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Ensino Fundamental de 9 anos:

Orientações para inclusão de


crianças de seis anos de idade.
MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO
Vamos Contextualizar
 No dia 06/02/2006 o Presidente da República sancionou a Lei nº
11.274 que regulamenta o ensino fundamental de 9 anos. No
Ensino Fundamental de nove anos, o objetivo é assegurar a
todas as crianças um tempo maior de convívio escolar, maiores
oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem com
mais qualidade.

 As legislações pertinentes ao tema são: Lei Nº 11274/2006, PL


144/2005, Lei 11.114/2005, Parecer CNE/CEB Nº 6/2005,
Resolução CNE/CEB Nº 3/2005, Parecer CNE/CEB Nº 18/2005.
O CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO- CÂMARA DE
EDUCAÇÃO BÁSICA, através da RESOLUÇÃO Nº 3, DE 3 DE
AGOSTO DE 2005, define normas nacionais para a ampliação do
Ensino Fundamental para nove anos. No seu artigo 2º explicita:
Art.2º A organização do Ensino Fundamental de 9 (nove)
Introdução
 A implantação e ampliação do ensino fundamental
de oito para nove anos.
 Assegurar a todas as crianças um tempo mais
longo de convívio escolar.
 Maiores oportunidades de aprendizagem.
 Transição de um ensino de 8 ano para o ensino de
9 anos de forma gradativa.
 Formação de professores.
 Materiais e mobiliários adequados.
 Ampla discussão sobre a “criança” com
participação de todos os atores.
A INFÂNCIA E
SUA SINGULARIDADE
Aprendemos com esses estudos:

 A condição e a natureza histórica e social das


crianças;

 A necessidade de pesquisas que aprofundem o


conhecimento sobre as crianças em diferentes
contextos;

 A importância de atuar considerando-se essa


diversidade.
As crianças e a cultura infantil
a) A criança cria cultura, brinca e nisso
reside sua singularidade (As crianças produzem cultura e são
produzidas na cultura em que se inserem).

b) A criança é colecionadora, dá sentido


ao mundo, produz história (A história de cada um e cada uma de
nós vai sendo reunida, e só pode ser contada por nós).

c) A criança subverte a ordem e estabelece uma relação crítica


com a tradição (Conhecer a infância e as crianças favorece que o
humano continue sendo sujeito crítico da história que ele produz).

d) As crianças não formam uma comunidade


isolada; elas são parte do grupo e suas brincadeiras expressam
esse pertencimento.
Reconhecimento da Primeira Infância no
Brasil
 Constituição de 1988, a primeira que reconhece a
educação infantil como direito das crianças de 0 a 6
anos de idade, dever de Estado e opção da família;

 O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no


8.069, de 1990), que afirma os direitos das crianças e
as protege;

 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de


1996, que reconhece a educação infantil como
primeira etapa da
educação básica.
O que se espera deste processo?
 Na educação infantil e no ensino fundamental, o
objetivo é atuar com liberdade para assegurar a
apropriação e a construção do conhecimento por
todos.

 A inclusão de crianças de seis anos no ensino


fundamental requer diálogo entre educação
infantil e ensino fundamental, diálogo
institucional e pedagógico, dentro da escola e
entre as escolas, com alternativas curriculares
claras.
Refletindo sobre a pluralidade da
infância
 Não podemos pensar em apenas uma infância e sim em
infâncias.

 Questões econômicas
 Questões sociais
 Questões culturais
 Trabalho infantil

 As crianças passavam suas vidas as sombras dos adultos.


Enquanto algumas crianças eram ensinadas por preceptores
em suas casas, outras crianças precisavam trabalhar. No
Brasil, elas conviveram por 4 séculos com a escravidão que
regulou práticas sociais que presenciamos até hoje.
Certas Palavras
Carlos Drummond de Andrade

Certas palavras não podem ser ditas


Em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
Para companheiros de confiança,
Devem ser sacralmente pronunciadas
Em tom muito especial
Lá onde a polícia dos adultos
Não adivinha nem alcança.
Entretanto são palavras simples
Definem
Partes do corpo, movimentos, atos
Do viver que só os grandes se permitem
E a nós é defendido por sentença
Dos séculos.
E tudo é proibido. Então, falamos.
MAS COMO
ASSEGURAR A VERDADEIRA EFETIVAÇÃO
DESSE DIREITO?
 Pensemos:

 O que temos privilegiado no cotidiano escolar?


 As vozes das crianças são ouvidas ou silenciadas?
 Que temas estão presentes em nossas salas de aula
e quais são evitados?
 Estamos abertos a todos os interesses das crianças?

No poema Certas Palavras, Drummond busca


o encontro com alguns sentimentos próprios
da infância:
Da Transição
 Respeito a infância e conhecimento
sobre ela.
 Campos de experiência.
 Utilização do lúdico e da brincadeira
para aprender.
 Valorização da Cultura da criança.
 Incentivo e respeito as formas de
expressão.
Processos
 É na singularidade e não na
padronização de comportamentos e
ações que cada sujeito.

 Olhar do Professor e apresentação de


formas de prender.

 Planejamento pautado no interesse do


aluno e sobre como ele aprende.
As Diretrizes definem os seguintes
princípios:
a) Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da
Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum;

b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres da Cidadania, do


Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática;

c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, Criatividade e Diversidade


de manifestações Artísticas e Culturais.

