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ENSINO HÍBRIDO:

DO CONCEITO Á PRÁTICA.

FORMAÇÃO PROFESSORE
2021
Carteiras e corredores
vazios, portões das escolas
fechados, alunos e
professores em casa. Depois
. “Muitas pessoas
de um tempo grande acreditam que para
vivenciando a realidade do trabalhar com ensino
ensino remoto, o Brasil híbrido é preciso ter os
ensaia voltar para as salas de
aula nos próximos meses.
melhores recursos, mas
“A pandemia nos deu, como com acesso à internet,
Mas o retorno deve ser
educadores, a oportunidade de
gradual e híbrido. 
olhar de forma cuidadosa e conhecendo e criando
perceber que temos muito boas propostas, é
potencial, que somos capazes de possível. A pandemia
nos reinventar”, diz Aline mostrou que todo
Soares, professora do Ensino
Fundamental 1 e coautora do professor é criador de
C:\Users\ESCOLA\Documents\Ensino Híbrido – Personalização e Tecnolog
ia na educação.mp4

capítulo sobre avaliação no conteúdo”.(Aline Soares)


O QUE É ENSINO HÍBRIDO?
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?
A definição é do Clayton Christensen Institute, dos Estados Unidos, para ensino híbrido :
“É um programa de Educação formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por
meio do ensino online, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar,
modo e/ou ritmo do estudo, e pelo menos em parte em uma localidade física supervisionada,
fora de sua residência”.
O modelo, portanto:
• Mescla estratégias de ensino off-line com estratégias digitais;
• Possibilita personalizar o ensino para atender melhor às necessidades de aprendizagem dos
estudantes;
• Coloca o aluno como protagonista da sua aprendizagem;
• Transforma o papel do professor de transmissor para mediador do conhecimento

Também chamado de blended learning, o método alterna momentos em que o aluno


estuda sozinho - em geral em ambiente virtual - e em grupo, quando interage com seus colegas
e o professor. "O cerne é a personalização do ensino. Buscamos diferentes ferramentas - não
somente as tecnológicas - para suprir as necessidades do aluno contemporâneo", explica Adolfo
Tanzi Neto, consultor pedagógico e de pesquisas da Fundação Lemann.
Potencialidades que devem ser observadas no Ensino híbrido:
Priscilla Lucena
Coordenadora do Departamento Acadêmico em YOU Bilingual Education

O ritmo de aprendizagem do aluno é respeitado: ele consegue gerenciar o tempo que


dedica às propostas já que em alguns modelos ele realiza online antes de encontrar
com o professor.

Autoavaliação: os alunos precisam refletir muito mais sobre sua participação,


responsabilidade e autonomia no ensino híbrido.

Tempo com o professor: o aluno precisa de um tempo com o professor para analisar o
seu percurso, ter devolutiva, traçar novos caminhos.

Motivação: a frustração por não acompanhar o ritmo ou por não aprender é


minimizada no ensino híbrido já que o aluno  pode voltar mais de uma vez no
conteúdo, pode pensar em novas estratégias no meio de projetos e ganha autonomia
para realizar tarefas, para propor atividades e gerenciar seu tempo.

Foco na pesquisa e desenvolvimento de projetos: uma maneira de garantir a conexão


dos conteúdos com a curiosidade, necessidades dos alunos e com o mundo fora dos
muros da escola.
Desenvolvimento da responsabilidade e autonomia do aluno: o aluno precisa pesquisar, analisar,
interpretar, experimentar a partir das provocações e levar seus resultados para os momentos em
que está com os amigos e os professores. Isso exige que ele se prepare antes da aula para que
possa participar. Ele precisa se responsabilizar pelo percurso do que acontece fora da escola e na
escola. No modelo de rotação de estações, ele precisa também realizar tudo isso antes que a turma
toda se reúna e converse. O professor não fica à frente da turma o tempo todo falando, transmitindo
informações e conhecimentos. Ele está ali para provocar, ajudar, fazer pontes. E isso exige muita
responsabilidade do aluno.

Avaliação formativa: nesse tipo de avaliação, evidencia-se o que o aluno sabe. Não há apenas a
avaliação somativa, aquela em que o professor usa apenas a nota da prova para avaliar se o aluno
sabe ou não. No ensino híbrido, o aluno tem espaço para mostrar o que sabe e em algumas vezes
pode escolher como vai evidenciar sua aprendizagem.

