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ASA – ENSINO ESPECIALIZADO PRÉ-MILITAR

Curso Básico de Atendimento Pré-Hospitalar - APH


Prof. Aurélio Albuquerque

Recife, 2007
CURSO BÁSICO DE APH
SUPORTE BÁSICO DE VIDA

PARTE I

Introdução
Aspectos legais do socorro;

Avaliação primária;

RCP.
Introdução

Os altos índices de violência, a imprudência, e muitos


outros fatores sociais, vêm expondo os cidadãos a perigos cada
vez maiores onde o simples fato de atravessar uma rua poderá
representar um ato potencialmente perigoso.
Até mesmo dentro do próprio lar, as tomadas elétricas,
as janelas, os produtos de limpeza e inseticidas, o piso
escorregadio, etc., podem implicar em acidentes graves.
O transito congestionado e a grande demanda quase sempre
impossibilita a chegada imediata do RESGATE ou SAMU no
local o acidente.

O tempo entre o momento do acidente e o início do


atendimento, poderá representar um fator decisivo entre a
vida e a morte.
PRIMEIROS SOCORROS

São os procedimentos de emergência que visam:


Preservar os sinais vitais e evitar o agravamento das lesões
existentes até a chegada da equipe especializada.

As atitudes do Socorrista
deverão inspirar segurança
e atenuar o sofrimento da
vítima.
A ÉTICA E A HUMANIZAÇÃO NA REALIZAÇÃO
DOS PRIMEIROS SOCORROS
 
Toda pessoa possui uma consciência moral que a faz distinguir entre o certo
e o errado, entre o bem e o mal, ou seja, é capaz de nortear suas atitudes
pela ética a qual pode-se dizer: é um conjunto de valores, que se tornam
deveres em determinadas culturas ou grupos, sendo expressos em ações. A
ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta de
uma determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também
regulamentar o comportamento de um grupo particular de pessoas, como,
por exemplo, enfermeiros, médicos, etc. A ética profissional, mais conhecida
como deontologia, caracteriza-se como conjunto de normas ou princípios
que têm por fim orientar as relações profissionais entre pares, destes com os
cidadãos, com as instituições a que servem, entre outros. como, por
exemplo, o Código de Ética da Enfermagem, Código de Ética Médica, etc.
Assim como a atividade do médico e do enfermeiro está norteada pelo
Código de Ética, o socorrista também deve ter sua conduta orientada em um
Código que o obriga a prestar seu serviço de atendimento pré-hospitalar
calçado em valores e deveres morais e humanísticos, não menos
importantes, que o dos códigos dos profissionais de saúde.  
Ao longo do Curso, serão preconizados protocolos internacionais
que conduzirão o socorrista a atingir resultados de modo a que
possam prestar socorro de forma adequada, contribuindo com os
órgãos competentes e à sociedade. Entretanto, a técnica não deve
desvincular-se dos preceitos que regem a ética que minimizam o
sofrimento da vítima e humanizam a prestação de socorro, eis que a
ruptura deste equilíbrio afetará a eficácia do atendimento.
Para um atendimento pré-hospitalar de qualidade o socorrista
deverá possuir além do equilíbrio emocional e da competência técnico-
científica, uma competência ética alicerçada nos valores humanísticos,
pois, humanizar o atendimento não é apenas chamar a vítima pelo
nome, nem ter um sorriso nos lábios constantemente, mas também
compreender seus medos, angústias, insegurança e desconfiança,
prestando-lhe apoio e atenção permanente, dando-lhe a certeza de que
não será abandonado (a) em nenhum momento e que seus direitos
serão respeitados.
O socorrista humanizado é aquele cujas ações tornam o
atendimento a um traumatizado mais digno e complacente com o seu
sofrimento.
Um atendimento perfeito ocorre quando, mesmo com o sucesso do emprego
de todas as técnicas dominadas pelo socorrista, atende-se a dignidade da
pessoa humana, angariando o respeito e a admiração da vítima e de todos os
envolvidos, pelo elevado grau de profissionalismo e respeito à dignidade
humana.
 Não focalizar somente o objeto traumático, para não limitar-se apenas
às questões físicas, mas também aos aspectos emocionais cujos danos
podem tornar-se irremediáveis;
 Manter sempre contato com a vitima, buscando uma empatia por parte
da mesma cujos frutos serão a confiança uma boa comunicação;
 Prestar atenção nas queixas, tentando sempre que possível aliviar a dor
da vítima;
 Manter a vitima, sempre que possível, informada quanto aos
procedimentos a serem adotados;
 Respeitar o modo de vida do traumatizado;
 Respeitar a privacidade e o pudor, evitando expor a vítima sem
necessidade;
 Não julgar a conduta social da vítima. O atendimento deverá ser imparcial; Ter
atenção especial com crianças e idosos;
CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO

A prestação de socorro, além de um dever moral, é um


dever legal, e a sua recusa constitui crime de omissão de
socorro, previsto no artigo 135 do código penal brasileiro.

“Deixar de prestar assistência, quando possível, fazê-


lo sem risco pessoal, a criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave ou eminente perigo; ou não
pedir nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – Detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada da metade, se
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.” (Decreto de lei nº. 2.848
de 07 de dezembro de 1940).
CRIME DE ABANDONO

Artigo 133 do código Penal Braileiro.

“Abandonar pessoa que está sob o seu cuidado,


guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes
do abandono.”

Pena: Detenção, de seis meses a três anos.


