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DO ESTRESSE AO BURNOUT

 Para Lazarus & Folkman (1984), o estresse


sobrevém quando os recursos disponíveis estão
aquém das demandas, isto é, a pessoa avalia que
aquilo que lhe é solicitado, seja no plano físico,
mental, emocional ou social, está além de suas
capacidades.

 Contudo, o estresse é um processo temporário de


adaptação que compreende modificações físicas e
mentais para que o organismo possa restabelecer
seu equilíbrio.

 A este processo, o psicólogo Walter B. Canon


(1932) utilizou o termo homeostase, descrevendo
como o corpo, através dos hormônios, preserva
este estado de equilíbrio.
BURNOUT: A RESPOSTA AO ESTRESSE
CRÔNICO

 Diante de agentes estressores temos duas


opções: ou enfrentamos ou fugimos. Para
tanto, teremos que lançar mão dos nossos
recursos (internos), de nossas energias. Assim
todo o organismo se ativa para tentar fazer
frente ao estressor.

 Quando todos os recursos acionados


fracassarem, diante das tentativas de
enfrentamento, estaremos entrando na etapa
do esgotamento podendo atingir um nível
mais elevado (crônico) de estresse ao qual
denominaremos de Burnout.
SÍNDROME DE BURNOUT
DEFINIÇÕES

 Definida por Harrison (1999) como o resultado do


estresse crônico, típico do cotidiano do trabalho,
principalmente quando neste existe excessiva
pressão, conflitos, poucas recompensas
emocionais e pouco reconhecimento.

 Burnout é um tipo de estresse ocupacional que


acomete profissionais que trabalham com qualquer
tipo de cuidado, havendo uma relação de atenção
direta, contínua e altamente emocional com outras
pessoas.

 É considerado um fenômeno psicossocial


constituído de três dimensões: exaustão emocional,
despersonalização e baixo sentimento de
realização profissional (Maslach & Jackson,
Shaufeli & Leiter)
ORIGEM DO VOCÁBULO BURN-OUT:

 No jargão popular inglês: Burn-out se refere àquilo que


deixou de funcionar por absoluta falta de energia. É
uma metáfora para significar aquilo, ou aquele, que
chegou ao seu limite e, por falta de energia, não tem mais
condições de desempenho físico ou mental.

 Na língua espanhola, Burn-out significa “queimar-se


pelo trabalho”: “(...) para manifestar que se perdeu a
esperança pelo trabalho e que qualquer esforço
destinado a fazer bem as coisas é pouco menos que
inútil” (Pérez, 1997, p.9).

 No Japão, têm-se denominado de KAROSHI a morte


súbita, de proveniência coronária-esquêmica ou cérebro-
vascular, provocada pelo excesso de trabalho.

 Na saúde: termo usado para definir um esgotamento


físico e mental crônico causado pelo trabalho.
As várias denominações utilizadas para
explicar o fenômeno Burnout:
 Estresse Laboral (se dá no contexto do trabalho).
 Estresse Ocupacional Assistencial (acrescenta o
caráter de ajuda).
 Estresse Profissional (ressalta a dimensão profissional
na vida da pessoa).
 Estresse Ocupacional (relacionado ao tipo de atividade
desempenhada).
 Síndrome de queimar-se pelo trabalho (adotada
em alguns estudos espanhóis).
 Neurose Profissional ou Neurose de
Excelência (destaca os transtornos psíquicos agregados ao
trabalho).
 Síndrome de Esgotamento Profissional (é um dos
fatores da síndrome, na medida que não considera a
magnitude social desta).
 Burnout: termo psicológico que descreve
o estado de exaustão prolongada e
diminuição de interesse, especialmente
em relação ao trabalho.
OS PRIMEIROS RELATOS:

 A adoção deste vocábulo já havia ocorrido a


Brandley em 1969, propondo uma nova estrutura
organizacional a fim de conter o fenômeno
psicológico que acomete trabalhadores
assistenciais, a que denominou de staff Burnout.