Maior equilíbrio entre os atores que participam do processo de ensino-aprendizagem: não


aprendemos apenas sozinho. Precisamos dos professores e dos pares, no caso, dos amigos, para
podermos avançar. Há momentos em que uma boa conversa e discussão nos fazem aprender mais
rápido e de forma mais eficaz do que se estivéssemos sozinhos. Em abordagens mais tradicionais,
o tempo de fala em sala de aula acaba ficando basicamente sob o domínio do professor. No ensino
híbrido, esse tempo é mais distribuído entre todos os participantes do processo: professor-aluno-
colegas de sala.
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?

Integração é a palavra-chave no ensino híbrido. A metodologia pressupõe que as


propostas desenvolvidas presencial e virtualmente sejam complementares, visando
sequências didáticas que dialoguem entre si.

“A ideia não é substituir espaços ou simplesmente migrar conteúdos, mas ampliar uma
rede de aprendizagem e de possibilidades”, explica Lilian.

SUGESTÃO DE LEITURA
Ensino híbrido: personalização e tecnologia da educação é um livro feito
por professores para professores. Resultado das reflexões dos
participantes do Grupo de Experimentações em Ensino Híbrido
desenvolvido pelo Instituto Península e pela Fundação Lemann, este
livro apresentar aos educadores possibilidades de integração das
tecnologias digitais ao currículo escolar, de forma a alcançar uma série de
benefícios no dia a dia da sala de aula, como maior engajamento dos
alunos no aprendizado e melhor aproveitamento do tempo do professor
para momentos de personalização do ensino por meio de intervenções
efetivas.
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?

Não basta o conhecimento pedagógico e


tecnológico

É necessário o professor mudar suas concepções pedagógicas e entender


as reais potencialidades das Tecnologias.
MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO

MODELOS SUSTENTADOS

Sala de aula invertida

Consiste no envio prévio do material da aula para os alunos em casa, podendo este material
ser um vídeo ou outro formato de conteúdo que explique o tema que será abordado em sala.
“Assim, quando eles vão para o encontro com o professor, já vão munidos de muitas
informações”, explica a professora Aline. Há uma inversão do que acontece, portanto, em sala
e em casa: os alunos consumem a explicação do conteúdo sozinhos e usam o espaço coletivo
escolar e a presença do professor para tirar fazer resolução de atividades e aplicações práticas
do conhecimento e tirar dúvidas.
MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO

Laboratório rotacional

Neste modelo os alunos são divididos em dois grupos, um trabalha no laboratório


com uma lista de atividades para realizar com apoio da tecnologia digital, enquanto
o outro trabalha na sala de aula com o professor. Enquanto o primeiro grupo atua de
forma autônoma, o professor pode fazer as intervenções mais diretas com a segunda
metade da turma, trabalhando conceitos e solucionando dúvidas dos estudantes.
MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO

Rotação por estações

O modelo consiste em organizar a sala por grupos (estações de aprendizagem) para


desenvolver atividades com objetivos de aprendizagens diferentes, mas complementares. Os
alunos se revezam nas estações de aprendizagem, enquanto o professor atua como um
mediador e intervém nos grupos que mais precisam de auxílio – o que personaliza o ensino e
dá autonomia e protagonismo para os alunos construírem suas aprendizagens.
MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO
DISRUPTIVOS
Rotação individual
Os percursos são voltados para as necessidades individuais dos estudantes. “É um modelo
do ensino híbrido onde a personalização realmente acontece”, diz Aline. “O professor precisa
estar atento às necessidades dos estudantes, planejando roteiros mais individualizados, para
que as possíveis dificuldades sejam sanadas. Cabe ao professor propor as melhores
situações de aprendizagem”. Isto não significa, no entanto, que o professor necessita propor
um roteiro para cada aluno. “Significa que ele produzirá diferentes atividades, algumas para
alunos com perfis e necessidades mais parecidas. Ele buscará os melhores recursos, online,
por exemplo, para propor situações de aprendizagem para alguns alunos ou grupo”, detalha a
educadora. O modelo pode se encaixar na realidade de muitas escolas que receberão alunos
com variados níveis de aprendizagem.
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?