§ 1º. Se do abandono resulta lesão corporal de
natureza grave:
Reclusão, se um a cinco anos.
§2º. Se resulta morte:
Reclusão, de quatro a doze anos.
DIREITOS DA VÍTIMA:

 A vítima tem o direito de recusar o atendimento. No caso de


adultos, esse direito existe quando estiver consciente e
orientado;

 No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita


pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é
retirada do local do acidente antes da chegada do socorro
especializado, o prestador de socorro deverá, se possível,
arrolar testemunhas que comprovem o fato;

 O diálogo é imprescindível, é através dele que o socorrista


poderá convencer a vítima e/ou parentes à aceitarem o
socorro.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
E
REANIMAÇÃO
CARDIORRESPIRATÓRIA (RCP)

Referência:
American Heart Association. Guidelines 2005 for Cardiopulmonary Ressuscitation
and Emergency Cardiovascular Care.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A avaliação primária deverá ser realizada em no máximo 45 segundos e tem


como objetivo Identificar e intervir nas lesões que comprometam ou venham
comprometer a vida da vítima nos instantes imediatamente após o acidente,
tais como:

 Obstrução das vias aéreas;


 Parada cardiorrespiratória;
 Grandes hemorragias externas.
PROCEDIMENTOS ESSENCIAIS
DA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

 Avaliar a cena;
 Verificar o nível de consciência da vítima;
 Verificar se as vias aéreas estão permeáveis (airways);
 Verificar se a vítima está respirando (breathing);
 Verificar se a vítima apresenta pulso (circulation);
 Verificar se apresenta grande hemorragia.
AVALIAR A SENA

Ao chegar no local do acidente o socorrista precisa ser


cauteloso e estar atento às condições de segurança em vistas a
não tornar-se uma segunda vítima bem como evitar outros
acidentes. Nesse momento, deverá:

 Avaliar o mecanismo do trauma (cinemática do trauma);


 Condições de segurança do cenário (a cena é segura?);
 Solicitar auxílio (SAMU ou GBAPH);
 Isolar a área;
 Sinalizar a área;
 Prover medidas de Biossegurança.

A biossegurança compreende o conjunto de medidas que


preconizam a segurança do socorrista para que este não se
exponha à riscos, sobretudo os biológicos, físicos e químico.
VERIFICAR O NÍVEL DE CONSCIÊNCIA DA VÍTIMA

Realizados os procedimentos iniciais de segurança, busca-se então a


abordagem direta da vítima, cujo primeiro passo consiste em verificar
o seu nível de consciência (AVI):

 Alerta;
 Verbal;
 Inconsciente.
ESTABILIZE A REGIÃO CERVICAL com vistas a não agravar lesões
existentes. Se a vitima estiver consciente o socorrista deverá conforme
humanização:

 Orientar a vitima para não mover a cabeça;


 Orientar a cerca do procedimento que precisa ser realizado e
que sua colaboração é importante.

Antes de colocar o colar cervical, o socorrista responsável deve avaliar


a região cervical da vitima, no seu aspecto anterior e lateral e deve
também avaliar e pesquisar qualquer dismorfia ou hipersensibilidade
da região cervical.

O COLAR CERVICAL NÃO DEVE SER


RETIRADO ENQUANTO NÃO ESTIVER
EXCLUÍDA A POSSIBILIDADE DE LESÃO
CERVICAL.
COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL

O 1º socorrista deverá posicionar-se junto da cabeça da vitima, dispondo as mãos de


cada lado da cabeça da mesma.

A imobilização da cabeça deve ser efetuada com ambas as mãos, colocando do 2º ao


5º dedo e palmas das mãos sob a região occipital e cada um dos dedos polegares na
região temporo-mandibular.

O 1º socorrista deverá manter ligeira tração cefálica (com a cabeça da vitima em


posição neutra) e o alinhamento da coluna cervical segundo o eixo nariz, umbigo e
pés.
VERIFICAR SE AS VIAS AÉREAS
ESTÃO PERMEÁVEIS

 Se a vítima estiver inconsciente, abra-lhe as vias aéreas


com hiperextensão do pescoço e protrusão ou tração
mandibular;
Verifique: vomito, sangue ou alimento que possa obstruir as vias
aéreas. Examine os dentes para se certificar de que não caiu nenhum
para o fundo da garganta. Verifique a existência de próteses
removíveis e, caso exista, retire-as
VERIFICAR SE A VÍTIMA ESTÁ RESPIRANDO

 Ver movimentos respiratórios;


 Ouvir a expiração;

 Sentir o ar sendo exalado.


Se a vítima estiver inconsciente, mas apresente sinais de
respiração, coloque-a na posição de recuperação. A vítima
deverá ser rolada em bloco, preferencialmente para o lado
esquerdo porque facilita o retorno venoso.
NÃO ESTIVER RESPIRAND
Aplique duas insuflações normais, cada uma com duração
de 1 segundo e observe a expansão dos pulmões;
VERIFICAR SE A VÍTIMA APRESENTA PULSO

 Se as insuflações entrarem, procure pulso por no máximo


10 segundos.

A ausência de pulso carotídeo em vítimas com mais de um ano, assim


como, ausência de pulso braquial em menores de 1 ano de idade, constitui
sinal de parada cardíaca.
SE NÃO HOUVER
PULSO?
Inicie imediatamente as manobras de RCP - Ciclos de 30
compressões e duas insuflações (2 minutos = 5 ciclos)
Re-avalie a cada 5 ciclos.
 Se o pulso estiver conclusivamente presente, mas sem
respiração, aplique apenas insuflações;

 Se o peito não subir com as insuflações, reveja a técnica de


abrir vias aéreas e tente insuflar novamente;

 Se ainda assim o peito não subir com a insuflação, conclua


que há obstrução de vias aéreas - aplique 30 compressões
torácicas, observe a cavidade oral, remova qualquer objeto
visível - aplique 2 insuflações.
A IMPORTANCIA DAS MANOBRAS DE RCP

A Reanimação cardiopulmonar (RCP) constitui um


conjunto de manobras destinadas a garantir de forma
artificial a oxigenação dos órgãos quando a circulação
sanguínea de uma pessoa pára.
Nesta situação, se o sangue não for bombeado para os
órgãos vitais, como o cérebro e o coração, esses evoluem
para um processo de falência pondo em sério risco a vida da
vítima.
As lesões cerebrais surgem logo após três minutos e as
possibilidades de sobrevivência são quase nulas depois de
oito.
Caso se proceda à oxigenação artificial da vítima com
RCP imediatamente após a parada cardiorrespiratória, ainda é
provável que essa pessoa possa sobreviver.
Uma vez iniciadas, as manobras não poderão ser
interrompidas por mais de dez segundos, exceto se a
respiração e pulso espontâneos voltarem.
RCP em vítimas acima de 8 anos:

Local: Linha mamilar.