 Entretanto, deve-se creditar a Herbert J.


Freudenberger, a Cristina Maslach e a Susan
Jackson a propagação e o interesse que se seguiu
no meio científico a partir de seus artigos nos anos
70.
UM POUCO DA HISTÓRIA:

 A maioria dos autores indicam o psicanalista


Herbert J. Freudenberger como o primeiro a
utilizar esta denominação em seu artigo Staff
Burn-out, datado em 1974, para alertar a
comunidade científica dos problemas a que os
profissionais de saúde estão expostos em função
de seu trabalho.

 Freudenberger identificou os primeiros sintomas


em profissionais que lidavam com pacientes
psiquiátricos. “Um sentimento de fracasso e
exaustão causado pelo excessivo desgaste de
energia os atingiu, afastando-os das tarefas
cotidianas”.
RECONHECIMENTO DA SÍNDROME NO
BRASIL

 O Ministério da Saúde, desde 1999, reconhece a


síndrome como uma DOENÇA DO TRABALHO.

 As leis brasileiras de auxílio ao trabalhador já


contemplam esta síndrome: No decreto número
3048/99, de 6 de maio de 1996, que dispõe sobre a
Regulamentação da Previdência Social, em seu
Anexo II, que trata dos Agentes Patogênicos
causadores de Doenças Profissionais, conforme
previsto no Art. 20 da Lei número 8.213/91, ao se
referir aos transtornos mentais e do comportamento
relacionados com o trabalho (Grupo V da CID-10), no
inciso XII aponta a Sensação de Estar Acabado
(“Síndrome de Burn-out”, “Síndrome do
Esgotamento Profissional”).
DIFERENÇAS ENTRE ESTRESSE E BURNOUT:

Origem:
O Estresse não tem necessariamente origem
no trabalho e demanda medidas mais simples.

O estresse tem, geralmente, um caráter agudo,


é transitório e não necessariamente negativo.

Burnout tem sua origem no trabalho e


demanda medidas mais complexas
(intervenções multidisciplinares).

É, portanto, um estado prolongado de estresse


ocupacional e ocorre pela cronificação deste,
quando os métodos de enfrentamento
falharam ou foram insuficientes para
superar as etapas do estresse.
DIFERENÇAS ENTRE DEPRESSÃO E BURNOUT:
O que ambos têm em comum:

Disforia e Desânimo: mudança no estado de humor e do


ânimo da pessoa.

O diagnóstico diferencial revela:

 O Transtorno Depressivo implica uma maior submissão da


pessoa à letargia (perda temporária da sensibilidade e do
movimento) e a prevalência dos sentimentos de culpa e
derrota.

 Resultado: rotina comprometida levando a pessoa, muitas


vezes, a interromper o curso de suas atividades.

 No Burnout: as pessoas apresentam sentimentos de


desapontamento e tristeza. Sendo que a pessoa identifica
o trabalho como desencadeante deste processo.

 Resultado: Mesmo apresentando grande sofrimento, a


pessoa nem sempre se afasta do trabalho.
CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DE
BURNOUT:

 Esta síndrome, ligada ao estresse crônico de origem


ocupacional, é caracterizada por: exaustão
emocional, apatia extrema, desinteresse pelo trabalho
e lazer, depressão, alterações de memória e do
humor, fadiga, enxaqueca, dores musculares
generalizadas e distúrbios do sono.

 Grupo de Risco: a enfermidade acomete


principalmente profissionais que lidam diretamente
com pessoas. Nesta categoria estão incluídos:

professores, policiais, agentes penitenciários,


bombeiros, bancários e trabalhadores da saúde como
médicos, enfermeiros, assistentes sociais e também
os psicólogos e psiquiatras, expostos a situações de
extrema pressão, jornadas de trabalho exaustivas,
responsabilidade e frustração.
A PREDISPOSIÇÃO AO BURNOUT
GRUPOS DE RISCO

 Pessoas centradas no trabalho, como os


“Workaholics” que fazem das suas profissões o
único objetivo de suas vidas. Conseqüência:
ocasionam conflito pessoal intenso, tanto no
ambiente de trabalho quanto na sua vida pessoal.

