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MCC III

METAIS

Prof º Celso Couto Junior


Aux. de Doc Maurien Aragaki
Metais
Os metais, de princípio, são riquezas minerais, encontradas em abundância, nas
camadas mais profundas da crosta terrestre, que através de composições químicas e
tratamentos térmicos recebem nomeclatura especiais.

Ligas: aço, latão, bronze, ligas de alumínio

aço latão bronze

Estado puro: ouro, prata, zinco, estanho, cobre

zinco estanho cobre


Metais
Os metais são obtidos a partir de deus óxidos, carbonatos, hidretos e outras formas
químicas complexas, existentes em depósitos na crosta terrestre. Excentuam-se o
ouro, a prata e alguns outros, que existem na forma pura. A extração dos metais de
seus minérios envolve processos tais como: redução, ustulação, flotação, lixiviação,
eletrólise etc.

flutuação eletrolise

O controle dos processos de solidificação de transformação e o controle do


tamanho do grão do metal são os meios pelos quais as propriedades físicas e
mecânicas são obtidas em elementos de estruturas e de máquinas
Metais
Metais
Divisão dos Metais

 Ferrosos: tem como liga principal e fundamentalmente o ferro

 Não ferrosos: não possuem o ferro como principal elemento

em função da densidade:
 Leves: lítio, berílio, magnésio e alumínio

litio magnésio

 Pesados: ferro, cobre, ouro, indio e chumbo


Metais
Metais, de acordo com sua estrutura cristalina

a) Cúbico
o de corpo central: ex ferro α
o de face centrada: ϒ

b) Tetragonal : aço duro

c) Hexagonal simples: zinco

d) Hexagonal compacto: zinco, cádmio, magnésio


b) Tetragonal : aço duro

c) Hexagonal simples: zinco

d) Hexagonal compacto: zinco, cádmio, magnésio


a) Cúbico
Disposição regular de átomos de ferro no ferro ϒ de face centrada Célula elemntar do ferro ϒ

Disposição regular de átomos de ferro no ferro α cúbico de corpo Célula elemntar do ferro α
centrado
Metais
Estados alotrópicos do ferro

Ferro magnético
Transformação do ferro gama em alfa

Transformação ϒ/a por


pequeno deslocamento
dos átomos de ferra; a)
duas células elementares
superpostas do ferro ϒ,
cúbico de face centrada;
b) célula elementar
resultante do ferro α,
cúbico de corpo centrado.
(Por motivo de clareza
somente estão
desenhados os centros
dos átomos)
Estrutura atômica real

Contornos de grão formando a união entre grãos cristalinos com


diferente orientação de rede espacial; outras falhas de rede, como
discordância e vazio
Metais
Extração e transformação de metais ferrosos
Metais elementares usualmente não existem em estado puro, mas sim combinado
quimicamente com outros elementos. Os compostos são chamados minerais.

Um mineral é chamado de minério apenas se ele puder ser processado


economicamente a fim de produzir um metal.

Extração de Minerio de Ferro, Itabirito - MG


Metais
Extração e transformação de metais ferrosos

Minério Ustulação Gravimetrica Minério


+ beneficiado
ganga Separação Magnética ou/e
concentrado
Lixiviação
etc
Metais
Extração e transformação de metais ferrosos
Metais
Extração e transformação de metais ferrosos
 Aço: liga de Fe-C com teor de C < 2% (0,008 a 2%)

 Ferro pudlado: baixo teor de carbono, possuindo


Ferro gusa impurezas (escorias)

 Ferro fundido: liga de Fe-C com teor de C superior a 2%


(comercialmente entre 2% e 4,5%
Metais
Estados alotrópicos do ferro

Ferro magnético
Metais
Propriedades mecânicas dos metais

a) Resistência a ruptura: tração, compressão, torção e fadiga. Depende do tipo de


estrutura, das condições físicas, do tratamento, da tempetura e das impurezas.

b) Dureza: resistência que oferece o material a penetração de outro em sua


superfície. Está ligada à resistência do material, só que não é destrutível.