Técnica de compressão: Dois braços estendidos


perpendiculares ao esterno.

Amplitude: 4 – 5 centímetros.

Freqüência: 30:2 - 1 ou 2 socorristas


(checar após 5 ciclos).

Pulso: Carotídeo/femoral.

Desobstrução de vias Compressões abdominais


aéreas (vítima consciente) (Manobra de Heimlich).
RCP em vítimas de 1 a 8 anos (crianças):

Local: Linha mamilar.

Técnica de compressão: Um braço estendido perpendicular ao


esterno.

Amplitude: 2,5 - 4 centímetros.

Freqüência: 30:2 (1ou 2 socorristas)


Checar após 5 ciclos

Pulso: Carotídeo / femoral.

Desobstrução de vias Compressões abdominais


aéreas (vítima consciente) (Manobra de Heimlich).
RCP em vítimas até 1 ano:

Local: Linha mamilar

Técnica de compressão: Dois dedos.

Amplitude: 1,5 – 2,5 centímetros.

Freqüência: 30:2 (1 ou 2 socorristas)


Checar após 5 ciclos
Pulso: Braquial.

(3:1 em neonatal)

Desobstrução de vias aéreas Alternar cinco tapinhas nas costas e


(vítima consciente) cinco compressões no peito.
PRODUÇÃO E DIREÇÃO:
Prof. Aurélio Albuquerque

COLABORAÇÃO:
Coord. Ericka Carneiro
1ª Monitora – Josilene

COLABORAÇÃO ESPECIAL:
Major BMPE - Marconni

.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Parte II

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

Objetivo

Na Avaliação Secundária o objetivo será verificar e


intervir nas lesões que, inicialmente, não comprometem a
vida do acidentado mas, se não forem tratadas de forma
correta, poderão trazer comprometimentos nas horas
seguintes.
O primeiro passo da Avaliação Secundária consiste em
aplicar a escala de coma de Glasgow, através da qual, o
socorrista poderá mensurar o comprometimento
neurológico da vítima, de acordo com:

Melhor abertura ocular;


Melhor resposta verbal;
Melhor resposta motora.

Logo em seguida, deverá aferir o pulso, a freqüência


respiratória a pressão arterial e realizar o exame céfalo-
caudal, visando identificar sinais e sintomas de trauma.
ESCALA DE COMA DE GLASGOW

A soma da pontuação traduz as condições


neurológicas da vítima:

 De 13 a 15 pontos – Lesão encefálica leve;


 De 9 a 12 pontos – Lesão encefálica moderada;
 De 3 a 8 pontos – Coma.
MELHOR RESPOSTA OCULAR
Olhos abrem espontaneamente com movimentos normais. 4 pontos
Olhos abrem sob estímulo verbal. 3 pontos
Olhos abrem sob estímulo doloroso. 2 pontos
Olhos não abrem. 1 ponto
MELHOR RESPOSTA VERBAL
Orientado. 5 pontos
Conversação confusa. 4 pontos
Palavras inapropriadas 3 pontos
Sons incompreensíveis. 2 pontos
Sem resposta verbal 1 ponto
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Obedece à comandos. 6 pontos
Ao receber estímulo doloroso, localiza a dor e retira. 5 pontos
Retirada à dor. 4 pontos
Flexão anormal (decorticação). 3 pontos
Extensão anormal (descerebração). 2 pontos
Não responde ao estímulo doloroso 1 ponto
13 a 15 pontos - leve; 9 a 12 pontos - moderada; 3 a 8 pontos - Coma.
EXAME CÉFALO-CAUDAL

Objetivo:

Procurar, através da observação e palpação, por sinais


e sintomas que possam indicar a existência de traumas,
seguindo a seqüência seguinte:
 Cabeça;
 Pescoço;
 Tórax;
 Abdome;
 Pelve;
 Membros superiores (MMSS);
 Membros inferiores (MMII).
OLHOS NOS OLHOS!

ISOCÓRICAS
Normais - simétricas e
fotorreagentes.

MIDRÍASE – Ambiente com pouca luz, MIOSE – Ambiente com muita luz,
anóxia ou hipóxia severa, fármaco, intoxicações exógenas,
fármaco, cocaína, maconha, heroína, morfina, ópio, etc.
haxixe, LSD, cola, etc.

ANISOCÓRICAS – AVC, TCE


AMPLA

É importante colher informações da vítima e/ou testemunhas,


a cerca das seguintes questões:

A – A vítima é Alérgica?;

M – Faz uso de alguma Medicação?;

P – Tem alguma Patologia prévia?;

L – Local do acidente, eventos associados, mecanismo do


trauma e ambiente do acidente?;

A – Alimentação, horário da última refeição.