 Pessoas com alguma predisposição psíquica.


Ex: Indivíduos com traços de personalidade
obsessiva. Os mais dedicados, os entusiastas, os
idealistas, os mais sensíveis, também são mais
suscetíveis ao Burnout.

 Os profissionais que lidam diretamente com


pessoas: devido a demanda do vínculo
estabelecido e do investimento afetivo-emocional
presente na relação com o trabalho.
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS:

 A maior parte de portadores de Burnout tem uma


urgência temporal no trabalho, uma velocidade
excessiva quanto ao ritmo empregado.
 São impacientes, competitivos e são
demasiadamente comprometidos com o trabalho.
 São sintomáticos, apresentando freqüentemente
sintomas psicossomáticos (dores de cabeça,
diarréias, cansaço crõnico, palpitações, alergias,
etc.)
 São queixosos: demonstram, constantemente,
insatisfação e desprazer. Não se contentam
facilmente.
 Em geral, são pessimistas.
PESQUISAS MAIS RECENTES EVIDENCIAM
UMA SITUAÇÃO GRAVE NO CENÁRIO
NACIONAL:

 Cerca de 30% dos trabalhadores no País são


vítimas do Burnout, segundo pesquisa realizada
pela International Stress Management Association,
entidade que estuda o estresse. Ou seja:

 Três em cada dez profissionais brasileiros estão


vivenciando mudanças comportamentais causadas
pelo estresse crônico no trabalho.

 Outro estudo, da Confederação Nacional dos


Trabalhadores em educação, mostrou que 48%
dos empregados na área sofrem com algum
sintoma e 25% dos professores apresentam a
síndrome completa.
MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL PIONEIRO
EM 01/09/08 REVELA:

 “A Síndrome do Esgotamento no Trabalho gera


importantes mudanças comportamentais no
trabalhador que, apesar dos sintomas, não falta ao
trabalho, mas passa a encarar as tarefas e os
colegas com frieza e distanciamento. Despreza as
conquistas e vê os novos desafios como
inalcançáveis”.

 “A eficiência também cai e, com freqüência, sente-


se péssimos por isso, mas não conseguem mudar
este triste cenário. A chama do idealismo que o
mantinha na luta se apaga e nada mais parece
fazer sentido em sua atividade laboral”.
MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL PIONEIRO
EM 01/09/08 REVELA:
Principais causas do Burnout:
 baixos salários e longas jornadas de trabalho.

Um novo estudo revela:

 A falta de consideração e as injustiças


cometidas no ambiente laboral motivados pela
ausência de transparência sobre os valores
corporativos.

 As freqüentes avaliações de desempenho, cada


vez mais criteriosas, porém menos valorativas
quanto ao reconhecimento dos potenciais do
trabalhador.

 Assédio Moral e recusa mal explicada de uma


promoção, são, também, fatores determinantes no
desencadeamento da síndrome.
OUTROS FATORES DESENCADEADORES DA
SÍNDROME:

Verifica-se uma propensão ao Burnout em


função:

 da sobrecarga de trabalho.
 do pouco tempo para o descanso e o lazer.
 da ausência de tempo para a atualização
profissional.

Levando à:
insatisfação e insegurança nas atividades
desempenhadas.
FATORES DESENCADEADORES DO
BURNOUT EM EDUCADORES

A educação pode ser associada à Burnout devido


ao alto nível de expectativa de seus profissionais
que não pode ser totalmente preenchida.

