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CEMENTAÇÃO

 LUCAS CLÉVER, MAYARA TAVARES, NADIR LACERDA E ROBERTO BITU;


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI - UFCA​;
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT;​
ENGENHARIA DE MATERIAIS​;
TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS;
PROF: DR. MARLEY SOUZA.
INTRODUÇÃO

 Os tratamentos termoquímicos têm por


objetivo alterar as propriedades superficiais
do aço. 
 Em geral materiais extremamente duros têm
elevada resistência ao desgaste, porém baixa
tenacidade/resistência ao impacto. 
Fonte: SENAI - ES, 1997. 
INTRODUÇÃO

 Meios para realizar o tratamento: são as fontes de C e N. Podem ser


sólidos, líquidos e gasosos. 
 Inicialmente a cementação foi desenvolvida em meio sólido, mas
esse não é o meio mais eficiente.
TRATAMENTOS TÉRMICOS NA CEMENTAÇÃO

Normalização: 
 Para permitir usinagem e retificação das peças. Acontece anteriormente ao
processo de cementação, ou seja, antes do tratamento propriamente dito; 

Têmpera: 
 Aumento da dureza ( maximização da capacidade de endurecimento conseguida
pela cementação). Acontece posteriormente ao tratamento de cementação.
DEFINIÇÃO

 Cementação é o tratamento termoquímico que consiste em se introduzir carbono


na superfície do aço pelo mecanismo de difusão atômica com o objetivo de se
aumentar a dureza superficial do material, depois de convenientemente
temperado. Quando o ferro ou o aço é rapidamente resfriado por têmpera, o
maior teor de carbono na superfície exterior torna-se duro através da
transformação da austenita em martensita, enquanto que o núcleo permanece
macio e resistente (tenaz) como uma microestrutura ferrítica e/ou perlita.¹

1. Oberg, E., Jones, F., e Ryffel, H. (1989)


MÉTODO

 A carburação do aço é composta por um tratamento através do calor da superfície


metálica utilizando uma fonte de carbono;
 Enquanto no núcleo os aços cementados contêm de 0,10 a 0,25% de carbono, na
superfície o teor de carbono pode ser ajustado para valores entre 0,8 a 1%.

Fonte: SENAI - ES, 1997. 


MÉTODO

O processo de difusão dos átomos de carbono na matriz rica em


ferro do aço depende de alguns fatores:

 Temperatura de tratamento.
 Tempo de tratamento (até a saturação).
 Composição química do aço, incluindo o teor de carbono.
 Potencial químico do carbono na superfície da peça.
TIPOS DE CEMENTAÇÃO

CEMENTAÇÃO SÓLIDA:
 É o processo mais antigo de cementação, que inicialmente envolvia
somente o uso de meios de cementos sólidos.
 O tratamento de cementação é realizado acima da zona crítica, no
campo austenítico, no qual a solubilidade do carbono no aço é
elevada.
CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 Embora a fonte de carbono seja sólida, o carbono é transportado


pelo gás que se forma em torno da peça, a qual é envolvida pelo
meio de carbonetação. 
 Os cementos sólidos são tradicionalmente constituídos por  uma
mistura de carvão vegetal moído.
 A cementação sólida é lenta, requerendo algumas horas de
permanência acima da zona crítica (900 a 1000 ºC.
CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 O interior da peça permanece na região intercrítica com


resfriamento lento: perlita e ferrita, a superfície da peça é
austenitizada e depois temperada, resultando em martensita.

 Tratamento térmico alternativo: Dupla Têmpera. 


CEMENTAÇÃO SÓLIDA

 O tratamento é completado por um revenimento a 180 ºC para que


as tensões sejam aliviadas. 
 Na cementação sólida é inviável o ajuste do potencial químico do
carbono.
 Quando os gradientes de teor de carbono são muito altos há risco
de lascamento da cama cementada.
CEMENTAÇÃO SÓLIDA

CARACTERÍSTICAS:
 Utilização de grande variedade de Fornos; 
 Precisam de resfriamento lento após a cementação;
 Dificuldade de desempacotamento das peças; 
 Processo de cementação mais lento;
 Temperaturas usuais: 815 a 955°C (às vezes 1095°C);
 Profundidade da camada cementada (0,6 a 6,9mm);
 Material das caixas: aço carbono revestida de alumínio > aço
inox > aço C.  Forno Industrial Jung TT 200
Fonte: edisciplinas
TIPOS DE CEMENTAÇÃO