HEMORRAGIA
CLASSIFICAÇÃO:

Interna: Ocorre quando há o rompimento do vaso sanguíneo,


e o sangramento se dá internamente por não haver solução de
continuidade na pele. Com o aumento do volume derramado,
poderá ocorrer extravasamento de sangue pelas cavidades
naturais;

Externa: Há solução de continuidade da pele;

Arterial: Ocorre lesão de uma artéria, causando um


sangramento de grande proporção eis que as artérias
transportam alto volume sanguíneo. Apresentam jatos fortes,
pulsação e coloração vermelho vivo;

Venosa - Ocorre lesão de uma veia, sendo uma hemorragia de


menor porte e de cor mais escura.
CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO

Ocorre devido a processos hemorrágicos que levam à


perda aguda de sangue e por conseguinte, falência do
sistema cardiocirculatório, resultando em uma inadequada
perfusão e oxigenação dos tecidos e irrigação dos órgãos
vitais, como: coração, pulmão, cérebro, rins e o fígado. Não
havendo intervenção imediata, tais órgãos serão lesionados e
a vítima poderá evoluir ao óbito.
SINAIS E SINTOMAS
DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO:

 Cianose;
 Sudorese;
 Taquicardia;
 Taquipnéia
 Sede;
 Pulso filiforme;
 Pressão Arterial (PA) baixa;
 Perfusão capilar lenta ou inexistente;
 Tontura e/ou perda de consciência.
MEDIDAS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)
PARA PREVENIR O CHOQUE HIPOVOLEMICO HEMORRÁGICO

 Realizar técnicas de hemostasia;

 Posicionar a vítima em decúbito dorsal;

 Afrouxar roupas e retirar calçados;

 Elevar membros inferiores de 20 a 30 cm (quando não


existir suspeita de TRM);

 Agasalhar a vítima.
CASOS MAIS COMUNS DE HEMORRAGIA
E AS TÉCNICAS DE HEMOSTASIA
HEMATÊMESE – Sangramento originário do sistema digestório
alto (esôfago, estômago e duodeno), ocorrendo normalmente
por vômito, com ou sem restos alimentares. Costuma ter
coloração escura como borra de café.

hemostasia:
 Manter a vítima em decúbito dorsal;
 Por bolsa de gelo sobre a região epigástrica;
 Não permitir que a vítima ingira absolutamente nada;
 Em caso do vômito, lateralizá-la;
 Removê-la para o hospital.
HEMOPTISE – sangramento de origem do aparelho respiratório,
em geral dos pulmões e/ou árvore brônquica, apresenta uma
coloração vermelho rutilante, espumante e é expelido por tosse.

Hemostasia:
 Não utilizar gelo nesse tipo de hemorragia;
 Posicionamos a vítima recostada tentando acalmá-la;
 Em caso da vítima tornar-se inconsciente, adotar posição
lateral;
 Remover ao hospital.
ESTOMATORRAGIA – Sangramento proveniente da cavidade
oral, incluindo as hemorragias dentárias.

Hemostasia:
 Utilizar roletes de gaze sobre a lesão, fazendo
compressão, similar ao procedimento que os dentistas
utilizam;
 Realizar crioterapia.
OTORRAGIA – sangramento pelo conduto da orelha
externa. → Não se faz tamponamento.

EPISTAXE – sangramento pelas narinas.

Hemostasia:
 Realizar compressão manual e posicionar a cabeça da vítima
inclinada à frente 45º;
 Pode-se utilizar gelo juntamente com a compressão nos casos de
trauma;
 Em último caso, fazemos o tamponamento anterior, utilizando
roletes de gaze com vaselina;
 Após os primeiros dez minutos recomenda-se não assoar o nariz.
TÉCNICAS DE HEMOSTASIA
NOS TRAUMAS DE EXTREMIDADES
E DEMAIS LESÕES TRAUMÁTICAS.

 Pressão direta;
 Curativo compressivo;
 Elevação do membro;
 Pressão indireta;
 Curativo oclusivo.

Não aplicar gelo em ferimentos abertos, mucosas, globo ocular e genitália.


PRESSÃO DIRETA:

Pressão exercida com as mãos utilizando gaze,


compressa, bandagens ou similar sobre o local.
CURATIVO COMPRESSIVO:

O socorrista deverá colocar mais gaze quando as


primeiras camadas estiverem umedecidas de sangue, utilizando
ataduras de crepe para manter compressão na lesão, tendo o
cuidado para não comprometer a perfusão capilar periférica.
ELEVAÇÃO DO MEMBRO:

Auxilia o controle do sangramento nos membros


superiores e/ou inferiores em função da ação gravitacional.

Elevar membros inferiores de 20 a 30 cm quando não existir suspeita de TRM


PRESSÃO INDIRETA (PONTO DE PRESSÃO):

Visa reduzir a luz da artéria que nutre a região do ferimento,


diminuindo o fluxo sangüíneo sem, todavia, impedir a irrigação.
CURATIVO OCLUSIVO:

Similar ao compressivo. O que difere é uma maior


compressão.
PARTE IV - QUEIMADURAS
QUEIMADURAS

São lesões corporais


produzidas pelo contato com
agente térmico, radioativo,
químico ou elétrico, Podendo
causar a destruição parcial ou
total das camadas do tecido
epitelial, atingindo músculos,
ossos e órgãos internos.
PROFUNDIDADE DAS QUEIMADURAS:
Queimadura de 1º grau
atinge a epiderme:

Sinais e sintomas
 Dor leve a moderada;
 Formigamento;
 Hiperestesia;
 Eritema;
 Discreto ou nenhum edema.
Queimadura de 2ºgrau
atinge a epiderme e a derme:

Sinais e sintomas
 Dor moderada a severa
 Hiperestesia
 Hiperemia.
 Flictena
 Úmida.
 Aparência rósea
 Ou embranquecida.
Primeiros Socorros nas
queimaduras de 1º e 2º graus

 Resfriamento da lesão com água corrente durante 10


minutos;
 Retirar jóias e adereços;
 Não aplicar gelo, manteiga, óleo, creme dental ou
qualquer outra substância nem fure as bolhas.
 Não retire roupa queimada aderida à pele da vítima.
Queimadura de 3º grau
atinge a hipoderme. Podendo
afetar os tecidos subjacentes.