Principais fatores:
 Baixos salários.
 Carga horária excessiva de trabalho para
compensar os baixos salários.
 Inexpressiva participação nas políticas e no
planejamento institucional.
 Escassos recursos materiais e didáticos.
 Classes superlotadas.
 Tensão na relação com os alunos.
 Desrespeito e anulação da figura de autoridade
(reflexo dos efeitos sociais nesta pós-modernidade)
 Violência contra o professor.
FATORES DESENCADEADORES DO
BURNOUT EM EDUCADORES
 “Isolamento profissional”, dificultando a
expressão de idéias e o compartilhamento das
experiências com os colegas.

 Ausência de um “Projeto de Vida Profissional”


ou de Carreira: não examinam freqüentemente seu
sucesso profissional, sua competência e a
satisfação que obtêm com ele.

 Foco no trabalho rotineiro: esquecendo das


atividades extraprofissionais e de lazer.

 Ausência de estilo de vida saudável.

 A preocupação em como fazer seu trabalho de


forma a lidar com a pressão para a
conformidade e a necessidade de adotar algumas
práticas com as quais o professor não se identifica.
PRINCIPAIS SINTOMAS DO BURNOUT EM
PROFESSORES

 Professores com Burnout sentem-se emocional e


fisicamente exaustos, estão freqüentemente
irritados, ansiosos, com raiva ou tristes. As
frustrações emocionais provocadas por este
fenômeno podem levar a sintomas psicossomáticos
como insônia, dores de cabeça e hipertensão, bem
como ao uso abusivo de álcool e medicamentos,
incrementando problemas familiares e conflitos
sociais. Em casos extremos, podem apresentar
total perda da capacidade de trabalho.

 Obs: Os sintomas da síndrome não são universais


e dependem, também, das características
individuais de cada pessoa e das circunstâncias em
que essa se encontra.
A CONCEPÇÃO SÓCIO-PSICOLÓGICA

 Segundo esta concepção, três fatores estão associados à


“Síndrome de Burnout”:

 A EXAUSTÃO EMOCIONAL (“não poder dar mais”): se refere


a sensação de esgotamento tanto físico como mental, ao
sentimento de não dispor mais de energia para absolutamente
nada. De haver chegado ao limite das possibilidades.

 A DESPERSONALIZAÇÃO (“não querer dar mais”): não


significa que a pessoa deixou de ter personalidade, mas esta
sofreu ou vem sofrendo alterações levando o profissional a um
contato frio e impessoal com os usuários de seus serviços,
passando a denotar atitudes de cinismo e ironia em relação às
pessoas e indiferença ao que pode vir a acontecer aos demais.

 A REDUZIDA REALIZAÇÃO PROFISSIONAL (“não conseguir


se importar mais”): que evidencia o sentimento de insatisfação
com as atividades laborais que vem realizando, sentimento de
insuficiência, baixa auto-estima, fracasso profissional,
desmotivação, revelando baixa eficiência no trabalho. Por vezes,
o profissional apresenta ímpetos de abandonar o emprego.
A CONCEPÇÃO ORGANIZACIONAL

 Baseados na Teoria das Organizações, para


Golembiewski, Hiller & Dale (1987):

o Burnout é a conseqüência de um desajuste entre


as necessidades apresentadas pelo trabalhador e
os interesses da instituição.

Cherniss (1980) dá protagonismo aos agentes


estressores organizacionais como desencadeadores
do processo de Burnout, alegando que:
“as dimensões apresentadas na síndrome
(exaustão emocional, despersonalização e reduzida
realização pessoal no trabalho) trata-se de
mecanismos de enfrentamento”.
BAIXO INVESTIMENTO EM PROGRAMAS
VOLTADOS PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR:

 “As empresas estão preocupadas, mas isso


ainda não se traduz em ação”, afirma a psicóloga
Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR
(Associação Integrante da “international Stress
Management Association).

 Apenas 5% das companhias oferecem


programas de qualidade de forma regular a
seus funcionários.

 Ainda falta muito o que fazer nesta área.


A CONCEPÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA

 Esta vertente prioriza o papel da sociedade na vida do


indivíduo, uma sociedade cada vez mais individualista e
competitiva.

