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LITERATURA
Uma das características da literatura no Enem é cobrar apenas
escritores brasileiros, o que elimina parte dos conteúdos exigidos
em outros vestibulares, como é o caso da literatura portuguesa, na
figura de Camões. Professor de Português e Literatura do cursinho
Anglo, de São Paulo, Eduardo Calbucci salienta que a prova
sempre deu ênfase ao período modernista, movimento iniciado na
primeira metade do século 20 e que tem como principal marco a
realização da Semana de Arte Moderna.
Ao apontar os autores mais valorizados pelo exame, Calbucci cita
Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto e
Carlos Drummond de Andrade, porém ele alerta que não é
necessário os estudantes lerem todas as obras e se aprofundarem
muito. “O que precisa ter é familiaridade com as características do
Modernismo, até porque não adianta conhecer a fundo os livros,
pois a prova não vai pedir alguma questão específica”, explica.
Segundo o professor, nas questões envolvendo literatura, existem
três modelos de perguntas que são mais frequentes no Enem.
O primeiro consiste em analisar um poema e compreender o texto
literário, para indicar sobre o que está tratando o exemplo. O
segundo apresenta o poema de um autor para que o aluno
analise e identifique suas principais características.
O Enem também pede para o aluno relacionar dois textos: o literário e
uma crítica feita por um especialista. “Nesse caso, podemos ter
um crítico falando sobre como Machado de Assis conversava com
o leitor, a partir daí, o aluno terá que identificar, na obra, onde isso
está indicado”, exemplifica o professor. Para Calbucci, é
fundamental rever as provas anteriores para saber como elas são,
pois assim a pessoa vai estar preparada para o Enem desse ano,
que ocorre nos dias 22 e 23 de outubro. “O exame é caracterizado
pela previsibilidade, não ocorrem grandes mudanças nas
perguntas de um ano para o outro, assim o estudante já vai para o
Enem com alguma noção”, afirma.
Fonte: Portal Terra Educação
01) O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta
romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
–– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
(ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo
Ivo. São Paulo: Global, 1983.)
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o
inconformismo do poeta com a antevisão da morte
prematura, ainda na juventude. A imagem da morte
aparece na palavra:
a) embalsama.
b) infinito.
c) amplidão.
d) dormir.
e) sono.
Romantismo – Realismo
02) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem,
critica sutilmente um outro estilo de época: o
Romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era
talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais
voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza,
entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o
autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas;
mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou
espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia
daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro
indivíduo, para os fins secretos da criação.”