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MORTE CELULAR

NECROSE
APOPTOSE

Ms. Renan Marson


Adaptação Morte

Processo
Regressivo
Relembrando....
Diminui O2
Perda de fosforilação oxidativa
Glicose anaeróbia
Depleção de ATP
Falha bomba sódio e potássio
Influxo de Cálcio
Redução de glicogênio e síntese de proteínas
Morte celular

Definição: “Perda irreversível das


atividades integradas da célula com
conseqüente incapacidade da
manutenção de seus mecanismos de
homeostasia”
NECROSE

• É a manifestação macroscópica morfológica tardia do


processo de morte celular

• O que determina o padrão de necrose, além,da causa são


as enzimas liberadas pelos lisossomos, leucócitos e
ativadas pelo cálcio.
A morte celular pode seguir a via da necrose ou da
apoptose, sendo a primeira sempre patológica,
enquanto a segunda pode acontecer também em
processos fisiológicos normais do organismo.

As causas mais comuns de lesões celulares são:


ausência de oxigênio (hipóxia); agentes físicos
(traumas, temperatura, radiação, choque); agentes
químicos e drogas;
O estímulo nocivo desencadeará vários processos intracelulares,
como o dano à membrana, que afeta a mitocôndria (levando à
diminuição da produção de ATP e morte celular), os lisossomos
(causando digestão enzimática dos componentes celulares) e a
membrana plasmática em si, culminando na perda do conteúdo
celular. Há também aumento do cálcio intracelular e das espécies
reativas de oxigênio (radicais livres, como o O2-, H2O2, OH-), o
que leva a proteólise e dano ao DNA.

O cálcio ativa muitas enzimas que levam a degradação


celular, como as endonucleases e as proteases.

O metabolismo energético alterado contribuirá para o aumento da


glicólise anaeróbica e diminuição das reservas de glicogênio,
aumentando o ácido lático e fosfatos inorgânicos. Esse aumento de
produção ácida causa diminuição do pH, prejudicando a atividade
de muitas enzimas celulares.
É a deficiência na bomba de cálcio, devido à falta de energia,
que leva ao aumento intracelular dessa substância, conforme o
descrito. Por fim, a diminuição da síntese proteica resulta em
dano às membranas mitocondriais e lisossomais.

A lesão caracteriza-se como reversível enquanto houver


alterações na membrana plasmática (bolhas; redução e
distorções nas microvilosidades; figuras de mielina; ligações
intracelulares mais frouxas), alterações mitocondriais (edema,
densidades amorfas), dilatação do retículo endoplasmático
(separação e desagregação dos polissomos), degeneração
gordurosa e alterações nucleares (desagregação dos
elementos granulares e fibrilares). O dano passa a ser
irreversível na medida em que a célula é incapaz de reverter os
danos mitocondriais (ausência de fosforilação oxidativa e
geração de ATP) e há alterações profundas na função da
membrana.
Pode-se definir necrose como as alterações morfológicas
que acontecem após a morte celular em um tecido vivo,
devido à ação progressiva de enzimas nas células que
sofreram uma lesão letal.

A necrose é o correspondente macroscópico e histológico


da morte celular causada por uma lesão exógena
irreversível.

Assim que a célula morre, ela ainda não é necrótica, pois


esse é um processo progressivo de degeneração.

As células necróticas não conseguem manter a integridade


da membrana plasmática, extravasando seu conteúdo e
podendo causar inflamação no tecido adjacente.
Tipos de Necrose
• Coagulativa ou de Coagulação

• Liquefativa ou de Liquefação

• Caseosa ou de Caseificação

• Gordurosa

• Gangrenosa ou Gangrena
Necrose Coagulativa
• O tecido necrosado tem aspecto de leite gorduroso

• Causas: isquemia, exposição á altas e baixas


temperaturas, exposição á ácidos e bases fortes

• Tecidos acometidos: órgãos com parênquima sólido


Ex: coração, rins, baço e glândulas adrenais
• A necrose de coagulação acontece caracteristicamente
quando da morte celular por hipóxia em todos os tecidos, à
exceção do cérebro.