Flex

É o mais usual nas escolas durante a pandemia. O aluno tem alguns roteiros que são entregues
via plataforma digital, no qual realiza as atividades propostas em parte do tempo, com o
professor por perto, como um tutor, e em outros momentos pode trabalhar em projetos com
outros alunos ou fazer algo mais relacionado a uma atividade física. Aqui, é possível intercalar
ações individuais e coletivas online.
MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO

À la carte

É muito comum no Ensino Médio em países em que a ideia do ensino personalizado é mais
difundida, como nos Estados Unidos, segundo Lilian Bacich. No modelo, o estudante é
responsável pela organização do seu estudo a partir de objetivos gerais de aprendizagem a
atingir.  As disciplinas podem ser eletivas e combinar, por exemplo, com os itinerários
formativos escolhidos pelos estudantes. Nesse modelo, pelo menos uma disciplina é ofertada
online, além das tradicionais da escola, e pode ser realizada no momento e local mais
adequado para o estudante. 
MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO

Virtual aprimorado

O aluno tem todas as disciplinas ofertadas online e vai para a escola uma ou duas vezes por
semana para realizar projetos, debates e discutir o que foi estudado online. Além disso, o
presencial é utilizado como acompanhamento de como estão caminhando as aprendizagens.
O QUE É ENSINO HÍBRIDO?
OBJETIVO PRINCIPAL DESSE NOVO MODELO DE EDUCAÇÃO É GARANTIR QUE TANTO PROFESSORES QUANTO
ESTUDANTES POSSAM ENSINAR E APRENDER EM LUGARES DISTINTOS,
LEVANDO O ENSINO PARA ALÉM DA SALA DE AULA.

Educação tradicional Aprendizagem ativa:

Conceito Ação

Interpretação Reflexão

Compreensão Compreensão

Ação Conceitualização
Alguns desafios:
•Falta de preparo do corpo docente: nem todos os professores estão familiarizados com essa
abordagem.  E por isso, precisam de formação para poder atuar. Além de termos que quebrar
paradigmas, porque ainda é muito forte a ideia de que o professor é o único detentor de saberes.

•Recursos tecnológicos: ainda que não sejam necessários grandes aparatos ou aplicativos de


última geração, há de se fazer uma escolha que seja intuitiva em termos de uso. É preciso também
tempo para conhecer as ferramentas. Isso exige um preparo dos professores na hora de planejar e
avaliar qual a ferramenta que melhor atende a necessidade dos alunos. A falta de recursos
tecnológicos também é um problema. Sabemos que nem todas as escolas, sobretudo escolas
públicas, conseguem sustentar o uso de ferramentas digitais fora da escola porque os alunos não
têm recursos financeiros para acessá-los.

•Preconceito e falta de informação das famílias: algumas famílias podem resistir ao ensino
híbrido por falta de informação, por nunca terem vivenciado e por terem uma ideia de escola que já
não condiz com a realidade que vivemos. Cabe à escola ajudar a mudar essa visão mostrando as
evidências de aprendizagem dos alunos e mostrando que é possível aprender por meio do ensino
híbrido.
Este modelo inovador de educação prevê equilíbrio entre tempos de aprendizagem individual
e colaborativa.

Às vezes, é importante reforçar o evidente: o mundo mudou e, com isso, a educação também
precisa mudar. Como destacou a socióloga Helena Singer, coordenadora do departamento de
Ações Estratégicas e Inovação do Departamento Nacional do Sesc, garantir uma escola nova
para um tempo novo, além de universalizar o acesso a ela, faz parte da agenda do sistema
educacional de um país. E a inovação educativa, com suas amplas possibilidades de
melhorar o que já existe e transformar modelos vigentes aparece como uma valiosa
oportunidade.

“As pessoas se relacionam com o conhecimento de forma muito diferente do que vinte, trinta
anos atrás. Elas navegam pelo conhecimento, não acumulam conhecimento. Não existe mais
a perspectiva linear das enciclopédias ou o professor que tem mais conhecimento que os
estudantes”, ressaltou Helena
“A tecnologia não nos define como professores,
mas é uma ferramenta. O ensino híbrido se faz
necessário. Carlos Neluzza (Formação de
Professores no Brasil)

“Ensino híbrido, na minha definição, é uma combinação balanceada dos recursos


on-line e tecnológicos, com as melhores práticas pedagógicas. É o equilíbrio entre
esses elementos.”

“O professor não precisa mais ficar na frente da sala, dando uma aula única para a
turma toda, sem considerar as variadas formas e ritmos de aprendizado de cada
aluno. Hoje temos recursos para fazer isso de uma maneira melhor”. (professora
Alison Elizondo.)

