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DRENAGEM PARA AGRICULTURA

1. Terras Úmidas (wetlands)

As terras úmidas são áreas com


inundações intermitentes. A vegetação que
predomina é diferente daquelas áreas sem
inundações.
Quando os solos se saturam de água, o
acesso ao oxigênio atmosférico se restringe e
os solos se tornam anaeróbicos. As raízes
comuns não podem respirar e a maior parte
das plantas não podem viver aí.
1. Terras Úmidas (wetlands)
As terras úmidas podem ser de água
doce ou salgada (mangues). As plantas de
zonas úmidas desenvolveram adaptações
especiais:

Algumas, como os mangues, levam ar a suas


raízes através de tubos especiais;
Outras realizam parte de seu processo
respiratório em ausência de ar.
Fabricam um produto não oxidado que
se transporta ao alto do tronco para ser
oxidado.
1. Terras Úmidas (wetlands)

Pneumatóforos: raízes
adaptadas de espécie de
mangue que surgem na
superfície para
possibilitar a aeração na
zona radicular.
1.1. Características das terras úmidas

As terras úmidas de vegetação


herbácea são denominadas várzeas;
pântanos são aquelas com árvores e arbustos.
Existem muitos tipos de terras úmidas
com vegetação variada. O tempo que dura a
inundação (hidroperíodo), a profundidade da
inundação e os nutrientes disponíveis
determinam o tipo de vegetação.
1.2. Características da vegetação

Muitos pântanos conservam a água,


em especial aqueles que estão em
regiões planas cercadas por montanhas,
que recebem principalmente água de
chuva.
Algumas árvores de turfa
transpiram menos que outras plantas.
1.2. Características da vegetação

Nos pântanos se perde menos água


que em superfícies abertas de lagos. A
adaptação destas plantas ajuda a
manter a área úmida e conservar a água.
A maior parte da água pode
filtrar-se até depósitos ou rios de água
subterrânea. Os esforços de drenar
pântanos para economizar água são
ações equivocadas.
1.3. Importância ecológica das terras
úmidas
Devido ao fato de que as terras
úmidas recebem água de terras altas,
elas atuam como filtros naturais que
absorvem nutrientes, diminuem a
turbidez (sólidos em suspensão) e
retém microorganismos mortos.
As águas servidas podem ser
descartadas em várzeas e pântanos,
proporcionando assim um tratamento
natural.
1.3. Importância ecológica das terras
úmidas

A diversidade de espécies de plantas


nas áreas úmidas é menor que em uma
floresta comum, porque na sua evolução,
apenas aquelas espécies que conseguiram
destinar energia para adaptações especiais
sobrevive.
A variedade de insetos, pássaros e
outros animais, no entanto, é muito maior.
1.3. Importância ecológica das terras
úmidas
Quando as várzeas e os manguezais
recebem nutrientes minerais, tendem a
crescer rapidamente e mandar matéria
orgânica aos estuários.
O consumo da matéria orgânica pela
fauna devolve os nutrientes minerais ao
estuário. Desta maneira as plantas e árvores
atuam como amortizadores e mantém o
balanço de nutrientes e matéria orgânica na
água que as rodeia.
1.3. Importância ecológica das terras
úmidas

A vegetação das terras úmidas da


costa (manguezais) ajudam reduzir a
erosão durante inundações e marés
tempestuosas. Plantas e árvores atuam
como barreiras, reduzindo os danos
produzidos pelos fortes ventos.
2. Terras úmidas e agricultura
Em algumas bacias hidrográficas,
margeando os cursos d’água no final
do seu curso, principalmente,
encontramos muitas vezes áreas de
várzeas.
Em condições naturais, as
várzeas apresentam excesso de
umidade por períodos longos o
suficiente para trazer prejuízos à
atividade agrícola.
2. Terras úmidas e agricultura

Áreas com problemas de drenagem


2.1. Características das várzeas

Os solos das várzeas podem ser


formados por:
deposição de materiais
fragmentados transportados pelos
cursos d’água;
material orgânico ou sedimentos
trazidos da encosta pela erosão.
2.1. Características das várzeas
2.1. Características das várzeas

Quando a água permanece


estagnada sobre o material
depositado por longos períodos,
formam-se solos hidromórficos e
orgânicos;
2.1. Características das várzeas

Solos hidromórficos = modificados pela


ação da água
2.1. Características das várzeas

Constata-se em alguns casos, que a


deposição de material transportado pelo
rio durante as cheias cria extensos
diques junto ás margens.
Estes diques podem impedir a água
que chega à várzea de escoar para o
dreno natural da bacia (curso d’ água).
Isto pode fazer com que a água fique
acumulada por períodos longos.
2.1. Características das várzeas

