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A relação teoria-prática:

a PRÁXIS educativa
Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da
Faculdade de Educação da Universidade Federal de
Uberlândia

• Princípios norteadores:
[...]
Permanente articulação entre formação teórica
desenvolvida e realidade educacional vivenciada, a partir da
compreensão de que a unidade teoria e prática ocorre
numa abordagem da relação de interdependência e de
mútua determinação entre ambas. A teoria, com efeito, é
reelaborada a partir da prática, sendo que a validade da
teoria é verificada pela própria prática. (p. 10)
Necessidade de se ultrapassar o entendimento
segundo o qual a teoria determina a prática
(contemplação).
As teorias por si não formam o professor e
tampouco a repetitiva prática docente exercida sem
reflexão, sem consciência.

Teoria e prática precisam dialogar


permanentemente.

Superar a concepção tradicional de que o saber está


somente na teoria, construído distante ou separado
da ação/prática.

A abordagem sobre a relação teoria e prática perpassa o


compromisso existente dos sujeitos na construção de saberes
e com a transformação da sociedade.
A prática subordinada
à teoria, em que
prevalecem as teorias
do ensino (como
ensinar) e incluem-se
as diversas vertentes
de pedagogia
tradicional

A teoria subordinada à
prática, em que
predominam as teorias da
aprendizagem (como
aprender) e situam-se as
variadas experiências da
pedagogia nova.

Problema que envolve a equação teoria-prática para a pedagogia:


cada uma assume uma dimensão desse binômio como nuclear de sua concepção
(tradicional — teoria / renovada — prática), acentuando o fosso existente
entre ambas.
Dicotomia Teoria-Prática
As origens da gerência

Capitalismo
Industrial: vários
trabalhadores são
empregados por
um capitalista.

Necessidade de Introdução do
elaborar uma controle e de regras
gerência para sua nas condições de
organização e trabalho (horário,
execução ritmo etc.).
Principais efeitos da gerência
científica
Separação do trabalho mental do trabalho manual (mão e
cérebro separam-se / opõem-se).

Separação da concepção e execução - lugares distintos e de


distintos grupos de trabalhadores.

Controle na gerência moderna - cada atividade na produção


tem sua atividade paralela no centro gerencial

Taylorismo - destituir os trabalhadores do conhecimento do ofício,


do controle autônomo - imposição de um processo de trabalho
“acerebral”
Filme “Tempos Modernos” de
Charlie Chaplin (1936)
 A ênfase na disciplina, na alienação, e na
desumanização do trabalho fabril, pode ser
visto no filme “Tempos Modernos” de Charlie
Chaplin (1936), que critica o poder de
“adestramento” e “policiamento” da
Administração Científica e mostra o quão
infelizes estavam os operários na época,
pois foram tiradas do trabalho a fantasia,
participação e a iniciativa.
Filme “Tempos Modernos” de
Charlie Chaplin (1936)
 Efeitos do taylorismo, da produção em massa, da produção
em série, do gerenciamento científico na organização do
trabalho pedagógico e das possibilidades de superação
desse modelo de administração escolar numa perspectiva
democrática.
oda de conversa
 Filme Tempos Modernos
 Refletir sobre as consequências de se
trabalhar de forma repetitiva – prática sem
sentido – mero praticismo

 https://www.youtube.com/watch?v=7URx
xJbFDtk
Vislumbrando a superação da
dicotomia entre teoria e prática,
Vasquez (1977, p. 3) propôs a práxis a
qual, ao lançar mão da relação entre
as duas dimensões, seria “a atividade
material do homem que transforma o
mundo natural e social para fazer dele
um mundo humano”.

Prática educativa como uma verdadeira


PRÁXIS, ou seja, momento em que TEORIA e
PRÁTICA são absolutamente indissociáveis.
Articulação teoria Atividade social orientada
e prática e consciente

A teoria do fazer
Não se reduz ao praticismo

Práxis Compromisso ético

Ação política a favor e contra alguém, a


favor ou contra determinada situação Ação transformadora
histórica.

Relação entre o que se pensa, o que se


diz e o que se faz...
A hora da prática e
hora da teoria

Uma oportunidade para


efetivação da práxis
docente

Um espaço de
pesquisa e reflexão
A palavra PRÁXIS é comumente utilizada como sinônimo ou
equivalente ao termo “prático”. Se recorrermos à acepção
marxista de práxis, observaremos que “práxis” e “prática”
são conceitos diferentes.

Muito embora indiquem algo relacionado ao empírico, ao


concreto, portanto, ao prático, PRÁTICA e PRÁXIS não são
sinônimos, de maneira que não podem ser confundidas no
que se refere aos seus significados.

No sentido que lhe atribui o marxismo, práxis diz respeito


a “atividade livre, universal, criativa e auto-criativa, por
meio da qual o homem cria (faz, produz) e
transforma(conforma) seu mundo humano e histórico a si
mesmo” (Dicionário Marxista).
Práxis...
 Compreendida como prática social
transformadora

 Não se reduz ao mero praticismo, tampouco a


pura teorização.

 Nessa compreensão, a relação teoria e prática


são indissociáveis.
Práxis...
 Gramsci entendeu a práxis como um conceito capaz de bem
expressar a unidade fundamental que se estabelece na
totalidade da vida social entre SER e PENSAR, “[...] aliás, é
imprescindível, devem ser concebidos historicamente como
unidade inseparável” (GRAMSCI, 1995a, p. 247).

 Ou seja, “Para a filosofia da PRÁXIS, o ser não pode ser


separado do pensar, o homem da natureza, a atividade da
matéria, o sujeito do objeto” (GRAMSCI, 1995a, p. 70).
Em síntese...
 A relação teoria-prática implica um constante vaivém entre
esses dois planos: teórico - prático.

 Esse constante “vai-vem” entre teoria e prática só pode ocorrer


se a CONSCIÊNCIA se mostrar ativa ao longo de todo processo
prático.

 A atividade prática, sobretudo como PRÁXIS individual, é


inseparável dos fins que a consciência traça, estes fins não se
apresentam como produtos acabados, mas sim num processo
que só termina quando a finalidade ou resultado ideal, depois de
sofrer as mudanças impostas pelo processo prático, já é um
produto real (Vazquez, 1977, p. 243)”.
Em síntese...
 Toda práxis educativa, isto é, toda ação teórico-prática que
se efetiva como processo de ensino-aprendizagem, produz
alterações nos sujeitos.
 Todo e qualquer sujeito que vive, educa-se, isto é, ensina e
aprende, e ao ser educado é modificado de alguma forma,
sobretudo se considerado o âmbito de sua subjetividade.
 Por conseguinte, alegar que determinada práxis educativa
transforma sujeitos não é caracterização distintiva entre elas,
porquanto todas as práxis educativas alteram os sujeitos em
alguma medida.
 Vídeo O último tricô

 https://www.youtube.com/watch?v=xL50-Vlfcu0

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