A partir desses eixos, é importante que se garanta o estudo


articulado das Ciências Sociais, das Ciências Naturais, das
Noções Lógico-Matemáticas e das Linguagens.
Garantindo um currículo integrado.
Um trabalho de qualidade
Um trabalho de qualidade para as crianças nas
diferentes áreas do currículo exige ambientes
aconchegantes, seguros, encorajadores, desafiadores,
criativos, alegres e divertidos nos quais as atividades
elevem sua autoestima, valorizem e ampliem as suas
leituras de mundo e seu universo cultural, agucem a
curiosidade, a capacidade de pensar, de decidir, de
atuar, de criar, de imaginar, de expressar; nos quais
jogos, brincadeiras, elementos da natureza, artes,
expressão corporal, histórias
contadas, imaginadas, dramatizadas, lidas
etc. estejam presentes.
Alfabetização e Letramento
A leitura e a produção de textos no ensino
fundamental:

 A apropriação do sistema alfabético de escrita de


maneira lúdica e reflexiva.

 “Alfabetizar letrando” é um desafio permanente.


Implica refletir sobre as práticas e as concepções
por nós adotadas ao iniciarmos nossas crianças
e nossos adolescentes no mundo da escrita.
Leituras para a sala

 Leituras, tendo o professor como modelo,


possibilitam favorecer a alfabetização e
letramento dos alunos, através da
contação de histórias, manuseios dos livros,
perseguição de autores, conhecimento do
gênero, bem como boas perguntas e
intervenções no momento da leitura.
-Antes da Leitura
-Durante a Leitura
-Depois da Leitura
Modalidades de organização

Trabalho regular, diário, semanal ou quinzenal que objetiva


uma familiaridade maior com um gênero textual, um
assunto/tema de uma área curricular, de modo que os
estudantes tenham a oportunidade de conhecer diferentes
maneiras de ler, de brincar, de produzir textos, de fazer arte
etc.

 Sequencia Didática
 Atividades permanentes
 Projetos
A escola e a avaliação
A escola precisa ser séria, mas não precisa ser sisuda,
como dizia Paulo Freire.
Para que não tenhamos essa prática excludente, é
preciso que os professores reconheçam a necessidade de
avaliar com diferentes finalidades:
 Conhecer os alunos;
 Identificar conhecimentos prévios;
 Conhecer dificuldades e usar diferentes estratégias a
partir do planejamento;
 Usar recursos e espaços diferenciados;
 Participação dos alunos;
 Tarefas extra classe;
 Frequência dos alunos;
Registro como forma de avaliar
As formas de registro qualitativo escrito permitem que os professores comparem os
saberes alcançados em diferentes momentos da trajetória vivenciada:

 os professores acompanhem coletivamente, de forma compartilhada, os progressos


dos estudantes com quem trabalham a cada ano;

 os estudantes realizem auto avaliação, refletindo, dessa forma, sobre os próprios


conhecimentos e sobre suas estratégias de aprendizagem, de modo que
possam redefinir os modos de estudar e de se apropriar dos saberes;

 as famílias acompanhem sistematicamente os estudantes, podendo, assim, dar


sugestões à escola sobre como ajudar as crianças e os adolescentes e discutir suas
próprias estratégias para auxiliá-los;

 os coordenadores pedagógicos (assistentes pedagógicos, equipe técnica)


conheçam o que vem sendo ensinado/aprendido pelos estudantes e possam
planejar os processos formativos dos professores.

 A diversificação dos instrumentos avaliativos, por sua vez, viabiliza um maior


número e variedade de informações sobre o trabalho docente e sobre os percursos
de aprendizagem.
Vamos pensar mais um pouquinho sobre
avaliação.
 A mudança das práticas de avaliação é então acompanhada
por uma transformação do ensino, da gestão da aula, do
cuidado com as crianças e os adolescentes em dificuldade.

 Como menciona Leal (2003, p. 20), a seleção consciente do


que devemos ensinar é o primeiro passo a ser dado para a
construção de uma aprendizagem significativa na escola. Em
decorrência dessa tomada de posição em relação ao que é
realmente importante, é que podemos organizar nosso
tempo na sala de aula e definir o que iremos avaliar e as
formas que adotaremos para avaliar.
As formas de registro qualitativo escrito permitem que os professores
comparem os saberes alcançados em diferentes momentos da trajetória
vivenciada;
 Os professores acompanhem coletivamente, de forma compartilhada, os
progressos dos estudantes com quem trabalham a cada ano;

 Os estudantes realizem autoavaliação, refletindo, dessa forma, sobre os


próprios conhecimentos e sobre suas estratégias de aprendizagem, de modo
que possam redefinir os modos de estudar e de se apropriando os saberes;

 As famílias acompanhem sistematicamente os estudantes, podendo, assim, dar


sugestões à escola sobre como ajudar as crianças e os adolescentes e discutir
suas próprias estratégias para auxiliá-los;

 Os coordenadores pedagógicos (assistentes pedagógicos, equipe técnica)


conheçam o que vem sendo ensinado/aprendido pelos estudantes e possam
planejar os processos formativos dos professores.
Avaliação por Portifólio e Participação da
Família
 Construção e monitoramento do que os aluno aprendeu e como o professor
deve pensar seu planejamento para melhor atendê-lo.

 Se, do ponto de vista oficial, tais registros significam um grande avanço, é


preciso ter cuidado em não transformá-los em tarefa burocrática.

 Em primeiro lugar, recordemos, deve-se ter clareza sobre o que é necessário


que os estudantes aprendam em cada etapa escolar, o que constitui um direito
deles. s. É preciso “não deixar o tempo passar”, mas sim monitorar,
continuamente.

 Em segundo lugar, para que tenhamos clareza sobre o que ensinar e avaliar o
estudante e sua família tenham voz, devem participar efetivamente do
processo de avaliação. Necessitamos garantir que as famílias conheçam as
expectativas da escola em relação às crianças e aos adolescentes em cada
unidade e série (ou ano) e acompanhem a trajetória percorrida, podendo se
posicionar junto à professora, à turma e à escola.

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