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Semiologia

Cardíaca

Professor: Juliano Borges Mano


Aluno: José Daniel e Silva Filho
Anamnese
 Identificação:
 Nome completo;
 Data de Nascimento;
 Idade;
 Sexo;
 Raça;
 Profissão;
 Estado civil;
 Naturalidade;
 Nacionalidade;
 Endereço;
 Procedência;
 Religião.
Anamnese
 Queixa principal:
 É a razão pela qual o paciente procurou ajuda
médica, pode ser uma ou duas causas;
 Importante para definir o sintoma ou sinal
guia;
 Muitas vezes o sinal ou sintoma pode ser
patognomônico.
Anamnese
 História da Doença Atual:
 Descrever bem o sintoma guia, como:
 Cronologia;
 Localização;
 Intensidade;
 Irradiação;
 Fatores de alivio;
 Fatores de piora;
 Sinais e sintomas concomitantes.
Anamnese
 Sempre ficar atentos aos sinais e sintomas
cardinais nas morbidades cardiovasculares:
 Dispnéia;
 Dor torácica ou desconforto;
 Palpitação;
 Síncope ou lipotímia;
 Edema;
 Tosse;
 Astenia;
 Cianose.
Anamnese
 História familiar pregressa: pais, irmãos ou
filhos com doenças cardiovasculares, DM.
 Hábitos de vida: tabagismo, etilismo,
dislipidemia, atividade física
(sedentarismo), ocupação atual e anterior.
 Condições Socioeconômicas: casa de pau
a pique, vida conjugal e ambiente de
trabalho(stress).
Dipnéia
 É um dos sintomas mais importantes dos
portadores de cardiopatia e significa sensação
consciente e desagradável do ato de respirar.
 Causas de origem cardíaca:
 Dispnéia de esforço (tipo mais comum);
 Dispnéia de decúbito (ortopnéia);
 Dispnéia Paroxística Noturna, nas crises mais graves
pode evoluir para edema agudo de pulmão;
 Dispnéia de Cheyne-Stokes.
Lipotímia ou Síncope
 Causas cardíacas:
 Arritmias ou transtorno da condução:
 Bradiarritmias (Bloqueio ATV)
 Taquiarritmias (T. Paroxística).
 Diminuição do débito cardíaco:
 IAM
 Obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar
 Tetralogia de Fallot
 Hipertensão pulmonar primária
 Estenose pulmonar
 Embolia pulmonar
 Regulação vasomotora anormal:
 Estenose aórtica
 Hipotensão postural ou ortostática
 Hipovolemia aguda.
Astenia
 Devido a baixa do débito cardíaco, chega
menos oxigênio, sais minerais e nutrientes
para as células dos tecidos.
 Pode estar relacionada com a atrofia
muscular, devido a condição precária de
saúde para prática de atividades físicas.
Edema
 Pode estar relacionado com várias
doenças cardíacas, renais, hepáticas,
carenciais e uso de medicamentos.
 Sinal de cacifo. + a ++++.
 A causa básica do edema de origem
cardíaca e por IVD por aumento da
pressão hidrostática associado a retenção
de sódio.
Cianose
 Pode ser central ou periférica.
 Cianose mista na ICC com congestão pulmonar
e estase venosa periférica.
 Cianose por shunt da direita para a esquerda:
 Tetralogia de Fallot;
 Transposição de grandes vasos;
 Atresia tricuspide;
 Grandes comunicações interatriais e
interventriculares.
Tosse
 Sintoma frequente na IVE;
 Importante para manutenção da permeabilidade
da árvore traqueobrônquica, em casos de
aumento de secreções;
 Reflexo que se inicia por uma inspiração
profunda à qual segue o fechamento da glote,
com aproximação das cordas vocais, que
determina retenção de ar nos pulmões.
 É seca e mais intensa a noite, podendo ser
muito incômoda.
Exame Físico