Sinais e sintomas
 Aparência esbranquiçada,
endurecida e carbonizada;
 Vasos trombosados;
 Hipotermia;
 Indolor;

CAUSAS MAIS COMUNS – Contato direto com chamas, produtos inflamáveis,


produtos químicos e corrente elétrica.
PRIMEIROS SOCORROS
NAS QUEIMADURAS DE 3º GRAU:

 Apagar as chamas do corpo da vítima;

 Resfriar a área queimada usando gaze umedecida com água;

 Prevenir a hipotermia;

 Retirar jóias e adereços;

 Não tentar retirar a roupa queimada que esteja aderida à pele;

 Monitorar Sinais Vitais (SSVV);

 Remover imediatamente ao hospital.


INSOLAÇÃO (QUEIMADURA RADIOATIVA)
Ocorre devido à exposição prolongada aos raios solares.

SINAIS E SINTOMAS:

Temperatura do corpo elevada;


Pele quente, avermelhada e seca;
Diferentes níveis de consciência;
Falta de ar;
Desidratação;
Dor de cabeça, náuseas e tontura.
INTERMAÇÃO

Ocorre devido à ação do calor em lugares fechados e não arejados


(fundições, padarias, caldeiras etc.) e intenso trabalho muscular.

SINAIS E SINTOMAS

 Temperatura do corpo elevada;


 Pele quente, avermelhada e seca;
 Diferentes níveis de consciência;
 Falta de ar;
 Desidratação;
 Dor de cabeça, náuseas e tontura;
 Insuficiência respiratória.
PRIMEIROS SOCORROS
(Insolação e intermação)

 Remover a vítima para lugar fresco e arejado;


 Baixar a temperatura do corpo de modo progressivo,
envolvendo-a com toalhas umedecidas;
 Oferecer líquidos em pequenas quantidades e de forma
freqüente;
 Mantê-la deitada;
 Avaliar nível de consciência, pulso e respiração;
 Providenciar transporte adequado;
 Encaminhar para atendimento hospitalar.
QUEIMADURA QUÍMICA:

A exposição da pele e/ou mucosas à produtos químicos


(ácidos e álcalis) pode causar queimaduras graves.

A gravidade das lesões dependerá da concentração e da quantidade


do produto, duração e modo de contato com a pele, extensão
corporal exposta ao agente e do mecanismo de ação da substância.
PRIMEIROS SOCORROS NAS
QUEIMADURAS QUÍMICAS:

 Despir a vítima (apenas o necessário);


 Remover a substância diluindo-a com água corrente em
abundância;
 Evite que a água misturada ao produto se espalhe afetando
outras áreas do corpo da vítima;
 Utilize EPI e fique atento, pois, dependendo do mecanismo de
ação da substância as luvas de borracha podem ser corroídas;
 Quando possível, fornecer ao médico o rótulo do produto ou
informações do mesmo;
 Conduzir ao hospital ou aguardar o SAV.
QUEIMADURA ELÉTRICA
Produzida pelo contato com a corrente elétrica.

O choque elétrico pode provocar


desde um leve formigamento,
podendo chegar à fibrilação, PCR, e
queimaduras graves.
PRIMEIROS SOCORROS
NAS QUEIMADURAS ELÉTRICAS:

 Interromper o fluxo da corrente elétrica;

 Chamar a companhia de energia elétrica nos acidentes em via


pública;

 Garantir permeabilidade das vias aéreas com controle da coluna


cervical;

 Realizar RCP, se for constatada PCR;

 Realizar curativos e imobilizações nas lesões existentes;

 Transportar para o hospital monitorando pulso e respiração ou


preferencialmente aguardar o Suporte Avançado de Vida.
TRAUMAS
•Feridas;
•Fraturas;
•Luxações;
•Entorse;
•Distensão muscular;
•Contusão muscular;
•Lesões do couro cabeludo;
•Trauma crânio encefálico;
•Trauma Raquimedular;
•Transporte da vítima;
•Acidente Vascular Cerebral (AVC);
•Desmaio;
•Convulsão.
FERIDAS

São lesões traumáticas da pele ou dos tecidos


subjacentes, podendo ocasionar um variável grau de dor,
sangramento, laceração e contaminação.
PRIMEIROS SOCORROS

 Antes de qualquer atitude, se a ferida apresenta sangramento,


realize hemostasia;

 Lave o ferimento preferencialmente com soro fisiológico ou água e


sabão neutro;

 Cubra a ferida com gaze esterilizada, na ausência, pano limpo;

 Não use pomadas, nem qualquer outro produto que possa causar
reação alérgica.

Gelo não pode ser usado em ferimentos abertos, nem em mucosas, globo ocular e
genitália. Devendo ser aplicado envolto por saco plástico ou pano.
NUNCA TENTE RETIRAR
NENHUM OBJETO
QUE ESTEJA ENCRAVADO
FRATURA

É qualquer interrupção na continuidade de um osso.


OS TRAUMAS DE EXTREMIDADES
E O RISCO DE VIDA.

Isoladamente, não denotam risco de vida para a vítima.


Quando o trauma está associado a lesão vascular,
mutilação e fraturas abertas do fêmur com hemorragia,
podem levar a vítima ao óbito.

O pronto emprego dos primeiros socorros são fundamentais, eis que a situação
requer controle imediato de hemorragias externas e imobilização do membro
traumatizado.
FRATURA FECHADA (simples)
A pele não foi perfurada
FRATURA ABERTA (exposta)

O osso se quebra atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que se estende
desde o osso fraturado até a pele.
SINAIS E SINTOMAS

 Deformidade;
 Dor;
 Equimose;
 Edema;
 Hiperemia;
 Impotência funcional;
 Fragmento exposto;
 Crepitação.

EQUIMOSE - Infiltração do sangue extravasado no tecido Subcutâneo.


