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PILHAS DE CORROSÃO

FATORES INTERNOS E EXTERNOS NO PROCESSO


DA CORROSÃO
PILHAS DE CORROSÃO
O surgimento de uma pilha de corrosão na
superfície de um metal é causado pelas
diferenças locais dentro do metal ou na fase
líquida – uma região da superfície apresenta
assim caráter anódico e a outra caráter
catódico.
Na superfície de um metal os locais
anódicos e catódicos não são permanente-
mente separados, podem se alternar
continualmente.
PILHAS DE CORROSÃO
Em caso da corrosão eletroquímica no meio
aquoso a reação anódica é
M → Mn+ + n e-
e a reação catódica
O2+ 4e- + 2 H2O → 4 OH–
(devido ao oxigênio dissolvido na água)
ou
2 H+ +2 e- → H2
PILHAS DE CORROSÃO
Pilha de eletrodos metálicos diferentes – é uma
pilha de corrosão formada por materiais de natureza
química diferente, é também conhecida como
corrosão galvânica.
Nesta pilha a diferença de potencial que leva à
corrosão eletroquímica é devido ao contato de dois
materiais de natureza química diferente em
presença de um eletrólito.
O metal mais ativo na tabela de potenciais de
eletrodos é que funciona como anodo da pilha, isto
é, cede elétrons, sendo portanto corroído.
Exemplo: Uma peça de cobre e outra de ferro em
contato com a água salgada. O ferro tem maior
tendência de se oxidar que o cobre, o ferro sofrerá
corrosão intensa.
PILHAS DE CORROSÃO
Este tipo de corrosão será tão mais
intenso quanto mais distantes forem os
materiais na tabela de potenciais
eletroquímicos (em nobreza).
Terá também grande influência a relação
entre as áreas catódica e anódica. A
relação deverá ser a menor possível a fim
de se obter um desgaste menor e mais
uniforme na área anódica.
PILHAS DE CORROSÃO

a b Corrosão devido ao contato entre a


Corrosão galvânica de junta chapa de alumínio com o fixador de
rebitada e de junta soldada de aço. O contato destes dois materiais
chapas onde a chapa funciona diferentes somados a presença da
como ánodo (a) e onde a junta água ou umidade, formam uma pilha
funciona como ánodo (b) ou célula de corrosão.
PILHAS DE CORROSÃO

A presença de íons metálicos mais catódicos no


eletrólito poderá ocorrer corrosão devido a
redução dos íons do meio com a conseqüente
oxidação do metal do equipamento ou
instalação.
Por exemplo, a presença de íons Cu 2+ em um
eletrólito em contato com aço tenderá ocorrer a
seguinte reação:
Fe + Cu 2+ → Fe 2+ + Cu
havendo portanto a corrosão do ferro e a
redução (deposição) de Cu.
PILHAS DE CORROSÃO
Pilha de concentração

Nesta pilha os processos corrosivos são ocasionados por variação


na concentração de determinados agentes no meio corrosivo.
Anodo: aquele que estiver imerso na solução mais diluída.
Catodo: aquele que estiver imerso na solução mais concentrada.
PILHAS DE CORROSÃO

Os principais processos corrosivos


por concentração diferencial são:
a) corrosão por concentração iônica
diferencial,
b) corrosão por aeração diferencial.
PILHAS DE CORROSÃO

Na pilha de corrosão por concentração


iônica diferencial a reação anódica é a
dissolução do metal, levando ao aumento
da concentração dos íons e a reação
catódica será a deposição do metal no
catodo, diminuindo a concentração até se
obtém a mesma concentração nas duas
regiões chegando ao equilíbrio.
PILHAS DE CORROSÃO
EXEMPLO
região anódica

região catódica

Os íons de metal se concentram mais juntos aos rebites do que nas


bordas da chapas, devido ao arraste dos mesmos pelo eletrólito,
dando origem ao aparecimento de uma área anódica nas bordas da
junta rebitada.
PILHAS DE CORROSÃO

Corrosão por aeração diferencial - ocorre toda vez


quando tem o mesmo material em contato com o
mesmo eletrólito de concentração uniforme mas que
tem variações na concentração de oxigênio no
eletrólito.
A diferença de concentração do oxigênio origina uma
diferença de potencial. As áreas com contato com a
maior concentração de oxigênio serão catódicas,
enquanto que aquelas com contato com menor
concentração serão anódicas.
PILHAS DE CORROSÃO

A corrosão é mais intensa na parte com deficiência


em oxigênio: sujeiras, trincas, fissuras, etc. atuam
como focos para a corrosão (levando à corrosão
localizada) porque são regiões menos aeradas.
A acumulação de sujeiras, óxidas (ferrugem)
dificultam a passagem de oxigênio agravando a
corrosão.
A corrosão por aeração diferencial ocorre com muita
freqüência na interface de saída de uma estrutura do
solo ou da água para a atmosfera.
PILHAS DE CORROSÃO
Corrosão em frestas
As frestas estão sujeitas a
região catódica formação de pilhas de
aeração diferencial e de
concentração iônica
diferencial.

região anódica

Quando o meio é líquido ocorre preferencialmente as pilhas de


concentração iônica diferencial e quando o meio é gasoso tende a
ocorrer as pilhas de aeração diferencial.
Frestas ocorrem normalmente em juntas soldadas com chapas
sobrepostas, em juntas rebitadas, em ligações flangeadas, em
ligações roscadas, em revestimentos com chapas aparafusadas,
dentre outras situações, geradores de frestas.
PILHAS DE CORROSÃO
Corrosão filiforme
Ocorre sob filmes de
revestimentos,
especialmente de pintura.

