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3º ano (integral)

Língua Portuguesa

Pontuação

Prof.ª Valdete Nunes


Pontuação

 A pontuação indica, na escrita, as várias possibilidades de


entonação da fala, além de ajudar na expressão de
pensamentos, sentidos e emoções, tornando mais clara e
precisa a compreensão do texto.

 Os sinais de pontuação apontam para a questão do ritmo da


escrita.
Tipos de pontuação

Três tipos básicos:


 Sinais que indicam que a frase não foi concluída:

a vírgula (,)
o travessão (_)
os parênteses ( ( ) )
o ponto-e-vírgula (;)
os dois pontos (:)
Tipos de pontuação

 Sinais que indicam o término do discurso ou parte dele:

o ponto simples (.)


o ponto parágrafo (.)
o ponto final (.)
Tipos de pontuação

 Sinais que indicam uma intenção ou estado emocional

o ponto-de-interrogação (?)
o ponto-de-exclamação (!)
as reticências (…)
Para começar...

Como fica a pontuação?

1. Maria toma banho quente e sua mãe diz ela jogue água fria
2. Um fazendeiro tem um bezerro e a mãe do fazendeiro era
também o pai do bezerro
3. Enquanto o padre pasta o burro reza
Para começar...

Como fica a pontuação?

1. Maria toma banho quente e sua. - Mãe, diz ela, jogue água
fria.
2. Um fazendeiro tem um bezerro e a mãe. Do fazendeiro era
também o pai do bezerro
3. Enquanto o padre pasta o burro, reza.
Dizem por aí...

Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e


assim escreveu:

"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será
paga a conta do alfaiate nada aos pobres".

Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a


fortuna?
Dizem por aí...

“Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate.
Nada aos pobres”.

“Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate.
Nada aos pobres”.

“Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho jamais! Será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres”.

“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do
alfaiate? Nada! Aos pobres”.
Ponto e vírgula
Emprega-se para
 Sinalizar pausa mais forte, sobretudo em trechos longos, já
marcados por vírgulas
 Separar orações adversativas em que se quer ressaltar o
contraste
Em verdade, parecia ainda mais mulher do que era; seria
criança nos seus folgares de moça; mas assim quieta,
impassível, tinha a compostura da mulher casada.
(Machado de Assis. Memórias póstumas...)
Uso da vírgula

 A vírgula é gramatical.
 Na leitura, pode haver pausa onde não há vírgula.
 A vírgula pode ser pessoal.
 A vírgula apenas assinala uma separação de sentido que já
existe mentalmente.
 O principal objetivo da vírgula é esclarecer.
Quando não usar a vírgula

As palavras na sua posição natural não precisam de vírgula.


 Na casa 1 – sujeito;
 Na casa 2 – verbo;
 Na casa 3 – complementos (elementos necessários ao verbo
ou ao sujeito);
 Na casa 4 – circunstâncias (tempo, lugar, modo e outras).
Quando não usar a vírgula

Entre sujeito, verbo e complementos necessários da oração na


ordem direta
O rapaz deu a rosa à namorada.
LOGO...
 Não se admite, no interior de orações, o uso da vírgula para
separar o sujeito do predicado verbal, o verbo do seu
complemento e o núcleo do substantivo de um adjunto
adnominal ou de complemento nominal.
Use a vírgula para separar elementos que poderiam
ser listados

João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar.

Foram almoçar:
 João
 Maria
 Ricardo
 Pedro
 Augusto
João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar.
Use a vírgula para separar explicações que estão no
meio da frase
Explicações que interrompem a frase são MUDANÇAS DE PENSAMENTO e devem
ser separadas por vírgula.

Exemplos:
 Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje.
 
Dá-se uma explicação sobre quem é Mário.

  Eu e você, que somos amigos, não devemos brigar.

O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre vírgulas.
Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o
modo que vier no início da frase.
Quando um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros —
iniciar a frase, usa-se vírgula.
 
Exemplos:

 Lá fora, o sol está de rachar!


“Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.

 Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.


“Semana passada” indica tempo. Adjunto adverbial de tempo.

 De um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas.


“De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso vai vírgula.
Use a vírgula para separar orações independentes

Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto.
 
Exemplo:

 Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria.

 Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.


 Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.
 Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.
 Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.
 Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.
 Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.

Antes de conjunções adversativas usa-se vírgula.


A vírgula e as orações restritivas

Observe os exemplos a seguir:

I) O cidadão que é irresponsável prejudica o futuro da nação.

II) O cidadão, que é irresponsável, prejudica o futuro da nação.

 Note que, no segundo exemplo, a oração adjetiva - que é irresponsável - está


entre vírgulas. Esse recurso de pontuação faz com que haja uma diferença
semântica entre as duas sentenças. No primeiro caso, há uma restrição, ou seja,
somente aquele cidadão irresponsável prejudica o futuro da nação e, no segundo,
ocorre uma generalização, isto é, o cidadão como um todo é irresponsável e
prejudica o futuro da nação.
A vírgula e as orações restritivas

Observe os exemplos a seguir:

I) O cidadão que é irresponsável prejudica o futuro da nação.

II) O cidadão, que é irresponsável, prejudica o futuro da nação.

 Note que, no segundo exemplo, a oração adjetiva - que é irresponsável - está


entre vírgulas. Esse recurso de pontuação faz com que haja uma diferença
semântica entre as duas sentenças. No primeiro caso, há uma restrição, ou seja,
somente aquele cidadão irresponsável prejudica o futuro da nação e, no segundo,
ocorre uma generalização, isto é, o cidadão como um todo é irresponsável e
prejudica o futuro da nação.
Quando se usa vírgula antes de “e”?

Quando a frase depois do “e” fala de uma pessoa, coisa, ou objeto (sujeito)
diferente da que vem antes dele.

 O sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha)

Note que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde.
Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula.

A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (F. Namora)
Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.
Casos em que a vírgula é opcional

Se a expressão de tempo, modo, lugar etc. não for uma expressão, mas sim
uma palavra só, a vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da
velocidade que você quer dar para a frase.

Exemplos:
 Depois vamos sair para jantar.
Depois, vamos sair para jantar.
 Geralmente gosto de almoçar no shopping.
Geralmente, gosto de almoçar no shopping.
 Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.
Semana passada todos vieram jantar aqui em casa.
Casos em que a vírgula é opcional

Para marcar a elipse do verbo:

Exemplos:

 Nós argumentamos com fatos e vocês, com hipóteses .


 As leis são feitas pelos homens e os costumes, pelas mulheres.
Casos em que a vírgula é opcional

Em intercalação de elementos circunstanciais de tempo:

Exemplos:

 Não fomos hoje felizes.


 Não fomos, hoje, felizes
Casos em que a vírgula é opcional

Em intercalação de elementos circunstanciais de lugar:

Exemplos:

 Os estrangeiros não são aqui respeitados.


 Os estrangeiros não são, aqui, respeitados.
Casos em que a vírgula é opcional

Em intercalação de elementos circunstanciais de modo:

Exemplos:

 Mas sem você perceber o tempo passou.


 Mas, sem você perceber, o tempo passou.
Referências

 ABAURRE, M L M PONTARA. Gramática: Texto, análise e


construção de sentido. São Paulo: Moderna, 2006.
 CEREJA, W R e MAGALHÃES, T C. Gramática Reflexiva:
texto, semântica e interação. São Paulo: Atual, 2005.
 LUFT, C P. A vírgula. São Paulo: Ática, 2002.
 PIACENTINI, M T Q. Só vírgula. São Paulo: UFSCar, 2003.

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