HIPEREMIA - Aumento da irrigação sanguínea de um órgão ou região do corpo,
provocando a distensão dos vasos sanguíneos.
PRIMEIROS SOCORROS

 Mobilizar o membro levantando-o pelas articulações, exercendo


tracionamento;
 Jamais tentar colocar o osso no lugar;
 Imobilizar o membro tendo atenção para estabilizar toda a área,
antes e após a lesão;
 Checar o pulso distal da fratura;
 Nas fraturas abertas, proteger a lesão com um curativo simples, sem
comprimir o local.
LUXAÇÃO
É o desencaixe de uma articulação,
causando ruptura de ligamentos e da cápsula articular

As articulações geralmente lesadas são o


ombro, cotovelo, dedo, quadril e tornozelo.
SINAIS E SINTOMAS DE LUXAÇÃO

 Alteração anatômica da articulação;


 Dor local;
 Impotência funcional da articulação e dor, na tentativa
de movimentá-la;
 Equimose;
 Edema.

EQUIMOSE - Infiltração do sangue extravasado no tecido Subcutâneo.


EDEMA – Acúmulo patológico de líquido = inchado.
ENTORSE

Ocorre quando uma articulação realiza um movimento além


do seu grau de amplitude normal, lesionando os ligamentos
daquela articulação.

Os locais mais comuns de entorses são as articulações do joelho e tornozelo


SINAIS E SINTOMAS DE ENTORSE

 Edema;

 Hematoma;

 Pode ou não apresentar impotência funcional;

 Pode ou não apresentar dor a palpação;

 Em alguns casos, pode ocorrer alteração


anatômica da articulação

HEMATOMA – Tumor formado por sangue extravasado.


PRIMEIROS SOCORROS
(Luxação e entorse)

 Realizar crioterapia;
 Imobilizar a articulação comprometida e a região acima
e abaixo;
 Jamais tentar mobilizar a articulação ou tentar colocar
na posição anatômica;
 Manter a área em repouso.
DISTENSÃO MUSCULAR

A distensão muscular é uma lesão traumática aguda na


unidade músculo-tendinosa (UMT), em função de um
alongamento exagerado do músculo acompanhado de algumas
rupturas de fibras musculares.

A falta de aquecimento, alongamento e o cansaço


muscular, são fatores que podem levar a uma distensão, mas o
agente causal é sempre um movimento forte de rápida
contração ou movimento exagerado contra uma grande
resistência.
SINAIS E SINTOMAS

 Dor intensa em fisgada;

 Dor à contração isométrica do músculo;

 Dificuldade de realizar adequadamente os movimentos;

 Eventualmente surge equimose.


CONTUSÃO MUSCULAR

É uma lesão traumática aguda


decorrente de trauma direto aos
tecidos moles, causando dor e
edema.

A contusão varia de leve até uma


grande infiltração de sangue nos
tecidos adjacentes.
A vítima sente, inicialmente, dor
variável ou desconforto e
conforme a gravidade do caso,
quando a pessoa esfria,
desenvolve-se rigidez, dor e
edema.
PRIMEIROS SOCORROS
(Distensão e contusão)

 Realizar crioterapia;

 Imobilizar a área comprometida e a região acima e


abaixo através de enfaixamento;

 Manter a área em repouso, em posição elevada.


LESÕES DO COURO CABELUDO

Embora apresente uma aparência sinistra, não costumam


causar alterações fisiológicas relevantes, contudo, em crianças
pode levar à um quadro de choque hipovolêmico.
PRIMEIROS SOCORROS

 Manter a vítima sentada;

 Localizar e avaliar a lesão;

 Observar se na lesão há fratura de crânio ou corpo estranho;

 Nunca retirar fragmentos ósseos;

 Observar se há perda de LCR;

 Conter o sangramento através de compressão;

 Remover ao hospital.
TCE – TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO

Consiste em alterações Anátomo-funcionais decorrentes da


ação de agentes físicos sobre crânio, afetando por conseguinte
as estruturas subjacentes.
SINAIS E SINTOMAS:

 Perda de sangue pelas narinas ou ouvidos;


 Inconsciência ou não;
 Náuseas ou vômito;
 Tontura ou desmaio;
 Cefaléia;
 Lapso de memória;
 Deformidade anatômica;
 Rinoliquorragia;
 Otoliquorragia;
 Sangramento e edema decorrente trauma facial.

Anisocoria
PRIMEIROS SOCORROS

 Verificar o mecanismo do trauma;


 Se a vítima estiver consciente, perguntar se está com dor de
cabeça tontura e/ou vontade de vomitar;
 Questionar testemunhas se a vítima desmaiou e/ou vomitou
(procurar indícios no local);
 Verificar se houve perda de consciência e amnésia;
 Promover a permeabilidade da via respiratória;
 Palpar a cabeça procurando indícios de trauma;
 Realizar hemostasia;
 Verificar estado neurológico através da Escala de Coma;
Posicionar vítima em decúbito dorsal com o pescoço estabilizado.

Toda vítima de TCE necessita de cuidados médicos imediatos, portanto, a equipe


de Resgate deverá ser informada da situação.
TRM - TRAUMA RAQUIMEDULAR

O trauma raquimedular é uma


agressão à medula espinhal que pode
ocasionar danos neurológicos, tais como
alteração das funções motora, sensitiva e
autônoma.
A medula espinhal é a principal via de comunicação entre o
cérebro e o restante do organismo, é protegida pelos ossos da coluna
vertebral (vértebras). A parte anterior da medula espinhal contém os
nervos motores, os quais transmitem informações aos músculos e
estimulam o movimento. A parte posterior e as partes laterais contêm
os nervos sensitivos, os quais transmitem informações ao cérebro
sobre o tato, a posição, o calor e o frio.

