbrio de forças necessário à sustentação das abóbadas, as


paredes da catedral românica são compactas e com poucas aberturas. A
iluminação é feita pelo clerestório, por outras janelas e frestas e pela
torre lanterna.
Em algumas zonas as igrejas também apresentam janelões(frança) e
rosáceas (itália)
O efeito geral de uma
catedral românica é de
grande solidez reforçado
pelos contrafortes salientes
e chanfrados.
Decoração exterior
(nas cornijas e portais)
†Rosáceas e janelões

†Cachorradas (abaixo das


cornijas).

†Gárgulas (para escoar água)


Decoração exterior

Arquivoltas

Fachada principal
O Portal

Timpano
Mainel Lintel
França

É onde encontramos maior diversidade


A Itália não acompanhou a actividade arquitectónica desencadeada pela França. A
herança estilística da influência antiga clássica, bizantina e muçulmana foi explorada ao
máximo: continuaram a usar a cúpula alteada, campanários e baptistérios separados,
revestimentos de mármore no exterior e uma decoração miudinha.
A torre é separada da igreja e a fachada é ordenada com colunatas e arcarias cegas.
ITÁLIA

Catedral de Pisa ,1118


Fachada e átrio da Basílica de Santo Ambrósio
San Miniato al Monte
Alemanha – grande variedade de torres
Espanha
Sob a influência de Cluny, através do Caminho de Santiago a
arquitectura românica irá ser representada por um conjunto de mosteiros
e Igrejas que tem no final a Catedral de Santiago de Compostela
.
Mateus é representado por um anjo ou homem alado João, por uma águia, por causa do
porque inicia o seu evangelho com a genealogia de elevado estilo do seu Evangelho, que fala
Jesus Cristo, mostrando a sua origem e descendência da Divindade e do Mistério altíssimo do
humanas, marcados pelo seu nascimento (Cf. Mt 1). É Filho de Deus. Ele inicia seu Evangelho
a dimensão da obra-prima de Deus que criou o homem de cima pra baixo: "No princípio era o
à sua imagem e semelhança. Verbo, e o Verbo estava junto de Deus"
(Cf. Jo 1,1-5). Daí a águia, por ser a ave
que voa mais alto e faz os seus ninhos
nos montes mais elevados. É a dimensão
da liberdade do Filho de Deus diante das
forças deste mundo.

Marcos inicia o seu Evangelho falando de João Um touro alado simboliza o evangelista Lucas. Ele
Batista, a voz que clama no deserto (Cf. Mc 1,1-25). inicia o seu Evangelho falando do Zacarias, sacerdote
Seu símbolo é um leão alado, representando as feras em função naquele ano e cuja tarefa era oferecer
que habitam o deserto. É a dimensão da força, sacrifícios no Templo de Jerusalém. O touro é a
realeza, poder, autoridade do Filho de Deus. representação dos sacrifícios oferecidos (Cf. Lc 1,25).
É a dimensão da oferta a Deus
TETRAMORFO
As quatro* figuras das visões de Ezequiel (l, 5-14) e de João (4, 6-8), o homem, o
touro, o leão e a águia, chamados tam­bém, no Apocalipse, de os quatro vivos,
simbolizam a universalidade da presença divina, as quatro colunas do trono de
Deus, os quatro Evangelistas, a mensagem do Cristo, e ainda o céu, o mundo
dos elei­tos, o lugar sagrado, toda transcendência.
Segundo São Jerônimo, o homem representaria a encarnação; o touro, a
paixão (animal do sacrifício); o leão, a ressurrei­ção; a águia, a ascensão. Na
iconografia cristã dos Evangelhos, levando em conta o caráter particular de cada
Evangelho e so­bretudo dos seus capítulos iniciais, o ho­mem do tetramorfo
corresponde a Mateus; o leão, a Marcos; o touro, a Lucas; a águia, a João.

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