Supõe-se que a corrosão


filiforme tem mecanismo
semelhante à corrosão em
frestas, devido à aeração
diferencial provocada por
defeito no filme de pintura.

O processo corrosivo começa nas bordas, na sua progressão


apresentando a interessante característica de refletir com o mesmo
ângulo de incidência em obstáculos.
PILHAS DE CORROSÃO

Pilha de temperaturas diferentes (termogalvánicas)


Pilhas constituídas de um mesmo material metálico imerso
em eletrólito de mesma composição inicial, porém os
eletrodos estão em diferentes temperaturas.
Em geral, o aumento da temperatura aumenta a velocidade
de corrosão, porque aumenta a difusão. Por outro lado, a
temperatura também pode diminuir a velocidade de corrosão
através da eliminação de gases, como é o caso de O2, por
exemplo.
Se as propriedades das películas protetoras formadas sobre
os materiais metálicos (porosidade, volatilidade e
plasticidade) variarem com temperatura pode-se atribuir a
esse fato a variação da velocidade da corrosão.
FATORES INTERNOS NA CORROSÃO
Microestrutura
Os contornos de grão funcionam como região
anódica, devido ao grande número de
discordâncias presentes nessa região.
A presença de diferentes fases no material, leva
a diferentes potenciais e com isso, na presença
de meios líquidos, pode ocorrer corrosão
preferencial de uma dessas fases.
As diferenças composicionais também levam a
diferentes potenciais químicos e com isso, na
presença de meios líquidos, pode ocorrer
corrosão localizada.
FATORES INTERNOS NA CORROSÃO
Influência da microestrutura

a b c

Esquema dos efeitos da microestruta na corrosão eletroquímica


devido a contornos de grão a), devido a presença de diferentes
fases – no aço, b), e devido a diferenças composicionais - nos
aços inox, c).
FATORES INTERNOS NA CORROSÃO
Tensões mecânicas
A presença de tensões
leva a diferentes potenciais
e com isso, na presença
de meios líquidos, pode
ocorrer corrosão
localizada.
A região tensionada têm
um maior número de Esquema da influência das
discordâncias, e o material tensões mecânicas na
fica mais reativo. corrosão
FATORES INTERNOS NA CORROSÃO

Estado da superfície.
Superfícies lisas apresentam maior
resistência do que superfícies rugosas.
As superfícies rugosas favorecem a
condensação capilar da umidade criando
condições de surgimento de um eletrólito.
Cavidades, porosidades, ou trincas,
também funcionam como regiões
anódicas.
FATORES INTERNOS NA CORROSÃO
Água do mar (20 000 ppm de cloretos)

Sem passivação com passivação

Superficie com
Superficie original lixamento (grana 240) eletropolido
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO
Geração do meio corrosivo (efeito de
oxigênio dissolvido).
O oxigênio funciona como controlador dos
processos corrosivos.
Na pressão atmosférica a velocidade de
corrosão aumenta com o acréscimo da taxa de
oxigênio dissolvido.
Isto ocorre por ser o oxigênio um elemento
despolarizante e que desloca a curva de
polarização catódica no sentido de maior
corrente de corrosão.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

Efeito da temperatura e
da concentração do
oxigênio na corrosão da
tubulação de aço baixo
carbono.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

pH do eletrólito.
A maioria dos metais passiva-se em meios básicos
(Fe, Ni, Cd...).
Metais que formam camadas protetoras com caráter
ácido (Ta, Mo, V) se dissolvem em meios básicos.
Os metais Al, Zn, Sn, Pb, Cu são resistentes em meios
neutros e se dissolvem em meios ácidos e básicos,
devido ao caráter amfótero das suas camadas
protetoras de óxidos ou hidróxidos.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

Diagramas de Pourbaix
Correlacionam o potencial e o pH do eletrólito para
prever as condições sob as quais pode-se ter:
corrosão, imunidade ou passividade.
As representações gráficas das reações possíveis a
temperatura de 25 oC sob pressão de 1 atm.
(Valem para vários equilíbrios químicos e
eletroquímicos que podem existir entre o metal e o
eletrólito e por isso não podem ser usados para
prever a velocidades de reações de corrosão.)
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO
Em condições
representadas pela
área acima da linha
azul a há liberação de
oxigênio, e abaixo da
linha azul b há
liberação de
hidrogênio, entre as
duas linhas a água é
termodinamicamente
estável.

