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Epistaxe

Dr.Paulo Henrique Pimenta


Conceito

 Hemorragia Nasal é qualquer sangramento que se exterioriza


pelas fossas nasais independente da origem (seios paranasais,
rinofaringe, tuba auditiva etc...).

 Epistaxe é o sangramento que se origina da mucosa das


fossas nasais.
Epidemiologia
 A epistaxe é uma das principais emergências
otorrinolaringológicas.
 Estima-se que cerca de 60% da população apresente pelo

menos um episódio de epistaxe durante a vida.


 Em geral, apresenta-se autolimitada, sendo que cerca de 6%

dos casos necessitem de atendimento médico.


 A taxa de mortalidade por epistaxe maciça é menor que

0,01%.
 A região anterior das fossas nasais representa cerca de 90%
dos sangramentos
 Os sangramentos posteriores, apesar de menos freqüentes

são mais graves, ocorrendo mais na faixa etária acima de 50


anos
 A epistaxe é rara em crianças menores de dois anos de idade

(1:10.000) devendo suspeitar-se de doenças como a


trombocitopenia, traumas e maus tratos
 Épocas do ano em que a temperatura é mais fria, e a umidade

do ar é menor, apresentam uma incidência maior de epistaxes


Anatomia
 As fossas nasais são irrigadas pelos sistemas das artérias
carótidas interna e externa
 Da artéria carótida interna, originam-se as artérias etmoidal
anterior e etmoidal posterior (ramos terminais da arteria
oftálmica), que suprem os ossos nasais, a cartilagem do
septo, teto nasal e paredes laterais
 O sistema da artéria carótida externa provê a maior parte do
fluxo sangüíneo nasal. Primariamente pela artéria maxilar e
seus ramos, sendo os mais importantes as artérias
esfenopalatina e palatina maior. E a artéria facial
Caró tida Caró tida
interna externa
Artéria Maxilar
Oftálmica -Esfenopalatina(septal e
-Etmoidal anterior a. nasal lateral posterior)
-Etmoidal posterior -Palatina maior

Artéria Facial
-Labial superior
-Nasal lateral
-Angular
-Palatina ascendente
Plexos vasculares do nariz
Parede anterior do septo nasal Parede nasal lateral
Posterior e inferior a concha média
 Artéria etmoidal anterior
 Artéria palatina maior
 Artéria esfenopalatina
 Artéria labial superior

Plexo de kiesselbach (Little) Plexo de Woodruff


 Plexo de Kisselbach – situado na porção mais anterior do
septo nasal, onde ocorrem as anastomoses entre o
sistema carotídeo interno, com o sistema carotídeo
externo, também conhecido como área de Little, composta
por ramos terminais da art. etmoidal anterior , art.
esfenopalatina e da art. labial superior
 Plexo de Woodruff - Responsável pelos sangramentos
posteriores, localizam-se posteriormente a concha media.
Apresenta anastomose entre os ramos da Artéria Maxilar
interna, principalmente a Artéria Esfenopalatina, e ramos da
Artéria Faringea Posterior
etiologia

Fatores locais Fatores sistêmicos


Trauma: digital, fraturas Desordens vasculares

Uso de sprays nasais Discrasias sangüíneas


Reações inflamatórias Neoplasias hematológicas
Deformidades anatômicas Alergia
Corpos estranhos Desnutrição
Tumores intranasais Alcoolismo
Inalantes químicos Hipertensão arterial
Uso prolongado de O2, CPAP Drogas
Cirurgia prévia Infecções
Tratamento das epistaxes inativas

 Cuidados gerais e lavagem nasal com solução fisiológica 0,9%


 Orientações gerais, como repouso, colocação de gelo e

compressa fria no nariz, evitar banho e alimentos quentes,


evitar medicações derivadas do ácido acetilsalicílico e não
tomar sol, devem ser fornecidas a todos os pacientes
 Medidas profiláticas para novos sangramentos dependerá de

cada paciente ou da doença de base


Tratamento das epistaxes anteriores ativas

Gelo em dorso nasal


Compressão digital por 5 a 10 min
Cauterização
Química ( Ácido Tricloroacético à 50%)
Elétrica (monopolar, bipolar)
Cuidados após cauterização
Não manipular o local
Não assoar o nariz
Espirrar com a boca aberta
Evitar esforço físico por 7 dias
Elevar cabeceira
Evitar salicilatos
Usar Soro fisiológico e/ou creme lubrificante
Evitar tabagismo
Conduta no paciente do Pronto-socorro

Exames complementares (HMG,CGG)


Assegurar das vias aérea e estabilidade hemodinâmica
Controle da pressão arterial
Posicionar o paciente sentado e efetuar a limpeza da cavidade
Determinar o local de sangramento (vasoconstritores)
ATLS (reposição volêmica)
Tamponamento anterior
 Indicado para sangramento anterior, que não melhorou com
medidas gerais.
Tamponamento anterior
Não esquecer

Antibióticos sistêmicos se necessário


Analgesia
Seguimento ambulatorial
Remoção do tamponamento 3 a 5 dias
Tamponamento posterior

Indicado no sangramento posterior ou quando houve falha no


tamponamento anterior
Associa-se ao tamponamento anterior
Não esquecer

Antibióticos sistêmicos
Analgesia, sedação ?
Seguimento em internação
Remoção em 4 a 5 dias
Sangramento não resolveu

 Cauterização/ligadura
 Art. Esfenopalatina
 Art. Maxilar interna
 Art. Etmoidais
 Art. Carótida externa
Sangramento não resolveu

 Angiografia e embolização
obrigado

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