c) Ductibilidade: é a propriedade de poder se deformar antes de romper

d) Maleabilidade: é a propriedade de poder se deformar no sentido externo de sua


forma

e) Tenacidade: é a propriedade que os metais apresentam de absorverem energia


antes de se romper (impacto-charpy)
NBR ISO 148 - Materiais metálicos — Ensaio de impacto por pêndulo Charpy
Metais
Tratamento dos aços
Os tratamentos cuja finalidade é transmitir aos produtos siderúrgicos certas
propriedades, consiste em aquecer os últimos a uma determinada temperatura e
depois esfriá-los segundo certas regras, ou deformá-los a frio. Os tratamentos
modificam a microestrutura dos produtos, tanto no tamanho dos grãos, como na
qualidade
Metais
Tratamento dos aços
O amolecimento é feito para redução da dureza, remoção de tensões residuais ,
melhoria da tenacidade, restauração da ductilidade, redução do tamanho do grão
ou alteração das propriedades eletromagnéticas do aço. As principais formas de
amolecimento do aço são: recozimento de recristalização, recozimento pleno,
recozimento de esferoidização e normalização
Metais
Metais
Metais
Tratamento dos aços

O endurecimento dos aços é feito para aumentar a resistência mecânica, a


resistência ao desgaste e a resistência à fadiga. O endurecimento é fortemente
dependente do teor de carbono do aço. Os tratamentos de endurecimento são:
têmpera, austêmpera, e martêmpera.
Aços Patenting

Aços patenting são usados no concreto protendido. Os fios são submetidos ao


processo de encruamento a frio.
Por ocasião do resfriamento, o fio adquire estrutura cristalina fina, muito apropriada
ao subsequente encruamento a frio por trefilação. O material após decapagem em
banho ácido, é trefilado em fieiras ao diâmentro desejado por uma ou mais
passagens
Para alívio das tensões, usa-se geralmente reaquecer o fio e resfriá-lo novamente
em banho de chumbo, porém, em tempo muito reduzido para não perder
encruamento
Aços Patenting

As bitolas mais comuns são de 3,5 a 9mm, em alguns casos até 10mm.
Como é difícil a produção de bitolas acima de 7mm, para cargas maiores usam-se
cordoalhas e cabos de aço que são compostos de vários fios
Nesses aços não é permitida a emenda por solda ou qualquer outro processo
A NBR 7482 classifica os fios de aço para concreto protendido em:
CP-145, CP-150, CP-160, CP-170 e CP-175 acompanhados da sigla RN ou RB. Assim
temos a seguinte interpretação da sigla:
Fio de aço CP 160 RN
CP – aço para conreto protendido
160 – tensão de ruptura a tração mínima de 160 kgf/mm²
RN – relaxação normal

Cordoalha de aço CP-180 RB


CP – aço para conreto protendido
180 – valor aproximado em kgf/mm² da tensão de ruptura
RB – relaxação baixa
Aços Patenting
Fabricação

Os aços são fabricados apresentando geralmente a composição química dentro dos


seguintes limites:

Carbono (C) 0,70 a 0,90%


Manganês (Mn) 0,60 a 1,00%
Fósforo (P) máximo 0,040%
Enxofre (S) máximo 0,050%
Aços Patenting
As etapas da fabricação são:

1) Aciaria: o aço é fundido etendendo a composição química. Em seguida molda em


lingotes

2) Laminação: numa primeira fase os lingotes são laminados ou desbastados a


quente, obtendo-se seções quadradas denominadas tarugo. Numa próxima fase o
tarugo é laminado a quente até se obter secções de aproximadamente 5 a 7cm².
Chamado de BILLET.
O BILLET após passar por um controle de qualidade (para se detectar defeitos
internos) é então reenformado. Em seguida faz-se a laminação também a quente de
um produto de secção circular, em rolos, denominado fio máquina
Aços Patenting

3) Produção de arames: a estrutura do fio máquina é normalmente heterogênea


(perlita grossa) devido ao resfriamento irregular. Assim sendo, possui baixas
deformações e as propriedades finais estariam longe do melhor desempenho. Sendo
assim necessário fazer o patenteamento que é um tratamento térmico contínuo para
obtenção de uma estrutura (perlítica fina) ideal para trefilação, melhorando as
características mecânicas.