Inspeção, Palpação e Ausculta


Inspeção e Palpação
 São analisados
simultaneamente:
 Pesquisa de
abaulamentos;
 Análise do ictus
cordis;
 Análise de
batimentos
vísiveis ou
palpáveis;
 Pesquisa de
frêmito
cardiovascular.
Inspeção em Outros Sistemas
 Procurar por circulação colateral no
torax e abdome;
 Edemas de membros inferiores;
 Presença de Pulso Venoso Jugular
ou Turgência;
 Baqueteamento digital;
 Unhas em vidro de relógio.
Ausculta Cardíaca
Ausculta Cardíaca
 É um recurso indispensável para o diagnósticos das
enfermidades cardíacas, mesmo quando se dispõe
de todos os métodos complementares existentes.
 Deve-se considerar:
 Bulhas cardíacas;
 Ritmo e frequência cardíaca;
 Ritmos tríplices;
 Alterações das bulhas;
 Cliques ou estalidos;
 Sopros;
 Ruidos da pericardite constritiva;
 Atrito pericárdio.
Bulhas
 Primeira – É formada por uma série de
vibrações de intensidade variada que se iniciam
na fase de contração isovolumétrica e se
estendem até o início da ejeção ventricular.
Coincide com o pulso arterial, é mais grave e de
maior duração do que a segunda bulha. Seu
local de maior intensidade é o foco mitral.
 Segunda – É composta pelos componentes
aórtico e pulmonar. É melhor auscultada no foco
aórtico. Tem timbre aguda e soa de maneira
seca.
Bulhas
 Terceira: Ruído protodiastólico, de baixa
freqüência originado das vibrações da
parede ventricular na fase de enchimento
ventricular rápido:
 Causas – Dilatações ( miocardiopatia
dilatada, Insuficiência valvar), estados
hipercinéticos, pericardite constritiva.
Bulhas
 Quarta: Ruído telediastólico de baixa
freqüência, originado da contração atrial ou da
distensão da parede ventricular nesta fase do
ciclo cardíaco ou de ambos:
 Causas : Hipertrofias (miocardiopatia hipertrófica,
hipertensão arterial sistêmica), doença valvar
(estenose mitral, estenose aórtica) e doença arterial
coronária.
Cliques e Estalidos
 Cliques: são ruídos agudos, breves, de
alta freqüência e notável intensidade. São
sistólicos e podem ser chamados também
de ruídos de ejeção.
 Estalidos: são ruídos secos, de curta
duração, diastólicos, ocorrem entre a 3ª e
4ª bulhas.
Sopros
 São um conjunto de vibrações de maior duração que as bulhas,
se originam dentro do próprio coração e/ou em um de seus
grandes vasos, deve se avaliar:
1. Situação no ciclo cardíaco (E Ao./ I Mi=S.S.);
2. Localização;
3. Irradiação (axila, a. carótida);
4. Intensidade;
5. Manobras especiais (inspiração e expiração forçada).
 Intensidade:
 Grau I – pouco percebido
 Grau II – Ausculta não deixa dúvidas
 Grau III – Frêmito
 Grau IV – Audível sem o estetoscópio
Avaliar os Pulsos
 No pulso radial temos que verificar parede arterial,
frequência, ritmo, amplitude, tensão e tipo de onda;
 Sempre avaliar esquerdo e direito:
 Pedioso;
 Tibial posterior;
 Poplíteo;
 Femoral;
 Cartotídeo;
 Axilar;
 Braquial;
 Radial;
 Temporal.
Pulsos (Tipos de Onda)
 Ondas de pulso normal: cujas características são
aprendidas pelo exame de pacientes normais;
 Pulso célere ou martelo d’água: a principal
característica é aparecer e sumir com rapidez. Decorre
do aumento da pressão diferencial e ,por isso, é
observado na insuficiência aórtica, nas fístulas
arteriovenosas, no hipertireoidismo e nas anemias
graves;
 Pulso anacrótico: constituído de uma pequena onda
inscrita no ramo ascendente da onda pulsátil. Ex:
estenose aórtica;
 Pulso dicrótico: se percebe uma dupla onda em cada
pulsação, a primeira mais intensa e mais nítida, é
seguida de outra de menor intensidade e que ocorre
imediatamente depois. Ex: febre tifóide e outras
doenças com febre;
Pulsos (Tipos de Onda)
 Pulso bisferiens : se percebe também uma dupla
sensação, mas neste caso as duas ondulações
aparecem no ápice da onda de pulso. Ex: associação
de estenose e insuficiência aórtica;
 Pulso alternante: se percebe de modo sucessivo uma
onda ampla seguida de uma onda mais fraca. Constitui
um sinal de insuficiência ventricular esquerda;
 Pulso filiforme: pulso de pequena amplitude e mole.
Indica quase sempre colapso circulatório periférico;
 Pulso paradoxal: caracterizado pela diminuição da
amplitude das ondas durante a inspiração forçada. Ex:
pericardite constritiva, derrame pericárdico
volumoso e enfisema pulmonar
Palpitações
 É a percepção incômoda dos batimentos cardíacos.

 Características de Início e Término:


 Abruptos: ex. TPSV - Taquicardias paroxísticas
supraventriculares, Taquicardias ventriculares –
TV, fibrilação atrial paroxística – FAP, Extra-
sístoles - ES.
 Gradual: ex. Taquicardias sinusais – TS.

 Cronologia:
 Idade de Início: ex. na infância (TPSV), na
adolescência (TPSV, TV da síndrome do QT
longo congênito
Palpitações
 Freqüência dos episódios:
 Eventual ou freqüente.

