Alunos: Claudilene, Cleutânia, Luana, Maria Celi, Rodrigo, Sue Elen, Tatiane. Atrição: O envelhecimento da forma dentária, os diastemas e seus significados O início • A atrição pode explicar certas alterações que ocorrem depois de meses ou de anos do tratamento reabilitador;
• Leva a mudanças na forma e nos tamanhos mesiodistal
e oclusoapical das coroas dentárias, mexendo com a posição e a relação dos implantes dentários;
• Diastemas entre os dentes naturais e os implantes
vizinhos ,assim como apinhamento dentário anteroinferior. O conceito • “Atrição” representa o nome dado para o desgaste dos tecidos dentários mineralizados , promovido pelo contato dente com dente , sem interposição de qualquer outro fator físico, a não ser de alimentos (fig. 1 a 8).
• Pode ocorrer nos dentes permanentes e nos
decíduos. A lesão típica se apresenta como uma faceta de desgaste bem polida. • Pode ocorrer naturalmente como resultado da mastigação e de outros contatos fisiológicos , estabelecendo-se em forma de facetas nas bordas incisais dos dentes anteriores( fig. 2 a 6) e nas facetas oclusais dos dentes posteriores. Figura 1 – A mais clássica manifestação da atrição (faceta de desgaste) • Nas faces proximais das coroas -muito importante para os implantodontistas- produzidos por movimentos intrusivos dos dentes nos alvéolos.
• Os alimentos que mais desgastam a dentina são os
mais abrasivos, e não necessariamente os mais consistentes.
• A presença de saliva alivia o desgaste;
• A gravidade da atrição está relacionada ao tempo de vida (Fig. 2), ao tipo de alimentação, à existência de hábitos parafuncionais (Fig. 3, 4, 5) e às características inerentes ao indivíduo, como força muscular, morfologia facial e estilo de vida. O desgaste dentário por atrição pode ser mais rápido e intenso quando: • 1) O esmalte for hipoplásico, como na fluorose dentária e na amelogênese imperfeita hereditária. • 2) A dentina for displásica, como na dentinogênese imperfeita hereditária. • 3) Houver distúrbios oclusais que resultem em contatos prematuros ou inadequados, com fricção mais constante e intensa. • 4) Existirem hábitos parafuncionais ou vícios, como o bruxismo e/ou apertamento. • 5) O paciente apresentar em seu dia a dia o vício de mascar tabaco ou outros produtos correlatos. • O desgaste pela interposição de algo estranho entre os dentes envolvidos, durante os movimentos mastigatórios, teria uma etiopatogenia específica e, por isso, tem denominação específica de demastigação. Classificação da atrição (Europa) • a) Fisiológica – quando resultante da idade (Fig. 1). • b) Intensificada – quando acentuada por hábitos parafuncionais, como o bruxismo, o apertamento e a alimentação excessivamente abrasiva (Fig. 4, 5). • c) Patológica – quando localizada e um só dente ou em um grupo de dentes vizinhos. A atrição pode ser classificada em (Brasil) • » Grau 1 – atrição limitada ao esmalte.
• » Grau 2 – atrição com dentina exposta.
• » Grau 3 – atrição com exposição da
dentina reacional e/ou a polpa dentária. As consequências bioló gicas da atrição • promove a exposição de extensas áreas de dentina, com esclerose em muitos túbulos, assim como de tratos mortos em outros.
• Tratos mortos são túbulos vazios, sem prolongamentos
odontoblásticos e sem fechamento por dentina peritubular.
• Na porção central da facetas de desgaste mais amplas e
profundas, nota-se clinicamente que o espaço pulpar foi atingido e, agora, apresenta-se ocupado pela dentina reacional depositada na câmara pulpar e no canal radicular (Fig. 7, 8). As consequências bioló gicas da atrição • As margens incisais e oclusais com atrição avançada apresentam-se com arestas cortantes (Fig. 3, 4) e não raramente lesam a mucosa bucal — já que estão em contato constante. Nessa área, a mucosa se apresenta difusamente esbranquiçada (ou como uma mancha branca bem definida), às vezes erosionada pelo atrito constante e cortante.
