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25/03/2019

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB


Disciplina: Imunologia Clínica - DCT
Docente: Danyo Maia
Discentes: Kalila Silva e Yalli Schettini

Síndrome de DiGeorge
FISIOPATOLOGIA
◦ A síndrome da deleção 22q (22qDS), descrita como
síndrome de DiGeorge ou síndrome
velocardiofacial, é um conjunto de características
morfológicas e neurológicas específicas que
resultam da deleção de 1 cópia de 22q11.2.

◦ A deleção provoca uma redução em TBX1, um


fator de transcrição importante para o
desenvolvimento dos arcos faríngeos.

Fonte: Sean A. McGhee, MD e Maria Garcia Lloret


FISIOPATOLOGIA
◦ O fenótipo da síndrome de DiGeorge pode ser dividido em 2 componentes:

O COMPONENTE FARÍNGEO O FENÓTIPO NEUROLÓGICO

Cardiopatia congênita, hipoplasia das Leve disfunção cognitiva, que


glândulas paratireoides, hipoplasia ou tipicamente se manifesta como
aplasia tímica, fenda labial e fenda dificuldades de aprendizagem,
palatina, e características faciais comprometimento da fala e aumento da
dismórficas leves. incidência de esquizofrenia.
ASPECTOS IMUNOLÓGICOS
◦ A maioria dos doentes com alterações imunes apresenta diminuição na contagem das células
T no sangue periférico, havendo estudos contraditórios quanto ao fato da linhagem mais
afetada ser a CD8+, CD4+ ou o dano ser semelhante entre elas.

◦ Linhagens que não dependam do timo para a maturação, como células B ou células natural
killer (NK), não mostram alterações nas contagens.
Fonte: Planeta com Vida 12ºano,  Santillana
ASPECTOS IMUNOLÓGICOS
◦ Além das alterações nas contagens celulares T tem sido também relatado um amplo espetro de
alterações humorais.

◦ Foram reportados casos correspondentes à imunodeficiência variável comum, deficiência de


subclasses de imunoglobulina IgG, IgA, IgM, deficiência de anticorpos específicos e alterações da
resposta à vacinação.

◦ Alguns estudos revelaram que apesar das contagens de linfócitos B não mostrarem alterações, há uma
diminuição das células B de memória.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
1- Dismorfismos crânio faciais: hipertelorismo, inclinação
antimongolóide dos olhos, orelhas chanfradas e de implantação baixa
e micrognatia. Além disso, têm-se a associação de deformidades de
cavidade oral como as fendas palatinas, totais ou parciais.

2- Malformações de vias aéreas: Os dismorfismos de vias aéreas


incluem fístula traqueoesofágica, redução de anéis traqueais, tornando-
a assim mais curta, laringomalácia, traqueomalácia e broncomalácia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
3- Cardiopatias: Aproximadamente 75-80%. Dentre as cardiopatias
congênitas, citam-se as malformações conotruncais, Tetralogia de Fallot,
interrupção de arco aórtico, e defeitos do septo ventricular.

4- Malformações renais: Ocorre em 30 % dos casos. Hidronefrose, agenesia


renal e displasia renal multicística são algumas das anomalias descritas.

5- Endocrinopatias e alterações metabólicas: As principais disfunções


endocrinológicas são decorrentes de hipo ou aplasia de paratireóides,
hipocalcemia (ocorre em 17% a 60%), hipomagnesemia e a elevação dos
níveis de fósforo.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
6- Alterações neurológicas e comportamentais: O raciocínio abstrato
e conceitual, além de cálculos matemáticos, são afetados, sugerindo que
possa haver também um defeito nas sinapses nervosas, além da
esquizofrenia.

7- Distúrbios de linguagem: Atraso no desenvolvimento da linguagem,


decorrente de alterações neurológicas ou defeitos anatômicos, como a
fenda palatina ou insuficiência velofaringeana. Após a aquisição da
fala, alguns pacientes podem apresentar dificuldade de articulação das
palavras ou disfunções vocais, como voz anasalada e rouquidão.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
8- Doença autoimune e neoplasia: Citopenias auto-imunes e artrite reumatóide
juvenil (ARJ) podem ocorrer em 20 a 100 vezes mais que na população geral.
Anemia hemolítica auto-imune, púrpura trombocitopênica idiopática (PTI),
psoríase, vitiligo e enteropatia autoimune são descritas em várias faixas etárias.

9- Sistema Imunológico: As disfunções são descritas em até 80% dos pacientes.


Caracterizada por baixo número de linfócito T, baixa resposta a mitógenos e
incapacidade de reagir a enxerto alogênico de pele, além de maior suscetibilidade a
infecções por vírus e fungos.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
◦ Identificação de casos suspeitos de del22q11: realização do teste FISH;
◦ Avaliação do sistema imunológico:

Hemograma: Contagem do número absoluto


de linfócitos

Avaliação do sistema cardiovascular:

Radiografia
Eletro-
de Eco-
Ressonância
tórax
cardiograma
cardiograma
magnética

Quantificação da população e subpopulações de


células T (CD3+, CD4+ e CD8+)
TRATAMENTO
No período neonatal, a reposição de cálcio e a
correção dos defeitos cardíacos

Alterações cardíacas: cirurgia. O tratamento


medicamentoso dos sintomas de insuficiência cardíaca
congestiva inclui restrição hídrica, digoxina e diuréticos

O uso de vacinas de vírus vivo nas crianças com


um ano de idade
TRATAMENTO
Em pacientes com deficiência de IgA e infecções de repetição, o
uso de antibióticos por longo prazo pode ser necessário

Os pacientes com diminuição de células T CD4+ podem receber


sulfametoxazol-trimetoprima, e o uso de gamaglobulina intravenosa
está indicada nos casos de hipogamaglobulinemia grave ou função
defeituosa de anticorpos.

O tratamento para pacientes com alterações importantes do


sistema imunológico consiste no transplante de timo ou medula
óssea, com resultados promissores
REFERÊNCIAS
◦ DE MELO, Karina M.; CARVALHO, Beatriz T. Costa. Síndrome de DiGeorge: Aspectos clínico-
imunológicos e manejo. Rev. bras. alerg. imunopatol, p. 47, 2002.
◦ MARTINS, Sara Raquel Pereira. Aspetos clínicos e imunológicos numa população pediátrica com
deleção 22q11. 2014.
◦ MELO, K.M.; CARVALHO, B.T.C. Síndrome de DiGeorge: Aspectos clínico-imunológicos e manejo.
Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 30, Nº 2, 2007.
◦ ROSA, Rafael Fabiano M. Síndrome de deleção 22q11. 2: compreendendo o CATCH22. Revista
Paulista de Pediatria, v. 27, n. 2, p. 211-220, 2009.

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