 Qualidade:
 Acelerada: ritmo regular (ex.: TPSV, TV), ritmo
irregular (ex.: FAP com resposta ventricular alta,
flutter atrial, taquicardia atrial com bloqueio AV
variável)

 Lenta: ritmo regular (ex.: ritmo idioventricular,


bloqueio atrioventricular total, bradicardia
sinusal), ritmo irregular (ex.: FAP com resposta
ventricular lenta).
Palpitações
 Relação com esforço físico:
 Leve, moderado ou grande.
 Ex.: jovem com síndrome do QT longo: TVP

 Duração de cada episódio:


 Fugaz (ex.: somente extrassistolia), mantida

 Manifestações associadas:
 Precordialgia (cardiopatia isquêmica), dispnéia
(insuficiência cardíaca), tontura, desmaio,
síncope (baixo débito).
A PALPITAÇÃO OCORRE? SE SIM, SUSPEITAR

COMO SALTOS OU ARRANCOS EXTRASSÍSTOLES


ISOLADOS
ATAQUES C/ INÍCIO ABRÚPTO, FC TAQUI PAROXÍSTICA
120, REGURARES OU NÃO
INDEPENDENTES DOS ESFORÇOS FA, FLUTTER, TIROTOXICOSE,
ANEMIA,FEBRE, ANSIEDADE
EM ATAQUES RÁPIDOS, HIPOGLICEMIA, TUMORES
INDEPENDENTES DOS ESFORÇOS ADRENAIS
CONCOMITANTES AO USO DE FUMO, CAFÉ, ÁLCOOL, CHÁ,
DROGAS EFEDRINA, AMNOFILINA, T3, IMAO
EM PÉ HIPOTENSÃO POSTURAL

MULHERES DE MEIA IDADE, COM CLIMATÉRIO


SUDORESE E FLUSHES
FREQÜÊNCIA NORMAL E RÍTMO ANSIEDADE
REGULAR
Sinais Vitais
 Pressão arterial;
 Frequência Cardíaca;
 Temperatura;
 Frequência respiratória.
Patologias Cardíacas
HAS
HAS
Aterosclerose
IAM
Angina Pectoris
Angina Pectoris
Arritimias
 Extrassistoles;
 Fibrilação atrial;
 Taquicardia Supraventricular;
 Taquicardia atrial;
 Flutter atrial;
 Taquicardia atrial;
 Fibrilação ventricular;
 Doença do Nó Sinusal;
 Bloqueio de Ramos.
Insuficiência Cardíaca
 A ICC acontece quando o coração é incapaz de
bombear o sangue em uma taxa proporcional às
necessidades dos tecidos metabolizantes ou é capaz
disso, apenas com uma pressão de enchimento
elevada.
 Principais causas:
 Problemas primários – miocardiopatias;
 Aterosclerose:
 Cardiopatias valvares;
 HAS;
 Eventos agudos.
Fisiopatologia da
Insuficiência Cardíaca
HIPERTENSÃO DOENÇA VALVAR INFARTO DO MIOCÁRDIO
Sobrecarga
Sobrecarga Sobrecarga
Sobrecarga Disfunção
Disfunçãoregional
regionalcom
comsobrecarga
sobrecarga
de
de de
de de
de
pressão
pressão Pressão
Pressãoe/ou
e/ouvolume
volume volume
volume

Trabalho cardíaco
Estresse de parede
Alongamento das células
Hipertrofia e/ou dilatação

Caracterizada por
Caracterizada por
Tamanho e massa cardíacos
Tamanho e massa cardíacos
Síntese
Síntesede
deproteínas
proteínas
Indução do programa genético fetal
Indução do programa genético fetal
Proteínas anormais
Proteínas anormais
Fibrose
Fibrose
Vasculatura
Vasculaturainadequada
inadequada
Critérios de FRAMINGHAM
para Diagnóstico de ICC

CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIOS MENORES


Dispnéia paroxística noturna Edema de membros
Distensão das veias do pescoço Tosse noturna
Estertores Dispnéia de esforço
Cardiomegalia Hepatomegalia
Edema Pulmonar Agudo Derrame Pleural
Galope B3 Capacidade vital reduzida a 1/3 do
normal
Pressão venosa aumentada (>16 cm H2O) Taquicardia (>120 bpm)
Refluxo hepatojugular positivo
Para diagnóstico são necessários ao menos 1 critério maior e 2 menores.
Classificação Funcional da NYHA
Sinais e Sintomas na IVE
 Insônia;
 Irritabilidade;
 Dispnéia: de esforço, ortopnéia, DPN, Cheyne-
Stokes;
 Tosse;
 Asma cardíaca;
 Edema pulmonar agudo;
 Noctúria;
 Fadiga;
 Astenia.
Sinais e Sintomas na IVD
 Insônia;
 Irritabilidade;
 Cianose;
 Jugulares ingurgitadas;
 Refluxo hepatojugular;
 Hepatomegalia;
 Noctúria;
 Oligúria;
 Fadiga;
 Astenia;
 Edema;
 Cianose.
Cardiomegalia na ICC
Cardiomiopatia Hipertrófica e
Dilatada
Normal

Hipertrofiado Dilatado
Cardiopatias Congênitas
 Comunicação interventricular: a mais comum,
1/3 fecha espontaneamente até 1 ano de idade.
As manifestações dependem do tamanho do
orifício.
 CIA: segunda mais comum, descompensação
somente a partir da terceira ou quarta década
de vida. Desdobramento fixo da segunda bulha;
 PCA: normalmente fecha-se nas primeiras 24
horas, se não fechar, paciente apresenta sopro
em maquinaria com dilataçao do átrio e
ventrículo esquerdo.
Tetralogia de Fallot
Obrigado!

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