O patenteamento consiste em aquecer o material (fio máquina) a 900⁰C e em seguida


resfriar bruscamente em banho de chumbo a 500⁰C
Aços Patenting
4) Decapagem: consiste em remover a carepa (crosta) existente por decapagem
química, em seguida lavar, neutralização e secagem

5) Trefilação: o fio máquina passa por um tracionamento através de matrizes


especiais denominadas fieiras (Ø20¨ a 30¨)

6) Endireitamento e alívio de tensões: num sistema contínuo, o arame passa através


de endireitadores rotativos que eliminam a curvatura, em seguida, vai para um
tratamento térmico a baixa temperatura, que praticamente não altera a resistência,
mas eleva consideravelmente os limites convencionais de elasticidade e o
alongamento, aliviando assim as tensões do material

Esse tratamento térmico consiste em fazer mergulhar o material, em sistema


contínuo, após endireitado, em um banho de chumbo fundido à temperatura entre
380 a 500⁰C
Fabricação das Cordoalhas
As cordoalhas são normalmente constituídas de 3 e 7 fios encordoados
concentricamente em hélice, com um passo uniforme situado entre 12 e 16 vezes o
diâmetro nominal da cordoalha

As cordoalhas de 7 fios são formadas pelo encordoamento de 6 fios de mesmo


diâmetro sobre um fio reto central de diâmetro ligeiramente superior

O emprego de cordoalhas surgiu da necessidade de maiores cargas de protensão e


apresenta maior e melhor superfície, resultando numa maior aderência
Relaxação
A relaxação é interpretada por deformações que acarretam indesejaveis perdas de
protensão. O tratamento de alívio de tensões é responsável por melhorias nas
características de elasticidade e ductibilidade dos aços, reduzindo também as
perdas por relaxação de até 50% em relação a um material não tratado

As especificações preveêm para arames aliviados, uma perda de relaxação máxima


de 5% após 1000h a 20⁰C quando aplicada uma carga de 70% da carga de ruptura
especificada

Os aços ditos “estabilizados” são obtidos por tracionamento e ao mesmo tempo


aquecidos a temperaturas moderadas (~ 370⁰C). As perdas por relaxação dos
produtos estabilizados representam apenas 1/5 daquelas verificadas nos materiais
aliviados.
BARRAS

fst limite de resistência


fy limite de escoamento
FIOS
Área equivalente

So = área equivalente
1 - Traçar o gráfico de tensão deformação

ϒ  = massa específica
M = massa
V = volume
So = área equivalente
b = comprimento
F = resistência
P = carga
Δ = variação
= deformação
2 - Calcular as tensões
Calcular as tensões (Mpa):
- Limite de resistência

- Limite de escoamento

- Classe A

- Classe B fy é a tensão que corresponde a uma deformação


efetiva de 0,5% ou permanete (residual) de 0,2% obtida graficamente

- Tensão aparente de ruptura (frup)

- Tensão real de ruptura (frealrup)


3 - Calcular a estricção
Calcular a estricção em %
- Limite de resistência

4 - Calcular o alongamento em 10 Ø

Ø= 6,3mm

Ø= 12,5 mm
Li= 130 mm
NBR 7480
Tabela B.3 – Propriedades mecânicas exigíveis de barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado

Ensaio de Aderência
Valores mínimos de tração dobramento a
180°
Resistência Limite de Alongamento após Diâmetro do pino Coeficiente de
Categoria característica resistência ruptura em 10 Ø mm conformação
de fst % superficial mínimo
escoamento 
Mpa
fy Ø < 20 Ø ≥ 20 Ø < 10 mm Ø ≥ 10
mm
MPa

CA-25 250 1,20 fy 18 2 Ø 4 Ø 1,0 1,0


CA-50 500 1,08 fy 8 3 Ø 6 Ø 1,0 1,5
CA-60 600 f 5 5 Ø - 1,0 1,5
1,05 fy
Para efeitos práticos de aplicação desta Norma, pode-se admitir 1 MPa= 0,1 kgf/mm2
fst mínimo de 660 MPa.
NBR 7480

Na NBR 7480 os aços dão denominados conforme o modo de fabricação e a forma


de apresentação no mercado, tal como:

a) Barras: produtos obtidos exclusivamente por laminação a quente, com


diâmetro nominal igual ou superior à 6,3 mm.
b) Fios: produtos obtidos a partir do fio máquina por trefilação ou laminação a frio
com diâmetro nominal igual ou inferior à 10,0 mm

Categorias de barras e fios correspondem à resistência característica à tração fy,


expresso em MPa

Classificação de acordo com o processo de fabricação e de aço para a configuração


do diagrama tensão deformação:
NBR 7480

Barras de aço classe A, Barras e fios de aço classe B,


obtidas por laminação a obtidos por deformação a frio,
quente sem necessidade de sem patamar no diagrama
posterior deformação a frio, tensão x deformação. Para esta
de dureza natural, com classe, a resistência ao
escoamento definido, escoamento convencional é
caracterizado por “patamar” definida por uma deformação
no diagrama tensão x efetiva de 0,5% ou permanente
deformação (residual) de 0,2%
NBR 7480
Inspeção para amostragem de barras e fios de aços

