Campanha de 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) Vírgula, aquele sinal incômodo que Isso só ele resolve. às vezes sobra, às vezes falta, e E vilões. outras vezes muda o sentido do texto. Este, juiz, é corrupto. A vírgula pode ser uma pausa... Ou Este juiz é corrupto. não. Ela pode ser a solução. Não, espere. Vamos perder, nada foi resolvido. Não espere. Vamos perder nada, foi resolvido. Ela pode sumir com seu dinheiro. A vírgula muda uma opinião. 23,4. Não quero nem saber. 2,34. Não, quero saber. Pode ser autoritária. Isto serve para lembrar que a vírgula Aceito, obrigado. não é problema de gramática, mas de informação. Aceito obrigado. ABI: 100 anos lutando para que Pode criar heróis. ninguém mude uma vírgula da SINAIS DE PONTUAÇÃO 1 – Vírgula ( , ) 2 – Ponto e vírgula ( ; ) 3 – Dois-pontos ( : ) 4 – Ponto ( . ) 5 – Ponto de Interrogação ( ? ) 6 – Ponto de Exclamação ( ! ) 7 – Travessão ( ─ ) 8 – Parêntesis ( ( ) ) 9 – Aspas ( “ ” ) 10 - Reticências ( ... ) VÍGULA ( , ) Diretamente ligada à sintaxe. REGRAS PARA NÃO USAR A VÍRGULA: 1) Não pode ser usada entre o sujeito e logo após o verbo. Ex.: Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação. 2) A vírgula não pode ser usada entre o verbo e logo após o seu complemento (objeto direto, indireto) ou em predicativo do sujeito. Ex.: Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor sobre a vírgula. - Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula. - Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a vírgula. - Os alunos precisam de, que os professores os ajudem. 3) A vírgula é facultativa entre o complemento de um verbo e logo após um adjunto adverbial. Ex.: Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula ontem à noite. Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula, ontem à noite. 4) A vírgula não pode ser usada entre um substantivo e seu complemento nominal ou adjunto adnominal. Ex.: Todos os alunos, daquele professor entenderam as questões. SVCA 1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto adverbial Ex.: A professora do curso de redação, Cecília Moura Fé, ministra aulas de Português. 2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto adverbial Ex.: Eu estudei, Cecília, toda a aula ontem, ok? 3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto adverbial. Ex.: A professora explicou Pontuação, que é minha maior dificuldade, magistralmente. 4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da passiva Ex.: Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos e amigos. A vírgula no período simples 1) Separa termos de mesma função sintática, numa enumeração. Ex.: Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na redação oficial. 2) Separa aposto explicativo. Ex.: Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. 3) Separa vocativo. Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de votar. 4) Separa predicativos dos sujeitos deslocados. Ex.: Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte. 5) Separa (facultativamente) as expressões para mim, para ti ou para si (ou sinônimos) quando indicam benefício próprio ou posse, independente de sua posição na frase. Ex.: Para mim (,) nada é melhor que acordar depois do meio-dia e dormir depois da meia-noite. 6) Separa os termos (objeto direto ou indireto, normalmente) deslocados de sua posição normal na oração (caso facultativo). Ex.: As explicações sobre vírgula, o professor procurou lhes dar? 7) Separa termos repetidos. Ex.: Aquele aluno era esforçado, esforçado. 8) Separa os adjuntos adverbiais deslocados. Ex.: A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. 9) Separa certas expressões explicativas, retificativas, exemplificativas, como: isto é, ou seja, ademais, saber, melhor dizendo, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com efeito, data vênia, digo. Ex.: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil compreensão. A VÍRGULA NO PERÍODO COMPOSTO 1) Marca a elipse de um verbo (às vezes de seu complemento). Ex.: Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002, Ronaldo. 2) Separa orações coordenadas assindéticas. Ex.: Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as ideias na cabeça... 3) Não separa as orações coordenadas sindéticas aditivas ligadas por e ou nem. Ex.: Aqueles policiais não estão envolvidos em recepção nem procuram envolver-se. 4) Separa as orações coordenadas sindéticas adversativas. Ex.: O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas se arrependeu dias depois. 5) Separa as orações coordenadas sindéticas alternativas (ou... ou..., ora... ora..., quer... quer...) Ex.: Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora decida fazer justamente o avesso. 6) Separa orações coordenadas sindéticas conclusivas. Ex.: Os atores fizeram um grande espetáculo, por isso toda a plateia os aplaudiu efusivamente. 7) Separa as orações coordenadas sindéticas explicativas. Ex.: Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso. 8) Separa as orações subordinadas substantivas deslocadas. Ex.: Que vocês estudam a Língua Portuguesa, todos já sabemos. 9) Separa as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: O homem, que é razoável, saberá evitar uma “Terceira Guerra”. 