 Ocupações voltadas para a ajuda e o desenvolvimento do


próximo, que se aproximam de uma perspectiva comunitária,
são incompatíveis com os valores predominantes na
sociedade atual.

 Assim, os profissionais que trabalham diretamente com


outras pessoas, assitindo-as, ou como responsáveis de seu
desenvolvimento e bem-estar, encontram-se mais
susceptíveis ao Burnout.

 Burnout apresenta-se, em geral, em pessoas entusiastas


e idealistas, que no contato com o mundo profissional vão
mudando seu modo de ser e apresentando transtornos que
acabam por interferir em nível pessoal, social e institucional.

 O início da síndrome pode se dar, também, durante a fase


acadêmica, no período de preparação ao trabalho.
FATORES DESENCADEADORES DO BURNOUT
EM EDUCADORES
Do ponto de vista sócio-histórico:
 O conceito de educação, a partir da lógica do modelo
de instituição corporativa e empreendedora, tem
adotado a crença neoliberal de que tudo é mercadoria
e o mercado regula todas as relações. Assim, o
estudante é o cliente e compra um serviço. A
educação, hoje, é vista e gerenciada como um
negócio rentável. Esta visão, baseada numa cultura de
produção em massa, causa sérios prejuízos na
relação professor e aluno.

 Desta forma, a rápida transformação do contexto


social, ocorrida nos últimos anos, tem gerado um
aumento das responsabilidades e exigências sobre os
educadores, no sentido de atender as expectativas e
necessidades da sociedade atual que se encontra em
constante processo de mudança.

 O educador, diante deste novo cenário, se vê obrigado


a uma mudança excessiva em um período de tempo
demasiadamente curto.
SINAIS QUE PODEM IDENTIFICAR O
BURNOUT: SINTOMAS FÍSICOS

 Fadiga constante e progressiva.


 Dores musculares ou osteomusculares: as mais
freqüentes são as dores na nuca e ombros. As dores na
coluna cervical e lombar também possuem alta
incidência. Por vezes, o profissional se vê “travado” por
dias.
 Distúrbios do sono.
 Cefaléias, enxaquecas.
 Perturbações gastrointestinais.
 Imunodeficiência: diminuição da capacidade de
resistência física, acarretando em resfriados e gripes
constantes, afecções na pele, alergias, herpes, queda de
cabelo.
 Transtornos cardiovasculares: hipertensão arterial,
palpitações, insuficiência cardiorespiratória, até mesmo
infartos e embolias.
 Disfunções sexuais (diminuição do desejo sexual, dores
nas relações e anorgasmia (em mulheres), ejaculação
precoce ou impotência (nos homens).
 Alterações menstruais.
SINTOMAS PSÍQUICOS
 Falta de atenção, de concentração.
 Alterações de memória: tanto evocativa como de fixação.
Apresenta lapsos de memória; muitas vezes pára de realizar uma
atividade que estava em curso por não saber mais por que a
realizava, precisando retornar ao local ou momento anterior para
tentar recordar-se. “O que foi mesmo que vim fazer aqui?”
 Lentidão de pensamento.
 Sentimento de alienação.
 Sentimento de solidão.
 Impaciência.
 Sentimento de impotência.
 Labilidade emocional.
 Dificuldade de auto-aceitação, baixa auto-estima.
 Astenia, desânimo, disforia, depressão: realizar uma
atividade, mesmo que de pouca monta, é sempre custosa. Suas
reações tardam mais que o habitual. Há um decréscimo do estado
de ânimo, perda do entusiasmo, levando à disforia que, sem a
devida intervenção, pode evoluir para uma depressão.
 Desconfiança, paranóia: sentimento de não poder contar com
os demais, que as pessoas se aproveitam de si e de seu trabalho,
recebendo muito pouco ou nada em troca. Por vezes, a
desconfiança se acentua levando à paranóia, crendo que os demais
armam situações premeditadas apenas para prejudicá-lo
intencionalmente.
SINTOMAS COMPORTAMENTAIS