Fonte: Manual Merck. Sharp Merck. Ed. Manole 2002


Quando a medula espinhal é
lesada em um acidente, a sua
função pode ser total ou
parcialmente destruída em
qualquer parte do corpo
abaixo do nível da lesão. Os
danos à medula espinhal
variam de uma concussão
transitória até uma
transecção completa da
mesma, tornando a vítima
paralisada abaixo do nível da
lesão traumática.
SINAIS E SINTOMAS

 Dor local intensa;

 Diminuição da sensibilidade, formigamento ou


dormência em membros inferiores e/ou superiores;

 Paralisia dos segmentos do corpo, abaixo da lesão;

 Perda do controle esfincteriano.

Todas as vitimas inconscientes deverão ser consideradas e tratadas como


portadoras de lesões na coluna.
Veja na figura ao lado o nível
da lesão e os efeitos
associados.
PRIMEIROS SOCORROS

 Mantenha a vítima em decúbito dorsal sob repouso absoluto;


 Evite o estado de choque;
 Imobilizar o pescoço utilizando o colar cervical;
 Movimentar a vítima em bloco, impedindo movimentos bruscos do
pescoço e do tronco;
 Colocar em prancha de madeira;
 Encaminhar para atendimento hospitalar conforme item “transporte da
vítima” vivenciado nas aulas práticas.
Transporte da vítima

 O transporte de acidentados deve ser feito por equipe


especializada em resgate (Corpo de Bombeiros, SAMU,
outros).

 O rolamento e o transporte realizado de forma imprópria


poderão agravar as lesões causando seqüelas irreversíveis
à vítima.

 A vítima somente deverá ser transportada nos casos onde


não seja possível contar com equipes especializadas em
resgate.
Três socorristas
Um segura a cabeça e costas, o outro, a cintura e a parte
superior das coxas. O terceiro segura a parte inferior das coxas
e pernas. Os movimentos das três pessoas devem ser
simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna,
coxas e pernas.
Quatro socorristas
Semelhante ao de três pessoas. A quarta pessoa imobiliza a
cabeça da vítima impedindo qualquer tipo de deslocamento.
AVC – ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Conhecido como derrame cerebral, pode ser de dois tipos:

 Acidente vascular isquêmico – falta de circulação numa área do


cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por
ateromas, trombose ou embolia. Ocorre, em geral, em pessoas mais
velhas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial,
problemas vasculares e fumantes;

 Acidente vascular hemorrágico – sangramento cerebral provocado


pelo rompimento de uma artéria ou vaso sangüíneo, em virtude de
hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue,
traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é
mais grave.
AVC é uma emergência médica. O paciente deve ser
posto em repouso absoluto e encaminhado imediatamente para o hospital.
SINAIS E SINTOMAS:

Acidente vascular isquêmico


 Perda repentina da força muscular e/ou da visão;
 Dificuldades da fala;
 Tonturas;
 Formigamento num dos lados do corpo;
 Alterações da memória.

Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios Ataque Isquêmico


Transitório (AIT). Nem por isso deixam de exigir cuidados médicos imediatos.

Acidente vascular hemorrágico


 Cefaléia;
 Edema cerebral;
 Aumento da pressão intracraniana;
 Náuseas e vômitos;
 Déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente vascular
isquêmico
DESMAIO

É a perda súbita e temporária da consciência e da força


muscular, geralmente devido à diminuição de oxigênio no
cérebro, tendo como causas: hipoglicemia, fator emocional,
dor extrema, ambiente confinado, etc.

 Colocar a vítima em local arejado


e afastar curiosos;
 Deitar a vítima na posição
anti-choque;
 Afrouxar as roupas;
 Encaminhar para atendimento
hospitalar.
CONVULSÃO

Perda súbita da consciência acompanhada de contrações


musculares bruscas e involuntárias, conhecida popularmente
como “epilepsia”. Causas variadas: epilepsia, febre alta,
traumatismo craniano, etc.

 Proteger a cabeça e o corpo


de lesões;
 Afastar objetos existentes ao
redor da vitima;
 Lateralizar a cabeça em caso
de vômitos;
 Afrouxar as roupas e deixar a
vítima debater-se livremente;

Nas convulsões por febre alta diminuir a temperatura do corpo, envolvendo-o com
pano embebido Por água.
Fim deste módulo, parabéns por sua
participação.

Não esqueça os cuidados com a


Biossegurança!
Intoxicações e
envenenamentos
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS

O envenenamento ou intoxicação resulta da penetração de


substância tóxica/nociva no organismo. Os meios de entrada
são: pele, aspiração e ingestão.

Sinais e sintomas
 Dor e sensação de queimação nas vias de penetração e
sistemas correspondentes;
 Hálito com odor estranho;
 Sonolência, confusão mental, alucinações e delírios, estado
de coma;
 Lesões cutâneas;
 Náuseas e vômitos;
 Alterações da respiração e do pulso.
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS
POR INGESTÃO

 Medicamentos, plantas, alimentos estragados, a primeira


medida é provocar vômito oferecendo bastante líquido;
 Não provoque o vômito, se a pessoa estiver desmaiada ou
em convulsões nem se a intoxicação foi provocada por
produtos derivados de petróleo, por pesticidas ou
substâncias cáusticas ou corrosivas (ácido muriático, soda
cáustica, etc.);
 Guarde a embalagem do produto, restos da substância ou
o material vomitado, para facilitar a identificação pelo médico;
 No caso de remédios, tente descobrir quantos
comprimidos foram engolidos e, quando ocorreu a ingestão;
 Nunca dê bebida alcoólica para um intoxicado,
remova imediatamente ao hospital.
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS

Primeiros socorros
Pele
 Retirar a roupa impregnada;
 Lavar a região atingida com água em abundância;
 Substâncias sólidas devem ser retiradas antes de lavar com
água;
 Agasalhar a vítima;
 Encaminhar para atendimento hospitalar.