10) Separa as orações subordinadas adverbiais (sobretudo as que vierem antes da principal ou intercaladas). Ex.: Quando comprei o material, gostei muito. 11) Separa as orações interferentes. Ex.: O mercado financeiro, até ontem eu não estava inteirado nesses assuntos, deve beneficiar mais os pobres este ano. 12) Separa orações reduzidas de gerúndio, particípio ou infinitivo com valor de oração adverbial, de coordenada aditiva (gerúndio) ou de adjetiva explicativa. Ex.: Chegando a carta, avise-me. PONTO E VÍRGULA ( ; ) Marca pausa maior do que a vírgula. (Colabora com a clareza do texto.) 1) Separa orações coordenadas assindéticas, normalmente entre trechos já separados por vírgula (ou outros sinais de pontuação), marcando uma enumeração. Ex.: As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas. 2) Separar vários itens de uma enumeração (frequente em leis). Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (...) 3) Separar orações coordenadas cuja conjunção “implícita” é facilmente percebida. Ex.: Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à aula hoje. (por isso) 4) Separar orações coordenadas adversativas e conclusivas com conectivo deslocado. Ex.: Ficarei com esta; não posso pagá-la à vista, porém. DOIS PONTOS ( : ) 1) Introduzir uma citação (discurso direto). Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas suas respostas.” 2) Introduzir aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: professores, jornalistas, médicos... 3) Introduzir uma explicação ou enumeração após as expressões por exemplo, isto é, ou seja, a saber, como etc. Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Filosofia, Ciências... 4) Marcar uma pausa entre as orações coordenadas (normalmente a relação semântica entre elas é de oposição, explicação/ causa ou consequência). Ex.: Ele já leu muitos livros: pode-se dizer que é um homem considerado culto. 5) Marcar a invocação em correspondências. Ex.: Prezados senhores: PONTO ( . ) Fim de uma frase declarativa. Pode substituir a vírgula, quando o autor quer realçar, enfatizar (não na linguagem formal). Ponto parágrafo. Ponto continuativo. Ponto final. Abreviações. PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? ) 1) Frases interrogativa direta. Ex.: O que faria se só lhe restasse um dia? 2) Entre parênteses para indicar incerteza sobre o que se disse: Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que haveria palavra melhor naquele contexto. 3) Combinado com o ponto de exclamação para denotar surpresa, admiração etc. Ex.: Você não conseguiu chegar no local da prova?! 4) Em interrogações retóricas. Ex.: Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no mundo. Jogaremos comida fora à toa? PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) 1) Exprime admiração, surpresa, assombro, indignação, ordem, etc. Ex.: Coitada dessa menina. 2) Após interjeições usualmente. Ex.: Nossa! Deus do céu! 3) Usado para substituir as vírgulas em vocativos enfáticos. Ex.: “Fernando José! Onde estava até essa hora?” 4) Repetido, para marcar ênfase, intensidade na voz. Ex.: Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara no gol e... perdeu!!! TRAVESSÃO ( ─ ) 1) Indica mudança de interlocutor no diálogo (discurso direto). Ex.: ─ Que gente é aquela, seu Alberto? ─ São japoneses. 2) Coloca em relevo certos termos, expressões ou orações; substitui nestes casos a vírgula, os dois- pontos, os parênteses ou os colchetes. Ex.: Marlene Pereira – sem ser artificial ou piegas – lhe perdoou incondicionalmente. PARÊNTESES ( ( ) ) 1) Colocar em relevo certos termos, expressões ou orações; substitui nestes casos a vírgula ou os travessões. Ex.: Marlene Pereira (sem ser artificial ou piegas) lhe perdoou incondicionalmente. 2) Incluir dados informativos sobre bibliografias (autor, ano de publicação, página etc.) Ex.: Mattoso Câmara (1977 : 91) afirma que, os preceitos da gramática e os registros dos dicionários são discutíveis. 3) Indicar marcações cênicas numa peça de teatro. Ex.: João – Vou com você. Tchau, mãe! (sai pela esquerda) ASPAS (“ ”) 1) Antes e depois de citações textuais. Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma a editora de opinião do jornal. 2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas. Ex.: Não me venham com problemática, que eu tenho “solucionática”. (Dadá Maravilha) 3) Para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes com objetivo irônico ou malicioso. Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão! 4) Quando se citam nomes de mídias, livros etc. Ex.: “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI. RETICÊNCIAS ( ... ) 1) Assinalar a interrupção de pensamento. Ex.: O Presidente da República está ciente... 2) Indicar partes que são suprimidas de um texto. Ex.: Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, ciência dos signos [...]. 3) Para sugerir o prolongamento da fala. Ex.: Mapa astral...? 4) Para indicar hesitação, suspense ou breve interrupção de pensamento. Ex.: Eu não a beijava porque... porque... eu tinha vergonha! 5) Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com malícia, ironia ou outro sentimento. Ex.: Ela é linda...! Você nem sabe como...!
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