Você está na página 1de 37

Semiótica

Signo, linguagem, semiose


Semiótica
• Semio = palavra grega para “signo”.

• Medicina: Semiologia – estuda os sinais do corpo humano.

• Signo: algo que está no lugar de alguma coisa significando


algo para alguém. Por que?
Semiótica
• Semiose: a ação dos signos; os signos “se organizam” em
linguagens.

• Semiose é o modo como o signo age; é como apreendemos


(ou não) a ação das linguagens que são, por sua vez,
compostas de signos.

• A semiose é um processo.
Semiótica
• Desenvolvimento da capacidade cognitiva de
interpretação dos signos e das linguagens.

• “Eu me interesso pela linguagem porque ela


me fere ou me seduz”. Barthes, 2002, p. 47.
E o Design?
• DE-SIGNAR

• O Design é intencional. “Tramar”, “simular”,


“projetar”, “esquematizar”, “configurar”,
“proceder de forma estratégica”. (Etimologia
por Flusser – p. 181)
E o Design?
• “A forma do mundo criada pelo homem é design.
Design é, portanto, um termo que carrega mais
que uma fortíssima carga de conceito: é o nome
próprio do que em filosofia chamamos conceito.
Conceito que, por sua vez, fez-se o mundo, ordem
concreta, realidade”.

• (Marcia Tiburi – resenha “O mundo codificado”)


E o Design?
• Concretamente, este “conceito” gerado pelo
design pode ser concebido, lido, analisado,
criticado, com as ferramentas da Semiótica.

• O conceito tem intenção? Tem propósito?

• Que signo e que linguagens eu escolho para


dar vida às minhas intenções e propósitos?
Referências
• Cena do curta metragem Hyper-Reality (
https://player.vimeo.com/video/166807261)

• 33 Minimalist Meditation Room Design Ideas


https://www.digsdigs.com/33-minimalist-
meditation-room-design-ideas/
Fiorin – o signo diádico

Anotações sobre o texto


Teoria dos signos - Fiorin
• “Os signos são uma forma de apreender a
realidade. Só percebemos no mundo o que
nossa língua nomeia”.
Fonte:
https://pixabay.com/illustrations/vint
age-book-illustration-1794700/
Teoria dos signos - Fiorin
• Língua / signo / linguagem: uma forma de
categorizar, organizar e interpretar o mundo.

• Metáforas / Metonímias
Teoria dos signos - Fiorin
• Língua, cultura oral, cultura escrita: diálogo
“Fedro”, Platão: a escrita é um remédio, uma
maquiagem e um veneno.
• “O valor de um signo é dado por outro signo”.
“A dificuldade de traduzir indica que não há
univocidade na relação entre os nomes e as
coisas”. (Tradução intersemiótica).
Teoria dos signos - Fiorin
• Idade Média: “alguma coisa em lugar de outra”.
• Saussaure: “o signo linguístico não une um
nome a uma coisa, mas um conceito a uma
imagem acústica.”
• “O signo é uma entidade de duas faces, uma
reclama a outra, à maneira do verso e do
anverso de uma folha de papel.” “Ao conceito
Saussaure chama significado e à imagem
acústica, significante”. (p. 72)
Teoria dos signos - Fiorin
• Hjelmslev: incorpora a noção de valor ao
conceito de signo – o signo é a união de um
plano de conteúdo a um plano de expressão.

• Cada plano compreende dois níveis: forma e


substância.
Teoria dos signos - Fiorin
Conteúdo Substância

Forma

Expressão Forma

SIGNO Substância
Teoria dos signos - Fiorin
• Saussaure: a arbitrariedade do signo / a
linearidade do significante (p. 75).
• “A arbitrariedade da relação significante e
significado quer dizer que ela é convencional,
isto é, repousa numa espécie de acordo coletivo
entre os falantes”. (p. 77)

•  Para que a comunicação ocorra, é necessário


um consenso (comunidade linguística).
Teoria dos signos - Fiorin
• Arbitrariedade do signo e linguagem visual.
(p.77)
• Jakobson (outro famoso linguista) relativiza
essa noção.
Teoria dos signos - Fiorin
• Poesia: motivação do signo aparece com força.
“O poeta busca motivar a relação entre o
significante e o significado”. (p. 81)

• A menina dos cabelos de linho (


https://www.youtube.com/watch?v
=pzWTPKB5_Ek)
Teoria dos signos - Fiorin
Debussy (Manuel Bandeira)

Para cá, para lá...


Para cá, para lá...
Um novelozinho de linha...
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Oscila no ar pela mão de uma criança
(Vem e vai...)
Que delicadamente e quase a adormecer o balança
- Psio... -
Para cá, para lá...
Para cá e...
- O novelozinho caiu.
Teoria dos signos - Fiorin
• A linearidade do significante  signo discreto
e contínuo. (p. 83)

• Denotação (literal) / conotação (figurativo):

• Signo conotado: “É o signo cujo plano de


expressão é um signo”. (p. 84)
Teoria dos signos - Fiorin
• No entanto, “Para criar um signo conotado, é
preciso que haja uma relação entre o
significado que se acrescenta e o significado já
presente no signo denotado”. (p. 84):
contiguidade.

• “Os dois mecanismos principais de conotação


são a metáfora e a metonímia.”
A VIDA COMO ELA YEAH      ADÃO ITURRUSGARAI – FSP 29/2/2020
Teoria dos signos - Fiorin
• Classificação dos signos: Adam Schaff

• Naturais: Índices, sintomas; fenômenos presentes na


natureza (p. 92).

• Artificiais: palavras, sinais de trânsito, signos verbais,


signos com expressão derivativa; “Os signos verbais
são interpretantes de todas as linguagens, enquanto
os signos das outras linguagens nem sempre podem
interpretar os signos linguísticos.” (p. 93)
Teoria dos signos - Fiorin
• Classificação dos signos: Adam Schaff

• Naturais: Índices, sintomas; fenômenos presentes na


natureza (p. 92).

• Artificiais: palavras, sinais de trânsito, signos verbais,


signos com expressão derivativa; “Os signos verbais
são interpretantes de todas as linguagens, enquanto
os signos das outras linguagens nem sempre podem
interpretar os signos linguísticos.” (p. 93)
Teoria dos signos - Fiorin
• “O símbolo é um elemento concreto que
representa um abstrato (religiões, sistemas
sociais, noções): a cruz gamada significa
"nazismo"; a bandeira nacional significa a
"pátria". A representação simbólica pode
basear-se na convenção: por exemplo, no
Ocidente a cor preta simboliza o luto,
enquanto, em algumas sociedades orientais, é
o branco que exerce essa função.”
Teoria dos signos - Fiorin
• “Embora a representação simbólica possa ser
convencional, como se nota quando se observa o
simbolismo das cores, tem ela certo fundamento
icônico, ou seja, há uma relação de semelhança entre
o significante e o significado (por exemplo, a balança
é símbolo da justiça, porque os dois pratos na mesma
altura traduzem a idéia da equanimidade), ou indicial,
isto é, há uma relação de contigüidade, de inclusão,
entre o significante e o significado (por exemplo, a
cruz é o símbolo do cristianismo, porque ela é uma
parte do todo, que a imagem de Cristo morto).”
Teoria dos signos - Fiorin
• “Existe uma mitologia do símbolo, quando ele
é objeto de uma alienação específica, por se
tornar independente do que ele representa, e
passa a ser objeto de um culto em si mesmo. É
o que acontece, às vezes, com os símbolos
nacionais, que passam a valer por si mesmos e
não pelo que representam.”

Você também pode gostar