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Lombalgia e

Lombociatalgia

Revisão – SBOT 2011


R3 Longaray
Carlos Berwanger
Material: Sizínio + Moisés Cohen
Lombalgia e Lombociatalgia
• Dor lombar (Lumbago) é a causa +
comum de limitação das atividades da
vida diária
• Segunda maior causa de consultas
médicas e falta ao trabalho ( < apenas que
trato respiratório)
• 70-80 % pessoas terão dor lombar
(durante a vida)
• 1990 , EUA, US$ 26 bilhões, custo anual
Lombalgia e Lombociatalgia
• Causa específica é um desafio:

Disco intervertebral
Facetas articulares
Placa terminal
Ligamentos

• Localização: local exato? Inervação da região lombar

• Dificuldade de interpretação da dor

• Dores referidas ou irradiadas

• Relacionar episódios de dores lombar com problemas trabalhistas e


emocionais
Lombalgia e Lombociatalgia
• Inespecíficas: 80% das dores

• Específicas: 20%
1. Hérnias dicais
2. Espondilolisteses
3. Instabilidade segmentar
4. Estenose do canal
5. Tumor
6. Espondilodiscite
7. Outras causa
Lombalgia e Lombociatalgia
Classificação QUANTO AO TEMPO:
• Aguda < 6 semanas
• Subaguda 6-12 semanas
• Crônicas > 12 semanas

Classificação QUANTO A EVOLUÇÃO:


• Persistente
• Episódicas
• Recorrentes
Lombalgia e Lombociatalgia
Fatores de risco:
• Idade superior a 55 anos
• Fumar
• Obesidade
• Hábito de dirigir por tempo prolongado
• Trabalho braçal
• Jornada de trabalho na posição de pé ou
sentado
• Estresse emocional
Fisiopatologia
• Disco intervertebral (DIV) é considerado uma importante
fonte de dor na lombalgia
• “nucleo pulposo vais se tornando menos hidratado, e em
torno da 3ª década de vida, inicia-se a diminuição do
número de células e a perda de proteoglicanos”
• Pressão + alterações fisiológicas: desenvolve-se
rachaduras ao longo das camadas, desenvolve-se
comunicação entre a periferia do ânulo e o núcleo
pulposo.
• O local mais comum de hérnia é na sua inserção com o
corpo vertebral
• Principalmente com movimentos de flexão e rotação do
tronco
• Pode desencadaer dor lombar
Fisiopatologia
Kirkaldy-Willis e Farfan dividiram o processo degenerativo
em 3 fases:

• Disfunção ( início)
• Instabilidade
• Estabilização

Após a doença discal (disfunção) ocorre a instabilidade do


seguimento envolvido

A faceta articular e os ligamentos hipertrofiam na tentativa


de reestabilizar a articulação, contribuindo então para outras
doenças como estenose de canal e escolioses
degenerativas.
História
• O início da dor é importante: lombalgia
mecânica ou traumática tem início, geralmente
agudo, desencadeado por movimento específico
• Desde distensões musculares, lesões
ligamentares a hérnia de disco
• Dores mais pela manhã: hérnias discais ou
patologias inflamatórias
• Dores pioram mais a tarde (fim do dia):
degenerativas relacionadas com atividade
• Dores noturnas: tumores como osteoma
osteóide
História
Tipo de dor e padrões:
Dx diferencial: alterações renais, abdominais ou cardíacas

Sinais de ALERTA:
• Idade > 50 anos e < 20 anos
• Dor piora noturna
• Febre
• Emagrecimento inexplicável
• Trauma recente
• Uso prolongado de corticóides
• Uso de drogas
• HIV
• Dores constante e progressivas
• Alterãções neurológicas progressivas
Tabela Atlas Netter
PERGUNTA RESPOSTA APLICAÇÃO CLÍNICA
IDADE jovem Lesões no DIV, espondilolistese
Meia-idade Entorse/distensão, hérnia de disco, doença degenerativa
Idoso Estenose espinhal, hérnia de disco, doença degenerativa, artrite
DOR Característica Irradiada( pontada) Radiculopatia (hérnia de disco, espondilose)
Difusa, mal-localizada, não- Distensão cervical ou lombar (tec.moles)
irradiada
Localização Unilateral X Bilateral Uni: hérnia; BI: doença sistêmica ou metabólica; lesão que ocupa espaço
Pescoço Espondilose cervical, entorse de pescoço, distensão muscular
Braço (+/-) irradiada Espondilose cervical (+/-mielopatia), hérnia de disco
Região lombar Doença degenerativa de disco, entorse ou distensão muscular,
espondilolistese, tumor
Pernas (+/- irradiada) Hérnia de disco, estenose espinhal
Ocorrência Noturna Tumor
Com atividade Em geral, mecânica
Alívio Braços elevados Hérnia de disco cervical
Sentar-se Estenose aliviada
Exacerbação Extensão do dorso Estenose espinhal ( por ex. descendo escadas)
TRAUMA AVA ( cinto de segurança) Distensão cervical (lesão de chicote, fraturas cervicais, lesão de
ligamentos)
ATIVIDADE Esportes (lesão por estiramento) “queimação” “ agulhadas” ( especialmente futebol)
SINTOMAS Dor , torpor, formigamento Radiculopatia, neuropatia
NEUROLÓGICOS Espasticidade, falta de coordenação Melopatia
Síndromes intestinais ou bexiga S. Cauda equina
urinária
QUEIXAS SISTÊMICAS Febre, perda de peso Infecção, tumor
Exame físico
Exame com roupas íntimas ( desnudar )
• Inspeção: atitudes antálgicas, escoliose e
alterações da lordose fisiológica
• Palpação: pontos dolorosos e contraturas
• Testes dinâmicos:
Flexão: dores discais
Extensão: dores apofisárias e espondilolistese
Marcha: claudicação (inspeção)
Marcha (apoio nos calcanhares – L5, pontas dos
pés –S1)
T4