Existe uma grande diferença entre agregar tecnologia no ambiente escolar e promover,
de fato, o aprendizado híbrido. O modelo combinado leva em conta dois conceitos
fundamentais: personalização e coleta de dados. Combina, portanto, a autonomia do
estudante e atividades online a elementos típicos da educação offline, como trabalho em
grupo, leitura e atividades mão na massa. São mudanças profundas na maneira como a
escola é formada.(https://convivaeducacao.org.br)
Plano de aula com ensino híbrido

O plano de aula para ensino híbrido é um documento que detalha todos os assuntos que serão
abordados na disciplina em questão. A intenção é organizar os conteúdos e esquematizar a
metodologia a ser adotada pelo professor e o cronograma das atividades.
O plano de aula é parte fundamental do planejamento para o ensino. No ensino híbrido
mais ainda, já que, só pelo planejamento é possível proporcionar uma experiência
personalizada para os alunos. Mas o que colocar num plano de aula de ensino híbrido? O que
é importante considerar?  Cabeçalho do plano de aula É a identificação do seu plano. Deve
constar o nome do professor, a disciplina, o ano ou série, a duração da aula e o número de
alunos. Além disso, é aqui que deve ser assinalado que tipo de Modelo Híbrido será utilizado
na aula Por exemplo: Modelo híbrido: ( X ) Rotação por estações ( X ) Laboratório Rotacional
( ) Rotação Individual ( ) Sala de aula invertida ( ) Flex. Assinalamos que utilizaremos em
nossa aula a rotação por estações e o laboratório rotacional. Importante lembrar que cada
modelo tem suas particularidades a serem observadas. Em casos de aula de rotação
individual é necessário elaborar também um roteiro individual de objetivos a serem cumpridos
pelo aluno na(s) estação(ões).
Plano de aula com ensino híbrido

Em linhas gerais, o plano de aula para ensino híbrido é um documento que detalha todos os


assuntos que serão abordados na disciplina em questão. A intenção é organizar os conteúdos e
esquematizar a metodologia a ser adotada pelo professor e o cronograma das atividades
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
Antes de mais nada, é fundamental entender que a avaliação é um processo amplo e possui
especificidades e delicadezas. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a
verificação do rendimento escolar deve se basear na avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
aluno. (Bianka de Andrade Silva)

O ideal é que ao longo do período planejado, que pode ser bimestral, trimestral ou semestral, sejam
realizadas provas objetivas, discursivas e orais, bem como provas com consulta e sem consulta, além de
seminários, observações a participações e autoavaliações, dependendo da maturidade e faixa etária da
turma.
Tendo isso em mente, é possível concluir que a avaliação é também um processo formativo, ou seja, deve
existir de forma integrada à prática pedagógica, no intuito de contribuir e retroalimentar o desenvolvimento
das competências dos alunos. É a partir dela que se mapeiam conhecimentos e habilidades consolidados e a
consolidar, e se revisa e redireciona o ensino.
A autoavaliação também pode ser reconhecida como um processo de metacognição, tendo em vista que
o aluno analisa o percurso percorrido e reflete sobre ele. Exposto a uma situação como essa, o estudante é
capaz de conquistar maior autonomia e também responsabilidade sobre o seu processo de aprendizagem.

A metacognição foi definida por John Flavell (Stanford University) nos anos 1970 como o conhecimento que
as pessoas têm sobre seus próprios processos cognitivos e a habilidade de controlar esses processos,
monitorando, organizando, e modificando-os para realizar objetivos concretos.
O QUE MUDA COM O ENSINO HÍBRIDO?
O QUE MUDA COM O ENSINO HÍBRIDO?
BIBLIOGRAFIA
“O ensino híbrido não tem uma definição determinada. Ele é como o próprio
nome retrata, uma mescla, combinação, mistura de inúmeros métodos, formas,
jeitos e técnicas que podem conduzir ao ensino de um certo conteúdo. Pode se
dizer que é um contexto macro que envolve, desde atitudes simples as mais
complexas na intenção de se fazer educação.” (MORAN, 2015). “Por isso é que
somos, ao mesmo tempo, aprendizes e mestres interagindo em uma esfera que
proporciona grandes desafios e inovações, estabelecendo a abrangência
indubitável do que é o termo híbrido na educação.”

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