Partida  lotes = formados de barras ou fios perfeitamente identificáveis de


mesma bitola e categoria

• Corrida perfeitamente identificável


 massas de cada lote  30t

• Corridas não identificáveis


 massa máxima dos lotes deve atender a tabela b.4. da NBR 7480
NBR 7480
Lotes  amostras

• Será extraído de cada lote uma amostra composta de tantos exemplares


quanto necessários para atender o plano de amostragem

Planos de Amostragem
Lote - corridas identificadas 1 exemplar - amostra
  2 exemplares - contraprova
   
- corridas não identificadas 2 exemplares - amostra
3 exemplares - contraprova

• Não é permitida a retirada de mais de um exemplar de uma mesma barra


ou fio reto. No caso de lotes formados por rolos retiram-se exemplares de
ambas as extremidades de um mesmo rolo, somente quando o número
destes por lote for inferior ao número de exemplares solicitados.

• O comprimento de cada exemplar é de 2,20m, desprezando-se a ponta de


20cm da barra ou fio
NBR 7480
Tabela B.4 – Massa máxima dos lotes (t) para inspeção, para lotes não identificados

Diâmetro nominal (mm) Categoria do aço


fios barras CA -25 CA-50; CA-60
2,4 - - 4
3,4 - - 4
3,8 - - 4
4,2 - - 4
4,6 - - 4
5,0 - - 4
5,5 - - 5
6,0 - - 5
- 6,3 8 5
6,4 - - 5
7,0 - - 6
8,0 8,0 10 6
9,5 - - 6
10,0 10,0 13 8
- 12,5 16 10
- 16,0 20 13
- 20,0 25 16
- 22,0 25 20
- 25,0 25 20
- 32,0 25 25
  40,0 25 25
NBR 7480
Tabela b.1 – Características das barras

Diâmetro
Massa e tolerância por unidade de
nominal a Valores nominais
comprimento
(mm)
máxima variação
Área da seção Perímetro
Barras massa nominal b
permitida para
mm² mm
massa nominal
6,3 0,245 ± 7% 31,2 19,8
8,0 0,395 ± 7% 50,3 25,1
10,0 0,617 ± 6% 78,5 31,4
12,5 0,963 ± 6% 122,7 39,3
16,0 1,578 ± 5% 201,1 50,3
20,0 2,466 ± 5% 314,2 62,8
22,0 2,984 ± 4% 380,1 69,1
25,0 3,853 ± 4% 490,9 78,5
32,0 6,313 ± 4% 804,2 100,5
40,0 9,865 ± 4% 1256,6 125,7
a
Outros diâmetros nominais podem ser fornecidos a pedido do comprador, mantendo-se as
faixas de tolerância do diâmetro mais próximo.
b
A densidade linear de massa (em quilogramas por metro) é obtida pelo produto da área da
seção nominal em metros quadrados por 7850 kg/m³
NBR 7480
Tabela b.1 – Características dos fios

Diâmetro
Massa e tolerância por unidade de
nominal a comprimento
Valores nominais
(mm)
máxima variação
Área da seção Perímetro
Fios massa nominal b permitida para
mm² mm
massa nominal
2,4 0,036 ± 6% 4,5 7,5
3,4 0,071 ± 6% 9,1 10,7
3,8 0,089 ± 6% 11,03 11,9
4,2 0,109 ± 6% 13,9 13,2
4,6 0,130 ± 6% 16,6 14,5
5,0 0,154 ± 6% 19,6 15,7
5,5 0,187 ± 6% 23,8 17,3
6,0 0,222 ± 6% 28,3 18,8
6,4 0,253 ± 6% 32,2 20,1
7,0 0,302 ± 6% 38,5 22,0
8,0 0,395 ± 6% 50,3 25,1
9,5 0,558 ± 6% 70,9 29,8
10,0 0,617 ± 6% 78,5 31,4
a
Outros diâmetros nominais podem ser fornecidos a pedido do comprador, mantendo-se as
faixas de tolerância do diâmetro mais próximo.
b
A densidade linear de massa (em quilogramas por metro) é obtida pelo produto da área da
seção nominal em metros quadrados por 7850 kg/m³

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