• Nesse tipo de necrose, predomina a coagulação proteica, e


tende a acontecer em tecidos com alto teor de proteínas.

• Os tecidos afetados apresentam uma textura firme. A


acidose intracelular desnatura proteínas e enzimas,
bloqueando a proteólise celular. Há manutenção da
arquitetura básica e contorno das células por, pelo menos,
alguns dias.
Necrose Coagulativa
• Aspecto Macroscópico:
 Tecido lembra leite coalhado
 Formato triangular
Bordos bem definidos

• Aspecto Microscópico:
 Preservação do contorno celular
Citoplasma dissolvido
Cariólise

Ex: infarto agudo do miocárdio, infarto renal


Necrose Liquefativa
• O tecido necrosado tem aspecto líquido ou gelatinoso

• AUTÓLISE: só ocorre por isquemia cerebral

Aspectos Macroscópicos:
Material liquefeito
Amorfo Destruição de tecido vivo
ou morto por enzimas e
células do próprio
Aspectos Microscópicos: organismo
Restos celulares
Pseudocisto

Ex: infarto cerebral


Necrose Liquefativa
• HETERÓLISE: acomete qualquer tecido que sofra infecção
bacteriana, normalmente estafilococcus ou estreptococcus

Aspectos Macroscópicos:
Material amorfo
Coloração que pode variar de: avermelhado á esverdeado

Aspectos Microscópicos:
Bactérias mortas
Leucócitos degenerados

Ex: infecção por bactérias piogênicas


Necrose Caseosa

• O tecido necrosado apresenta aspecto de queijo

• Tecidos acometidos: Pulmão

• Causas: infecção por ou pelo bacilo de Koch (M. tuberculosis)

Aspectos Macroscópicos:
Material friável
Com aspecto seco

Aspectos Microscópicos:
Células mortas
Leucócitos degenerados
Granulomas
Necrose Gordurosa
• O tecido necrosado apresenta aspecto gorduroso

• NECROSE GORDUROSA ENZIMÁTICA:

Causa: pancreatite aguda

Tecidos acometidos: gordura peri-pancreática e gordura


visceral
Necrose Gordurosa
Aspectos Macroscópicos:
Processo inflamatório
Aumento de tamanho do órgão
Coloração amarelo-ouro brilhante
Pontos brancos

Aspectos Microscópicos:
Adipócitos mortos
Material amorfo
Presença de infiltrado inflamatório leucocitário
Necrose Gordurosa
• NECROSE GORDUROSA TRAUMÁTICA

Causa: trauma mecânico

Tecidos acometidos: gordura abdominal e glândula mamária

Aspectos Macroscópicos:
Hematoma
Rubor
Edema

Aspectos Miccroscópicos:
Material amorfo
Adipócitos mortos com infiltrado inflamatório leucocitário
Tecido fibroso
Necrose Gangrenosa

• Causas: isquemia e exposição á altas temperaturas

• Tecidos acometidos: extremidades corpóreas

• Aspectos Macroscópicos:
Tecido enegrecido
Mumificado
Seco e duro

• Aspectos Microscópicos:
Arquitetura celular preservada
Citoplasma dissolvido
Evolução da Necrose
 Como conseqüência á necrose ocorre um processo inflamatório

 Digestão das células mortas para reabsorção e substituição

 Semelhantes ás destruídas (regeneração)

 Tecido fibroso (cicatrização)

 Esse tecido pode sofrer ainda: calcificação, encistamento ou


eliminação
Evolução da Necrose

Absorção
Drenagem
Regeneração
Cicatrização
Calcificação
Encistamento
Ulceração
Gangrena
• Restos absorvidos –fatores de crescimento –multiplicação
das células