 Negligência ou escrúpulo excessivo: pode levar o


indivíduo a causar ou ser vítima de acidentes no trabalho. Ou pode
acarretar lentidão nas atividades justamente por se tornar detalhista
no intuito de não incorrer a estes erros. Pode haver tendência a
comportamentos obsessivos.
 Irritabilidade.
 Incremento da agressividade.
 Incapacidade para relaxar: apresenta constante tônus
muscular, rigidez, problemas de dores generalizadas. Não consegue
relaxar em momentos de lazer, de férias, mesmo que se proponha a
descansar, como se seu cérebro estivesse em constante atividade.
 Dificuldade na aceitação de mudanças.
 Perda de iniciativa.
 Aumento do consumo de substâncias.
 Comportamento de alto risco: pode vir a buscar
atividades de auto risco, procurando se sobressair ou demontrar
coragem, como forma de minimizar o sentimento de insuficiência.
Alguns autores salientam tratar-se de manifestação inconsciente no
intuito de dar fim à vida, que vem sendo sentida como tão adversa.
 Suicídio: existe maior incidência de casos de suicídios entre
profissionais da área da saúde do que na população em geral.
SINTOMAS DEFENSIVOS:
 Tendência ao isolamento.

 Sentimento de onipotência.

 Perda do interesse pelo trabalho (ou até pelo lazer):


toda demanda de energia passa a ser custosa, principalmente
quando se atribui a esta dificuldade que vem sentindo, quando
se imputa a determinado contexto (trabalho) a manifestação da
sintomatologia apresentada.

 Absenteísmo: as faltas, justificadas ou não, passam a ser


uma trégua, uma possibilidade de alívio na tentativa de
minimização dos transtornos sentidos.

 Ímpetos de abandonar o trabalho.

 Ironia e Cinismo: funciona como uma ‘válvula de escape” de


seus sentimentos de insatisfação e hostilidade para com os
demais, na medida em que atribuiaos outros a sensação de mal-
estar que vem experimentando em seu trabalho.
CONSEQUÊNCIAS DO BURNOUT:

Área social e afetiva:

 Isolamento social: ruptura de laços de amizade e convívio


social.
 Divórcio: quando a família não suporta o incremento dos
sintomas, além do ciúme da família ou do cônjuge em
relação ao cliente e / ou trabalho.

No trabalho:

 Diminuição na Qualidade: compromete a relação com o


cliente (interno e externo), resultando em procedimentos
equivocados, negligência, imprudência e imperícia.
 Abandono do trabalho: índice elevado de abandono do
trabalho, muitas vezes depois de anos de estudos e
investimentos financeiros para tal.
 Predisposição a acidentes: pela falta de atenção e
concentração.
CONSEQUÊNCIAS DO BURNOUT:

Conseqüências Organizacionais:

 Absenteísmo: aumenta o número de faltas no trabalho na


tentativa de se livrar dos sintomas (busca de alívio).
 Rotatividade: a pessoa muda de instituição ou de setor
ocasionando a necessidade de remanejamento de pessoal ou
nova contratação.
 Baixa Produtividade: pelo estado de esgotamento,
desatenção, lentidão ou excesso de escrupulosidade,
irritabilidade e insatisfação.

 Acidentes de Trabalho.

 Prejuízo significativo: comprometimento da


imagem de eficiência da organização; custos com os
transtornos de saúde dos funcionários na contratação
bem como no treinamento de novos funcionários.
COMO AVALIAR O BURNOUT:

 Os questionários de auto-informe: têm sido os


instrumentos mais utilizados para a avaliação do
Burnout e, dentre estes, o MBI (Maslach & Jackson,
1981, 1986, 1996) vem sendo o mais empregado
em todo o mundo, traduzido e adaptado a diversos
idiomas.

 Entrevistas psicológicas e psiquiátricas.