Aspiração
 Proporcionar boa ventilação;
 Abrir as vias áreas respiratórias;
 Encaminhar para atendimento hospitalar.
ANIMAIS PEÇONHENTOS OU VENENOSOS?

 Animais peçonhentos – Possuem glândula de veneno que


se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões
inoculadores do veneno;

 Animais venenosos – Possuem o veneno, todavia, não tem


um aparelho inoculador (dentes, ferrões). Provocam
envenenamento por contato (lagartas), por compressão
(sapo) ou por ingestão (peixe-baiacu).

 No mundo existem cerca 3 mil espécies de cobras. no


Brasil, existem 250 dentre as quais, pelo menos 70 são
venenosas, dessas, apenas 04 espécies são peçonhentas.
PICADAS E FERROADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Uma vez injetado no corpo humano, o veneno poderá


causar reações orgânicas que são classificadas em quatro
grupos:

1. Anticoagulante;
2. Hemolítica;
3. Neurotóxica;
4. Proteolítica.
MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO

1. Anticoagulante – O veneno atua destruindo o fibrinogênio, fazendo


com que o sangue não coagule, podendo levar o indivíduo ao óbito
por hemorragia.
2. Hemolítica – Ao atingir a corrente sanguínea, esse tipo de veneno
age destruindo as hemácias do sangue provocando uma anemia
hemolítica aguda, e levará o indivíduo ao óbito, por asfixia celular.
3. Neurotóxica – O veneno age sobre o SNC causando mudanças no
equilíbrio, consciência, distúrbios na visão e demais sentidos, ptose
palpebral, dormência no local da picada ou mordedura, podendo levar
o indivíduo ao estado de choque, a IRA e consequentemente ao óbito.
4. Proteolítica - Após injetado, o veneno desencadeia um processo de
decomposição das proteínas, causando a necrose do tecido, caso não
seja tratado em tempo hábil, poderá causar por conseguinte a perda
do membro afetado, e até o óbito.
PICADAS E FERROADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Sinais e sintomas
 Marcas da picada;
 Dor, edema;
 Manchas roxas, hemorragia;
 Febre, náuseas;
 Sudorese, urina escura;
 Calafrios, perturbações visuais;
 Eritema, cefaléia;
 Distúrbios visuais;
 Queda das pálpebras;
 Convulsões;
 Dispnéia.
PRIMEIROS SOCORROS
COBRAS

 Havendo possibilidade, capturar o animal agressor;


 Manter a vítima deitada em repouso absoluto;
 Se a picada for na perna ou braço, mantenha-os em posição mais elevada
que o coração;
 Lavar a picada com água e sabão;
 Colocar gelo ou água fria sobre o local;
 Remover anéis, relógios, prevenindo assim complicações decorrentes do
inchaço;
 Encaminhar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo,
para que possa receber o soro em tempo;
 Não fazer garroteamento ou torniquete;
 Não aspirar (chupar) o local na tentativa de retirar o veneno;
 Não cortar ou perfurar o local da picada nem usar quaisquer produtos.
IDENTIFICAÇÃO DAS SERPENTES PEÇONHENTAS

 Anéis coloridos;
 Guizo;
 Fosseta loreal.
IMAGENS PARA COMPARAÇÃO E ANÁLISE
QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO

A s e r p e n te p o s s u i a n é is c o lo r id o s ?

N ão S im
P o s s u i fo s s e ta lo r e a l? C o b ra c o ra l

S im N ão
É p e ç o n h e n ta . N ã o é p e ç o n h e n ta

A s e r p e n te p o s s u i g u iz o ?

S im N ão
É c a s c a v e l. A c a ld a é o u r iç a d a ?

N ão S im
É ja ra ra c a É su ru c u c u
Em caso de acidente, ainda que não seja uma cobra venenosa, é
importante ministrar os primeiros socorros adequados, e levar a
vítima a um posto de saúde. Mesmo sem injetar veneno, a cobra
poderá transmitir uma infecção. Não mate as cobras, elas possuem
um papel fundamental no ecossistema, e matanças poderão
desequilibrar o meio ambiente. Lembre-se: Na mata você é o
estranho, enquanto a cobra é parte dela.

CASCAVEL JARARACA SURUCUCU CORAL


jararacuçu, caiçara, urutu, etc.
AÇÃO DO HEMOLÍTICO PROTEOLÍTICA PROTEOLÍTICA NEUROTÓXICA
VENENO NEUROTÓXICO COAGULANTE COAGULANTE
SORO ANTICROTÁLICO ANTIBOTRÓPICO ANTILAQUÉTICO ANTIELAPÍDICO
Picadas e ferroadas de animais peçonhentos

Medidas preventivas
 Usar botas de cano longo e perneiras;
 Proteger as mãos com luvas;
 Combater os ratos;
 Preservar os predadores;
 Cuidado ao calçar o coturno, bota ou qualquer calçado;
 Conservar o meio ambiente.
PICADAS E FERROADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Sinais e sintomas - Escorpiões/Aranhas


 Dor;
 Eritema;
 Inchaço;
 Febre;
 Dor de cabeça.

Primeiros socorros
 Os mesmos utilizados nas picadas de cobras;
 Encaminhar a vítima imediatamente ao serviço de saúde
mais próximo, para avaliar a necessidade de soro específico.
PICADAS E FERROADAS DE INSETOS

Há pessoas alérgicas que sofrem reações graves ou generalizadas,


devido a picadas de insetos (abelhas e formigas).

Sinais e sintomas
 Eritema local que pode se estender pelo corpo todo;
 Prurido;
 Dificuldade respiratória (Edema de glote).

Primeiros socorros
 Retirar os ferrões introduzidos pelo inseto sem espremer;
 Aplicar gelo ou lavar o local da picada com água corrente;
 Encaminhar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais
próximo, para avaliar a necessidade de soro específico.

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