As áreas demarcadas com íons correspondem às condições de corrosão


por dissolução. A passividade é representada pelas áreas de óxidos ou
hidróxidos. A região da imunidade corresponde às áreas demarcadas por
Cu(s).
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO
Em condições
representadas pela
área acima da linha
azul a há liberação de
oxigênio, e abaixo da
linha azul b há
liberação de
hidrogênio, entre as
duas linhas a água é
termodinamicamente
estável.

As áreas demarcadas com íons correspondem às condições de corrosão


por dissolução. A passividade é representada pelas áreas de óxidos ou
hidróxidos. A região da imunidade corresponde às áreas demarcadas por
Zn(s).
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

Temperatura.
O aumento de temperatura acelera, de
modo geral, as reações químicas.
Na corrosão as taxas de desgaste
aumentam com o aumento da
temperatura.
Com a elevação da temperatura diminui a
resistividade do eletrólito e conseqüente-
mente aumenta a velocidade de corrosão.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

Efeito da temperatura na
corrosão de aço baixo
carbono em meio de
ácido clorídrico diluído.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

Efeito da temperatura e
da concentração do
oxigênio na corrosão da
tubulação de aço baixo
carbono.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO

Velocidade do movimento do eletrólito.


A velocidade relativa, superfície metálica-
eletrólito, atua na taxa de desgaste de três
formas: para velocidades baixas há um aumento
da taxa da corrosão que se reduz à medida que
a velocidade se aproxima de 8 m/s (para o aço
em contato com água do mar).
Às velocidades mais altas as taxas de corrosão
praticamente se estabilizam voltando a crescer
para velocidades muito altas quando diante de
um movimento turbulento tem se, inclusive, uma
ação erosiva.
FATORES EXTERNOS NA CORROSÃO
Velocidade do movimento do eletrólito
A velocidade relativa, superfície
metálica-eletrólito, atua na taxa de
desgaste de três formas: para
velocidades baixas há um aumento
da taxa da corrosão que se reduz
à medida que a velocidade se
Efeito da velocidade relativa do
aproxima de 8 m/s (para o aço em metal/eletrólito na corrosão do aço em
contato com água do mar). água do mar
Às velocidades mais altas as taxas de corrosão praticamente se
estabilizam voltando a crescer para velocidades muito altas
quando diante de um movimento turbulento tem se, inclusive, uma
ação erosiva.
CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO
A presença de elementos
contaminantes na solução que
percola pelos vazios do concreto
é fator principal para o processo
de destruição de suas
armaduras.
Os vazios do concreto se
enchem de uma solução, e esta
chega a uma determinada
região da superfície da barra de
aço.
Ao longo do corpo da barra de
ferro ocorrem naturais
diferenças de voltagens
favorecendo o surgimento de
pilhas de corrosão.
CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO

Típico mecanismo de corrosão em função da facilidade com que o oxigênio chega à


superfície do aço. No anodo deposita-se hidróxido ferroso, de cor mais amarelada.
Nos catodos adjacentes, com maior área, deposita-se hidróxido férrico, de cor
vermelho-marrom, a verdadeira cor da ferrugem.
CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO
PILHA POR CONTATO BIMETÁLICO

A pilha por contato bimetálico durante o transpasse das


armaduras utilizando-se aço de diferentes procedências.
CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO
PILHA POR AERAÇÃO DIFERENCIAL

Pilha por aeração desigual


provocada pela diferença de
concentração de oxigênio
que chega à superfície do
concreto.
CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO

A viga deste pilar aparentemente está protegida pelo pastilhamento.


No entanto, há desenvolvimento de corrosão nas armaduras sob a
pastilha. É a pilha de aeração desigual ou pilha de oxigênio.
CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO
PILHA POR pH DIFERENCIAL

A simples existência de diferenças de pHs entre regiões do concreto,


provoca a formação de pilhas de corrosão por pH desigual.
SÉRIE GALVÂNICA DAS LIGAS E METAIS

Extremidade anódica (maior susceptibilidade de corrosão) .


Grupo 1 --- Magnésio - Ligas de magnésio .
Grupo 2 --- Zinco - Clad 7075 - Clad 6061 .
Grupo 3 --- 5052 - Clad 2024 .
Grupo 4 --- 6061-T6 - 7075-T6 - 7178 .
Grupo 5 --- Cádmio .
Grupo 6 --- 2017-T4 - 2024-T3 - 2024-T4 - 2014-T6 .
Grupo 7 --- Ferro e aço - Ferro fundido - Cromo .
Grupo 8 --- Aço inox 18-8 .
Grupo 9 --- Chumbo - Estanho - Níquel .
Grupo 10 -- Latão - Cobre - Bronze - Titânio - Monel .
Grupo 11 -- Prata - Ouro - Platina
Extremidade catódica (menor susceptibilidade de corrosão)

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