CEMENTAÇÃO GASOSA:
 Consiste em se colocar a peça a ser cementada em um forno com
atmosfera de potencial de carbono controlado.
 A cementação gasosa é muito empregada na indústria, porém a
limpeza superficial da peça a ser cementada é muito importante. 
 A microestrutura resultante da cementação depende de dois fatores
conjugados: variação de velocidade de resfriamento (têmpera) e
variação de composição química (difusão de carbono). 
CEMENTAÇÃO GASOSA

CARACTERÍSTICAS:
 Cementação mais limpa que a sólida; 
 Tratamento mais complexo; 
 Profundidade da camada cementada: 0,5 a 2,0mm;
 Equipamento de cementação gasosa é bastante caro;
 Temperatura e tempo;
 Possibilita têmpera direta.
CEMENTAÇÃO GASOSA

Fonte: edisciplinas

Fonte: edisciplinas
TIPOS DE CEMENTAÇÃO

CEMENTAÇÃO LÍQUIDA:
 Consiste em se manter o aço em um banho de sal fundido. 
 A profundidade da camada cementada depende da composição do
banho e principalmente da temperatura utilizada.
 Os aços empregados são os aços carbono (1010 a 1020) e os de
baixa liga (1113, 1117, 1118, 8620, 9620). 
 Os tempos de cementação líquida variam de 0,5 a 10 horas.
CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

Vantagens: Desvantagens:
 Obtenção de apreciáveis profundidades de penetração em  Alta toxidez dos cianetos;
tempo relativamente curto, pois a peça entra em contato
direto com a massa líquida;
 Necessidade de limpeza
 Proteção efetiva contra descarbonetação;
posterior em alguns casos,
 Possibilidade de operação contínua, pela colocação ou como a têmpera em óleo
retirada das peças, enquanto outras ainda estão em
tratamento.
 Profundidade da camada cementada:  
                   - Banhos para baixa temperatura:0,13 a 0,25mm; 
              - Banhos para alta temperatura:0,5 a 3,0mm;
CEMENTAÇÃO LÍQUIDA

Fonte: pt.slideshare.net Fonte: slideplayer.com.br


TIPOS DE CEMENTAÇÃO

CEMENTAÇÃO A VÁCUO: A Cementação a Vácuo com têmpera a gás apresenta as


seguintes vantagens, quando comparada com a Cementação
 Processo similar a gasosa convencional:
cementação gasosa.   As peças ficam limpas e secas após o processo, não
 Os gases são evacuados e necessitando de desengraxe, lavagem, decapagem, jateamento,
usinagem ou outro meio posterior para limpeza.
preenchidos com gás
nitrogênio. As peças são  O meio de resfriamento não sofre alterações das características
durante a têmpera;                             - 
imediatamente temperadas.
 A atmosfera protetora e o vácuo eliminam as oxidações. 
 Grande uniformidade da camada, da dureza e do percentual de
carbono, em toda a superfície da peça, nas peças da carga e nas
peças de diferentes cargas.
TIPOS DE CEMENTAÇÃO

Fonte: mecanica-blog.blogspot
CEMENTAÇÃO A VÁCUO

Fonte: slideplayer
CEMENTAÇÃO A PLASMA

 O que é um plasma? 

 Como ocorre a cementação á plasma?

 O que é ionizar um gás?

 Quais as vantagens?

 Por que esse tipo de cementação é pouco utilizado?


PROCESSO DE CEMENTAÇÃO
NOS AÇOS ABNT 1020 E 1045
COM VARIAÇÃO DO MEIO
CEMENTANTE
José Pedro Guedes da Silva
Edson Roberto da Silva
ARTIGO

OBJETIVO
RESUMO;
.
MATERIAIS

 Duas barras de aço cilíndrica com 6 metros de comprimento, uma em aço


ABNT 1020 e outra em aço ABNT 1045 com diâmetro de 8 milímetros;

 Meio cementante: 
- 900 gramas de pó de cementação da marca Diamantina;
- 300 gramas de carvão vegetal;
- 80 gramas de bicabornato de sódio.
MÉTODOS