• Estroma pouco alterado –completa regeneração

• Muito grave –distorce a arquitetura do órgão


• Substituição por tecido conjuntivo fibroso

• Alterações vasculares e celulares (inflamação) –fagocitose = fibroplasia e


neovascularização

• Miofibroblasto–retração da ferida

• Deposição de sais de Ca

• Necrose caseosa–mais comum na infância

• Pouco se sabe sobre os mecanismo…


Quando o material necrótico não é absorvido –reação
inflamatória periférica – formação de uma cápsula

• Ex: abscesso

• Parede de uma estrutura canalicular–meio externo –originando uma cavidade

• Ex: “cavernas tuberculosas”


NECROSE x APOPTOSE
• Necrose: ocorre somente na presença de estímulos
patológicos

• Apoptose: ocorre na presença de estímulos patológicos


mas de baixa intensidade e também ocorre com
estímulos fisiológicos (morte programada)
Necrose x Apoptose
• Necrose • Apoptose
- Estímulo : hipóxia e toxinas - Estímulo: fisiológicos e
patológicos
- Histologia: tumefação
- Histologia: células isoladas,
celular, necrose de
condensação de cromatina,
coagulação, rompimento de corpos apoptóticos
organelas
- Mecanismo:
- Mecanismo: depleção de internucleossomal, ativação
ATP, lesão na membrana, gênica, endonucleases
danos por RL
- Reação Tissular: sem
- Reação Tissular: inflamação inflamação, fagocitose de
corpos apoptóticos
APOPTOSE

• Apoptose é o processo de Morte Celular Programada, ou


seja, quando as células sofrem estímulos patológicos ou
fisiológicos ela se programa para morrer, assim não
propaga a mutação gênica caso ela ocorra.
Apoptose Fisiológica

• A célula não incha, e sim encolhe-se e se destaca das


células vizinhas

• Começa a apresentar bolhas em sua superfície

• A membrana e as organelas mantêm sua estrutura intacta e


não há alterações evidentes no citoplasma
Apoptose Fisiológica
• A cromatina, normalmente dispersa, forma um ou mais
aglomerados nas bordas internas da membrana nuclear

• O núcleo parte-se e a célula também divide-se em


estruturas: corpos apoptóticos (contendo pedaços de
organelas e núcleo).
Células normais (N) e células em apoptose (setas). Estas se
fragmentam em glóbulos (corpos apoptóticos), que serão eliminados
por outras células sem causar reação inflamatória.
Função da Apoptose
• Manter o equilíbrio entre a taxa de proliferação e morte
celular : HOMEOSTASE

• Elimina células danificadas

• Mantém o número constante de células nos tecidos


adultos

• Mecanismo de defesa
Apoptose

• Eliminação normal de células indesejadas

• Morte programada

• Pode ser acompanhada de necrose

• É a condensação e a fragmentação da cromatina


Fatores que Induzem a Apoptose
• Indução hormonal dependente no adulto

• Deleção de células nas populações celulares proliferantes

• Morte celular em tumores

• Morte de células imunológicas

• Atrofia patológica de tecidos hormônios dependentes


Fatores que Induzem a Apoptose

• Atrofia patológica em órgãos parenquimatosos após


obstrução de ductos (cérebro, fígado e próstata).

• Morte celular induzida por células T citóxicas

• Lesão celular em algumas doenças virais

• Morte celular por estímulos lesivos


Processo Detalhado
• Duração aproximada de 03 horas

• Mudanças bioquímicas e morfológicas na célula:

- Condensação da cromatina e rompimento da interação


célula-célula

- Fragmentação da célula em corpos apoptóticos

- Fagocitose dos corpos apoptóticos


Em A, observa-se condensação nuclear.
Em B, observa-se fragmentação nuclear e formação de corpos
apoptóticos.
(Elsevier. Kumar et al: Robbins Basic Pathology 8e - 
http://www.studentconsult.com/)

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