• Essa alteração da mucosa é a “queratose friccional”, uma
resposta hiperplásica adaptativa da mucosa a uma agressão mecânica repetitiva e constante, sem natureza neoplásica ou cancerizável. O mecanismo compensató rio da atrição na coroa clínica e estética • Dentro dos limites fisiológicos, os desgastes oclusal e incisal são compensados pela deposição de cemento no terço apical da raiz. • A esse mecanismo atribui-se o termo “erupção dentária passiva” que, por ser contínua e lenta, preserva a altura da coroa clínica, mesmo que a junção amelocementária fique aparente na boca e que parte da raiz fique exposta (Fig. 2D), afetando a estética coronária. O mecanismo compensatório da atrição na coroa clínica e estética
• O ponto de contato também tem relação com dentes jovens:
as facetas de contato denotam maior tempo de vida transcorrido. • O apinhamento da região anterior • O desaparecimento do serrilhado, o aparecimento de ângulos cortantes e a exposição da dentina entre as facetas do esmalte desgastado dos dentes anteriores promovem um aspecto de envelhecimento precoce. O mecanismo compensatório da atrição na coroa clínica e estética
• Em um programa de saúde bucal, além dos aspectos
relacionados à higiene bucal e à dieta cariogênica, as orientações devem — ou deveriam — envolver o tipo de alimentação (quanto à sua abrasividade), a prevenção e limitação de danos do bruxismo e do apertamento dentário, e a avaliação periódica da oclusão. O mecanismo compensatório da atrição na coroa clínica e estética • Em muitos casos, a atrição será compensada com a restauração estética e funcional dos desgastes sofridos; todavia, com o uso noturno de placas de mordida, há a necessidade de se prevenir novas perdas aceleradas, evitando que o contato dos dentes durante o sono promova atrição, especialmente se o paciente for portador de bruxismo ou de outros hábitos parafuncionais. Implicaçõ es e situaçõ es específicas: • - Atrição e implantes dentários • Quando do uso de próteses sobre implantes osseointegrados, deve-se considerar a possibilidade de aumento da atrição com os dentes antagonistas, quando naturais.
• Pela ausência do ligamento periodontal, os implantes
dentários osseointegrados, tal como os dentes anquilosados, não apresentam mobilidade intra-alveolar. Síntese e consideraçõ es finais • A atrição pode: • 1) Representar um sinal de desajustes oclusais.
• 2) Indicar hábitos parafuncionais, como o apertamento e o
bruxismo, que devem ser considerados no prognóstico do tratamento.
• 3) Reduzir o perímetro da arcada dentária, pois os pontos de
contato proximais transformam-se em facetas de contato, ao longo dos anos.
• 4) Envelhecer a boca, em função de alguns detalhes
morfológicos que variam conforme a faixa etária do paciente, Síntese e consideraçõ es finais • 5) Agravar ainda mais o envelhecimento promovido pelo apinhamento dentário.
• 6) Exacerbar o envelhecimento, pela perda de dimensão
vertical da face.
• 7) Estar associada ao aparecimento de diastemas entre os
implantes osseointegrados e os dentes naturais, depois de alguns anos de concluído o tratamento reabilitador. Referência Bibliográfica
Dental Press Implantol. 2013 Apr-June;7(2):28-38
Atrição: o envelhecimento da forma dentária, os diastemas e seus significados Alberto Consolaro, Renata Consolaro e Leda Francischone Fonte: Consolaro A, Francischone L, Consolaro RB. Attrition: aging of tooth shape, interdental spacing and its meanings. Dental Press Implantol. 2013 Apr-June;7(2):28-38.