 As barras de aço foram cortadas, em 10 corpos de prova com 120 mm de comprimento,


sendo 5 para cada tipo de aço; 
 Dos 10 corpos de prova, 2 de cada material foram colocados no recipiente com o fundo
forrado com uma mistura de pó de carvão mineral com bicarbonato de sódio;
 Logo em seguida, a caixa de cementação foi colocada no forno à 950 °C. Após 24 horas, a
caixa foi retirada do forno e as peças de aço foram temperadas em água e sua dureza foi
medida;
 O pó de cementação foi colocado em uma chapa de aço com 1000 mm de largura por 500
mm de comprimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 A dureza do aço ABNT 1020 foi em média de 15,5 rockwell C e a dureza do aço
ABNT 1045 foi em média 31,5 rockwell C;
 Após os tratamentos termoquímicos, todos os corpos de prova aumentaram sua
dureza, como pode ser observado na Tabela 1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Fonte: SILVA, José Pedro – 2017.


RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Para uma melhor compreensão do efeito do material e do pó cementante foi feita uma
análise de variância. Para tanto, as variáveis do processo experimental foram divididas
8 em dois fatores, o fator “A” como material da peça e o fator “B” como pó cementante.
Definidos os fatores, foram levantadas as seguintes hipóteses: 
 a) H0A: o tipo do aço não influencia na dureza das peças tratadas por cementação; 
 b) H1A: o tipo do aço influencia na dureza das peças tratadas por cementação; 
 c) H0B: o pó cementante não influencia na dureza das peças tratadas por cementação; d)
H1B: o pó cementante influencia na dureza das peças tratadas por cementação; 
 e) H0AB: a interação entre o pó cementante e o tipo do aço não influencia na dureza das
peças tratadas por cementação; 
 f) H1AB: a interação entre o tipo do aço e o pó cementante influencia na dureza das
peças tratadas por cementação
RESULTADOS E DISCUSSÃO 

 De posse das hipóteses, foi realizada uma análise de variância, na


qual foi determinada a soma quadrática dos fatores e do erro para a
verificação da influência dos fatores sobre variação de dureza do
material no tratamento de cementação. 
 Para que a hipótese H0 seja rejeitada, o F0 calculado deve ser
maior que o F0 tabelado. Esses valores podem ser observados na
Tabela 2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Fonte: SILVA, José Pedro – 2017.


CONCLUSÃO

 O aço ABNT 1020 com o pó de diamantina obtiveram o maior ganho percentual


em dureza; 
 A cementação em carvão elevou pouco a dureza de ambos materiais, no qual o
efeito da têmpera pode ter sido mais pronunciado do que a cementação
propriamente dita;
 A cementação com o pó de diamantina elevou consideravelmente a dureza de
ambos materiais, apresentando valores bem semelhantes para os diferentes
materiais;
 Para um nível de significância α = 10%, o tipo de material da peça e o tipo de pó
cementante influenciaram no aumento da dureza das peças cementadas.
BIBLIOGRAFIA

 CHIAVERINI, V. Aços e Ferros Fundidos. 6ª Edição São Paulo, SP: ABM, 1988 
 ASKELAND, D. R; WRIGHT, W. J. Ciência e engenharia dos matérias. 3ª edição São Paulo, 2016. 
 Oberg, E., Jones, F., e Ryffel, H. (1989) Machinery's Handbook 23rd Edition. Nova Iorque: Industrial Press Inc.
 Low-Carbon Steels. Efunda. Disponível em:
https://www.efunda.com/materials/alloys/carbon_steels/low_carbon.cfm. Acesso em: 22 de fevereiro de 2021.
 NUNES, Hamilton. Tratamentos Termoquímicos. Moldes Injeção Plásticos. Disponível em:
<http://moldesinjecaoplasticos.com.br/tratamentos-termoquimicos/>. Acesso em: 22 de fevereiro de 2021.
 Tratamentos termoquímicos: cementação, nitretação e carbonitetratação. Infomet. Disponível em: <
https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=222>. Acesso em: 22 de fevereiro
de 2021.
 Mecânica Tratamentos Térmicos. Senai, 1997. Disponível em: <
http://www.protolab.com.br/TratamentosTermicos.pdf>. Acesso em: 22 de fevereiro de 2021.
 SILVA, José Pedro. Processo de cementação nos aços ABNT 1020 e 1045 com variação do meio
cementante. Universidade de Rio Verde, Faculdade de Engenharia Mecânica, 2017.

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