Obs.: Toda a avaliação é realizada com base nos


três fatores multidimensionais: a Exaustão
Emocional, a Despersonalização e a Realização
Profissional.
COMO TRATAR O BURNOUT

O método tradicional envolve o uso de medicamentos


associados a sessões de psicoterapia. Mas alguns
hábitos também podem trazer benefícios importantes
para o paciente, tanto no tratamento quanto na
PREVENÇÃO do burnout:

 Pratique meditação ou faça uso de técnicas de


relaxamento.
 Busque o autoconhecimento e a mudança no estilo de
vida por meio de PSICOTERAPIA.
 Pratique terapias integradas, tais como: ioga, reike,
shiatsu, massagem ayurvédica, entre outras.
 Faça exercícios regularmente, de preferência, com
orientação médica.
 Estabeleça um ritmo de trabalho que não prejudique
sua vida social.
 Aprenda a delegar tarefas quando necessário.
 Desenvolva a espiritualidade.
 CUIDE-SE, lembrando que você é um SER ÚNICO e
INTEGRAL que precisa estar em HARMONIA PARA
VIVER BEM.
“É MAIS IMPORTANTE SABER O QUE
MATERIAL LEVOU A PESSOA
ELABORADO POR:
A ADOECER DO QUE QUAL A DOENÇA QUE A PESSOA
TEM”.
Patrícia Luiza Prigol
Psicóloga Clínica
CRP 07/08744

Fone: (54) 3028.4383 e (54) 8121.8088

Patrícia Luiza Prigol


Psicóloga Clínica
CRP 07/08744
Fone: (54) 3028.4383
(54) 8121.8088
NA CATEGORIA DOS PSICÓLOGOS:

 Desde o início das pesquisas sobre o burnout,


vários foram os grupos profissionais estudados
(professores, médicos, enfermeiros, etc.), porém,
poucos são os trabalhos que se referem aos
psicólogos. Curiosamente, não há nada sobre os
que atuam na área das organizações, apesar de
serem justamente estes os que, em geral,
investigam o burnout.

 Alguns autores estranham o fato de os psicólogos


não se incluírem como objeto de seus próprios
estudos.
ALGUNS FATORES DE RISCO NA PROFISSÃO
“PSICÓLOGO”

 A idealização do cliente em relação a quem os trata ou os


atende produzindo no profissional uma fantasia onipotente.
 Dificuldades na relação social, tanto com colegas como
com amigos ou familiares, levando ao isolamento social do
profissional.
 A complexidade de seu objeto de estudo.
 Manejo constante dos conflitos entre os interesses da
organização e os interesses das pessoas.
 A atenção permanente em entender e, se for possível,
atender às demandas de sua clientela.
 Deve-se considerar, sobretudo, os psicólogos que
trabalham com o estresse e os estressores de seus
clientes.
 Características do paciente: como os de tipo depressivo ou
com tendências suicidas, com sua lentidão em seu
desenvolvimento, em sua melhora.
 Os que apresentam situações pessoais muito próximas
às do profissional: são sentidas como desencadeantes de
problemas neles mesmos.
A PROFISSÃO DE PSICÓLOGO NÃO
APRESENTA APENAS PROBLEMAS:

Também apresenta aspectos positivos:

 O desenvolvimento de uma maior capacidade


de introspecção.

 Maior sensibilidade ou habilidade de auto-


reflexão.

 Maior compreensão do comportamento dos


demais e capacidade em ajudar as pessoas
fornecendo satisfação pessoal no exercício da
profissão.
ASPECTOS PSICOFISIOLÓGICOS ENVOLVIDOS NO
ESTRESSE
Segundo Chrousos & Gold
(1993:479):

“...a disfunção do sistema de


estresse é caracterizada pela
hiperatividade e/ ou
hipoatividade mantidas, para
vários estados
fisiopatológicos que
atravessam os limites
tradicionais das disciplinas
médicas.

Estas situações incluem


variações de distúrbios
psiquiátricos, endócrinos
e inflamatórios e/ ou
susceptibilidade a estes
distúrbios.”

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