T7

T10

Sensibilidade
L2 FLEXÃO DO QUADRIL

L3 EXTENSÃO DO QUADRIL

L4 DORSOFLEXÃO DO PÉ
L5 EXTENSÃO DO HÁLUX
S1 FLEXÃO DO HÁLUX

L3 E L4 EXTENSÃO DO JOELHO
Reflexos profundos:
• Patelar - L4
• Aquileu –S1
Testes Específicos
1) Manobra de Valsalva
2) Elevação da perna estendida
Dor entre 30-70 graus
3) Manobra de Bragard
Dorsoflexão do pé – exacerbação de quadro
álgico

4) Gillet
5) Patrick ( FABERE)
6) Gaelsten
Exames de imagem
• Raio X:
É dispensável nas lombalgias mecânicas
agudas.
Se > 2 semanas: AP+Perfil
Se suspeita de inflamatório, neoplásico ou
infeccioso = solicitar na 1ª consulta
Espondilolistese: radiografias dinâmicas,
perfil em hiperextensão e hiperflexão
Exames de imagem
• TC:
Definição de contorno ósseo
Lesões de pars articulares: boa indicação
• RNM:
Hérnias e degenerativos precocemente
Neoplasias e infeccioso
Recurrent lumbar disc extrusion (herniation). A, Sagittal T1-weighted image
demonstrates intermediate signal intensity in L4-L5 disc material (arrow) surrounded by
hypointense cerebrospinal fluid. B, Sagittal T2-weighted image shows displaced disc
material contiguous with intervertebral disc. Hyperintense cerebrospinal fluid provides
improved
contrast. C, Sagittal T1-weighted image after gadolinium administration
demonstrates enhancement of epidural venous plexus (curved arrow) and overlying
granulation tissue
(arrowheads) but no enhancement of disc material.
Exames de imagem
• Cintilografia:
Suspeita de espondilólise e lesões tumorais

• Mielografia:
Indicações restritas, é invasivo
Avaliações de instabilidades e compressões
durantes exame dinâmico
Exames de imagem
• Discografia:
Quando RNM com 2 disco alterados e se
quer saber de onde vem a dor
• Laboratórios:
Lombalgia de evolução atípica e na suspeita
de processos infecciosos e reumáticos
Tratamento
Repouso absoluto: CONTRA-INDICADO
Repouso relativo de 2-4 dias, posição de conforto
Se compressão radicular: pode se estender ate 10
dias
Medicações:
Analgésicos comuns, AINEs, relaxantes
musculares, antidepressivos tricíclicos (inicia no
4ºou 5ºdia, efeito analgésico) e corticosteróides
No tratamento de lombalgia aguda de origem
muscular, deve-se orientar repouso no leito por período de
até 15 dias.
( ) certo ( ) errado
( x ) Errado

Historicamente , o repouso era recomendado para tratamento de


lombalgia aguda. Na atualidade, hé forte evidência de que o repouso
prolongado no leito não proporciona nenhum benefício no tratamento
da dor lombar e, em muito ensaios, o repouso demonstrou até ter um
efeito negativo. De fato, os estudo apóiam a modificação da atividade
em lgar do repouso no leito e imobilização. A atividade física
moderada não é prejudicial e ajuda e evitar efeitos deletérios
associados com repouso prolongado no leito.
O ânulo fibroso é originário da
notocorda.
( ) certo
( ) errado
( x ) Errado.

O núcleo pulposo é o resquício da


notocorda.
O ânulo fibroso é originário do mesoderma.

• Campbell’s 10 th ed.
Nas lombalgias a discografia é útil na
investigação de dor de origem radicular.
( ) certo
( ) errado
( x ) Errado.
A discografia é um exame complementar na detecção
da lombalgia por doença degenerativa do disco
intervertebral.Ela é considerada um exame provocativo
de dor discogênica. A resposta do paciente á presença
de dor um importante aspecto dessa técnica. Porém, só
a presença de dor não determina a causa de lombalgia.
A concordãncia de qualidade de dor, exames e sinais
clínicos no exame é que vão determinar se o disco é
realmente o causador de dor lombar.

• Campbell’s 10 th ed.

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