Formação de dique marginal natural


2.2. Eventos do ciclo hidrológico e
problemas de drenagem

Precipitação;
Interceptação;
Detenção;
Infiltração e Percolação profunda
Evaporação e Transpiração
Escoamento superficial
2.3. Problemas que limitam o uso agrícola das
várzeas

Em algumas partes de uma bacia hidrográfica a drenagem


natural será rápida, em outras partes será lenta.
2.3. Problemas que limitam o uso
agrícola das várzeas

A) Água que infiltra no


solo e percola em
profundidade,
alimentando o lençol
freático.

nível freático elevado


2.3. Problemas que limitam o uso
agrícola das várzeas
B) Declividade baixa e pouca elevação em
relação ao leito dos cursos d’água,
favorecendo que o nível freático fique
muito próximo da superfície e que a
drenagem superficial seja lenta;

AGRAVANTE: Quando o solo apresenta


elevado teor de argila, a infiltrabilidade
pode ser significativamente baixa, tornando
a drenagem natural muito lenta.
2.3. Problemas que limitam o uso
agrícola das várzeas

C) Inundações
periódicas devido
ao
transbordamento
dos cursos
d’água.

Transbordamento de curso d’água inundando a


várzea
http://news.uns.purdue.edu/UNS/images/ladd.runoff.jpeg
2.4. Conseqüências do excesso de
umidade
O excesso de umidade durante todo o
ano ou no período das chuvas, ocasiona: 

Redução da intensidade do processo de


aeração do solo;
Problemas para o trânsito de máquinas e
o uso de implementos não adaptados;
Acúmulo de sais na zona radicular devido
à irrigação com água salina, em regiões
semi-áridas.
2.5. Água e aeração do solo
Denominamos por aeração, o processo pelo
qual os gases consumidos ou produzidos no perfil
do solo são permutados pelos gases da atmosfera.

Respiração nas
Consumo de O2
raízes +
Respiração dos e
microorganismos do Liberação de CO2
solos

RESULTADO: A composição do ar do solo


torna-se diferente da composição do ar
atmosférico.
2.5. Água e aeração do solo

O PROCESSO DE AERAÇÃO DO SOLO


REESTABELECE O EQUILÍBRIO ENTRE A
CONCENTRAÇÃO DO AR DO SOLO E O AR
ATMOSFÉRICO.

Mecanismos da aeração:
FLUXO DE MASSA - Movimento que ocorre devido à
diferença de pressão entre o ar do solo e o ar atmosférico;
DIFUSÃO – Movimento que ocorre devido à diferença
na concentração de um gás no ar do solo e na atmosfera.
2.5. Água e aeração do solo
OBSERVAÇÕES:
A difusão do oxigênio na água é 10.000
vezes mais lenta que nos poros com ar;
A permeabilidade do meio poroso ao fluxo
de massa e à aeração depende do volume
de poros com ar e da interconexão entre
esses poros;
Recomenda-se manter o volume de poros
do solo ocupado pelo ar acima de 15%.
2.5. Prejuízos que a aeração
inadequada trás às plantas
O déficit de O2 e o excesso de CO2
ocasionam os seguintes efeitos:
A) Prejuízos à germinação e principalmente
à emergência das plântulas;
B) Acúmulo de etileno nas raízes e no caule
ocasionando degradação dos tecidos
radiculares; epinastia e queda de folhas;
formação de raízes adventícias no caule;
C) Acúmulo de etanol no sistema radicular.
2.5. Prejuízos que a aeração
inadequada trás às plantas
O déficit de O2 altera o metabolismo de
obtenção de energia dos tecidos da raíz, que
muda da respiração (com produção de ATP)
para a fermentação (transformação da glicose
em etanol).
O acúmulo de etanol provoca efeitos de
intensidade diferente nas espécies cultivadas.
Cita-se a destruição de membranas celulares.
EXCEÇÃO: ARROZ E PLANTAS AQUÁTICAS
Possuem no caule um tecido com grandes
espaços intercelulares (aerênquima), através
do qual o O2 vai da atmosfera até as raízes.
2.6. RENDIMENTO DO PROCESSO DE OBTENÇÃO
DE ENERGIA A PARTIR DA GLICOSE

RESPIRAÇÃO DA GLICOSE EM PRESENÇA DE


OXIGÊNIO:
C6H12O6 + 6O2 ► 6CO2 + 6H2O + 1270 kJoules
1270 kJ de energia biologicamente utilizável =
38 móis de ATP

FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA DA GLICOSE


C6H12O6 ► 2C2H5OH + 2CO2 + 67kJoules
67 kJ de energia biologicamente utilizável =
2 móis de ATP.
BIBLIOGRAFIA

H. T. Odum, E.C. Odum, M.T. Brown, D. LaHart, C. Bersok, J.


Sendzimir, Graeme B. Scott, David Scienceman y Nikki Meith.

ECOSSISTEMAS E POLÍTICAS PÚBLICAS.


http://www.unicamp.br/fea/ortega/eco/index.htm

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